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sábado, 31 de janeiro de 2015

O Cristão e os exercícios físicos

O CRISTÃO EVANGÉLICO NA ACADEMIA DE GINÁSTICA

Ao observar o que acontece nos grandes centros urbanos do Brasil, percebemos que existe exagero quanto aos cuidados com a imagem da estrutura física. Pessoas passam horas se exercitando numa espécie de culto ao próprio corpo. Não é papel exclusivo do povo brasileiro praticar exercício físico com a finalidade de melhorar a estética, ao redor do mundo toda cultura valoriza a imagem pessoal, ainda que de maneiras distintas.

O cristão evangélico pode frequentar academia de ginástica? Alguns perguntam se a pessoa cristã pode ser frequentadora desses lugares. Ao crente maduro na fé, essa pergunta é desnecessária e considerada desgastante.  Mas, de tempos em tempos tal interrogação sempre vem à tona, é realizada com interesse sincero por crentes novos convertidos.

Não podemos desmerecer ninguém, nem os que são favoráveis ao uso da academia e nem aqueles que são contra. Seja qual for sua opinião sobre o assunto, deve possuir respaldo bíblico.

Ter uma bela aparência, estar bem cuidado e saudável é uma situação ótima, todavia, o que mais importa não é se estamos gordo ou magro, franzino ou musculoso, pois o que há de maior valor é o que mantemos em nosso coração (Salmo 119.11; Mateus 15.11).

Crentes contrários  

Indivíduos com a mente fechada, sendo homem ou mulher, dizem que é pecado frequentar a academia, usam o texto bíblico de 1 Timóteo 4.7-8:"Exercita-te a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir." 

Com este argumento, afirmam que o frequentador de academia seria alguém com os pés já no inferno, pois  frequentá-la seria uma espécie de supervalorização da imagem, alimentação da vaidade. Mas se esquecem que as Escrituras nos informam que tudo (repito: tudo) é vaidade. Está  escrito em Eclesiastes 1.2: "Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade." Ou seja, tanto a opção de recusa quanto a de frequentar a academia ambas são escolhas vaidosas.

Exercício da piedade e exercício físico

"O exercício corporal para pouco se aproveita." Pouco" não é o mesmo que nada, e não é reprovação. O texto bíblico compara o exercício da piedade com o exercício físico. Logicamente a atividade física vale menos. Contudo não há censura em nenhum lugar da Bíblia quanto aos cuidados com o corpo.

Piedade, em grego é "eusebeia", tem a conotação de reverência e respeito a Deus tanto em palavras quanto em ações. Portanto, a atitude mais relevante na vida do cristão é o cuidado com as coisas espirituais e não a dedicação em cuidar de sua parte física.

Crentes favoráveis

Os cristãos que não se deixam prender ao núcleo mais conservador da religião cristã afirmam que não é pecado frequentar uma academia. Usando o texto de 1 Coríntios 3.17, argumentam que o corpo humano é o templo do Espírito Santo e que o cristão deve conservá-lo em boa forma, sempre da melhor maneira possível.

Eles dizem: "Quem quiser ir, que vá, pois tem mais é que se cuidar: ir ao spa para realizar reeducação alimentar; praticar natação, exercitar-se em hidroginástica, etc. Mas quem não quiser que não vá. Porém, qualquer que seja a  decisão que seja feita com moderação."

Saúde

Não podemos julgar um pelos outros. Cada qual sabe o que está enfrentando em questões de saúde.

Precisamos cuidar do corpo. Conheço algumas pessoas que passaram a frequentar academias por orientação médica, com a finalidade de mudar a postura e livrarem-se de dores na região da coluna. Situação assim merece ser bem aproveitada. Quem não frequenta deveria pelo menos caminhar três vezes por semana. Jesus e seus discípulos faziam exercícios todos os dias ao caminharem levando a mensagem das Boas Novas de salvação pelos vales e montanhas de Israel.

O hábito de frequentar academia é bom. O cuidado com o corpo por motivos de saúde não é coisa do mundo pós-moderno, é possível constatar vários indícios de atividades físicas regulares nas sociedades antigas.

Pode ou não pode?

O cristão pode tudo, porque todas as coisas são lícitas. Mas o cristão precisa priorizar o que edifica e não se deixar dominar por nada, evitar ser pedra de tropeço na vida do próximo pelo seu modo de viver. Ver: Romanos 14.22-23; 1 Coríntios 6,12; 10,23.

Conclusão

Quem pensa ser necessário alimentar a vaidade ao extremo, deve vigiar, pois pode cair no engano do Maligno.

Considero gente fora da realidade quem segue exageradamente uma moda, porque mais cedo ou mais tarde será abandonado por ela, pois todas as modas são temporais. Provavelmente, daqui uns anos essas pessoas, modeladas em máquinas de academia de ginástica, terão vergonha de mostrar suas imagens em fotos e vídeos, considerarão no futuro o registro do estilo de vida que levam agora imagens que devem esconder e esquecer.

Sinceramente, não considero corpos modelados em malhações de academias os mais bonitos. Mas respeito quem se sinta melhor torneando as linhas de seu corpo.

