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quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Os Livros de Lucas e Atos - A Base da Doutrina Pentecostal

“Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” Lc 4.21

Professor (a), você crê que o Movimento Pentecostal tem a sua base doutrinária na Palavra de Deus? Se sua resposta foi afirmativa, com certeza você não terá dificuldades em trabalhar o conteúdo dessa lição com seus alunos. Infelizmente muitos crentes, até mesmos os que se dizem pentecostais têm um conceito errado a respeito da Terceira Pessoa da Trindade e desconhecem a origem do Movimento Pentecostal. Segundo Stanley Horton o “Espírito Santo tem sido negligenciado no decurso dos séculos”. O Consolador não é uma força ou uma influência, Ele é Deus e tem revelado à humanidade o Deus Pai e o Deus Filho mediante os dons espirituais. Nesta lição estudaremos a respeito de dois importantes livros das Sagradas Escrituras que são tidos como a base do Movimento Pentecostal. Não se esqueça de que você pode e deve contar com o Espírito Santo para o preparo e a execução dessa aula.

A estrutura de Lucas—Atos
Todo estudioso do Novo Testamento que se preze dirá que Lucas 4.16-30, o impressionante sermão de Jesus em Nazaré, é paradigmático para o Evangelho de Lucas. Todos os principais temas que serão mostrados no Evangelho são prenunciados aqui: a obra do Espírito Santo; a universalidade do evangelho; a graça de Deus; a rejeição de Jesus.
E este é o ponto significativo em que a cronologia do Evangelho de Lucas é diferente do Evangelho de Marcos. Aqui, Lucas toma um evento do meio do ministério de Jesus e o coloca bem lá na frente para inaugurar o ministério de Jesus. Lucas faz isso porque entende que esse evento — em especial a recitação de Jesus de Isaías 61.1,2 e sua declaração de que essa profecia está agora sendo cumprida em seu ministério — fornece insights importantes sobre a natureza de Jesus e sua missão. Essa passagem, então, fornece um modelo para o ministério posterior de Jesus.
É interessante observar que Lucas fornece um tipo semelhante de introdução paradigmática ao segundo volume, o livro de Atos. Depois da vinda do Espírito no dia de Pentecostes, Pedro faz um sermão (At 2.14-41) que, em muitos aspectos, se assemelha ao de Jesus em Lucas 4. No sermão, Pedro também se refere a uma profecia do Antigo Testamento sobre a vinda do Espírito, desta vez Joel 2.28-32, e declara que essa profecia agora também está se cumprindo (At 2.17-21). A mensagem é clara. Assim como Jesus foi ungido pelo Espírito para cumprir sua chamada profética, assim também os discípulos de Jesus foram ungidos como profetas do fim dos tempos para proclamar a Palavra de Deus. O texto de Joel 2.28-32 que é citado aqui, como também a passagem paradigmática em Lucas 4, mostra sinais de edição cuidadosa por parte de Lucas” (MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é a Nossa História. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2016, p.26).

O Movimento Pentecostal está alicerçado nas Escrituras Sagradas, especificamente no Evangelho de Lucas e no livro de Atos, obras que mostram de forma contundente a atuação irrestrita do Espírito Santo.

Estudaremos, ainda que de forma resumida, o Evangelho de Lucas e o livro de Atos. Lucas, o autor desses livros, apresenta as bases doutrinárias do Movimento Pentecostal. Abaixo quadro com uma visão panorâmica desses livros e do trabalho de Lucas.



Texto Bíblico: Lucas 1.1-3; Atos 1.1-9

INTRODUÇÃO

Nesta Lição, destacaremos os escritos de Lucas, considerado o autor pentecostal por excelência do Novo Testamento.

I. LUCAS, O ESCRITOR PENTECOSTAL

1. Quem foi Lucas?

Lucas foi um médico grego convertido ao cristianismo, e que se tornou depois companheiro de Paulo em suas viagens missionárias. De suas mãos saíram dois documentos que representa praticamente 25% do texto do Novo Testamento. Esses dois documentos, o Evangelho de Lucas e os Atos dos Apóstolos, foram dirigidos inicialmente a um homem chamado Teófilo, possivelmente um convertido interessado na história de Jesus e dos apóstolos e que possivelmente financiou o projeto literário de Lucas.

Pelo conteúdo do seu texto, Lucas demonstra que teve uma educação diferenciada, pois seus escritos trazem em torno de 800 palavras que não ocorrem nos demais textos do Novo Testamento, em um grego refinado. E sua narrativa, como ele mesmo expõe, foi feita de forma ordenada, tendo sido investigados os fatos de acordo com a ordem em que ocorreram: “[...] por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio” (Lc 1.3). Lucas é o único que traz o relato da vida de Jesus de forma cronológica, procurando registrar todos os acontecimentos na ordem em que ocorreram. De acordo com a tradição da Igreja, Lucas teria morrido com mais de oitenta anos.

