Membros / Amigos

Conheça mais de nossas Postagens

Research - Digite uma palavra ou assunto e Pesquise aqui no Blog

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Deixando Pai e Mãe ( vou me casar! )

"Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher," Marcos 10:7

A narrativa a seguir foi escrita por C.S. Lewis, em seu livro “O Grande Abismo”. Ele conta a história de Pâmela, uma mulher que perdera seu filho Miguel, o qual ela amava mais do que ao próprio Deus e, por isso, não podia entrar no céu. Com a mente prodigiosa do escritor, muitos detalhes são apresentados. Entretanto, aqui só será narrado o essencial. O diálogo a seguir é travado entre Pâmela e um ser Espiritual fictício. Nessa altura, a mulher queria ver seu filho na eternidade, mas não era possível:

PAMELA — "(...) O que quer de mim? Vamos. Quanto mais cedo começarmos, melhor. E então poderei ver o meu menino. Estou pronta!”

SER — "(...) Você não vê que não pode começar nada enquanto estiver nessa condição mental? Está tratando Deus apenas como um meio de alcançar Miguel. Mas todo o tratamento de solidificação consiste em aprender a desejar Deus por Ele mesmo. (...) Você existe como mãe de Miguel somente porque existe em primeiro lugar como uma criatura de Deus. Esse relacionamento é mais antigo e mais próximo”.

PAMELA — "(...) Mas, estou certa de que fiz Miguel feliz. Empenhei toda a minha vida...”.

SER — "Os seres humanos não podem fazer uns aos outros felizes por muito tempo. (...) Ele (Deus) queria que o seu amor puramente instintivo pelo seu filho (...) se transformasse em algo superior. Queria que você amasse Miguel como Ele compreende o amor. Não é possível amar um semelhante perfeitamente até que se ame a Deus. (...) O (seu) instinto era incontrolável, selvagem e monomaníaco. (...) O único remédio era remover o objeto desse sentimento. Era um caso cirúrgico. Quando esse primeiro tipo de amor fosse contrariado, haveria então uma pequena possibilidade de que na solidão, no silêncio, alguma outra coisa pudesse começar a desenvolver-se”.

PAMELA — "(...) Meu amor por Miguel jamais se perverteria. Nem que vivêssemos juntos um milhão de anos. (...) Se Miguel estivesse comigo, eu seria perfeitamente feliz. (...) Como poderia alguém amar mais a seu filho do que eu? (...) Dê-me o meu filho. Ouviu bem? Não me importo com todas as suas regras e regulamentos. Não creio num Deus que separa mãe e filho. Acredito num Deus de amor. Ninguém tem o direito de se colocar entre mim e meu filho. Nem mesmo Deus. Diga isso a Ele diretamente. Quero meu menino, e vou ficar com ele. Ele é meu, está entendendo? Meu, meu, meu, para sempre e sempre. (...) Odeio a sua religião e odeio e desprezo o seu Deus. Acredito num Deus de Amor”.

(O “visitante celestial” [o próprio Lewis] pergunta ao seu "Professor”, que o acompanhava na viagem) — "Há qualquer esperança para ela, Senhor?"

PROFESSOR — “Existe alguma. O que chama de amor pelo filho se transformou em algo pobre, espinhoso. Mas existe ainda uma pequenina centelha que não é apenas o seu próprio ‘eu’, e ela pode crescer, virando uma chama. (...) o amor, como os mortais entendem a palavra, não basta. Todo amor natural ressuscitará e viverá para sempre neste país, mas nenhum irá ressuscitar se não tiver sido sepultado. (...) Só existe um único ser bom, e esse é Deus. Tudo o mais é bom quando olha para Ele e mau quando se afasta dEle. E quanto mais alto e poderoso estiver ele na ordem natural, tanto mais demoníaco será se rebelar-se. Não é de ratos ou pulgas perversos que se fazem demônios, mas dos maus arcanjos (...)”.