E.A.G.
Artigo publicado a partir de uma participação em debate sobre o assunto no grupo Assembleia de Deus Tradicional em 30 de janeiro de 2015 - https://www.facebook.com/groups/adtradicional/

Aqui eu Aprendi!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Não tomarás o nome do Senhor em vão

O TERCEIRO MANDAMENTO 
Levítico 19
12 - Nem jurareis falso pelo meu nome, pois profanaríeis o nome do vosso Deus. Eu sou o SENHOR

Êxodo 20
7 - Não tomaras o nome do SENHOR, teu Deus, em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.

Mateus 5
33 - Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor.
34 - Eu, porém, vos digo que, de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é o trono de Deus,
35 - nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei,
36 - nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.
37 - Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna.

Mateus 23
16 - Ai de vós, condutores cegos! Pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor.
17 - Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o templo, que santifica o ouro?
18 - E aquele que jurar pelo altar, isso nada é; mas aquele que jurar pela oferta que está sobre o altar, esse é devedor.
19 - Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta ou o altar, que santifica a oferta?

Será que este mandamento se refere a apenas dominarmos a nossa língua para não misturarmos o nome de Deus em expressões banais, tais como: "Meu Deus do Céu", "Deus é brasileiro", "Ai meu Deus" ou "Por Deus"? Ou ainda "Se Deus quiser", "Que Deus te ajude e a mim não desampare"? Será mesmo que o terceiro mandamento se refere exclusivamente a esses ditados populares que sequer existiam na época em que ele foi proferido por Deus?

Quando estudamos a natureza da religião egípcia dirigida por Faraó, percebemos que o rei fazia tudo em nome do seu deus. Muitos eram os deuses do Egito: deuses Rá, Osíris, Amon, Serápis e muitos outros. Faraó se declarava o dono da terra, das suas colheitas e, em nome do seu deus, ele se via o dono do povo egipciano.
As guerras e os roubos das nações eram feitos em nome desses deuses. O culto aos deuses egípcios encobria às maldades, perversidades, riquezas palacianas, mentiras e a escravidão da realeza. Tudo era legitimado pelo culto prestado a tais divindades. Uma prática normal que, mais tarde, influenciou as nações da região de Canaã. O problema de legitimar todas as práticas de Faraó em nome de um deus é que o rei não estava interessado em saber qual era a real vontade desta suposta divindade, mas apenas usar o seu nome para legitimar todo o seu projeto de poder real. Com o Deus de Israel, o seu nome não poderia ser tomado em vão.
O povo de Israel não poderia usar o nome de Deus para reproduzir o mesmo modelo enganador de Faraó. O Criador não estava interessado que o Seu nome fosse usado para legitimar interesses de autoridades reais, mas que, de fato, colocassem em prática a sua suprema vontade. Ele não estava disposto a servir aos interesses do povo, mas o povo deveria viver os Seus interesses.
Deus revelou o Seu nome a Moisés: "EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós [...] o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó me enviou até vós. Este é o meu nome eternamente" (Êx 3.14,15). Ele é o EMANUEL, o Deus conosco. Mais tarde os líderes usaram o nome de Deus em vão, sistematicamente, colocando sobre o povo uma carga que nem eles aguentavam (Mt 23.4). Proposições que em nada tinham haver com a vontade de Deus, a sua justiça, misericórdia e amor (Mt 23.23-24). Eles banalizaram o nome de Deus! Mas Jesus é o santo nome, o Deus Conosco, a plena revelação da divindade. O nome que revela amor, justiça e misericórdia.  
Ensinador Cristão.CPAD

O terceiro mandamento proíbe o juramento indiscriminado e leviano, pois o voto é um tipo de compromisso que deve ser reservado para uma solenidade excepcional e incomum.

COMENTÁRIO
Houve um tempo em que bastava a palavra de uma pessoa e o compromisso estava firmado. Hoje, as pessoas dizem que as palavras “o vento as leva”. Vivemos numa sociedade em que seus membros banalizaram o compromisso verbal. É comum muitos mudarem de posição, não que isso seja errado, pois não há nada mais digno do que reconhecermos quando estávamos equivocados, mas recuar em sua palavra pelo bel-prazer não é correto. O Senhor Jesus ensinou aos discípulos que a nossa linguagem tem de ser sim, sim ou não, não. Não pode haver meio-termo quanto às nossas decisões. Não podemos usar “os céus” ou “a terra” para encobrir as nossas decisões. [1]

INTRODUÇÃO
As informações sobre cada um dos dez mandamentos do Decálogo são fornecidas ao longo do Pentateuco e em muitos casos em toda a Bíblia, e aqui não é diferente. O texto não expressa de maneira explícita, mas deixa claro que diz respeito a tudo o que se refere ao nome de Deus. Há expositor que exagera ao dizer que não é possível saber o que este mandamento quer dizer com as palavras: "Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão" (Êx 20.7; Dt 5.11). O contexto bíblico esclarece o que Deus está nos ensinando e mostra a abrangência do referido mandamento. Fala sobre o uso de modo trivial do nome divino, proibindo o perjúrio e toda a forma de profanação e blasfêmia do nome de Javé.  [1]


