“Eis que sobre vós
envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade Jerusalém, até que do alto
sejais revestidos de poder” Lc 24.49
Poder do alto contra as hostes da maldade
A lição desta semana mostrará que só podemos vencer as hostes espirituais da maldade com o poder do alto. A pregação do Evangelho com poder desfaz as artimanhas do Inimigo de nossa alma. A Igreja de Cristo libertou vidas das cadeias espirituais por causa da pregação do Evangelho com poder.
Sobre o Contexto Histórico de Samaria
Para explicar essa realidade bíblica que o comentarista inicia a lição desta semana mostrando a origem da animosidade dos samaritanos com os judeus. Essa animosidade remonta ao pai do rei Acabe e o cativeiro dos israelitas sob o reinado do rei assírio Salmaneser quando sitiou Samaria em 722. A partir daí ocorre a distinção religiosa entre samaritanos e judeus, pois diferente destes, aqueles rejeitaram o Antigo Testamento, adotando apenas o Pentateuco, os cinco primeiros livros de Moisés, bem como construíram o templo rival no Monte Gerizim. Isso que é exposto no primeiro tópico.
Sobre o Evangelho entre os samaritanos
O segundo tópico expõe a relação de Jesus com os samaritanos, o poder de Deus por meio do ministério de Filipe e a importância do batismo no Espírito Santo na proclamação do Evangelho em Samaria. O tópico expõe que o poder de Deus é eficaz na proclamação do Evangelho. Quando este é pregado com poder não há animosidade que impeça o avanço do Reino de Deus.
Sobre Filipe em Samaria e Simão, o Mágico
Este último tópico centraliza mais a relação de Filipe, Simão e apóstolo Pedro. O comentarista expõe o choque do Evangelho com o embusteiro. Onde diante das Boas Novas, o pecador não pode usar de engano, pois o Espírito Santo traz luz sobre as motivações mais ocultas. O Evangelho não tem nada a ver com mágica, mentiras ou comércio espiritual.
O importante a destacar nesta lição é que só a proclamação poderosa do Evangelho pode destruir as hostes espirituais da maldade e, logo, precisamos ser revestidos do poder do alto. Por isso, esta lição é uma oportunidade para refletir acerca do batismo no Espírito, a santidade da vida cristã e a nossa consagração espiritual. Não podemos perder de vista a nossa prontidão espiritual diante da batalha contra principados e potestades. Assim, enalteça a prática da oração e do jejum, a prática da leitura devocional das Escrituras, a fim de alimentar a alma e saciar a fome espiritual. (Subsídio Ensinador Cristão)
As obras das trevas são demolidas pelo poder de Deus no trabalho de pregação do Evangelho de Cristo.
Leitura Bíblica - Atos 8.5-13,18-21
INTRODUÇÃO
O relato do trabalho evangelístico de Filipe em Samaria nos chama a atenção. Primeiro, por causa da animosidade que havia entre judeus e samaritanos; depois, porque Jesus havia dito antes: não “entreis em cidade de samaritanos” (Mt 10.5). Mas a região foi palco de um grande avivamento com a chegada do Evangelho. Isso aconteceu no poder do Espírito Santo, que trouxe muita alegria, gozo e libertação na cidade, mas o Evangelho também veio para desfazer as obras das trevas.
I. CONTEXTO HISTÓRICO
DE SAMARIA
Os samaritanos eram os israelitas que se mesclaram com o povos estrangeiros durante o período da dispersão das Dez Tribos do Norte em 722 a.C. Com o passar do tempo, essa mescla veio a ser também religiosa. Na era apostólica, o clima entre judeus e samaritanos era tenso. O evangelho de João resume o relacionamento entre judeus e samaritanos nas seguintes palavras: “Judeus não se comunicam com os samaritanos” (Jo 4.9).
1. A fundação de Samaria.
A cidade foi fundada pelo pai do rei Acabe, o qual reinava sobre dez tribos do norte, que se apartaram de Jerusalém no século 10 a.C. (1Rs 12.19,20). O nome do rei era Onri, que comprou um monte de um cidadão chamado Semer, onde fundou uma cidade a qual deu o nome de Samaria, em homenagem ao dono anterior, e fez dela a capital do seu reino (1Rs 16.24). Mesmo antes da dispersão dos israelitas do reino do Norte, já havia um clima de tensão entre Samaria e Jerusalém, Israel e Judá, os dois reinos que se dividiram após a morte de Salomão.
