“Como está escrito: Amei Jacó e aborreci Esaú” Rm 9.13
O desvio de caráter é algo sério. Significa
violar valores fundamentais que, uma vez não respeitados, põem em xeque o bem
estar do outro. Essa afirmativa pode ser exemplificada a partir de dois
exemplos.
Primeiramente, digamos que você entrega um
valor monetário para uma pessoa, em tese de sua confiança, para depositá-lo
numa conta mencionada por você. A pessoa diz que o depositou conforme
solicitado. Mas passam os dias e o beneficiário informa que não o recebeu. Ora,
por certo houve um problema eletrônico ou algo do tipo — pode-se pensar.
Entretanto, a pessoa que você pediu para depositar o valor sabe que não houve
problema algum, pois simplesmente ela o tomou para si.
Segundo, imagine um partido político uma vez
no poder, que outrora pregava contra a corrupção, deliberadamente não obedece
as leis fiscais, não se faz transparente, maquia a contabilidade no ano de
eleições a fim de os adversários políticos e a sociedade não terem acesso às
informações verdadeiras. Tudo em nome de uma causa que poucos conhecem a quem
interessa. Desobedecer deliberadamente as leis a fim de esconder o próprio
crime é a prova cabal do desvio de caráter. Portanto, algo muito sério!
Os casos mencionados, ambos exemplos da vida
real, prejudicaram pessoas. O primeiro lesou duas: a que solicitou o depósito e
a que teria de recebê-lo. Imagine o transtorno com atrasos, necessidades não
atendidas e outras mais! O segundo caso lesou a nação inteira, pois
trabalhadores perderam seus empregos, empresas faliram e a Economia quebrou. É
impossível calcular as décadas de perda para essa nação. Demorará muito para
ela se recuperar.
Na presente lição acerca do caráter de Jacó,
tanto do ponto de vista individual quanto do coletivo, não podemos tratar o
desvio de caráter como se fosse algo distante de nós. Invariavelmente, é
possível o cristão comum se vê num contexto em que essa luta travada com a
natureza humana se manifeste. Entretanto, devemos dar ênfase ao aspecto
restaurador do caráter de Jacó, pois a história do patriarca mostra o quanto a
natureza humana pode ser alterada a partir de um verdadeiro encontro com Deus.
Um processo de metanoia se instala, isto é, há uma transformação radical no
caráter, carregada de uma convicção profunda de arrependimento. Ora, em Cristo
Jesus, todo ser humano pode ter esse encontro com o nosso eterno Senhor. Em
Cristo, o caráter pode ser restaurado! Revista Ensinador Cristão nº70
Com base em sua presciência e propósitos, Deus escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.
Na lição deste domingo, estudaremos a respeito do caráter de Jacó. Ele nasceu agarrado ao calcanhar de seu irmão primogênito e recebeu o nome de “enganador”. Todavia, Deus em seus desígnios já o havia escolhido e revelado aos seus pais que o primogênito serviria ao caçula. Jacó fez jus ao seu nome ao comprar a primogenitura de seu irmão e ao mentir e enganar seu pai. Seu engano e mentira levaram-no para longe de casa e fez com que ele também fosse enganado por seu tio Labão. Mas Jacó teve um encontro com Deus e foi transformado por Ele. Todo encontro com Deus é transformador. Ninguém sai da presença do Pai da mesma maneira que entrou. Atualmente, muitos apenas ouviram falar a respeito de Deus, mas na verdade nunca tiveram um encontro real e pessoal com Ele. Somente Deus, o Criador, pode transformar o nosso verdadeiro “eu”.
SUBSÍDIO
JACÓ - Em hebraico, o nome ya‘aqob significa '‘apanhador de calcanhar", “malandro” ou “suplantador”. No sul da Arábia e na Etiópia, a palavra significa “que Deus proteja" e vem do verbo ‘aqaba, “guardar”, “cuidar'”, ou “proteger”. A raiz ‘aqab é uma palavra semita geral que ocorre nos nomes árabes pessoais, em inscrições acádias e aramaicas, assim como nos idiomas siríaco e palmireno. O substantivo que significa “calcanhar” ocorre em hebraico {‘aqeb), aramaico, siríaco, árabe, ugarítico e acádio. O nome de Jacó era, assim, um antigo membro da onomástica do Oriente ao invés de um nome unicamente bíblico.