I. O NOME DIVINO.
1. O NOME.
Uma lista dos vários nomes de Deus a partir das Escrituras.
Deus (el, elah, elohim, eloah)
Jeová (Yahweh)
Deus (tsur — ‘rocha’) (Is 44.8)
Deus (theos) (NT)
Senhor (kurios) (NT) (adonai) (AT) Divindade (theotes) (Cl 2.9)
(theios) (At 17.29)
(theiotes) (Rm 1.20)
Altíssimo (elion) (SI 18.13, etc.)
(Impsistos) (Mt 21.9, etc.)
Santo (de Israel) (Qadosh) (SI 71.22, etc.) Poderoso {el) (SI 50.1)
(gibbor) (Dt 10.17, etc.)
Deus dos deuses (Dt 10.17)
Senhor dos senhores (Dt 10.17)
Doador de luz (Maor) (Gn 1.16)
Pai (ab) (AT: SI 89.26, etc.)
(pater) (NT: Jo 5.17, etc.)
Juiz (shafat) (Gn 18.25, etc.)
Redentor (gaal) (Jó 19.25)
Salvador (yasha) (AT: Is 43.3)
(soler) (NT: Lc 1.47)
Libertador (palat) (SI 18.2, etc.)
Escudo (magen) (SI 3.3, etc.)  (também Broquel, SI 18.30)
Força (eyaluth) (SI 22.19)
Todo-poderoso (shaddai) (Gn 17.1, etc.)
Deus que vê (el roi) (Gn 16.13)
Justo (tsaddiq) (SI 7.9, etc.)
Senhor dos exércitos (elohim tsebhaoth) (Jr 11.20)
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol.1.pg.125

Respeito pelo Nome Divino. Acima de todos os outros povos, os hebreus respeitavam e temiam a Deus. Por essa razão, não usavam o nome de Deus frivolamente. Eles pronunciavam os nomes de Deus como alterações que lhes permitiam não terem de verbalizar os sons exatos desses nomes. Os escribas registravam os nomes de Deus lavando freqüentemente as mãos. Um dos mandamentos mosaicos, o terceiro, proibia o uso frívolo do nome divino (Êx. 20.7). Sabemos que as culturas antigas acreditavam no poder mágico dos nomes. Saber qual o nome de uma divindade, ou de um demônio, supostamente dava à pessoa certo poder sobre essa divindade ou demônio, em momentos de necessidade. No caso dos demônios, o conhecimento dos nomes deles poderia ser um meio de expeli-los. Esses fatos demonstram o respeito que algumas pessoas tinham pelos nomes, e talvez esse fosse um dos motivos pelo extremo respeito que os judeus tinham pelo nome divino. No judaísmo posterior, encontramos o uso mágico de nomes; mas não temos evidências a esse respeito quanto à primitiva cultura judaica, embora isso deva ter existido em algum grau e de alguma maneira. [2]

2. NOMES GENÉRICOS.
O nome Elohim apresenta os primeiros vislumbres da Trindade. A declaração de Gênesis 1.1; traz o verbo no singular, "criou", e o sujeito no plural Elohim, "Deus", o que revela a unidade de Deus na Trindade. Construção similar aparece em várias partes do Antigo Testamento: "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança" (Gn 1.26); "Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós" (Gn 3.22); "Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua" (Gn 11.7). A Trindade é vista em Elohim à luz do contexto bíblico. O Novo Testamento explicitou o que antes estava implícito no Antigo Testamento. Quando Elohim refere-se às divindades falsas traz no plural o verbo, o pronome ou o adjetivo, representando a multiplicidade. Quando, porém, aplicado ao Deus de Israel, o verbo e o seus complementos vêm geralmente no singular.

Os rabinos reconheceram a pluralidade neste nome, mas, como o judaísmo é uma religião que defende o monoteísmo absoluto, e não admite Jesus Cristo como o Messias de Israel, fica difícil para eles entenderem essa pluralidade. Para explicá-la, argumentam ser um plural de majestade, mas isso é uma determinação rabínica posterior. A definição de plural de majestade ou de excelência, como disse, foi dada pelo rabinato posterior. Disse Shlomo ibn Yitschaki, conhecido pela sigla RASHI, grande rabino e erudito judeu (nascido em 1040): "O plural de majestade não significa haver mais de uma pessoa na divindade". Essa declaração serviu para o judaísmo prosseguir sua marcha mantendo o monoteísmo absoluto sem Jesus e sem o Espírito Santo.

No relato da criação e em muitas outras passagens do Antigo Testamento, Elohim é nome próprio usado como forma alternativa de Javé. Segundo Umberto Cassuto, esse nome é usado para se referir à ideia obscura e mais abstrata da deidade, de um Deus universal e Criador do mundo, indicando a transcendência da natureza de Deus; ao passo que Javé aparece quando as características estão claras e concretas e sugere um Deus pessoal que se relaciona diretamente com o povo.

No capítulo um de Gênesis, Deus aparece como o Criador do universo físico e como o Senhor do mundo, exercendo domínio sobre todas as coisas. Tudo quanto existe veio à existência por causa exclusiva de Seu fiat, sem qualquer contato direto entre Ele e a natureza. Portanto, aplicando-se aquelas regras, aqui cabe o uso do nome Elohim (CASSUTO, 1961, p. 32).
Elohim é um dos nomes próprios de Deus, mas aparece como apelativo no Antigo Testamento quando se refere a divindades falsas, por exemplo os deuses do Egito (Êx 12.2) e de outras nações (Dt 13.7,8; Jz 6.10). A palavra é usada com relação às imagens dos cultos pagãos (Êx 20.23). As Escrituras fazem uso irregular de Elohim em referência a seres sobrenaturais (1 Sm 28.13) e juizes (SI 82.6). Aparece também, cerca de 20 vezes, com relação às divindades pagãs individuais. [1]

3. NOMES ESPECÍFICOS.
O Antigo Testamento emprega outros nomes para identificar o Deus Javé de Israel. São eles: ‘elyôn, "Altíssimo"; shadday, "Todo-poderoso" e ’ãdhonãy,S3 "Senhor".