2. O cativeiro.
Quando o rei da Assíria, Salmaneser, sitiou Samaria em 722 a.C., levou para o cativeiro as dez tribos do norte (2Rs 17.3). Mas foi Sargom II, sucessor de Salmaneser V, que concluiu o cativeiro dos israelitas das Dez Tribos do Norte. Os assírios levaram as Dez Tribos do Norte para outras regiões e trouxeram estrangeiros para povoarem a terra de Israel. Os poucos filhos de Israel que ficaram na terra se misturaram com os estrangeiros deportados de suas terras (2Rs 17.24-31). Desse modo, seus filhos não eram totalmente judeus nem completamente gentios; eram os samaritanos.
3. As diferenças entre judeus e samaritanos.
Os judeus recusaram a ajuda dos samaritanos na reconstrução do templo de Jerusalém quando Judá retornou do cativeiro babilônico (Ed 4.1-4). Os samaritanos rejeitaram as Escrituras do Antigo Testamento, adotaram apenas o Pentateuco e também construíram um templo rival no monte Gerizim. Com esses fatos, a ruptura samaritana se consolidou, mas eles esperavam também a vinda do Messias (Jo 4.25). Na era apostólica, Samaria era o nome da cidade e ao mesmo tempo da província romana.
A cidade de Samaria foi fundada pelo pai do rei Acabe, Onri. Samaria era a capital do Reino do Norte.
SUBSÍDIO
Os Samaritanos
Seita antiga, e ainda hoje existente entre os judeus, derivando o seu nome de Samaria, a cidade capital dos seus domínios. (*veja Israel, israelitas.) Depois da queda de Samaria e do reino de Israel, o conquistador Sargom levou a massa dos seus habitantes para a Assíria, sendo depois repovoados, em parte, os territórios dos israelitas por estrangeiros, vindos das regiões vizinhas do Tigre e do Eufrates (2 Rs 17). Estes e os israelitas, que tinham ficado na terra de Israel, aliaram-se por casamentos recíprocos, tomando mais tarde o nome de samaritanos. o despovoado país tinha sido invadido por animais ferozes, tirando os idólatras desse fato a conclusão de que o ‘Deus do pais’ estava encolerizado. E, aterrorizados com essa ideia, mandaram pedir ao imperador da Assíria que lhes fosse mandado um sacerdote do Senhor, a fim de instruí-los sobre a maneira de prestar culto ao Deus de israel. Ao princípio a sua religião era de diferentes cores: ‘temiam o Senhor e ao mesmo tempo serviam aos seus próprios deuses’. Mas, depois das reformas introduzidas por Josias, reformas que se estenderam até Betel e aos distritos do norte (2 Rs 23.15 - 2 Cr 34.6,7), parece que o povo cedeu à destruição dos seus ídolos, aceitando nominalmente a religião israelita. Todavia, embora tivessem a mesma religião que os judeus, não tinham destes a sua estima, visto como eles se tinham servido de calúnias e de vários estratagemas para impedir a reedificação do templo de Jerusalém (2 Rs 17 - Ed 4.5,6). Depois do cativeiro, tendo principiado Neemias uma reforma na Judéia, deu-se o caso de alguns dos judeus, que tinham casado com mulheres pagãs, preferirem passar para os samaritanos a terem de repudiá-las. Um destes foi Manassés, filho do sumo sacerdote, o qual conseguiu que os samaritanos renunciassem a muitas das suas idolatrias, edificando sobre o monte Gerizim um templo, onde o culto se assemelhava ao de Jerusalém. (*veja Manassés, Neemias, Sambalá.) Mais tarde, quando o pais fazia parte do império grego, revoltaram-se os samaritanos contra o poder de Alexandre. Este expulsou-os de Samaria, reuniu-os com os macedônios, sendo dada a província aos judeus. Contribuiu esta circunstância em não pequeno grau para aumentar a animosidade entre os dois povos. Samaria tornou-se lugar de refúgio para os transgressores da lei judaica, que iam depois prestar culto ao Senhor no monte Gerizim. Quando prosperavam os negócios do povo judeu, nunca os samaritanos perdiam a ocasião de se chamarem hebreus, pertencentes à raça de Abraão. Mas quando os judeus