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quinta-feira, 5 de julho de 2018

O Propósito dos Milagres no Ministério de Jesus

“Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” Jo 20.31


Comparando a proposta de Jesus aos modelos de sedição política que haviam, Ele ‘não era um separatista, tampouco se comprometia com sistemas’ e, de igual forma, ‘também não era um zelote’. Distintamente de tais ‘modelos, Jesus voltou-se para as Escrituras e resgatou um modelo único de reinado na terra, muito mais judaico do que os três implementados pelo seu próprio povo’. Mais ‘judaico’ porque resgatava justamente o sentido original do que pretendia o Criador ao dizer, através de Moisés, que o povo de Israel seria um ‘reino sacerdotal’ (Êx 19.6). Isso porque, conforme Wright, os ‘judeus dos dias de Jesus não esperavam que o universo fosse parar de funcionar’. Na verdade, eles aguardavam ‘que Deus fosse agir de forma dramática no universo, como havia feito em momentos extremos — como o episódio do êxodo, no qual a única linguagem apropriada era a de um mundo abatido e, então, recriado’. Assim, quando Cristo anuncia que o ‘Reino de Deus, o retorno do exílio, o clímax da história de Israel está entre vós, Jesus está a dizer [que], embora não se pareça com o que [eles] esperavam ver’, o reinado de Deus finalmente havia iniciado” (CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte. A justiça sob a ótica de Jesus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2017, pp.57,58).

Os milagres realizados por Jesus manifestavam a chegada do Reino de Deus.

Texto Bíblico - Lucas 4.14-24

INTRODUÇÃO

Sem dúvida alguma os milagres realizados por Jesus visavam socorrer as pessoas (Lc 13.16). Com seu poder, o Mestre usava de extrema sensibilidade e então toda dor e todo sofrimento cessavam. Mas será que além de socorrer aos que sofriam, havia mais algum propósito na realização dos milagres? Tal pergunta só pode ser respondida se entendermos a missão do Senhor Jesus Cristo, pois todas as ações do Mestre convergiam para o propósito final de sua missão. Nada que Ele fazia era sem objetivo ou a esmo. Na verdade, como o próprio povo reconhecia, Jesus fazia bem todas as coisas, inclusive quando curava surdos e mudos (Mc 7.37). Apesar disso, seu ministério não se deu sem oposições e enfrentamentos, pois os fariseus chegaram a acusá-lo de operar sinais, não pelo Espírito de Deus, mas por Belzebu, príncipe dos demônios (Mt 12.24).


I. A EXPECTATIVA JUDAICA

1. O chamado de Abrão e o Povo da Promessa.
Chamado por Deus, Abrão peregrinou sob a promessa de que, a partir dele, seria formada uma grande nação (Gn 12.1,2,4-9). Juntamente com tal promessa, Deus também disse que, através de Abrão, seriam “benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3; Gl 3.8). Isso, porém, não se daria de um dia para o outro e nem sem reveses (Gn 15.13). Tal tempo era necessário, pois sendo justo, Deus aguardava que “a medida da injustiça dos amorreus” se completasse para só então desapropriá-los e dar a terra à descendência de Abrão (Gn 15.16).

2. O propósito de Israel.
Quando o tempo de Deus completou-se, o Senhor chamou a Moisés e o enviou ao Egito para que libertasse o povo (Êx 34). Em Êxodo 19.6 o Senhor revela o propósito da nação israelita e ordena a Moisés para que este diga o seguinte ao povo: “E vós me sereis reino sacerdotal e povo santo”. Como povo sacerdotal a tarefa de Israel era clara: servir de modelo aos demais povos, levando-os a querer ser como o Povo da Promessa (Dt 4.5-8). A ideia não era que Israel dominasse os outros povos, mas que exercesse um papel sacerdotal em relação às demais nações (Êx 23.9).

3. O fracasso de Israel em representar Deus e a expectativa judaica.
Como é sabido, infelizmente Israel fracassou em seu papel sacerdotal e rejeitou o conhecimento de Deus (Os 4.6). O Senhor já havia advertido, há muito tempo, que se o povo que Ele separara praticasse as mesmas coisas das demais nações, o destino deles não seria diferente (Lv 18.26-28). Desde quando Israel fracassou em representar o que significava ser governado por Deus, sua esperança era que o Senhor interviesse e mudasse a situação. No período intertestamentário desenvolveu-se uma consciência extremamente nacionalista e então se pensou na figura de um libertador político, o Messias, descendente de Davi, que mudaria tal quadro. Nos dias do Novo Testamento, tal ideia era ainda muito forte e motivo de questionamento até mesmo por parte dos discípulos (Jo 4.25; At 1.6).

Quando Deus chamou Abraão, Ele o fez não apenas para que o patriarca fosse abençoado, mas para ser uma fonte de “bênção”.


II. A VINDA DO REINO DE DEUS

1. O rei que não nasceu no palácio.
A maioria das pessoas que estudam a Palavra de Deus, e que tem experiência com o Senhor, já sabe que Ele não age da forma como a nossa lógica humana pensa (1Co 1.25-29). Com o nascimento de Jesus não foi diferente. Os magos que vieram do Oriente para visitar o Salvador, orientados por uma estrela, o procuraram no palácio, mas depois descobriram que, conforme diziam as Escrituras, Cristo não nascera na capital, Jerusalém, mas sim em Belém e, conforme se sabe, não foi em um “berço de ouro”, mas numa manjedoura (Mt 2.1-12; Lc 2.1-20). Parece um contrassenso, mas foi exatamente assim que aconteceu, dando indícios de que Jesus não era um rei como os demais que as pessoas conheciam (Mt 21.5).