O nome composto ’êl ‘elyôn significa "Deus Altíssimo". Elion designa Deus como o Alto e Excelente, o Deus Glorioso. É um dos nomes genéricos porque ele também é aplicado a governantes, mas nunca vem acompanhado de artigo quando se refere ao Deus de Israel. Abraão adorava a El Shadai, "Deus Todo-Poderoso" (Gn 17.1); e Melquisedeque, rei e sacerdote de Salém, era adorador de El Elion (Gn 14.19-20). Quando Abraão se encontrou com Melquisedeque, descobriu que seu Deus era o mesmo de Melquisedeque, apenas conhecido por um nome diferente (Êx 6.3). Em Gênesis 14.19-20, esse nome vem acompanhado de "El", mas, às vezes, aparece sozinho (Is 14.14).

O Deus de Israel é também identificado como ’êl shadday, "Deus Todo-Poderoso". Shadai é o "nome de uma deidade" (KO- EHLER BAUMGARTNER, vol. II, 2001, p. 1420). Segundo Holaday, é o nome de deidade identificado com Javé (2010, p. 514); e, de acordo com Gesenius, "mais poderoso, Todo-poderoso, um epíteto de Jeová, às vezes com El" (1982, p. 806). Aparece 48 vezes no texto hebraico das Escrituras, sete delas antecedido de El.

Esse era um nome apropriado para o período patriarcal, durante o qual os patriarcas viviam numa terra estranha e estavam rodeados pelas nações hostis. Eles precisavam saber que o seu Deus era o Todo-poderoso (Gn 17.1). O termo aparece com frequência na era patriarcal; só no livro de Jó ocorre 31 vezes. Êxodo 6.3 nos mostra que Deus era conhecido pelos patriarcas por esse nome. Deus se revelou primeiro aos patriarcas do Gênesis com nome El Shadai e, após o Sinai, os hebreus identificaram o seu libertador Javé com o El Shadai dos seus antepassados.

As duas formas do nome hebraico ’ãdhonay ou ’ãdhônay , "o Senhor, Adonai", aparecem no Antigo Testamento com "o" breve e com "o" longo (Is 6.1; Jz 13.8). O termo ocorre quase 450 vezes no Antigo Testamento, 310 vezes em conexão com o tetragrama e 134 vezes sozinho. É um nome próprio e significa literalmente "meu senhor" e, segundo Gesenius, é "somente usado para Deus" (1982, p. 12); forma "reservada como uma designação para Javé" (JENNI & WESTERMANN, vol. 1, 2001, p. 24). Adonai, "Senhor", é um nome divino e expressa a soberania de Deus no Universo. A desinência -ay indica plural, como acontece com o nome Elohim; o judaísmo considera Adonai como pluralis excellentiae. É diferente de ’ãdhôn, "senhor, dono", referindo-se geralmente a homens, ou com o sufixo ’ãdhõní, "meu senhor", forma pela qual Sara se dirigia a Abraão e Ana se dirigia a Eli (Gn 18.12; 1 Sm 1.15, 26).  [1]

No Antigo Testamento, o nome de uma pessoa tinha a função de mostrar o caráter ou a índole de um indivíduo.


II. O NOME QUE SE TORNOU INEFÁVEL
1. A PRONÚNCIA DO NOME DIVINO.
O tetragrama YHWH (Yahweh) era considerado sagrado demais para ser pronunciado. As vogais de Adonai (meu Senhor) foram combinadas com as consoantes yhwh, e o resultado foi a forma Jeová. Não se trata, realmente, de um nome de Deus, mas de uma corruptela do nome, a fim de que pudesse ser proferido, sem nenhum temor pelos judeus. Mas nunca aparece, com essa forma, no original hebraico da Bíblia. Tal forma só começou a aparecer no século XII D.C. Antes disso, —cada vez que aparecia YHWH, os judeus pronunciavam «Adonai». [2]

2. JEOVÁ OU JAVÉ?
Javé, o nome pessoal do Deus de Israel, é escrito pelas quatro consoantes (YHWH) — o tetragrama. A escrita hebraica foi usada durante todo o período do Antigo Testamento sem as vogais. Elas nada mais são do que sinais gráficos diacríticos, criados pelos rabinos entre os séculos 5 e 9, e que são colocados sobre, sob e no meio de cada consoante. Até hoje, esses sinais ajudam muito na leitura de qualquer texto hebraico; todavia, quem já conhece a língua não precisa mais deles.

Êxodo 3.14 revela que Deus é o que tem existência própria, ou seja, existe por si mesmo. É o imutável, o que causa todas as coisas, é autoexistente, aquele que é, que era e o que há de vir, o eterno. Até hoje, os judeus religiosos preferem chamar Deus de "O ETERNO", como se encontra na edição de 1988 da Bíblia na Linguagem de Hoje e na edição da Sêfer da Bíblia Hebraica em lugar do tetragrama. Aqui, Deus explicou a Moisés o significado do nome Iavé.