2. A produção literária de Lucas.

Lucas é o autor que descreve a vida de Jesus de forma mais ampla em seu primeiro livro, o Evangelho de Lucas, e que por meio de um segundo livro, Atos dos Apóstolos, mostra a forma com que os discípulos de Jesus deram prosseguimento às obras do Mestre. Por ser médico, relata com detalhes certas doenças e registra suas curas, como nos casos da sogra de Pedro (Lc 4.37-39), do homem que tinha uma das mãos mirrada (Lc 6.6-11) e do servo do centurião (Lc 7.1-10). Por ser gentio, apresenta Jesus falando do reino de Deus a pessoas que a sociedade judaica não prezava, como Zaqueu (Lc 19), e recebendo crianças para abençoar (Lc 18.15-17). Sua narrativa se inicia com os relatos de antes mesmo do nascimento de Jesus Cristo. No seu Evangelho, vemos um farto material de parábolas, histórias que Jesus contou para ilustrar verdades do Reino de Deus, como também um relato a respeito das aparições de Jesus ressurreto aos seus discípulos. Em Atos, Lucas dá prosseguimento à narrativa evangélica, desta vez mostrando o que os discípulos de Cristo fizeram após o Senhor retornar aos céus.

3. Fontes dos escritos de Lucas.

Lucas, no seu Evangelho, mostra o relato de testemunhas oculares dos fatos narrados. Ele buscou pessoas que haviam convivido com Jesus, visto seus milagres, ouvido seus ensinos e que foram libertas de doenças e espíritos imundos pelo poder do Salvador. No livro de Atos, Lucas chega a participar de acontecimentos que ele mesmo descreve, deixando de ser um mero ouvinte de relatos para ser um dos protagonistas da própria narrativa. Isso pode ser visto nas vezes em que ele usa o pronome pessoal “nós”, indicando ser um protagonista dos relatos, como na volta de Paulo para a Ásia (At 20.13), na viagem de volta a Jerusalém (At 21.7) e na viagem de navio de Paulo a Roma (At 27.2). Sua ênfase recai na atuação do Espírito Santo tanto na vida e ministério de Jesus como nas obras que os discípulos desenvolveram nos primeiros anos da Igreja, chegando a mostrar Paulo antes de seu martírio.

II. O EVANGELHO DE LUCAS

1. Um livro que prima pela oração.

O Evangelho de Lucas é iniciado, mostrando uma resposta de oração. Zacarias, futuro pai de João Batista, tem a oportunidade de oferecer incenso por ocasião de seu ofício sacerdotal, quando recebe a visita do anjo Gabriel e junto com ele a informação de que seria pai (Lc 1.13). A Bíblia não registra a oração de Zacarias, mas deixa claro que ele orava ao Senhor, e que sua oração foi respondida, concedendo-lhe Deus a paternidade do precursor do Messias.

Lucas mostra Jesus orando quando foi batizado e o Espírito Santo desceu sobre Ele (Lc 3.21,22). Jesus ungido pelo Espírito Santo, se retira, depois de seu batismo, para o deserto a fim de orar e, posteriormente, ser tentado pelo Diabo (Lc 4-1; 5.16). Jesus ora uma noite inteira na ocasião em que está prestes a escolher seus discípulos (Lc 6.12). E somente Lucas registra que Jesus, na cruz, orou para que os seus crucificadores fossem alcançados pelo perdão de Deus.

2. O Espírito de Deus enchendo e orientando pessoas.

Lucas tem um cuidado especial ao registrar a ação direta do Espírito Santo na vida das pessoas que conviveram com Jesus, o ouviram e creram nEle, e isso antes mesmo do ministério de Jesus começar. É dito por ele que Maria, mesmo sendo virgem, seria mãe de Jesus por obra do Espírito Santo (Lc 1.35), e que por essa ação Jesus seria chamado “Filho do Altíssimo” (Lc 1.32). A prima da mãe do Salvador, Isabel, ao receber a saudação de Maria, é cheia do Espírito Santo e João Batista salta ainda no ventre de sua mãe (Lc 1.41). Este mesmo Espírito Santo estava sobre Simeão, um homem justo e temente a Deus, que foi levado ao Templo pelo Espírito para ver a salvação de Israel, o próprio menino Jesus, por ocasião da apresentação deste no Templo (Lc 2.25-27). É o Espírito Santo que capacita tais pessoas a falarem de forma profética, revelando-lhes informações sobre Jesus.

Lucas registra a ordem de Jesus aos discípulos, que ficassem em Jerusalém para serem revestidos de poder e ser testemunhas do Senhor, completando assim, seu evangelho (Lc 24.49).