A história do egoísmo de Pâmela por Miguel, que ela pensava ser amor, será bastante útil para se analisar o mandamento da individuação (deixar pai e mãe), que foi a primeira ordem dada pelo Criador à família. Esta questão se encontra no âmago do mandamento, porque alguns pais, como a fictícia Pâmela, não querem deixar seus filhos partirem, muito menos formarem um novo lar, não porque os amem sobremaneira, e sim por amarem a si próprios mais do que aos filhos e ao Altíssimo.

Abraão estava em grande perigo espiritual quando o Eterno pediu para sacrificar Isaque (Gn 22.1,2). O amor de Abraão por Isaque era algo descomunal, com tanta intensidade, que o Todo-Poderoso precisou prová-lo. Abraão somente provou seu amor pelo Senhor quando, figuradamente, pela fé, usou o cutelo para matar e o fogo para queimar o holocausto do seu filho (Gn 22.12).

Tanto Pâmela, quanto o velho patriarca Abraão, tinham algo em comum: um filho para adorar! O mandamento do Altíssimo, todavia, sobre a proibição de ter outros deuses diante do Senhor, obstruía tal sentimento. Isso foi válido para aquela época e também para os dias hodiernos.
Na verdade, a raiz deste mal é o orgulho em possuir algo do qual não se quer abrir mão: os filhos. (Será esse o motivo pelo qual algumas sogras não se relacionam bem com as noras? Será que as sogras entendem que as noras roubaram algo de propriedade exclusiva delas? Fica a pergunta). O fato é que há, frequentemente, muito orgulho envolvido nisso tudo. O Todo-Poderoso, para confrontar esse sentimento diabólico e estabelecer os alicerces de uma nova família, brada desde a eternidade: deixará o homem seu pai e sua mãe (Gn 2.24).

I. O PRIMEIRO MANDAMENTO
1. Requisito para a perfeita união
Certos começos possuem como requisito principal o término de determinados estágios. Por exemplo, a primavera somente se manifesta quando o inverno vai embora. O mesmo acontece com dia e noite. Igualmente acontece com a criação de uma nova família! A anterior, que acompanha o filho ou a filha desde o nascimento, cederá espaço para uma nova composição. Não se trata, aqui, da família anterior ser esquecida, claro que não. Mas, apenas deixada em “segundo plano”. Nunca desprezada, que são coisas bem distintas. A intenção do Eterno aponta para a necessidade de toda nova família possuir características sui generis, para existir uma união perfeita. Isso é impreterível para haver uma identidade familiar própria e crescimento. Dessa forma, o novo casal precisa ter suas experiências pessoais e resolver seus problemas, sem haver intromissão de nenhuma outra pessoa.
Esse mandamento mencionado no Éden foi reiterado para Abraão (Gn 12.1-3). O amigo de Deus colocou em prática a ordem de sair do meio da sua parentela e da casa do seu pai, embora não completamente, pois levou consigo seu sobrinho Ló, causando embaraços à sua própria família. O Senhor, toda vez que nos recomenda algo, visa, em primeiro lugar, o nosso próprio bem. Deus nunca é egoísta, mas sempre altruísta. Quando o Eterno pede algo ao homem, não é que Ele precise daquilo. O Senhor não precisa de nada. Os seres humanos, naturalmente orgulhosos e individualistas, são quem carecem, para a sua felicidade, abandonar as coisas indevidas. Por isso, o Altíssimo as pede! Como exemplo, observe que Abraão necessitava ficar livre de toda influência de sua família anterior, inclusive de Ló, o qual só lhe trouxe dificuldades. Quando, por fim, tio e sobrinho se separaram, o Todo-Poderoso fez a Abraão grandes promessas (Gn 13.11,14-17).
Com a lição aprendida, Abraão ensinou tudo isso a Isaque e a Jacó, os quais, mesmo habitando em tendas, juntos, no clã (Hb 11.9), não perdiam a individualidade, pois cada um tinha a sua própria habitação (Gn 24.67; 31.34)! Eles sabiam conservar a cultura familiar, sem deixar de atender a esse importante mandamento.