Desde o patriarca Abraão até ao período do reino dividido, era costume invocar a Javé mediante o uso do seu nome (Gn 12.8; 13.4; 21.33; 1Rs 18.24). Era necessário conhecer o nome para que se pudesse estabelecer um relacionamento de comunhão. Veja que Jacó perguntou ao anjo com quem lutava o seu nome (Gn 32.29). Manoá, o pai de Sansão, fez a mesma pergunta com o propósito de estabelecer um relacionamento espiritual (Jz 13.11- 17). Com Moisés, não foi diferente:
Então, disse Moisés a Deus: Eis que quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU.
Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração (Êx 3.13-15).
Javé estabeleceu um memorial ao seu nome, anunciado aqui, mas concretizado por ocasião da promulgação da lei, quando foi oficializado o concerto do Sinai (Êx 20.24). Aqui está a base do tetragrama YHWH. No texto hebraico, encontramos a frase ’ehyeh asher 'ehyeh; "EU SOU O QUE SOU". A substituição do “y” de ‘ehyeh pelo w do tetragrama vem de hãwãh, forma arcaica e sinônimo de hãyâh, "ser, estar, existir, tornar-se, acontecer", cuja primeira pessoa do imperfeito é ‘ehweh, e cuja terceira pessoa é yhweh.

Na poesia hebraica, usa-se com frequência a forma reduzida Yah. "Já é o seu nome; exultai diante dele" (Sl 68.4, TB). Isso pode explicar a presença da letra "a" no nome Yahweh. "Parece provável que a pronúncia original tenha sido YaHWeH, tanto por causa da forma verbal correspondente, o imperfeito de hãwãh, arcaicamente escrito yahweh, como de representações mais recentes desse nome em grego pelas palavras iaoue e iabe" (HAR- RIS; ARCHER, JR.; WALTKE, 1998, p. 346).

A partir de 300 a.C. o nome Adonai passou gradualmente a ser mais usado que o tetragrama até que o nome Javé tornou-se completamente impronunciável pelos judeus. Para evitar a vulgarização do nome e para que a forma não fosse tomada em vão, eles pronunciavam por reverência ’ãdhonãy cada vez que encontravam o tetragrama no texto sagrado, na leitura da sinagoga. Na Idade Média, os rabinos inseriram no tetragrama as vogais de adhonay (HARRIS; ARCHER, JR.; WALTKE, 1998, p. 347).

As vogais de 'HS (adõnãy) são (,=«);( = o) e (., = ã). Elas foram inseridas no tetragrama sagrado, resultando na seguinte forma: nin\ O resultado disso é a pronúncia "YeHoWaH". Mas os judeus ainda hoje pronunciam "Adonai" para lembrar na leitura bíblica na sinagoga que esse nome é inefável. Esse enxerto no tetragrama resultou no nome híbrido YEHOWAH, que a partir de 1520 os reformadores difundiram como "Jeová". A forma híbrida "Jeová" não é bíblica, mas foi assim que o nome passou para a cultura ocidental; aos poucos, contudo, esse nome vem sendo substituído pela forma Iavé ou Javé.
Os nomes Adonai e Javé são tão sagrados para os judeus que eles evitam pronunciá-los na rua ou no cotidiano. O segundo nem mesmo nas sinagogas é pronunciado, e no dia a dia eles chamam Deus de há-shêm, "o Nome" (Lv 24.11, TB; 2 Sm 6.2).
Nos manuscritos da Septuaginta, encontramos kyrios, "dono, senhor, o Senhor" (BALZ & SCHNEIDER, 2001, vol. I, p. 2437), no lugar de ’ãdõnã(y) e yhvh. Alguns fragmentos gregos de origem judaica apresentam o tetragrama, mas outros usam kyrios. Isso não é novidade. Jerônimo (347-420) "conhece a prática de, em manuscritos gregos, inserir o nome de Deus (Yahweh) com caracteres hebraicos" (WÜRTHWEIN, 2013, p. 262). A Septuaginta, como tradução, foi submetida a revisões e recensões e, por isso, até hoje ninguém sabe qual foi exatamente o texto original ou o que foi alterado no transcorrer dos séculos. Uns afirmam que o nome kyrios é original: "Assim, no contexto de uma revisão arcaizante e hebraizante, o tetragrama parece ter sido inserido na tradução antiga no lugar de Kyrios" (op. cit., p. 262). Mas, para outros, é de origem cristã ou teria vindo dos judeus. O certo é que ambos foram usados desde a origem da tradução.  [1]