eram atormentados com perseguições já os samaritanos não os reconheciam como sendo seus irmãos, declarando, então, que eram da raça fenícia, ou descendentes de José, ou de seu filho Manassés. os samaritanos mostravam ter interesse pela antiga aliança mosaica. A sua fé e práticas religiosas eram somente baseadas no Pentateuco, sendo inteiramente rejeitados os outros livros do cânon judaico. o seu templo, edificado no monte Gerizim, ali permaneceu até ao ano 109 a.C. Jesus distinguia os samaritanos das ovelhas perdidas da casa de israel, e dos gentios (Mt 10.5,6). Neste tempo o ódio entre eles e os judeus estava no seu auge (Lc 9.52,53 - Jo 4.9) - e até ao próprio Salvador chamavam samaritano, significando esta palavra tudo quanto era mau (Jo 8.48). (Dicionário Bíblico Universal Buckland pgs.395-396)
Leia mais em Jesus e os Grupos Politico-Religiosos de sua época
SUBSÍDIO
O Reino dividido
Após a morte do rei Salomão, filho de Davi, aconteceu uma disputa pela sucessão em Israel. As dez tribos do Norte, lideradas por Jeroboão, solicitaram a Roboão, filho de Salomão e herdeiro legítimo do trono, que aliviasse a carga tributária imposta por seu pai, Salomão; diante da negativa de Roboão, as tribos do Norte entronizaram como rei a Jeroboão. Com isso, Israel se dividiu em duas partes, chamadas de Reino do Norte, sob a liderança de Jeroboão, e Reino do Sul, sob a liderança de Roboão. Esse fato aconteceu em 922 a.C. A falta de amor e misericórdia entre as tribos irmãs foi a causa do cisma de toda uma nação. Quando a arrogância e a soberba prevalecem sobre o amor e respeito pelo outro, o fim sempre será trágico.
Leia mais em O contexto da Profecia de Isaías
II. O EVANGELHO ENTRE OS SAMARITANOS
O relacionamento cristão com os samaritanos começou de forma salutar com o Senhor Jesus e depois continuou com Filipe. Este aqui é o mesmo que foi escolhido como um dos sete diáconos (At 6.5), mas logo se destacou na pregação do Evangelho e aparece cerca de vinte anos depois como evangelista (At 21.8).
1. Jesus e os samaritanos.
Os samaritanos, numa ocasião, recusaram-se a receber Jesus quando Ele estava a caminho de Jerusalém (Lc 9.52,53). Mas, na aldeia de Sicar, em Samaria (Jo 4.5), os samaritanos receberam Jesus e creram na sua mensagem como resultado do testemunho da mulher samaritana (Jo 4.39-42). A passagem do Bom Samaritano (Lc 10.25-28) foi uma lição para os judeus: eles não deviam imitar o levita nem o sacerdote, mas o samaritano. Jesus proibiu os discípulos de entrarem em cidades de samaritanos, porque Ele fora enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt 10.5,6), uma vez que ainda não era tempo. Mas, depois de sua ressurreição dentre os mortos, Jesus mandou pregar também em Samaria (At 1.8). Filipe agora estava cumprindo com êxito essa missão.
2. O poder de Deus entre os samaritanos.
Filipe foi impulsionado pelo Espírito Santo; do contrário, não ousaria enfrentar as hostilidades dos samaritanos. Filipe “lhes pregava a Cristo” (v.5) com poder, de modo que as multidões prestavam atenção no que ele dizia, pois “ouviam e viam os sinais que ele fazia” (v.6). Era algo inédito e que atraía as multidões: “pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados” (v.7). Essa manifestação era o autêntico poder do alto contra as hostes por meio da pregação do Evangelho. Filipe revolucionou a cidade pelo poder de Deus.
3. O batismo no Espírito Santo.
Havia muita alegria na cidade com a chegada de Filipe, que batizava homens e mulheres (v.12). A notícia desses fatos chegou à Igreja de Jerusalém, que enviou os apóstolos Pedro e João, os quais trouxeram o que ainda faltava aos samaritanos convertidos: o batismo no Espírito Santo. Ao chegarem a Samaria, eles impuseram as mãos sobre os novos crentes, que “receberam o Espírito Santo” (v.13).