JACO - O patriarca. O filho gêmeo mais novo de Isaque e Rebeca; mais tarde chamado de Israel. (Dicionário Bíblico Wiclyffe pg.1004)
O uso do termo “Jacó” nas Escrituras.
O nome “Jacó” é mencionado muitas vezes na Bíblia Sagrada. “Jacó” é retratado como um indivíduo marcado, como um filho favorecido (Ml 1.2; Rm 9.10-13), um herdeiro da promessa divina (cf. Hb 11.9), e um homem abençoado (Hb 11.20,21). Como o terceiro patriarca notável, Jacó é frequentemente ligado a Abraão e Isaque. E assim, o nome do Deus dos três renomados e célebres patriarcas é El Shaddai (Ex 6.3) e Yahweh (Ex 3.6,15), aquele que é fiel à sua aliança (Ex 2.24; 32.13; Dt 29.12), e aquele que se compadece de Israel (2 Rs 13,23). Os patriarcas judeus habitam com Ele (Mc 12,26,27), e sentam-se à sua mesa, em seu reino celestial (Mt 8.11). O portador do nome da nação de Israel, Jacó, aparece frequentemente nas Escrituras. Israel é a “casa de Jacó” (Lc 1.33); o seu Deus é o “Rei de Jacó” (Is 41.21); o Templo do Senhor Deus é a habitação do Deus de Jacó (At 7.46). A figura de Jacó (Israel) é compendiada no título “servo do Senhor” (Is 41.8; 44.1,2,21; 48.20; 49.3), de quem o Messias era o cumprimento (Is 42.1-7; 49.1-10; 50.4 9; 52.13-53.12; Mt 8.17; 12.15-21; Mc 10.45; Lc 2.30-32; At 3.13,26; 4.27,30; 8.30-35; 1 Pe 2,21-25). (leia mais em Dicionário Bíblico Wiclyffe pg 1007,1008)
INTRODUÇÃO
Isaque teve dois filhos gêmeos. Esaú tinha uma inclinação para o campo, para vida pastoril e também para a caça. Jacó, ao contrário, pelo seu temperamento e por sua personalidade, voltou-se para vida doméstica. Logo revelou ter um caráter oportunista e usurpador, que o levou a enganar o pai com apoio da mãe. As consequências foram duras em sua vida. O que plantou, colheu com grande sofrimento. Mas a misericórdia de Deus o alcançou e o Senhor o escolheu para ser o pai das doze tribos de Israel.
I. QUEM ERA JACÓ
1. O filho mais novo de Isaque.
Seu nome, em hebraico, é Yakoov e significa “Deus protege”. Ele integra a lista dos três patriarcas hebreus, que marcaram a história de Israel: Abraão, Isaque e Jacó. Sua história foi pontilhada de episódios dramáticos desde o seu nascimento. Deus ouviu as orações de Isaque, pois Rebeca era estéril (Gn 25.21). O texto diz que, no ventre, havia uma luta entre os bebês (Gn 25.22). Jacó nasceu agarrado ao calcanhar do seu irmão. Diante disso, o seu nome passou a ter o significado de “aquele que segura pelo calcanhar” ou “suplantador”.
2. O preferido de sua mãe.
Isaque tinha preferência por Esaú, por que gostava da caça. Mas Rebeca amava mais Jacó, por ser “varão simples, habitando em tendas” (Gn 25.27,28). Quando Isaque quis dar a bênção a Esaú, o primogênito (Gn 27.1-5), Rebeca, numa demonstração clara do seu caráter astucioso, chamou Jacó e o induziu a enganar seu pai (Gn 27.11,12,14,15). Enganado, Isaque abençoou Jacó (Gn 27.27-29). Ao retornar da caça, Esaú descobriu que seu irmão tomara sua bênção. Desesperado, recebeu do pai uma bênção menor (Gn 27.39,40). Cheio de ódio, planejou matar seu irmão (Gn 27.41). Jacó teve que fugir ameaçado por Esaú. Isaque percebeu que Deus tinha um plano na vida de Jacó, e o despediu com uma bênção profética de grande significado (Gn 28.1-4).