3. O SIGNIFICADO.
EU SOU O nome que Deus deu a si mesmo quando encarregou Moisés de libertar os israelitas do Egito (Êx 3.14). Deus é o único Ser independente, inteiramente auto-subsistente no Universo. Tudo o que existe depende dele (Gn 1.1; cf. Cl 1.17; Hb 1.3,10). Ele não precisa de ninguém ou de nada, visto que Ele possui em si mesmo todos os relacionamentos possíveis - o Eu-ele ou o sujeito-objeto, o Eu-vocês ou o encontro pessoal, e o nós-você ou o relacionamento social. Tudo o que existe foi criado por Ele para sua própria glória. Cristo declarou ser Ele mesmo o grande "EU SOU". Em João 8 Ele afirma que diz a verdade, e apoia isto declarando que está dizendo o que ouviu (v. 26), viu (v. 38), e foi ensinado pelo Pai (v. 28), e pode corroborar com Ele em qualquer momento (v. 29). Ele conclui seu argumento usando a expressão "Eu Sou" (v. 58). Quando Ele disse: "Antes que Abraão existisse, Eu Sou", os judeus perceberam que isto era uma reivindicação de divindade, particularmente porque Ele estava retornando ao "Eu Sou" do v. 24. "Se não crerdes que eu sou [a palavra 'Ele' não consta no texto grego], morrereis nos vossos pecados". Foi por isso que eles pegaram em pedras para o matar. Eles perceberam que Ele estava identificando-se com o "EU SOU O QUE SOU" de Êxodo 3.14. Theodor Zahn encontrou expressões similares de "Eu Sou" em João 4.26; 9.9; 18.5; Mateus 14.27; Marcos 13.6; 14.62; Lucas 22.70; 24.39. Greijdanus objetou que nestas outras passagens um atributo é dado ou sugerido. No entanto, ao menos em Mateus 14.27, quando Cristo veio até os discípulos andando sobre as águas agitadas pela tempestade, Ele se anunciou dizendo: "Sou eu" (Gr. ego eimi). E novamente em Marcos 13.6 Ele usa o termo sem qualquer atributo, dizendo, "Muitos virão em meu nome, dizendo. Eu sou o Cristo [o texto gr. omite a palavra Cristo]; e enganarão a muitos". Por outro lado, Lucas 22.70 tem um atributo sugerido e, embora em Lucas 24.39, Cristo diga novamente "Sou Eu", Ele deixa claro que está simplesmente se identificando aos discípulos ao acrescentar a palavra autos, que significa "o mesmo", "Eu mesmo". [3]

Esse nome vem do verbo hebraico hayah, “ser, estar”. O significado desse verbo em Êxodo 3.14, “EU SOU O QUE SOU”, indica que Deus é imutável e existe por si mesmo; é autoexistente, autossuficiente e que causa todas as coisas. Deus se revela pelo seu nome.

A palavra “diacrítico” vem do grego diakretikos, que significa “distinção ou o que distingue”. Na língua portuguesa, os sinais diacríticos são os acentos gráficos usados para distinguir as pronúncias das vogais: o acento agudo, o circunflexo, o til, a cedilha, etc. Enquanto que na língua portuguesa esses sinais distinguem-se das letras ou das vogais, no hebraico eles são as próprias vogais unidas às consoantes.


III. TOMAR O NOME DE DEUS EM VÃO
1. O TERCEIRO MANDAMENTO.
Tomar o nome do SENHOR, teu Deus, em vão é “recorrer ao irrealismo, ou seja servir-se do nome de Deus para apelar ao que não é expressão do caráter divino”. Tal uso profano do nome de Deus ocorre no perjúrio, na prática da magia e na invocação dos mortos. A proibição é contra o falso juramento e também inclui juramentos levianos e a blasfêmia tão comum em nossos dias. “Este mandamento não obsta o uso do nome de Deus em juramentos verdadeiros e solenes.”
Deus odeia a desonestidade, e é pecado sério alguém usar o nome divino para encobrir um coração mau, ou para se fazer melhor do que se é. A pessoa que procura disfarçar uma vida pecaminosa, ao mesmo tempo em que professa o nome de Cristo, quebra este terceiro mandamento. Tais indivíduos são culpados diante de Deus (7) e só recebem misericórdia depois de se arrependerem. Os justos veneram o nome de Deus por ser santo e sagrado. [4]

O termo hebraico lashaw, “em vão, inutilmente, à toa”, indica algo sem valor, irreal no aspecto material e moral. A Septuaginta emprega a expressão grega epimataio, “impensadamente”. O substantivo shaw (pronuncia-se “chav”) significa “vaidade, vacuidade”. Corresponde a usar o nome de Deus de forma superficial, em conversas triviais, e faltar com a verdade em seu nome, como ao pronunciar um juramento falso (Lv 19.12) ou fazer um voto e não o cumprir (Ec 5.4). [1]

2. JURAMENTO E PERJÚRIO.
I. Definição e Sentidos
Um juramento é uma solene confirmação em apoio a alguma declaração, ou então, uma promessa, reforçada por um apelo a Deus, a alguma coisa sagrada, a alguma elevada autoridade, a alguma testemunha, que garanta a sinceridade e a intenção de quem jurou que cumprirá a sua declaração. Nos tribunais, tal confirmação da veracidade de uma declaração torna a pessoa passível de punição por perjúrio, se ficar provado que uma declaração importante sua é falsa. Um juramento também pode ser uma imprecação que, presumivelmente, tenha o poder de prejudicar àquele contra quem a imprecação é proferida. Utiliza-se um juramento para afirmar a veracidade de uma declaração qualquer, quando não há evidências presentes com esse propósito. A credibilidade de uma assertiva é fomentada por um juramento (ver Êx. 22:10,11, Nm. 5:16 ssj. Jesus fez um juramento quando o Sinédrio duvidou de suas reivindicações messiânicas (Mt. 26:63). Outrossim, um juramento submete aquele que jura ao escrutínio de Deus. Presume-se que ninguém juraria e mentiria, ao mesmo tempo. A Bíblia ensina-nos que Deus sempre tem consciência de nossos atos e de nossas palavras, e um juramento torna-nos responsáveis diante de Deus, ainda com mais força.

