Como a unidade social básica, cada questão social atinge de algum modo a família. É claro, porém, que algumas questões chegam mais perto do centro da identidade e do bem-estar familiar. Na sociedade contemporânea, estariam entre essas questões: papéis sexuais (veja a postagem anterior), a extensão e os tipos de comportamento sexual e os padrões de casamento.
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A Bíblia e a sexualidade humana.
O primeiro princípio bíblico da sexualidade humana é que o sexo é legítimo exclusivamente dentro da aliança do casamento. A declaração concisa desse princípio em Gênesis 2.24 é a corte de apelação em todo o Novo Testamento em questões ligadas ao casamento e ao comportamento sexual (veja Mt 19.5-6; Mc 10.8; Ef 5.31). As implicações desse princípio orientador são também examinadas na Bíblia.
Primeiro, todos os desvios sexuais são condenados (Gl 5.19; Rm 1.24). Entre eles a relação sexual com crianças (pedofilia, veja Mt 18.6), o incesto (Lv 20.11-21) e o comportamento homossexual (Lv 18.22; Rm 1.26-27).
Terceiro, a sexualidade causa consequências psicológicas poderosas. O sexo é o modo de união no casamento (Gn 2.24). Ele junta duas pessoas formando “uma carne” (veja acima). O sexo no casamento desenvolve a personalidade. Mas fora dele, distorce e prejudica emocionalmente (1Co 6.18; Ml 2.16).
Quarto, o casamento é a provisão divina para expressão sexual (1Co 7.9). Como tal, é normal e bom (Jo 2.1-11; 1Tm 4.3; 5.14). A Bíblia certamente permite o celibato e o recomenda para uma vida de devoção completa (1Co 7.7-9,32-34). Mas a noção de celibato egoísta que busca o próprio prazer é estranho à Bíblia. O celibato bíblico sempre inclui castidade e devoção (Mt 19.10-12; 1Tm 5.9-11).
Assim como ocorre hoje, o divórcio era comum em todo o mundo greco-romano e em Israel após o exílio (cerca de 536 a.C.). Isso explica os severos alertas a respeito do divórcio e novo casamento em Malaquias (cerca de 430 a.C.) e em todo o Novo Testamento. Enquanto o divórcio vem se tornando mais aceitável na sociedade, os cristãos questionam cada vez mais o ensino bíblico sobre o assunto.
A discussão envolve quatro passagens-chave nos evangelhos (Mt 5.32; 19.3-12; Mc 10.2-12; Lc 16.18), uma nas epístolas de Paulo (1Co 7) e algumas no Antigo Testamento (especialmente Dt 24.1-4). A questão decisiva nessas passagens é se há motivos justificáveis para o divórcio e, caso haja, quais.
Debates extensos tem levado a diferentes conclusões entre cristãos evangélicos. Alguns não encontram permissão alguma para o divórcio. Outras encontram uma, duas ou várias. Outras permitem o divórcio, mas não o novo casamento.
Um ponto crucial nesse debate é Mateus 19.3-9 (também Mc 10.2-12), onde Jesus citou a permissão mosaica de um “certificado de divórcio” no contexto do próprio ensino. Jesus afirmou que Moisés “permitiu” essa prática por causa da dureza dos corações. A prática é descrita em Deuteronômio 24.1-4 que, porém, não prescreve nenhuma base para divórcio. Antes, proíbe o novo casamento de um casal previamente divorciado.
O motivo do divórcio (“por ter ele achado coisa indecente nela”) é ambíguo em hebraico. Já na época do Novo Testamento, os rabinos judeus dividiam-se quanto ao significado da frase. Os seguidores do rabino Shammai limitavam o significado a “adultério”. Os seguidores do rabino Hillel incluíam qualquer coisa que desagradasse. A pergunta dos fariseus reflete esse debate (19.3). Jesus evitou o laço armado e, ao mesmo tempo, elaborou três pontos importantes acerca do divórcio.
Primeiro, ele declarou que a questão do divórcio não era pertinente. Deus queria que o casamento fosse uma relação de aliança e uma união que formasse “uma só carne” pelo resto da vida (19.4-6).
Segundo, Moisés não instituiu o divórcio, nem forneceu bases para isso. Ele só permitiu e regulamentou o divórcio como uma realidade social que resultava em última análise do pecado.
Terceiro, o Senhor designou a imoralidade sexual como a única base para o divórcio (1990). A palavra usada é porneia (cf. a palavra “pornografia”), um termo um tanto amplo que inclui outros tipos de imoralidade além do adultério.
Há muito se entende que o ensino de Paulo em 1 Coríntios 7 acrescenta uma segunda exceção para o divórcio. Nesse caso, um crente “não fica sujeito à servidão”, caso o cônjuge incrédulo deixe a relação de casamento (1Co 7.12-15). Tomadas em seu sentido literal, essas palavras parecem indicar desobrigação do compromisso marital e, portanto, liberdade para novo casamento (cf. 7.39). Em 7.10-11 Paulo reiterou o ensino do Senhor sobre o ideal do casamento. Os maridos e as esposas não se separem. Mas caso o façam, devem buscar reconciliação ou permanecer sós. A palavra aqui traduzida por “separar” (chorizo) pode incluir o divórcio.
Parece mais natural pressupor que a Bíblia aceita o novo casamento em casos de imoralidade sexual e abandono. Em 1 Coríntios 7.8-9 Paulo disse que é melhor que os “solteiros” casem-se em vez de se arriscarem à imoralidade sexual. Em 1 Coríntios 7.27-28, Paulo deu uma orientação ainda mais geral ao tratar de tais pessoas. A palavra “solteiros” (agamos) não se refere exclusivamente a pessoas que nunca se casaram (“virgem”, parthenos) ou a viúvas (chera). Ela parece englobar pessoas que não se encontram casadas por algum outro motivo. Observe o contraste entre “solteiro” e “viúvas” (7.8,39) e “virgens” (7.27-28).
A Bíblia destaca que o próprio Deus pretende que o casamento seja uma relação de aliança vitalícia entre um homem e uma mulher. Deus declara seu ódio ao divórcio (Ml 2.16). Tanto o Senhor como Paulo foram coerentes ao apelar à ordenança do casamento na criação em seu ensino. A Bíblia não exige nem recomenda em parte alguma o divórcio. Antes, o perdão e a reconciliação são estimulados (1Co 7.11). Todas as exceções são dadas com reserva, como um meio de regular condições pecaminosas. Em suma, a fácil aceitação do divórcio moderno é estranha à Bíblia.
Fonte: A Bíblia e a Fé Cristã - via Estudantes da Bíblia.
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