"Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante do SENHOR que nos criou." Sl 95.6
"ADORAR. sãhãh: 'adorar, prostrar-se, curvar-se'.Esta palavra é encontrada no hebraico moderno no sentido de 'curvar-se' ou 'inclinar-se', mas não no sentido geral de 'adorar'. O fato de que ocorre mais de 170 vezes na Bíblia hebraica mostra algo do seu significado cultural. Aparece pela primeira vez em Gênesis 18.2. O ato de se curvar em homenagem é feito diante de um superior ou soberano. Davi 'se curvou' perante Saul (1 Sm 24.8). Às vezes, é um superior social ou econômico diante de quem a pessoa se curva, como quando Rute 'se inclinou' à terra diante de Boaz (Rt 2.10). Num sonho, José viu os molhos dos seus irmãos 'inclinando-se' diante do seu molho (Gn 37.5,7,8). A palavra sãhãh é usada com o termo comum para se referir a ir diante de Deus e na adoração (ou seja, adorar), como em 1 Samuel 15.25 e Jeremias 7.2. Às vezes está junto com outro verbo hebraico que designa curvar-se fisicamente, seguido por 'adorar',como em Êxodo 34.8: 'E Moisés ... encurvou-se ['adorou', ARA]'. Outros deuses e ídolos também são o objeto de tal adoração mediante a ação de se prostrar diante deles (Is 2.20; 44.15.17)" (VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; WHITE JR., William. Dicionário Vine. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. p.31).
Texto Bíblico: Marcos 12 28-34
Olá professores(as), novo trimestre - expectativas renovadas, novas oportunidades para crescimento. O tema que estudaremos está diretamente ligado ao nosso cotidiano na Igreja. Por isso, nosso desafio é torná-lo empolgante e contextualizado à sua realidade local. Nossas aulas não podem ser momentos de debates teológicos inúteis, e sim, instantes de formação espiritual continuada para esta nova geração que o Senhor levanta. Lembre-se, sua classe é de jovens, eles estão cheios de expectativas, incertezas e projetos. Faça dos momentos na Escola Dominical espaços de ministração mútua, abençoe a vida deles sendo um instrumento de Deus para apontar uma vida espiritual mais profunda e viva. Permita-se ser renovado pelas esperanças juvenis deles, afinal de contas, a Bíblia revela que há neles uma força que vem de Deus e da sua Palavra. Que suas aulas tornem-se, para vocês, inesquecíveis encontros de louvor e adoração ao Pai.
INTRODUÇÃO
Adorar e louvar são as duas faces de uma mesma
moeda muito cara para nós: nosso relacionamento com Deus. Isto é um fato: quem
não adora ou louva ao Pai sequer consegue se perceber como alvo do amor do
Criador. Por isso, durante os próximos três meses estudaremos a respeito dos
fundamentos de nossa adoração e louvor a Deus. O objetivo é aprofundar nossa
relação com Deus. Muito mais que um árido e estéril exercício de diferenciações
terminológicas, nossas aulas serão momentos reservados para, em comunidade, desenvolvermos
nossa intimidade com Deus e o amor ao próximo.
1. A relação de Jesus com os líderes religiosos
de sua época.
O contexto no qual está inserida a porção bíblica de nossa
leitura em classe demonstra bem a convivência tumultuada entre Jesus e as
autoridades religiosas de sua época. Quando de sua entrada triunfal em
Jerusalém Ele foi criticado pelos fariseus (Lc 19.38-40). Depois de expulsar os
vendedores do Templo, escribas e sacerdotes tramaram matá-lo (Mc 11.17,18).
Sacerdotes, escribas e anciãos tentaram constituir provas para uma acusação de
blasfêmia indagando sobre sua autoridade (Mc 11.27,28). Sacerdotes e fariseus
quiseram prendê-lo (Mt 21.45,46), herodianos e fariseus buscaram induzi-lo ao
erro de insubordinação contra César (Mc 12.13-17) e saduceus procuraram
embaraçá-lo com uma questão a respeito da interpretação da lei (Lc 20.27-33).