Não jurarás falso (Lev. 19:12 e Êx. 20:7) «...não tardarás em cumpri-lo...» (Dt. 23:22; ver Nm. 30:1-16). O costume de jurar era mais antigo que a lei. Foi adotado pela lei civil como algo necessário (Êx. 22:11). O que Jesus condena não é a simples ideia da lei, e, sim, como nos casos do sexto e do sétimo mandamentos, os abusos ao princípio. Os judeus classificavam os juramentos, e alguns eram reputados mais importantes, de acordo com o objeto sobre o qual o juramento era feito. Juravam pelo céu, pela terra, por cidades como Jerusalém, por partes do corpo humano, como a cabeça, pela sinagoga, pelo templo, e muitas vezes pelo nome de Deus (ou por respeito ao nome de Deus), modificando o som, às vezes fazendo o nome de Deus significar outra coisa, pelo modo de sua pronúncia. As vezes usavam os nomes dos deuses dos gentios em seus juramentos. Até hoje, em questão de profanação e juramentos, não há povo como os orientais. As formas de juramento e profanação são infinitas. Os judeus consideravam que só o juramento feito em nome de Deus era importante e exigia cumprimento. Maimônides disse: «Se quis jurat per coelum, per terra, per solem, non est juramentum». (Se alguém jura pelo céu, pela terra, pelo sol, não é juramento). Filo também mostra a atitude dos judeus quando afirma que os juramentos pela terra, pelo céu, e outros tantos juramentos, não eram obrigatórios. O desenvolvimento do costume de juramentos debilitou a moral da honestidade e da sinceridade entre o povo. A multiplicação de juramentos criou um espírito superficial, inclinado à mentira. Foi principalmente isso que Jesus censurou. [2]

3. MODALIDADES DE JURAMENTOS.
Juramentos (Mt 5 33-37). A lei mosaica dizia: Não perjurarás (33; Lv 19.12; Nm 30.2; Dt 23.21), isto é, “jurar falsamente” - no Novo Testamento, este verbo só é encontrado aqui. Mas Jesus disse: De maneira nenhuma jureis (34). Ele proibiu especificamente jurar pelo céu, pela terra, por Jerusalém, ou pela nossa própria cabeça (34- 36). Os judeus defendiam que jurar pelo nome de Deus vinculava aquele que fazia o juramento, mas jurar pelo céu não trazia nenhum vínculo. Assim, os itens acima eram substituídos como uma forma de subterfúgio, para não se dizer a verdade. Bengel cita o ditado rabínico: “Como o céu e a terra passarão, assim também o juramento passará, pois os conclamou como testemunhas”. Jesus defendeu que Deus está sempre presente quando os homens falam; por esta razão, todos devem falar honestamente.

O mandamento de Cristo foi: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não (37) - ou, como Beck apresenta: “Simplesmente diga: ‘Sim, sim; não, não’ ’’.A própria prática de jurar é um triste reflexo do caráter humano. Jesus exige honestidade o tempo todo, esteja um homem sob juramento ou não. Não há um padrão duplo para o cristão. [5]



IV. O SENHOR JESUS PROIBIU O JURAMENTO?
1. OBJETIVO DO TERCEIRO MANDAMENTO.
O Ideal. Como ideal mais elevado, provavelmente seria melhor não jurar, especialmente na comunidade cristã. O homem honesto, aprovado por Deus e que vive no espírito da lei, jamais teria necessidade de jurar, bastando o simples sim ou não. Jesus interpreta o espírito da lei, o ideal da humanidade. Lembrando-nos disso, podemos afirmar que a simples interpretação das palavras de Jesus seria exatamente esta: «De modo algum jureis, nem pelo céu...» etc. Contudo, infelizmente a sociedade não-regenerada não pode atingir tal ideal perfeito, porque há grande número de indivíduos indignos de confiança, e não seriam suficientes as simples palavras «sim» ou «não» para inspirar e garantir confiança nos tribunais de justiça. Assim, posto que a sociedade humana é imperfeita, tornam-se necessários os juramentos. Jesus não insistiria, por exemplo, para que o indivíduo que se irasse contra outrem fosse morto (Mt 5 vs.22) e nem que o homem que cobiçasse outra mulher que não a sua arrancasse (literalmente) o seu olho direito. Assim sendo, Jesus também não proibiria juramentos exigidos pela lei, que fazem parte do costume legal em muitos lugares. Cristo proíbe o espírito imprudente e orgulhoso com que faziam grandiosas mas falsas declarações em nome de Deus, em nome do lugar onde Deus habita (os céus), ou em nome de algum lugar associado ao seu nome, como o templo de Jerusalém. Deus não é obrigado a apoiar esses juramentos imprudentes, e o homem santo não pode esperar que Deus o faça. O emprego do nome de Deus, nessas condições, não passa de uma forma de profanação. Como ideal perfeito, a proibição absoluta contra qualquer forma de juramento deve ser a interpretação correta; mas esse ideal não impediria o fato de ser esse o costume dos tribunais, que trata com homens imperfeitos e desonestos. Provavelmente Cristo expunha o ideal para o indivíduo, não incluindo os costumes próprios dos tribunais, isto é, não estava legislando.  [2]