2. Individuação
Deus é muito criativo. Ele sempre faz coisas novas, sem precisar utilizar um modelo anterior. Os evolucionistas não entendem isso e, por tal razão, minimizam o grande milagre da Criação, atribuindo-o ao acaso, a partir da evolução de um ser unicelular (são pessoas de muita fé!). Eles confundem adaptação (uma espécie mudar suas características de acordo com as condições do ecossistema) com evolução (migração para novas espécies, mesmo não existindo nenhuma prova científica de que isso aconteceu alguma vez).

Deus, na verdade, criou os seres viventes de maneira peculiar, para constituí-los únicos. A individuação, portanto, é o fenômeno através do qual um organismo se singulariza dentro da espécie, sem abandonar as características comuns dos seus pares. É uma forma, portanto, de adaptação. Usando a mesma lei que atua na natureza, o Senhor criou o mandamento para os nubentes deixarem pai e mãe, para poderem desenvolver suas idiossincrasias enquanto nova família.

O verbo hebraico usado na ordem de Gn 2.24, aqui analisada, é 'ãzabh, que significa partir, abandonar, desamparar, soltar. Esse verbo também é utilizado frequentemente quando se muda para um novo lugar (2Rs 8.6), existindo separação entre pessoas (Gn 44.22; Rt 1.16), ou ao se abandonar alguém (Ex 2.20). Dessa forma, o Altíssimo determinou ao casal partir para novas experiências, abandonando a casa dos pais, soltando os grilhões e traumas psicológicos da família paterna. É necessário ressaltar, porém, que permanecer junto dos familiares é um compromisso perene da nova família (SI 128), a qual não deve se excluir das celebrações familiares — aniversários, Natal, dia dos pais, das mães, etc. Entretanto, a singularização do ente familiar formado é imperiosa. Foi Deus quem pensou assim.
É bom ressaltar, todavia, que, enquanto estiverem em casa, os filhos deverão ser totalmente obedientes aos pais, no Senhor. Quando se casarem, porém, “deixarão pai e mãe”. Isso não significa abandoná-los. Mas, com o casamento, os filhos devem sair da casa (afastamento geográfico), construir seu próprio patrimônio (afastamento financeiro) e tomar suas próprias decisões na vida (autonomia e afastamento psicológico ou emocional). Isso se denomina na filosofia de individuação; ou seja, o indivíduo isola-se para adquirir sua própria personalidade, dentro da nova família.

O filho casado, por consequência, receberá autoridade para exercer a liderança, em amor, no seu novo lar. E a filha casada, até então submissa aos pais, agora será submissa exclusivamente ao marido, no Senhor. Aliás, é muito comum observar pessoas com sérios conflitos familiares, quando os pais continuam se intrometendo nas decisões dos filhos casados. Os bons conselhos dos pais sempre serão necessários, mas as decisões devem ser tomadas, em conjunto, pelo novo casal. Deus quer, desse modo, cada um com sua própria história. Muitos divórcios ocorrem porque pais e filhos não compreendem a extensão e a duração do princípio da autoridade e da submissão.

3. Menção na Bíblia
Na Bíblia, Deus fala de individuação em Jó 39, mencionando como esse fenômeno acontece na família das cabras monteses (vv. 1-4), cujos filhos, quando crescem e ficam fortes, partem e “nunca mais tornam para elas”. As montanhas escarpadas nas quais esses “alpinistas” extraordinários estabelecem sua morada, talvez não devam ser divididas com todos. Não se sabe o motivo; entretanto, é imperativo, para elas e para Deus, que cada nova família animal tenha sua própria montanha. Quando os filhos das cabras monteses crescem, precisam viver sua própria história, identificando-se como indivíduos, sem abrir mão dos ensinamentos recebidos dos pais (indispensáveis à sobrevivência). Assim, à sombra dos seus pais, elas certamente não poderiam, jamais, cumprir integralmente o projeto do Criador.