3. O preferido de Deus.
A escolha de Jacó é um caso especial de presciência divina face aos desígnios de Deus. Deus não tem filhos privilegiados, nem escolhe uns para a salvação e outros para a condenação, pois tal atitude contrariaria frontalmente o seu caráter santo, justo e bom. Seria uma terrível discriminação por parte de Deus que condena quem faz acepção de pessoas (Tg 2.9; 1Pe 1.17). Mas, em sua soberania, em casos especiais, Ele escolhe pessoas para serem instrumentos de sua vontade diretiva. Jacó foi um desses escolhidos, ainda no ventre (Rm 9.9-13).
II. A DIREÇÃO DE DEUS NA VIDA DE JACÓ
1. A visão da escada que tocava o céu.
Em sua fuga, no meio do deserto, Jacó teve um sonho dado por Deus. Ele viu uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. E Deus reiterou a bênção que lhe prometera (Gn 28.13-15). Deus não aprovou seus arranjos e enganos, mas também não retirou a bênção prometida a seus pais. Naquela noite, ele descobriu a presença de Deus, que se apresentou como o Deus de Abraão e de Isaque. Ele ouviu Deus reiterar suas promessas e descobriu que onde Deus está, ali é sua casa, “a porta dos céus” (Gn 28.13-17).
2. A coluna em Betel.
Jacó não buscou a Deus, mas Deus o buscou, e se revelou como o Deus de seus pais. Uma prova do quanto a graça de Deus é profunda. Sem dúvida alguma, a história de Jacó se divide em dois períodos. Antes de Deus encontrá-lo e depois daquele encontro especial. Tão impactante na sua vida foi aquele episódio, que ele chamou aquele lugar deserto de Betel, que significa “Casa de Deus”. Ali, naquela madrugada, Jacó ouviu Deus lhe falar; sentiu a presença divina e teve uma mudança extraordinária em sua vida.
Depois de deixar a casa dos seus pais, Jacó buscou a direção de Deus para sua vida.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Jacó fazia tudo, o certo e o errado, com grande zelo. Ele enganou seu próprio irmão Esaú, e seu pai, Isaque. Ele lutou com Deus, e trabalhou catorze anos para se casar com a mulher que amava. Por intermédio de Jacó, aprendemos como um forte líder pode, também, ser um servo. Também vemos como ações erradas sempre voltam para nos perturbar.
Depois de enganar Esaú, Jacó correu para salvar sua vida, viajando mais de 640 quilômetros até Harã, onde vivia seu tio, Labão. Pelo caminho, ele recebeu uma mensagem do Senhor, em um sonho, e deu a esse lugar o nome de Betel. Em Harã, Jacó se casou e iniciou uma família” (Extraído de Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.58).
Reproduza o mapa abaixo para mostrar aos alunos a rota feita por Jacó até Padã-Ara.
III. ASPECTOS DO CARÁTER DE JACÓ
1. Antes do seu encontro com Deus.
Até o encontro com Deus em Betel, ele era apenas um “homem natural”, ou carnal (1Co 2.14). Naquela fase de sua vida, podemos ver alguns aspectos negativos de seu caráter.
a) Oportunista e egoísta. Quando seu irmão chegou com fome e lhe pediu para comer do seu guisado, ele poderia ter-lhe oferecido de sua comida, compartilhando sua refeição. Mas, numa prova de oportunismo e ambição, disse logo: “Vende-me hoje a tua primogenitura” (Gn 25.31).
b) Interesseiro e calculista. Jacó era frio, calculista e de temperamento fleumático. Além de propor a troca da primogenitura ao irmão, exigiu que Esaú fizesse um juramento que lhe garantisse que a troca seria respeitada por toda a vida: “Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó” (Gn 25.33; Hb 12.16). Ele só esquecia uma coisa. O que ele estava plantando em sua juventude haveria de colher mais tarde (Gl 6.7). Em proporção muito maior.
c) Mentiroso e enganador. Com seu caráter fraco e leniente, concordou com a sua mãe em enganar o velho pai. Ao chegar à presença de Isaque, mentiu três vezes. Este perguntou: “Quem és tu, meu filho?”. Ele disse que era Esaú (Gn 27.19). A primeira mentira. Indagado porque chegara tão rápido com a caça, mentiu a segunda vez, dizendo: “Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro” (Gn 27.20). Ao abraçar Jacó, Isaque repetiu que era Esaú — “Eu sou” (Gn 27.24). Mentiu pela terceira vez.