2. A dúvida do escriba.
Em meio a tantos
embates, um daqueles religiosos parece fazer uma pergunta genuína, desprovida
de segundas intenções: "Qual é o primeiro de todos os mandamentos?" (Mc
12.28). Claro que a inquietação do doutor da lei não era sobre a sequência dos
mandamentos, isto ele como guardião da lei sabia muito bem. O questionamento
era sobre qual o maior, o mais importante, o mandamento imprescindível. Jesus
cita o Shema Judaico, isto é, a clássica declaração de Deuteronômio 6.4-9 que
se inicia com o imperativo "ouve," que no curso da construção da
sociedade judaica tornou-se uma espécie de "declaração de fé". Todavia,
a conclusão que o escriba tira das palavras citadas por Jesus é dura para o
sistema religioso tradicional, pois como conclui o doutor da lei, amar a Deus e
ao próximo como a si mesmo é mais importante "do que todos os holocaustos
e sacrifícios" (Mc 12.33).
3. A declaração de Jesus.
Diante de uma
afirmação tão radical, que colidia diretamente com a natureza do culto
sacrifical judaico, enfraquecido, mas ainda existente naquela época, Jesus,
assegura ao escriba que suas convicções o aproximam do Reino de Deus (Mc 12.34).
Jesus denuncia mais uma vez aqui neste texto que adoração não tem relação com o
que possuímos, isto é, com o "capital" (financeiro, social ou
intelectual) que temos, mas com aquilo que somos. Se reconheço que não sou nada
e que Deus é incomparável, então sou adorador! Se não sou egoísta, mas percebo
o outro como meu irmão, merecedor de toda a misericórdia e amor que necessito,
estou louvando a Deus! O que faço não deve ser consequência de uma cobiça por
algo a receber, mas o resultado de um autoconhecimento básico: sou filho amado
do Pai e membro do Corpo de Cristo.
Leia também: Grande Mandamento - reflexão Mandamentos
1. Possíveis definições para louvor e adoração?
Provisória
e precariamente, podemos descrever adoração e louvor como um estado de consciência
onde se reconhece simultaneamente a grandiosidade de Deus e a efemeridade da
condição humana. É a busca insaciável por mais da pessoa de Deus, sem nenhum
interesse alheio a esse fim. É desejo pessoal de dedicar o máximo de si a Deus
e ao próximo. Partindo destas ideias fica evidente que existem níveis e
intensidades diferentes na adoração e louvor, não necessariamente uma
hierarquia ou uma escala.
2. A espontaneidade e simplicidade na adoração.
Adoração
não pode ser mecanizada. Celebrações como "tarde de adoração",
"noite dos adoradores" podem ter um ótimo apelo midiático, mas não
possuem garantias espirituais. É possível a realização de cultos com outros
fins - políticos, econômicos, pessoais - que não a adoração. Nunca se deve associar
a adoração e o louvor a uma sequência de protocolos a serem seguidos, e que não
podem ser modificados. A adoração e louvor, por vezes, estão relacionados na
Bíblia a situações de fortes sentimentos, arrebatamentos, e muitas vezes
surpreendentes (Dn 10.7-10; At 22.7). Ao falar a respeito do
"perfeito louvor", Jesus cita a pureza e simplicidade das crianças (Mt
21.16). Logo, devemos entender que louvar a Deus, ainda que seja algo feito em
um contexto coletivo, é uma atitude que devemos fazer de forma espontânea, por
meio da gratidão, quebrantamento e humilhação.
3. Adoração como acesso individual a Deus.
Não
dá para adorar mais ou menos, "quase adorar" ou adora-se a Deus ou
não! Por isso, muitas pessoas procuram enganar a si mesmas achando que a
simples presença num contexto religioso as faz adoradoras do Pai. A verdade é
que aqueles que creem e buscam a Deus com simplicidade de coração, com certeza
o acharão (Sl 119.7). Deus, durante todo o curso da humanidade, convida-nos a
adorá-lo, reconhecê-lo como único Senhor (Sl 29.2; 150.6; Is 55.6). A
Bíblia está repleta de narrativas a respeito de pessoas que, em sua disposição
pessoal para adorar ao Senhor, foram abundantemente abençoados enquanto
adoravam: Isaías teve o pecado perdoado (Is 6.7); Moisés conversou com Deus
como quem dialoga com um amigo (Êx 33.11); Jacó teve um encontro inesquecível
com Deus (Gn 32.28) e Paulo teve toda sua visão de mundo reorientada (2 Co
12.1-10).