Jesus levou a primeira mensagem aos samaritanos e, por instrumentalidade de Filipe, o Evangelho impactou aos samaritanos com o poder do Espírito.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“De fato, deveriam ter sempre em mente que o batismo no Espírito não é uma experiência climática. Assim como o próprio Pentecostes foi apenas o começo da colheita, tendo trazido homens e mulheres a uma comunhão de adoração, ensino e serviço, assim também o batismo no Espírito Santo é apenas uma porta para uma relação crescente entre Ele mesmo e os crentes. Essa relação leva a uma vida de serviço, onde os dons do Espírito proveem poder e sabedoria para a divulgação do Evangelho e o crescimento da Igreja, como evidenciado pela sua rápida propagação em muitas áreas do mundo atual. Novos preenchimentos e orientações relativas ao serviço devem ser esperadas conforme surgirem novas necessidades, e conforme Deus, em sua vontade soberana, cumprir o seu plano” (MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. RJ: CPAD, 2003, p.106).
III. FILIPE EM SAMARIA E SIMÃO, O MÁGICO
Antes da chegada de Filipe à Samaria, ali estava Simão, o mágico, um entre os vários impostores que afirmavam possuir os segredos da natureza e comunicar-se com o mundo invisível, dedicando-se ao ocultismo e ao curandeirismo. Tudo isso se chama artes mágicas, superstições populares e práticas enganosas sob a égide do príncipe das trevas.
1. Simão, o mágico.
Nesse contexto de tanta alegria e gozo entre o povo mediante a obra realizada por Filipe, surge a figura de um cidadão: “Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica e tinha iludido a gente de Samaria, dizendo que era uma grande personagem” (v.9). Ele já estava na cidade antes da chegada de Filipe e era reconhecido pela população como “a grande virtude de Deus” (v.10). Isso significa que Simão se declarava um tipo de emanação ou representação do ser divino. No entanto, não passava de um embusteiro que, durante muito tempo, iludia o povo com artes mágicas (vv.9,11).
2. A conversão de Simão, o mágico.
O texto sagrado afirma: “E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito” (v.13). É difícil saber até que ponto a conversão de Simão, o mágico, era genuína, pois o relato indica tratar-se de uma conversão meramente intelectual ou artificial. A avaliação do apóstolo Pedro foi: “o teu coração não é reto diante de Deus” (v.21). Assim, impressionado com os milagres que Filipe operava, Simão teria se convencido de ser Jesus o Messias, mas não houve transformação em sua vida.
3. A repreensão do apóstolo Pedro.
Simão, o mágico, foi desmascarado na tentativa de subornar o apóstolo Pedro, pensando ser possível comprar o poder do Espírito Santo. Essa atitude não condiz com a postura de um novo convertido que ainda não compreende a natureza da fé crista (1Tm 3.6). Parece que Simão imaginou ter descoberto uma nova fórmula mágica, como os exorcistas de Éfeso (At 19.13) e, dessa forma, achou que podia comprar essa “fórmula” para ampliar o seu curriculum e acrescentar ao seu cardápio um novo serviço para o povo. Ele não agiu com sinceridade, por isso o apóstolo Pedro o amaldiçoou (vv.20-23). Foi do nome de Simão que veio o termo “simonia”, que consiste no ato deliberado de comprar ou vender as coisas espirituais. Os discípulos de Simão ainda estão por aí negociando e vendendo as coisas espirituais.
O impostor Simão, o Mágico, foi repreendido pelo apóstolo Pedro.
SUBSÍDIO DE VIDA CRISTÃ
“O Senhor considerará você tão responsável por acreditar numa mentira quando considerou Adão. As falsas doutrinas matam a alma. Se sairmos da Palavra de Deus para crermos numa mentira, perdemos o sangue e a vida de nossa alma. Não deixe que ninguém o engane, ainda que venha como anjo de luz […]. A Palavra de Deus nos diz: ‘Tais falsos apóstolos sao obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Nao é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras’ (2Co 11.13-15)” (SEYMOUR. Devocional: O Avivamento da Rua Azusa. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2003, pp.40,41).
CONCLUSÃO
A história de Simão, o mágico, nos mostra que seu comportamento foi reprovado por Deus. Há uma diferença abissal entre o poder que vem do alto, o poder sobrenatural do Espírito Santo, e os pseudomilagres operados por charlatões e embusteiros, agentes a serviço do reino das trevas. Isso nos serve de lição para estarmos alertas quanto aos líderes enganosos.