3. O Espírito de Deus agindo em Jesus.

Jesus, já adulto, é batizado por João, e nesse momento o Espírito Santo veio sobre Ele em “forma corpórea, como uma pomba” (Lc 3.22). Pela virtude do Espírito volta para sua terra, a Galileia, para ensinar nas sinagogas, e tendo chegado a Nazaré, leu o texto de Isaías que dizia: “O Espírito do Senhor é sobre mim [...]” (Lc 4.18). É neste Evangelho que nos é dito que a “a virtude do Senhor estava com ele para curar” (Lc 5.17).

Jesus, como relatado por Lucas, deu poder aos seus discípulos para expulsarem demônios e curarem os enfermos (Lc 9.1,2), virtude que só poderia ser dada peto Espírito Santo, que estava em Jesus, o que é dito posteriormente pelo mesmo Lucas, desta vez em Atos.

III. OS ATOS DOS APÓSTOLOS

1. A vinda do Espírito Santo.

Lucas registra a descida do Espírito Santo não apenas como uma promessa feita pelo Senhor Jesus Cristo, mas também as palavras do apóstolo Pedro, associando o evento, no Pentecostes, à profecia de Joel. Esse é o registro da primeira interpretação da profecia de Joel se cumprindo naqueles dias.

Da mesma forma que Lucas prioriza os relatos de oração no Evangelho, ele o faz no livro de Atos. Os discípulos de Jesus, no Dia de Pentecostes, não estavam comemorando a festa, como era de costume, mas estavam orando no cenáculo, até que receberam a virtude do Espírito. Os discípulos oraram quando ameaçados, e pediram que Deus estendesse sua mão para curar e manifestar sinais e prodígios (At 4.30).

2. O poder do Espírito Santo.

Lucas registra a descida do Espírito Santo e a conversão de quase três mil pessoas no Dia de Pentecostes. Pedro, cheio do Espírito Santo, respondeu aos principais da sinagoga a respeito da cura do coxo, na Porta Formosa, que foi realizada em nome de Jesus (At 4.1-11). O mesmo Espírito Santo enche outros discípulos de Jesus quando, ameaçados pelas autoridades, oravam pedindo ousadia para testemunhar, e pediam que Deus fizesse sinais e prodígios (At 4.24-31). O Espírito de Deus, de forma poderosa, encheu Estêvão diante de seus inimigos, de tal forma que não podiam resistir “à sabedoria e ao Espírito com que falava” (At 6.10), e lhe permitiu ver o próprio Senhor Jesus em pé à direita de Deus momentos antes de encontrar com seu Salvador (At 7.55,56). Percebemos que o Espírito agia tanto para trazer a palavra adequada de testemunho a respeito de Jesus quanto para operar milagres, numa atuação diversificada.

Lucas registra em Atos que na segunda viagem missionária, por duas vezes seguidas, Paulo, Silas e Timóteo tentaram entrarem duas regiões, e foram impedidos pelo Espírito (At 16.6,7), uma referência clara de que Ele estava diretamente ligado à expansão missionária da igreja. O Espírito Santo é responsável por realizar sinais e maravilhas, e direcionar os caminhos pelos quais a sua obra vai se desenvolver.

3. Os Atos do Espírito Santo.

Mais que registrar atos dos discípulos de Jesus, Lucas registra os atos do Espírito Santo. Seus escritos mostram que Deus está no controle da história, guia seus discípulos, opera milagres e fala diretamente com seus servos.

Lucas mostra que tanto judeus como gentios foram cheios do Espírito Santo, falaram em línguas e receberam poder para serem testemunhas de Cristo (At 10.44-48). É Lucas quem narra que um homem chamado Barnabé, cheio do Espírito Santo (At 11.22-24), foi mandado para Antioquia, e lá viu a graça de Deus entre os crentes gentios. É nessa mesma igreja que o Espírito Santo de Deus, tempos depois, disse que separassem a Saulo e Barnabé para uma obra específica (At 13.1-3).

Somos pentecostais e não temos dúvidas quanto à atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais.

CONCLUSÃO

A Bíblia é rica em detalhes de como o Espírito Santo veio habitar naqueles gentios e judeus que aceitaram a Jesus. Essa habitação traz consigo santidade, poder para resistirão mal e testemunhar de Jesus. Não há um verso nas Sagradas Escrituras que nos permita inferir que o batismo com o Espírito Santo, seguido do falar em outras línguas, ficou restrito ao tempo dos apóstolos. Lucas registra o início da obra do Santo Espírito, e sabiamente, não descreveu um encerramento dessa atividade, pois o Espírito de Deus continua a mover pessoas com seu poder, acima de tudo, para testemunhar de Cristo com autoridade.

Lucas é efetivamente um escritor que dá ênfase à presença do Espírito Santo em seus dois livros e suas obras são fontes primárias da doutrina pentecostal.

Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 4º Trimestre de 2018 - Título: O vento sopra onde quer – O ensino bíblico do Espírito Santo e sua operação na vida da Igreja – Comentarista: Alexandre Coelho

Aqui eu Aprendi!

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