Deus cita para Jó esse exemplo da natureza juntamente com o de outros animais, como o jumento selvagem, o cavalo, a avestruz, tudo isso para mostrar como são variadas as obras de suas mãos. E é exatamente por essa variedade das obras do Senhor que Ele exige ao homem, como requisito para casar, deixar seus pais.

Na vida selvagem, há casos onde animais permanecem no mesmo grupo familiar até o fim dos seus dias. Entretanto, como lhes falta entendimento, isso é perfeitamente compreensível, mas não no caso da raça humana (Pv 24.3,4), onde Deus dotou cada pessoa com uma personalidade diferente.

II. ALCANCE DO MANDAMENTO
1. Afastamento geográfico
Toda família precisa de “espaço" para crescer. Para isso, Deus mandou o novo casal, antes de se unir, deixar pai e mãe. Observe uma planta. Ela precisa de um espaço só dela: veja quando o trigo divide um pequeno espaço geográfico com o joio — Mt 13.28-30 — é um problema. A grande dificuldade é que as raízes do joio e do trigo podem se entrelaçar, diante da proximidade territorial. Isso significa a necessidade do trigo por um espaço individual, próprio. A mesma coisa acontece com o novo lar.

Moisés prosperou no deserto, Davi foi vitorioso na caverna de Adulão, Elias deu fruto na casa da viúva em Sidom, João Batista frutificou às margens do Jordão, e o apóstolo João teve a mais extraordinária revelação numa ilha inóspita. Assim, fica claro que a geografia, ou seja, o lugar onde se vive, tem tudo a ver com a bênção do servo do Senhor.

O apóstolo Paulo, enquanto estava em Jerusalém, onde lhe era cômodo e estratégico, trouxe muita confusão para todos, a tal ponto de os judeus procurarem matá-lo. Mas quando os irmãos souberam disso “(...) o acompanharam até Cesareia e o enviaram a Tarso. Assim, pois, as Igrejas (...) tinham paz e eram edificadas; e se multiplicavam” (At 9.30,31).
A conversão de Paulo, num primeiro momento, acarretou mais problemas, ao invés de alegrias para a igreja da Judeia, Galileia e Samaria. Que coisa interessante! O maior missionário de todos os tempos, em certo momento, foi um empecilho à Obra do Altíssimo. Por qual motivo? Ao que tudo indica, ele estava pregando na hora certa, porém no lugar errado. O Eterno iria ensinar-lhe sobre a bênção da geografia.
Paulo estava sendo um estorvo para a Igreja Primitiva daquela região. Mesmo assim, quando foi enviado para Tarso (mandaram-no de volta para a sua própria casa), a igreja teve paz, foi edificada e se multiplicou.
Paulo não frutificou, mesmo fazendo o certo, pois estava distante da geografia adequada. Este fato mostra que, embora todos sejam insubstituíveis (pois não existem duas pessoas iguais), não há indivíduos  indispensáveis (nem mesmo Paulo), e o projeto do Soberano só será realizado integralmente se os agentes do Senhor estiverem no local certo, o melhor lugar do mundo — o centro da vontade de Deus.

Dessa forma, a casa dos pais pode ser um lugar cheio de amor, carinho, conforto e compreensão, porém nunca será o melhor lugar para construir uma nova família. É preciso deixar tudo o que prende o novo casal ao passado! Não é fácil, mas é preciso.

2. Afastamento psicológico
A planta precisa de luz solar para fazer a fotossíntese e crescer. Entretanto, essa radiação trará certo incômodo a ela nos horários mais quentes do dia. Isso, porém, é necessário. Utilizando o mesmo raciocínio, pode-se dizer que os pais não devem privar seus filhos dos eventuais desafios psicológicos — exposição ao sol. É preciso que cada nova família adquira individualidade, tomando suas próprias decisões. Por mais que "doa” ver os filhos passarem por certos "percalços” no novo contexto familiar, o bloqueio emocional ao novo casal, pelos pais, (impedir que deixe psicologicamente os genitores) ensejará prejuízo. Um escritor antigo dizia que "em mar calmo, todo barco navega bem". As lutas e as dificuldades surgirão para que possam despontar a nova liderança do lar: o marido.