Poder do alto contra as hostes da maldade
A lição desta semana mostrará que só podemos vencer as hostes espirituais da maldade com o poder do alto. A pregação do Evangelho com poder desfaz as artimanhas do Inimigo de nossa alma. A Igreja de Cristo libertou vidas das cadeias espirituais por causa da pregação do Evangelho com poder.
Sobre o Contexto Histórico de Samaria
Para explicar essa realidade bíblica que o comentarista inicia a lição desta semana mostrando a origem da animosidade dos samaritanos com os judeus. Essa animosidade remonta ao pai do rei Acabe e o cativeiro dos israelitas sob o reinado do rei assírio Salmaneser quando sitiou Samaria em 722. A partir daí ocorre a distinção religiosa entre samaritanos e judeus, pois diferente destes, aqueles rejeitaram o Antigo Testamento, adotando apenas o Pentateuco, os cinco primeiros livros de Moisés, bem como construíram o templo rival no Monte Gerizim. Isso que é exposto no primeiro tópico.
Sobre o Evangelho entre os samaritanos
O segundo tópico expõe a relação de Jesus com os samaritanos, o poder de Deus por meio do ministério de Filipe e a importância do batismo no Espírito Santo na proclamação do Evangelho em Samaria. O tópico expõe que o poder de Deus é eficaz na proclamação do Evangelho. Quando este é pregado com poder não há animosidade que impeça o avanço do Reino de Deus.
Sobre Filipe em Samaria e Simão, o Mágico
Este último tópico centraliza mais a relação de Filipe, Simão e apóstolo Pedro. O comentarista expõe o choque do Evangelho com o embusteiro. Onde diante das Boas Novas, o pecador não pode usar de engano, pois o Espírito Santo traz luz sobre as motivações mais ocultas. O Evangelho não tem nada a ver com mágica, mentiras ou comércio espiritual.
O importante a destacar nesta lição é que só a proclamação poderosa do Evangelho pode destruir as hostes espirituais da maldade e, logo, precisamos ser revestidos do poder do alto. Por isso, esta lição é uma oportunidade para refletir acerca do batismo no Espírito, a santidade da vida cristã e a nossa consagração espiritual. Não podemos perder de vista a nossa prontidão espiritual diante da batalha contra principados e potestades. Assim, enalteça a prática da oração e do jejum, a prática da leitura devocional das Escrituras, a fim de alimentar a alma e saciar a fome espiritual. (Subsídio Ensinador Cristão)
As obras das trevas são demolidas pelo poder de Deus no trabalho de pregação do Evangelho de Cristo.
Leitura Bíblica - Atos 8.5-13,18-21
INTRODUÇÃO
O relato do trabalho evangelístico de Filipe em Samaria nos chama a atenção. Primeiro, por causa da animosidade que havia entre judeus e samaritanos; depois, porque Jesus havia dito antes: não “entreis em cidade de samaritanos” (Mt 10.5). Mas a região foi palco de um grande avivamento com a chegada do Evangelho. Isso aconteceu no poder do Espírito Santo, que trouxe muita alegria, gozo e libertação na cidade, mas o Evangelho também veio para desfazer as obras das trevas.
Monte Gerizim |
Os samaritanos eram os israelitas que se mesclaram com o povos estrangeiros durante o período da dispersão das Dez Tribos do Norte em 722 a.C. Com o passar do tempo, essa mescla veio a ser também religiosa. Na era apostólica, o clima entre judeus e samaritanos era tenso. O evangelho de João resume o relacionamento entre judeus e samaritanos nas seguintes palavras: “Judeus não se comunicam com os samaritanos” (Jo 4.9).
1. A fundação de Samaria.
A cidade foi fundada pelo pai do rei Acabe, o qual reinava sobre dez tribos do norte, que se apartaram de Jerusalém no século 10 a.C. (1Rs 12.19,20). O nome do rei era Onri, que comprou um monte de um cidadão chamado Semer, onde fundou uma cidade a qual deu o nome de Samaria, em homenagem ao dono anterior, e fez dela a capital do seu reino (1Rs 16.24). Mesmo antes da dispersão dos israelitas do reino do Norte, já havia um clima de tensão entre Samaria e Jerusalém, Israel e Judá, os dois reinos que se dividiram após a morte de Salomão.