2. Depois do seu encontro com Deus.
Observe a transformação no caráter de Jacó:
a) Um caráter agradecido. Jacó passou a ver as coisas numa perspectiva espiritual de um novo relacionamento com Deus, e lhe fez um voto, dizendo que se Deus não lhe deixasse faltar nada, levantaria um altar e daria o dízimo “de tudo” (Gn 28.20-22). Neste fato, vemos que Jacó tinha consciência do valor do dízimo, como expressão sincera de gratidão a Deus, a exemplo do que fizera seu avô, Abraão, perante Melquisedeque (Gn 14.18-20). Ele não prometeu dar o dízimo do que lhe sobrasse (da “renda líquida”), mas “de tudo” como seu avô fizera (Hb 7.2).
b) Um caráter esforçado e sofredor. Ao chegar à casa de Labão, seu tio, revelou-se um homem trabalhador. Ali, começou a colher o que semeara em engano e mentira. Na “lua de mel”, foi enganado pelo sogro. Em lugar de casar com Raquel, teve de casar com Leia. Só depois, casou com sua amada, e para tanto, trabalhou “outros sete anos” (Gn 29.21-30). Não foi apenas esse o preço que Jacó teve que pagar por sua vida de enganos e mentiras. Labão mudou o seu salário dez vezes, durante vinte anos (Gn 31.7). O que o homem semeia, isso é o que colhe (Gl 6.7).
c) Um homem na direção de Deus. Depois de ser enganado pelo sogro, Jacó reuniu sua família e fugiu de Harã. Mas não o fez apenas por medo do sogro. Sua saída de Harã foi por direção de Deus (Gn 31.3,13). Desse modo, Jacó empreendeu a fuga com a família, e logo foi perseguido pelo sogro. Este não pôde lhe fazer mal, porque Deus entrou em ação e lhe determinou que não falasse com Jacó “nem bem nem mal” (Gn 31.24).
3. No seu encontro com Esaú.
Ao se aproximar de Seir, onde seu irmão vivia, Jacó enviou mensageiros a Esaú, anunciando seu retorno. Os mensageiros voltaram e disseram que Esaú vinha ao seu encontro com quatrocentos homens. Jacó temeu grandemente (Gn 32.7-12). Mas, no Vale do Jaboque, teve um encontro que marcou o resto da sua vida. Seu nome foi mudado para Israel, e viu Deus “face a face” (Gn 32.22-30). Ao encontrar Esaú, reconciliou-se com ele e o abraçou com perdão e amor.
Antes de ter um encontro com Deus Jacó era oportunista, mentiroso e enganador.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o esquema abaixo no quadro. Utilize-o para enfatizar as características de Jacó antes do seu encontro com Deus e depois. Ressalte que somente Deus pode mudar o nosso caráter.
CONCLUSÃO
Em suas experiências com Deus, vemos que Jacó teve seu caráter transformado. De oportunista e enganador, passou a ser humilde, sofredor, paciente, longânimo, altruísta. Foi pela sua paciência e graça que Deus escolheu Jacó, em lugar de Esaú. Quando damos lugar ao Espírito Santo, Ele nos transforma radicalmente o caráter.
Na lição deste domingo, estudaremos a respeito do caráter de Jacó. Ele nasceu agarrado ao calcanhar de seu irmão primogênito e recebeu o nome de “enganador”. Todavia, Deus em seus desígnios já o havia escolhido e revelado aos seus pais que o primogênito serviria ao caçula. Jacó fez jus ao seu nome ao comprar a primogenitura de seu irmão e ao mentir e enganar seu pai. Seu engano e mentira levaram-no para longe de casa e fez com que ele também fosse enganado por seu tio Labão. Mas Jacó teve um encontro com Deus e foi transformado por Ele. Todo encontro com Deus é transformador. Ninguém sai da presença do Pai da mesma maneira que entrou. Atualmente, muitos apenas ouviram falar a respeito de Deus, mas na verdade nunca tiveram um encontro real e pessoal com Ele. Somente Deus, o Criador, pode transformar o nosso verdadeiro “eu”.