2. João Batista anuncia a proximidade do Reino de Deus.
Levantado por Deus para preparar o caminho para o Salvador, João Batista começa a pregar no deserto da Judeia: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2). O povo chegou a pensar que o Batista fosse o Cristo, o Rei, mas ele tratou de desfazer tal pensamento (Lc 3.15-17). Na verdade, João Batista tinha consciência de que seu ministério tinha uma finalidade, bem como um período de abrangência (Jo 3.28-30). Sua missão era anunciar que o tempo ansiado por todos em Israel estava próximo, o Reino de Deus, e o seu Messias, estavam chegando (Mc 1.2-8).

3. O Reino de Deus não é deste mundo.
A despeito de todos os judeus esperarem ansiosamente pelo Reino de Deus, ou seja, pela “redenção”, ou libertação, de Jerusalém (Lc 2.38), não tardou a vir a decepção. Com expectativas equivocadas, eles ansiavam por um reinado político nos moldes dos reis-imperadores objetivando até mesmo retaliação (Lc 24.21; Jo 6.14,15; At 1.6). Contudo, como Jesus fez questão de frisar a Pilatos: “O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui” (Jo 18.36). Naquele momento histórico o Reino ainda não dominaria completamente aqui, pois atua somente no coração, e realidade, daqueles que aceitam ao Evangelho e assim decidem viver (Mc 1.14,15 cf. Mt 6.10). Entretanto, chegará o dia em que o Reino de Deus será uma realidade absoluta e física (Dn 2.34,35) e neste dia, toda língua confessará ao Senhor e todo joelho se dobrará perante o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Rm 14.11).

João Batista nunca pensou em colocar-se em uma posição de Messias, pois tinha consciência de seu ministério.


III. O MINISTÉRIO DE JESUS SÓ PODE SER ENTENDIDO EM CONEXÃO COM O REINO DE DEUS

1. Os sinais concretos da chegada do Reino de Deus.
Procurado por dois discípulos de João Batista e perguntado por estes acerca de se Jesus era mesmo o Messias que havia de vir ou se eles deviam esperar por outro, a “resposta” do Mestre não poderia ser mais clara, pois a Bíblia diz que “na mesma hora, curou muitos de enfermidades, e males, e espíritos maus; e deu vista a muitos cegos” (Lc 7.21). Na sequência, Ele disse aos discípulos que retornassem ao Batista e então anunciassem o que viram e ouviram (Lc 7.22). Em outra ocasião, acusado de expulsar espíritos malignos por Belzebu, príncipe dos demônios, o Mestre disse que o fazia pelo “dedo”, isto é, pelo poder de Deus, e que, por conseguinte, isto era uma evidência concreta de que o Reino de Deus havia chegado (Lc 11.20).

2. Jesus revela sua missão, causando escândalo e ira.
O ministério de Jesus era dirigido pelo Espírito e consistia em anunciar o Evangelho de que o Reino de Deus havia chegado. Este era o conteúdo do seu ensinamento, inclusive nas sinagogas dos judeus (Lc 4.14,15 cf. Mc 1.14,15). Em uma dessas ocasiões, numa das passagens mais conhecidas, o Mestre, num sábado, foi a uma sinagoga em Nazaré, local onde fora criado. Ali lhe deram o livro do profeta Isaías e então Ele fez uma leitura que sintetiza perfeitamente sua missão (Lc 4.18,19 cf. Is 61.1). Pelo fato de Ele ter dito que naquele dia aquela Escritura cumprira-se, o povo se surpreendeu, pois conheciam sua origem humilde e simples (Lc 4.22). Tal reação não foi surpresa alguma para o Senhor, pois Ele sabia da resistência das pessoas em reconhecer que Deus pudesse levantar alguém entre os de sua própria terra natal (Lc 4.23-27). A revolta do povo foi tão grande que eles o expulsaram e até quiseram atentar contra sua vida (Lc 4.28-30).

3. O propósito dos milagres de Jesus.
O que fica claro, ao se estudar os milagres e sinais realizados pelo Senhor Jesus, é que o seu propósito só pode ser devidamente entendido levando-se em conta a mensagem do Reino de Deus o Evangelho, e o ministério de ensino que o Mestre desenvolveu (Lc 11.20). Lucas relata que em Cafarnaum, num sábado, o Mestre ensinava numa sinagoga quando um homem atormentado por um espírito imundo manifestou-se, incomodado com o ensino e com a presença do Senhor, pois sabia que o exercício de tal ministério significava a derrota de Satanás (Lc 4.31-36). As pessoas ali presentes ficaram espantadas, pois se admiravam de que o ensinamento do Senhor não fosse apenas teórico, mas extremamente poderoso e eficaz.

CONCLUSÃO
Além de servir de alívio para a dor e o sofrimento das pessoas, os milagres e sinais realizados por Jesus manifestavam o Reino de Deus. Ocorre, porém, que tal Reino nenhuma semelhança tem com os impérios deste mundo, seja os da antiguidade ou atuais. Isso, porém, faz com que as pessoas se frustrem em suas expectativas e acabem não aceitando a mensagem do Reino de Deus. Todavia, os que o aceitam, desfrutam, desde já, do privilégio de serem feitos filhos de Deus (Jo 1.11-13).

Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 3º Trimestre de 2018 - Título: Milagres de Jesus — A fé realizando o impossível - César Moisés Carvalho
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