A formação da nova identidade familiar apresenta-se, pois, como algo indispensável. O rapaz e a moça precisam saber quem, de fato, eles são. Essa será a mais emocionante viagem possível a um indivíduo na companhia de quem se ama e do Altíssimo. Nessa viagem introspectiva, cada um encontrará muitas respostas para perguntas importantes, dentre as quais: Quem somos nós? Como o Senhor nos vê? Assim, cada cônjuge compreenderá qual é a sua verdadeira identidade. Na Bíblia, em várias ocasiões, antes de o Senhor se fazer conhecido a alguém, Ele fazia questão que a pessoa entendesse quem, de fato, ela era, certamente para resolver uma crise de identidade. Isso era fundamental para a pessoa seguir em frente, porque quem não consegue enxergar a si mesmo tampouco conseguirá enxergar a Deus.

Muitos homens e mulheres, instrumentos do Soberano, na Bíblia, passaram por essa experiência. Eles conheceram, previamente, a identidade que Deus atribuiu-lhes, para depois serem usados pelo Senhor. Eles precisavam conhecer sua nova identidade familiar, para recomeçar o relacionamento com Deus.

Foi assim, por exemplo, com Moisés, que era filho de escravos hebreus, no entanto criado como um herdeiro do trono egípcio. Aos quarenta anos, decidiu assumir a defesa de seus irmãos, porém com a arrogância de um senhor egípcio. Essa crise de identidade fez Deus encaminhar Moisés ao deserto. Ele precisava conhecer a si mesmo, saber quem ele era. Depois de quarenta anos de tratamento no deserto, Moisés reconheceu sua identidade. A arrogância faraônica fora embora. Nesse momento, Deus, de uma sarça ardente, revelou-se a ele e mandou libertar o povo da escravidão. O novo casal, igualmente, precisa desse tratamento exclusivo do Soberano, a sós, em seu lar.

3. Afastamento financeiro
A ordem de "deixar pai e mãe” também atinge a parte financeira, porém o dever dos pais ajudarem financeiramente os filhos (2 Co 12.14) e vice-versa (Mc 7.10-13) nunca terminará diante de Deus, bem como perante a lei civil, a qual usa como parâmetro para definir o valor da "pensão alimentícia” o trinômio "necessidade-possibilidade-proporcionalidade”. Ou seja, o dever de pagar reciprocamente alcança pais e filhos, na medida da necessidade e possibilidade de cada um, aplicando o critério da proporcionalidade para achar o valor justo. Há, porém, pais que possuem renda suficiente, mas exigem, para comprar supérfluos, aportes financeiros mensais do filho casado. Por outro lado, existem filhos casados que, irresponsavelmente, querem viver à custa dos pais. Os dois extremos estão errados e causam sérios conflitos no lar. É bom frisar, por fim, que nenhuma ajuda que inviabilize a administração do lar de quem contribui vem de Deus, porque isso não tem origem no amor, mas sim em um sentimento indevido de posse dos pais sobre o (a) filho (a) recém-casado (a), ou vice-versa.

Neste aspecto, podem acontecer três problemas:
a) os pais com renda suficiente exigirem do filho casado contribuição financeira, para comprar coisas supérfluas, de maneira indefinida, obstruindo a consolidação da nova família,
b) Os filhos casados, de maneira irresponsável, sobrecarregarem seus pais financeiramente, inclusive indo morar com eles, tirando-lhes a privacidade e fazendo-lhes passar, ocasionalmente, privações,
c) Os pais fazerem questão de pagar todas as despesas dos filhos casados, impedindo-lhes de ter suas próprias experiências financeiras!

Esses três casos podem dar origem a inúmeros conflitos dentro da nova família, fazendo a situação do casal ficar insustentável. Nenhuma escravidão (inclusive a financeira) vem de Deus, pois isso não provém do amor, e sim de um sentimento indevido de posse dos pais sobre o filho recém-casado, ou vice-versa.