SUBSÍDIO
JACÓ - Em hebraico, o nome ya‘aqob significa '‘apanhador de calcanhar", “malandro” ou “suplantador”. No sul da Arábia e na Etiópia, a palavra significa “que Deus proteja" e vem do verbo ‘aqaba, “guardar”, “cuidar'”, ou “proteger”. A raiz ‘aqab é uma palavra semita geral que ocorre nos nomes árabes pessoais, em inscrições acádias e aramaicas, assim como nos idiomas siríaco e palmireno. O substantivo que significa “calcanhar” ocorre em hebraico {‘aqeb), aramaico, siríaco, árabe, ugarítico e acádio. O nome de Jacó era, assim, um antigo membro da onomástica do Oriente ao invés de um nome unicamente bíblico.
JACO - O patriarca. O filho gêmeo mais novo de Isaque e Rebeca; mais tarde chamado de Israel. (Dicionário Bíblico Wiclyffe pg.1004)
O uso do termo “Jacó” nas Escrituras.
O nome “Jacó” é mencionado muitas vezes na Bíblia Sagrada. “Jacó” é retratado como um indivíduo marcado, como um filho favorecido (Ml 1.2; Rm 9.10-13), um herdeiro da promessa divina (cf. Hb 11.9), e um homem abençoado (Hb 11.20,21). Como o terceiro patriarca notável, Jacó é frequentemente ligado a Abraão e Isaque. E assim, o nome do Deus dos três renomados e célebres patriarcas é El Shaddai (Ex 6.3) e Yahweh (Ex 3.6,15), aquele que é fiel à sua aliança (Ex 2.24; 32.13; Dt 29.12), e aquele que se compadece de Israel (2 Rs 13,23). Os patriarcas judeus habitam com Ele (Mc 12,26,27), e sentam-se à sua mesa, em seu reino celestial (Mt 8.11). O portador do nome da nação de Israel, Jacó, aparece frequentemente nas Escrituras. Israel é a “casa de Jacó” (Lc 1.33); o seu Deus é o “Rei de Jacó” (Is 41.21); o Templo do Senhor Deus é a habitação do Deus de Jacó (At 7.46). A figura de Jacó (Israel) é compendiada no título “servo do Senhor” (Is 41.8; 44.1,2,21; 48.20; 49.3), de quem o Messias era o cumprimento (Is 42.1-7; 49.1-10; 50.4 9; 52.13-53.12; Mt 8.17; 12.15-21; Mc 10.45; Lc 2.30-32; At 3.13,26; 4.27,30; 8.30-35; 1 Pe 2,21-25). (leia mais em Dicionário Bíblico Wiclyffe pg 1007,1008)
INTRODUÇÃO
Isaque teve dois filhos gêmeos. Esaú tinha uma inclinação para o campo, para vida pastoril e também para a caça. Jacó, ao contrário, pelo seu temperamento e por sua personalidade, voltou-se para vida doméstica. Logo revelou ter um caráter oportunista e usurpador, que o levou a enganar o pai com apoio da mãe. As consequências foram duras em sua vida. O que plantou, colheu com grande sofrimento. Mas a misericórdia de Deus o alcançou e o Senhor o escolheu para ser o pai das doze tribos de Israel.
I. QUEM ERA JACÓ
1. O filho mais novo de Isaque.
Seu nome, em hebraico, é Yakoov e significa “Deus protege”. Ele integra a lista dos três patriarcas hebreus, que marcaram a história de Israel: Abraão, Isaque e Jacó. Sua história foi pontilhada de episódios dramáticos desde o seu nascimento. Deus ouviu as orações de Isaque, pois Rebeca era estéril (Gn 25.21). O texto diz que, no ventre, havia uma luta entre os bebês (Gn 25.22). Jacó nasceu agarrado ao calcanhar do seu irmão. Diante disso, o seu nome passou a ter o significado de “aquele que segura pelo calcanhar” ou “suplantador”.