A finalidade é pôr um freio na mentira, restringir os juramentos e assim evitar a profanação do nome divino (Lv 19.12). O Senhor Jesus nos ensinou na oração do Pai Nosso a santificar o nome divino (Mt 6.9). Ninguém deve usar o nome de Deus nas conversas triviais do dia a dia, pois isso é misturar o sagrado com o comum (Lv 10.10).  [1]

2. A PROIBIÇÃO ABSOLUTA.
Há os que entendem que a expressão "de maneira nenhuma" (Mt 5.34) é uma proibição de toda e qualquer forma de juramento. Entre os que defendem essa interpretação estão os amish e os quakers, que nos Estados Unidos se recusam a jurar nos tribunais de justiça. Eles acreditam que o Senhor Jesus não fez declaração sob juramento diante do Sinédrio (Mt 26.63,64). De igual modo, o apóstolo Paulo evitava fazer juramentos em afirmações solenes (Rm 9.1; 1o 1.23).  [1]

3. A PROIBIÇÃO RELATIVA.
Outros afirmam que a proibição de Jesus se restringe aos juramentos triviais, e por essa razão o Senhor Jesus foi específico: "de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, [...] nem pela terra, [...] nem por Jerusalém, [...] nem jurarás pela tua cabeça" (Mt 5.34-36). Outro argumento é que homens de Deus no Antigo Testamento faziam juramentos em situação solene e o próprio Deus juros por si mesmo (Gn 24.3; 50.6,25; Hb 6.13,16). Consideram, ainda, como juramento a resposta de Jesus e as declarações solenes de Paulo (Mt 26.63,64; Rm 9.1; 1Co 1.23). Essas últimas passagens bíblicas não parecem conclusivas em si mesmas; entretanto, a proibição relativa nos parece mais coerente. Mesmo assim, devemos evitar o juramento e substituir o termo por voto solene em cerimônias de casamento. [1]

A determinação de Cristo sobre este assunto é:
Que não devemos jurar, de.maneira nenhuma, exceto quando estivermos devidamente obrigados a isto, e quando a justiça ou a caridade para com o nosso irmão, ou o respeito pela comunidade tornarem necessário o juramento para o fim (término) da contenda (Hb 6.16). O magistrado civil deve ser, normalmente, o juiz desta necessidade. [6] 

A linguagem do cristão deve ser usada na perspectiva de Jesus: sim, sim ou não, não.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Os Juramentos (5.33-37). Mateus apresenta pela quarta vez a fórmula ‘Foi dito... Eu, porém, vos digo’. No comentário sobre a antiga lei, Jesus faz um ajuste importante. Os juramentos eram permitidos e, em alguns casos, exigidos (e.g., Nm 5.19), mas Jesus proibiu o uso de juramentos. O emprego do advérbio holos (‘de maneira nenhuma’, Mt 5.34) indica que Jesus esperava que esta atividade cessasse completamente. Os juramentos que aludem indiretamente a Deus, pela referência a céu, terra e até a própria pessoa, eram proibidos, postura que respeita a transcendência e imanência de Deus ainda mais. A moratória de Jesus sobre juramentos e votos também elimina o cumprimento de votos tolos feitos imprudentemente. Ele atinge o cerne da questão: A pessoa honesta não tem necessidade de fazer juramento; um simples sim ou não é suficiente (veja também Tg 5.12)” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. RJ: CPAD, 2003, p.47).

A linguagem do cristão deve ser sim, sim ou não, não. Não há necessidade de jurar, pois o testemunho, como crente em Jesus, fala por si mesmo. Se alguém precisa jurar para que se acredite em suas palavras, tal pessoa precisa fazer uma revisão de sua vida espiritual. Por essa razão, devemos viver o que pregamos e pregar o que vivemos. 

PA R A    R E F L E T I R 
Sobre “Não tomaras o nome de Deus em vão”

Qual é o valor do nome na identidade de alguém?
Na cultura bíblica, o nome revelava o caráter e a índole de uma pessoa.

Que significado tem “EU SOU O QUE SOU” para você?
Reposta Livre. A ideia é que o aluno revele o que aprendeu sobre a expressão que mostra o verdadeiro nome de Deus: “EU SOU O QUE SOU”.

É correto falarmos em nome de Deus em conversas triviais?
Não. Isto seria misturar o nome sagrado de Deus com as coisas comuns e profanas.

Em nossos compromissos, há a necessidade de fazermos juramentos?
Não. A palavra do cristão deve ser “sim, sim ou não, não”.

Por que a nossa palavra deve ser sim, sim e não, não?
O testemunho do cristão deve falar por si mesmo, sem a necessidade de qualquer juramento para convencer alguém sobre a “verdade”.


Fontes:
[1]Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD
[2]CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos
[3]PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD
[4]Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 190.
[5]Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Mateus. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 60-61.
[6]HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. CPAD
BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD.
Revista Ensinador Cristão - editora CPAD / Estudantes da Bíblia / Estuda a Licao ebd / Eu vou para a Escola Dominical / Bíblia de Aplicação Pessoal / Bíblia Defesa da Fé / Bíblia de Estudo Pentecostal / Dicionário Ilustrado da Bíblia
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