2. O cativeiro.
Quando o rei da Assíria, Salmaneser, sitiou Samaria em 722 a.C., levou para o cativeiro as dez tribos do norte (2Rs 17.3). Mas foi Sargom II, sucessor de Salmaneser V, que concluiu o cativeiro dos israelitas das Dez Tribos do Norte. Os assírios levaram as Dez Tribos do Norte para outras regiões e trouxeram estrangeiros para povoarem a terra de Israel. Os poucos filhos de Israel que ficaram na terra se misturaram com os estrangeiros deportados de suas terras (2Rs 17.24-31). Desse modo, seus filhos não eram totalmente judeus nem completamente gentios; eram os samaritanos.
3. As diferenças entre judeus e samaritanos.
Os judeus recusaram a ajuda dos samaritanos na reconstrução do templo de Jerusalém quando Judá retornou do cativeiro babilônico (Ed 4.1-4). Os samaritanos rejeitaram as Escrituras do Antigo Testamento, adotaram apenas o Pentateuco e também construíram um templo rival no monte Gerizim. Com esses fatos, a ruptura samaritana se consolidou, mas eles esperavam também a vinda do Messias (Jo 4.25). Na era apostólica, Samaria era o nome da cidade e ao mesmo tempo da província romana.
A cidade de Samaria foi fundada pelo pai do rei Acabe, Onri. Samaria era a capital do Reino do Norte.
SUBSÍDIO
Os Samaritanos
Seita antiga, e ainda hoje existente entre os judeus, derivando o seu nome de Samaria, a cidade capital dos seus domínios. (*veja Israel, israelitas.) Depois da queda de Samaria e do reino de Israel, o conquistador Sargom levou a massa dos seus habitantes para a Assíria, sendo depois repovoados, em parte, os territórios dos israelitas por estrangeiros, vindos das regiões vizinhas do Tigre e do Eufrates (2 Rs 17). Estes e os israelitas, que tinham ficado na terra de Israel, aliaram-se por casamentos recíprocos, tomando mais tarde o nome de samaritanos. o despovoado país tinha sido invadido por animais ferozes, tirando os idólatras desse fato a conclusão de que o ‘Deus do pais’ estava encolerizado. E, aterrorizados com essa ideia, mandaram pedir ao imperador da Assíria que lhes fosse mandado um sacerdote do Senhor, a fim de instruí-los sobre a maneira de prestar culto ao Deus de israel. Ao princípio a sua religião era de diferentes cores: ‘temiam o Senhor e ao mesmo tempo serviam aos seus próprios deuses’. Mas, depois das reformas introduzidas por Josias, reformas que se estenderam até Betel e aos distritos do norte (2 Rs 23.15 - 2 Cr 34.6,7), parece que o povo cedeu à destruição dos seus ídolos, aceitando nominalmente a religião israelita. Todavia, embora tivessem a mesma religião que os judeus, não tinham destes a sua estima, visto como eles se tinham servido de calúnias e de vários estratagemas para impedir a reedificação do templo de Jerusalém (2 Rs 17 - Ed 4.5,6). Depois do cativeiro, tendo principiado Neemias uma reforma na Judéia, deu-se o caso de alguns dos judeus, que tinham casado com mulheres pagãs, preferirem passar para os samaritanos a terem de repudiá-las. Um destes foi Manassés, filho do sumo sacerdote, o qual conseguiu que os samaritanos renunciassem a muitas das suas idolatrias, edificando sobre o monte Gerizim um templo, onde o culto se assemelhava ao de Jerusalém. (*veja Manassés, Neemias, Sambalá.) Mais tarde, quando o pais fazia parte do império grego, revoltaram-se os samaritanos contra o poder de Alexandre. Este expulsou-os de Samaria, reuniu-os com os macedônios, sendo dada a província aos judeus. Contribuiu esta circunstância em não pequeno grau para aumentar a animosidade entre os dois povos. Samaria tornou-se lugar de refúgio para os transgressores da lei judaica, que iam depois prestar culto ao Senhor no monte Gerizim. Quando prosperavam os negócios do povo judeu, nunca os samaritanos perdiam a ocasião de se chamarem hebreus, pertencentes à raça de Abraão. Mas quando os judeus