Assim, é preciso tomar bastante cuidado para isso não fragilizar o casamento. Tenho visto, com muita frequência, divórcios por questões de natureza pecuniária (relativo ao dinheiro). O fato de cada família viver em sua própria casa, pagando, em regra, suas despesas, diminuirá sensivelmente esses atritos.

Talvez, em um primeiro instante, morar com um dos pais seja uma ideia interessante, pois haverá diminuição de despesas para quem está começando a vida. Entretanto, os dias amargos, de “vacas magras” no aspecto emocional, virão, e eles podem ser mais abundantes que os inicialmente agradáveis. Está escrito: “E as vacas magras e feias comiam as primeiras sete vacas gordas...” (Gn 41.20).

Buscando a orientação do Espírito Santo, essas questões serão resolvidas para a glória do Altíssimo, gerando unidade e felicidade nas famílias. O amor consciente e responsável, que deve existir entre pais e filhos, será uma bússola a guiar as gerações futuras no caminho da vida, um tipo de "bênção hereditária”. O Altíssimo guarde as famílias que O amam!

III. CONFLITO ENTRE MANDAMENTOS
Há, na Bíblia, dois mandamentos aparentemente contraditórios: deixar e também honrar pai e mãe.
1. Honrando pai e mãe
Na Bíblia, temos um belo exemplo de subordinação entre filho e pai: o caso de Isaque e Abraão (Gn 22). Ao ler o texto mencionado, pode-se observar um filho permitindo ao pai matá-lo! Isso é submissão! E preciso que os filhos primeiramente obedeçam e, só depois, entendam, para aprender a verdadeira obediência e não condicionem suas ações à compreensão. Caso contrário, não seria obediência, e sim rebelião, pois a submissão à autoridade, no Senhor, deve ser incondicional. Honrar pai e mãe, como mencionado, é o primeiro mandamento com promessa (Ef 6.2).

Quando Golias apareceu para desafiar Israel (1Sm 17), não encontrou ninguém que quisesse ir ao confronto. Saul era detentor de armadura e armas para enfrentá-lo, porém não tinha autoridade espiritual. O Todo-Poderoso já o havia rejeitado. Depois de quarenta dias de humilhação, apareceu Davi, que não possuía armadura, no entanto o Altíssimo lhe conferiu autoridade espiritual, pois, além da unção feita por Samuel, o desprezado pastor de ovelhas estava cumprindo uma ordem do seu pai, Jessé, o qual o mandara levar um lanche a seus irmãos! Com a bênção paterna, e também atendendo ao mover do Espírito Santo, o submisso Davi foi ao campo de batalha e, no fim, o gigante Golias veio ao chão (1 Sm 17). Honrar aos pais traz bênçãos sem medida.

Inclusive, mesmo com o casamento dos filhos, o mandamento de honrar pai e mãe ainda persistirá, e isso inclui ajudá-los, quiçá financeiramente, no momento das dificuldades, conforme ensinou Jesus (Mc 7.10-13).

2. Deixando pai e mãe
Não existe nenhuma contradição entre os mandamentos do Senhor, pois eles são puros e alumiam os olhos (SI 19.7,8). Honrar pai e mãe, assim, não entra em contradição com o mandamento que determina deixar pai e mãe, por ocasião do casamento. Como mencionado, esse "deixar” restringe-se, tão somente, aos aspectos geográfico, emocional e financeiro, mas em relação ao dever de honrá-los permanecerá enquanto os filhos estiverem vivos. Jesus, por exemplo, até na hora da morte honrou sua mãe, provendo-lhe uma casa para morar - a de João.