Cada pessoa é única e reage de maneira diferente ao sentir a presença de Deus nos momentos de adoração e louvor.
1. O cerimonialismo legalista contemporâneo.
Normas
para se prestar um culto são necessárias, e a própria Bíblia traz essas
orientações. Entretanto, um culto que se concentra em ritos e cerimônias, sem
contemplar a atuação do Espírito Santo, tende a engessar a liberdade da
adoração e do Espírito Santo em atuar na congregação. Para algumas pessoas a
adoração está diretamente vinculada à execução de determinadas formalidades
espirituais.
2. A irreverência assumida como elemento
litúrgico.
Em nome de uma suposta modernização, ou para usar um termo
técnico, aculturação, algumas igrejas perderam suas identidades. Já não se
percebem como manifestações históricas do Reino de Deus, são apenas meros
ajuntamentos sociais. Não há nenhum sentimento de reverência nesses locais.
Para certos grupos, ir ao shopping e ir à igreja significa a mesmíssima coisa,
literalmente. O louvor é um espetáculo de pirotecnia espiritual - às vezes nada
mais que muito choro e gritos, outras vezes apenas pulos e aplausos. Letras
repetitivas à exaustão, vazias de conteúdo bíblico e até mesmo de sentido
lógico, povoam certas igrejas. Em nome de atrair o público jovem o templo
transforma-se em um local de entretenimento.
3. O que significa realmente adoração e louvor?
Perguntar-se
a respeito do que é adorar é um ótimo indício de que você está muito perto de
experimentar a plenitude da presença de Deus. Lembra do escriba cheio de
dúvidas (v.34)? Adoração e louvor são conceitos amplíssimos, enriquecidos pelas
vivências pessoais de cada um de nós. Muito mais importante que saber o
conceito é poder testemunhar as experiências quase indescritíveis de ter estado
na presença de Deus em amor e obediência, louvor e adoração, fragilidade e
plenitude. Não há pressa em compreender o que é adorar e louvar, temos mais
doze domingos para nos achegarmos mais a Deus, com muita humildade e temor, e
perguntarmos a Ele: podes me ajudar a viver diante de ti uma vida para teu
louvor onde tudo o que faça repercuta em adoração ao teu santo nome?
CONCLUSÃO
Ao falarmos de louvor e adoração precisamos ter a consciência de que estamos lidando com temas absolutamente relevantes para o Reino de Deus. Neste tempo de poucos referenciais e muitos escândalos, desenvolver um senso coletivo de intimidade e temor a Deus será essencial para o amadurecimento de nossas igrejas.
Você se sente motivado a louvar e adorar a Deus durante as celebrações em sua igreja?
De que forma você pode contribuir para que o ambiente comunitário em que você serve a Deus torne-se um espaço de vivências de adoração?
Fonte:
Revista Lições Bíblicas Jovens 4º Trim/2016 - Em Espírito e em Verdade - A essência da Adoração Cristã - CPAD
"Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem." João 4:23
CONCLUSÃO
Ao falarmos de louvor e adoração precisamos ter a consciência de que estamos lidando com temas absolutamente relevantes para o Reino de Deus. Neste tempo de poucos referenciais e muitos escândalos, desenvolver um senso coletivo de intimidade e temor a Deus será essencial para o amadurecimento de nossas igrejas.
Você se sente motivado a louvar e adorar a Deus durante as celebrações em sua igreja?
De que forma você pode contribuir para que o ambiente comunitário em que você serve a Deus torne-se um espaço de vivências de adoração?
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Revista Lições Bíblicas Jovens 4º Trim/2016 - Em Espírito e em Verdade - A essência da Adoração Cristã - CPAD
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