2. O preferido de sua mãe.
Isaque tinha preferência por Esaú, por que gostava da caça. Mas Rebeca amava mais Jacó, por ser “varão simples, habitando em tendas” (Gn 25.27,28). Quando Isaque quis dar a bênção a Esaú, o primogênito (Gn 27.1-5), Rebeca, numa demonstração clara do seu caráter astucioso, chamou Jacó e o induziu a enganar seu pai (Gn 27.11,12,14,15). Enganado, Isaque abençoou Jacó (Gn 27.27-29). Ao retornar da caça, Esaú descobriu que seu irmão tomara sua bênção. Desesperado, recebeu do pai uma bênção menor (Gn 27.39,40). Cheio de ódio, planejou matar seu irmão (Gn 27.41). Jacó teve que fugir ameaçado por Esaú. Isaque percebeu que Deus tinha um plano na vida de Jacó, e o despediu com uma bênção profética de grande significado (Gn 28.1-4).
3. O preferido de Deus.
A escolha de Jacó é um caso especial de presciência divina face aos desígnios de Deus. Deus não tem filhos privilegiados, nem escolhe uns para a salvação e outros para a condenação, pois tal atitude contrariaria frontalmente o seu caráter santo, justo e bom. Seria uma terrível discriminação por parte de Deus que condena quem faz acepção de pessoas (Tg 2.9; 1Pe 1.17). Mas, em sua soberania, em casos especiais, Ele escolhe pessoas para serem instrumentos de sua vontade diretiva. Jacó foi um desses escolhidos, ainda no ventre (Rm 9.9-13).
II. A DIREÇÃO DE DEUS NA VIDA DE JACÓ
1. A visão da escada que tocava o céu.
Em sua fuga, no meio do deserto, Jacó teve um sonho dado por Deus. Ele viu uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. E Deus reiterou a bênção que lhe prometera (Gn 28.13-15). Deus não aprovou seus arranjos e enganos, mas também não retirou a bênção prometida a seus pais. Naquela noite, ele descobriu a presença de Deus, que se apresentou como o Deus de Abraão e de Isaque. Ele ouviu Deus reiterar suas promessas e descobriu que onde Deus está, ali é sua casa, “a porta dos céus” (Gn 28.13-17).
2. A coluna em Betel.
Jacó não buscou a Deus, mas Deus o buscou, e se revelou como o Deus de seus pais. Uma prova do quanto a graça de Deus é profunda. Sem dúvida alguma, a história de Jacó se divide em dois períodos. Antes de Deus encontrá-lo e depois daquele encontro especial. Tão impactante na sua vida foi aquele episódio, que ele chamou aquele lugar deserto de Betel, que significa “Casa de Deus”. Ali, naquela madrugada, Jacó ouviu Deus lhe falar; sentiu a presença divina e teve uma mudança extraordinária em sua vida.
Depois de deixar a casa dos seus pais, Jacó buscou a direção de Deus para sua vida.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Jacó fazia tudo, o certo e o errado, com grande zelo. Ele enganou seu próprio irmão Esaú, e seu pai, Isaque. Ele lutou com Deus, e trabalhou catorze anos para se casar com a mulher que amava. Por intermédio de Jacó, aprendemos como um forte líder pode, também, ser um servo. Também vemos como ações erradas sempre voltam para nos perturbar.
Depois de enganar Esaú, Jacó correu para salvar sua vida, viajando mais de 640 quilômetros até Harã, onde vivia seu tio, Labão. Pelo caminho, ele recebeu uma mensagem do Senhor, em um sonho, e deu a esse lugar o nome de Betel. Em Harã, Jacó se casou e iniciou uma família” (Extraído de Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.58).
Reproduza o mapa abaixo para mostrar aos alunos a rota feita por Jacó até Padã-Ara.
III. ASPECTOS DO CARÁTER DE JACÓ
1. Antes do seu encontro com Deus.
Até o encontro com Deus em Betel, ele era apenas um “homem natural”, ou carnal (1Co 2.14). Naquela fase de sua vida, podemos ver alguns aspectos negativos de seu caráter.
a) Oportunista e egoísta. Quando seu irmão chegou com fome e lhe pediu para comer do seu guisado, ele poderia ter-lhe oferecido de sua comida, compartilhando sua refeição. Mas, numa prova de oportunismo e ambição, disse logo: “Vende-me hoje a tua primogenitura” (Gn 25.31).