eram atormentados com perseguições já os samaritanos não os reconheciam como sendo seus irmãos, declarando, então, que eram da raça fenícia, ou descendentes de José, ou de seu filho Manassés. os samaritanos mostravam ter interesse pela antiga aliança mosaica. A sua fé e práticas religiosas eram somente baseadas no Pentateuco, sendo inteiramente rejeitados os outros livros do cânon judaico. o seu templo, edificado no monte Gerizim, ali permaneceu até ao ano 109 a.C. Jesus distinguia os samaritanos das ovelhas perdidas da casa de israel, e dos gentios (Mt 10.5,6). Neste tempo o ódio entre eles e os judeus estava no seu auge (Lc 9.52,53 - Jo 4.9) - e até ao próprio Salvador chamavam samaritano, significando esta palavra tudo quanto era mau (Jo 8.48). (Dicionário Bíblico Universal Buckland pgs.395-396)
Leia mais em Jesus e os Grupos Politico-Religiosos de sua época
SUBSÍDIO
O Reino dividido
Após a morte do rei Salomão, filho de Davi, aconteceu uma disputa pela sucessão em Israel. As dez tribos do Norte, lideradas por Jeroboão, solicitaram a Roboão, filho de Salomão e herdeiro legítimo do trono, que aliviasse a carga tributária imposta por seu pai, Salomão; diante da negativa de Roboão, as tribos do Norte entronizaram como rei a Jeroboão. Com isso, Israel se dividiu em duas partes, chamadas de Reino do Norte, sob a liderança de Jeroboão, e Reino do Sul, sob a liderança de Roboão. Esse fato aconteceu em 922 a.C. A falta de amor e misericórdia entre as tribos irmãs foi a causa do cisma de toda uma nação. Quando a arrogância e a soberba prevalecem sobre o amor e respeito pelo outro, o fim sempre será trágico.
Leia mais em O contexto da Profecia de Isaías
II. O EVANGELHO ENTRE OS SAMARITANOS
O relacionamento cristão com os samaritanos começou de forma salutar com o Senhor Jesus e depois continuou com Filipe. Este aqui é o mesmo que foi escolhido como um dos sete diáconos (At 6.5), mas logo se destacou na pregação do Evangelho e aparece cerca de vinte anos depois como evangelista (At 21.8).
1. Jesus e os samaritanos.
Os samaritanos, numa ocasião, recusaram-se a receber Jesus quando Ele estava a caminho de Jerusalém (Lc 9.52,53). Mas, na aldeia de Sicar, em Samaria (Jo 4.5), os samaritanos receberam Jesus e creram na sua mensagem como resultado do testemunho da mulher samaritana (Jo 4.39-42). A passagem do Bom Samaritano (Lc 10.25-28) foi uma lição para os judeus: eles não deviam imitar o levita nem o sacerdote, mas o samaritano. Jesus proibiu os discípulos de entrarem em cidades de samaritanos, porque Ele fora enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt 10.5,6), uma vez que ainda não era tempo. Mas, depois de sua ressurreição dentre os mortos, Jesus mandou pregar também em Samaria (At 1.8). Filipe agora estava cumprindo com êxito essa missão.
2. O poder de Deus entre os samaritanos.
Filipe foi impulsionado pelo Espírito Santo; do contrário, não ousaria enfrentar as hostilidades dos samaritanos. Filipe “lhes pregava a Cristo” (v.5) com poder, de modo que as multidões prestavam atenção no que ele dizia, pois “ouviam e viam os sinais que ele fazia” (v.6). Era algo inédito e que atraía as multidões: “pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados” (v.7). Essa manifestação era o autêntico poder do alto contra as hostes por meio da pregação do Evangelho. Filipe revolucionou a cidade pelo poder de Deus.
3. O batismo no Espírito Santo.
Havia muita alegria na cidade com a chegada de Filipe, que batizava homens e mulheres (v.12). A notícia desses fatos chegou à Igreja de Jerusalém, que enviou os apóstolos Pedro e João, os quais trouxeram o que ainda faltava aos samaritanos convertidos: o batismo no Espírito Santo. Ao chegarem a Samaria, eles impuseram as mãos sobre os novos crentes, que “receberam o Espírito Santo” (v.13).