b) Interesseiro e calculista. Jacó era frio, calculista e de temperamento fleumático. Além de propor a troca da primogenitura ao irmão, exigiu que Esaú fizesse um juramento que lhe garantisse que a troca seria respeitada por toda a vida: “Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó” (Gn 25.33; Hb 12.16). Ele só esquecia uma coisa. O que ele estava plantando em sua juventude haveria de colher mais tarde (Gl 6.7). Em proporção muito maior.
c) Mentiroso e enganador. Com seu caráter fraco e leniente, concordou com a sua mãe em enganar o velho pai. Ao chegar à presença de Isaque, mentiu três vezes. Este perguntou: “Quem és tu, meu filho?”. Ele disse que era Esaú (Gn 27.19). A primeira mentira. Indagado porque chegara tão rápido com a caça, mentiu a segunda vez, dizendo: “Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro” (Gn 27.20). Ao abraçar Jacó, Isaque repetiu que era Esaú — “Eu sou” (Gn 27.24). Mentiu pela terceira vez.
2. Depois do seu encontro com Deus.
Observe a transformação no caráter de Jacó:
a) Um caráter agradecido. Jacó passou a ver as coisas numa perspectiva espiritual de um novo relacionamento com Deus, e lhe fez um voto, dizendo que se Deus não lhe deixasse faltar nada, levantaria um altar e daria o dízimo “de tudo” (Gn 28.20-22). Neste fato, vemos que Jacó tinha consciência do valor do dízimo, como expressão sincera de gratidão a Deus, a exemplo do que fizera seu avô, Abraão, perante Melquisedeque (Gn 14.18-20). Ele não prometeu dar o dízimo do que lhe sobrasse (da “renda líquida”), mas “de tudo” como seu avô fizera (Hb 7.2).
b) Um caráter esforçado e sofredor. Ao chegar à casa de Labão, seu tio, revelou-se um homem trabalhador. Ali, começou a colher o que semeara em engano e mentira. Na “lua de mel”, foi enganado pelo sogro. Em lugar de casar com Raquel, teve de casar com Leia. Só depois, casou com sua amada, e para tanto, trabalhou “outros sete anos” (Gn 29.21-30). Não foi apenas esse o preço que Jacó teve que pagar por sua vida de enganos e mentiras. Labão mudou o seu salário dez vezes, durante vinte anos (Gn 31.7). O que o homem semeia, isso é o que colhe (Gl 6.7).
c) Um homem na direção de Deus. Depois de ser enganado pelo sogro, Jacó reuniu sua família e fugiu de Harã. Mas não o fez apenas por medo do sogro. Sua saída de Harã foi por direção de Deus (Gn 31.3,13). Desse modo, Jacó empreendeu a fuga com a família, e logo foi perseguido pelo sogro. Este não pôde lhe fazer mal, porque Deus entrou em ação e lhe determinou que não falasse com Jacó “nem bem nem mal” (Gn 31.24).
3. No seu encontro com Esaú.
Ao se aproximar de Seir, onde seu irmão vivia, Jacó enviou mensageiros a Esaú, anunciando seu retorno. Os mensageiros voltaram e disseram que Esaú vinha ao seu encontro com quatrocentos homens. Jacó temeu grandemente (Gn 32.7-12). Mas, no Vale do Jaboque, teve um encontro que marcou o resto da sua vida. Seu nome foi mudado para Israel, e viu Deus “face a face” (Gn 32.22-30). Ao encontrar Esaú, reconciliou-se com ele e o abraçou com perdão e amor.
Antes de ter um encontro com Deus Jacó era oportunista, mentiroso e enganador.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o esquema abaixo no quadro. Utilize-o para enfatizar as características de Jacó antes do seu encontro com Deus e depois. Ressalte que somente Deus pode mudar o nosso caráter.
CONCLUSÃO
Em suas experiências com Deus, vemos que Jacó teve seu caráter transformado. De oportunista e enganador, passou a ser humilde, sofredor, paciente, longânimo, altruísta. Foi pela sua paciência e graça que Deus escolheu Jacó, em lugar de Esaú. Quando damos lugar ao Espírito Santo, Ele nos transforma radicalmente o caráter.
Fonte: Lições Bíblicas CPAD - 2º trim.2017 adultos - O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro - Elinaldo Renovato de Lima
Dicionário Bíblico Wycliffe
Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD
Aqui eu Aprendi!