Jesus levou a primeira mensagem aos samaritanos e, por instrumentalidade de Filipe, o Evangelho impactou aos samaritanos com o poder do Espírito.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“De fato, deveriam ter sempre em mente que o batismo no Espírito não é uma experiência climática. Assim como o próprio Pentecostes foi apenas o começo da colheita, tendo trazido homens e mulheres a uma comunhão de adoração, ensino e serviço, assim também o batismo no Espírito Santo é apenas uma porta para uma relação crescente entre Ele mesmo e os crentes. Essa relação leva a uma vida de serviço, onde os dons do Espírito proveem poder e sabedoria para a divulgação do Evangelho e o crescimento da Igreja, como evidenciado pela sua rápida propagação em muitas áreas do mundo atual. Novos preenchimentos e orientações relativas ao serviço devem ser esperadas conforme surgirem novas necessidades, e conforme Deus, em sua vontade soberana, cumprir o seu plano” (MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. RJ: CPAD, 2003, p.106).
III. FILIPE EM SAMARIA E SIMÃO, O MÁGICO
Antes da chegada de Filipe à Samaria, ali estava Simão, o mágico, um entre os vários impostores que afirmavam possuir os segredos da natureza e comunicar-se com o mundo invisível, dedicando-se ao ocultismo e ao curandeirismo. Tudo isso se chama artes mágicas, superstições populares e práticas enganosas sob a égide do príncipe das trevas.
1. Simão, o mágico.
Nesse contexto de tanta alegria e gozo entre o povo mediante a obra realizada por Filipe, surge a figura de um cidadão: “Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica e tinha iludido a gente de Samaria, dizendo que era uma grande personagem” (v.9). Ele já estava na cidade antes da chegada de Filipe e era reconhecido pela população como “a grande virtude de Deus” (v.10). Isso significa que Simão se declarava um tipo de emanação ou representação do ser divino. No entanto, não passava de um embusteiro que, durante muito tempo, iludia o povo com artes mágicas (vv.9,11).
2. A conversão de Simão, o mágico.
O texto sagrado afirma: “E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito” (v.13). É difícil saber até que ponto a conversão de Simão, o mágico, era genuína, pois o relato indica tratar-se de uma conversão meramente intelectual ou artificial. A avaliação do apóstolo Pedro foi: “o teu coração não é reto diante de Deus” (v.21). Assim, impressionado com os milagres que Filipe operava, Simão teria se convencido de ser Jesus o Messias, mas não houve transformação em sua vida.
3. A repreensão do apóstolo Pedro.
Simão, o mágico, foi desmascarado na tentativa de subornar o apóstolo Pedro, pensando ser possível comprar o poder do Espírito Santo. Essa atitude não condiz com a postura de um novo convertido que ainda não compreende a natureza da fé crista (1Tm 3.6). Parece que Simão imaginou ter descoberto uma nova fórmula mágica, como os exorcistas de Éfeso (At 19.13) e, dessa forma, achou que podia comprar essa “fórmula” para ampliar o seu curriculum e acrescentar ao seu cardápio um novo serviço para o povo. Ele não agiu com sinceridade, por isso o apóstolo Pedro o amaldiçoou (vv.20-23). Foi do nome de Simão que veio o termo “simonia”, que consiste no ato deliberado de comprar ou vender as coisas espirituais. Os discípulos de Simão ainda estão por aí negociando e vendendo as coisas espirituais.
O impostor Simão, o Mágico, foi repreendido pelo apóstolo Pedro.
SUBSÍDIO DE VIDA CRISTÃ
“O Senhor considerará você tão responsável por acreditar numa mentira quando considerou Adão. As falsas doutrinas matam a alma. Se sairmos da Palavra de Deus para crermos numa mentira, perdemos o sangue e a vida de nossa alma. Não deixe que ninguém o engane, ainda que venha como anjo de luz […]. A Palavra de Deus nos diz: ‘Tais falsos apóstolos sao obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Nao é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras’ (2Co 11.13-15)” (SEYMOUR. Devocional: O Avivamento da Rua Azusa. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2003, pp.40,41).
CONCLUSÃO
A história de Simão, o mágico, nos mostra que seu comportamento foi reprovado por Deus. Há uma diferença abissal entre o poder que vem do alto, o poder sobrenatural do Espírito Santo, e os pseudomilagres operados por charlatões e embusteiros, agentes a serviço do reino das trevas. Isso nos serve de lição para estarmos alertas quanto aos líderes enganosos.
Fonte:Lições Bíblicas - 1º Trimestre 2019 - Batalha Espiritual - O Povo de Deus e a Guerra contra as Potestades do mal.
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