Quando a Bíblia ordena o “deixar” geográfico, não implica dizer que os filhos não devem visitar os pais. Ora, o SI 128.3 relata que os filhos serão como plantas de oliveira à roda da mesa daquele que teme ao Senhor! O significado de tal expressão é que os filhos sempre estarão presentes na casa dos pais, sentados à mesa, participando de reuniões e refeições, inclusive com os netos, pois adiante diz que os pais dedicados ao Senhor verão os filhos dos filhos (v.6). Isso é comunhão profunda! O Altíssimo simplesmente deseja cada filho casado morando em sua própria casa, assumindo a liderança de sua família. Dessa forma, o filho casado, portanto, receberá autoridade para exercer a liderança, em amor, no seu novo lar, e a filha casada, outrora sujeita aos pais, agora será submissa exclusivamente ao marido, no Senhor.

Também não há nenhum problema em participar das emoções paternais, de ter uma interação psicológica com aqueles que outorgaram tantos cuidados e carinho ao longo da vida. De modo algum. O importante é que todos envolvidos saibam os novos limites impostos.
É um completo absurdo o sogro ou a sogra repreender o filho (ou a nora) sobre uma conduta tomada pela nova família. Essa fase já passou. Cabe aos pais orarem pelos filhos e aconselhá-los sempre, mas a decisão deve ser tomada em comum pelo casal. Isso se chama ser uma só carne. Intimidade e cumplicidade! Dali em diante, os filhos, entretanto, ainda devem honrar grandemente seus genitores.

E, finalmente, o “deixar” financeiro não significa a ausência de auxílio pecuniário aos pais, como já foi mencionado. Contudo, essas ajudas não devem inviabilizar patrimonialmente o novo casal. Cada um deve ter liberdade para construir seu próprio patrimônio. Afinal, a Bíblia diz que os pais entesouram para os filhos, e não o contrário (2 Co 12.14)!

Interessante que, logo após Jesus e Paulo, respectivamente, falarem sobre o dever de o novo casal deixar pai e mãe, eles acrescentam igualmente a obrigação de honrá-los (Mt 19.5,19; Mc 10.7,19 e Ef 5.31; 6.2). Ou seja, um mandamento não invalida o outro.

3. Filhos que podem morrer cedo
O Senhor estabeleceu uma ordem natural maravilhosa no mundo, colocando a relação entre pais e filhos no centro desse sistema. Isto tocou tanto o coração do Eterno, que, quando Jesus ensinou seus discípulos a orar, determinou que chamassem a Deus de “paizinho” (nossa tradução bíblica é "Pai Nosso”), um termo que realça intimidade, relacionamento próximo entre duas pessoas ligadas por laços de sangue e que se amam.

Assim, o padrão do Soberano para a família é muito alto. O Senhor espera muito dos pais e dos filhos. No Antigo Testamento, foi ordenado aos pais o dever de serem sacerdotes no lar, ensinando a seus filhos constantemente a palavra do Senhor, em um interminável culto doméstico. Que grande responsabilidade! A ordem de honrar seus pais foi expedida aos filhos, sob pena de serem apedrejados.

No Novo Testamento, o princípio bíblico para a família não foi alterado. Jesus e os apóstolos foram firmes na manutenção do dever dos pais ensinarem aos filhos a Bíblia e que os filhos honrem seus pais.
Conheci um homem rico que, um dia, deu uma grande surra em seu pai. Algum tempo depois, quando esse filho tinha quarenta ou cinquenta anos, morreu repentinamente. Então, pensei: a palavra do Altíssimo se cumpre. É certo que alguns homens honram seus pais e podem morrer cedo. Deus é soberano para fazer como quiser. Entretanto, em minhas observações ao longo da existência, tenho visto esse padrão bíblico invariavelmente funcionando. Por outro lado, vejo pessoas que honram seus pais e os tratam com muito amor sempre vivendo acima da média. Coincidência? Creio que não. Então, eu penso: o Senhor cumpre com sua palavra.

CONCLUSÃO
Os pais e filhos que forem fiéis ao mandamento mais antigo de Deus para a família — ao casar, deixar pai e mãe — desfrutarão do ciclo da vida familiar em conformidade com a vontade do Criador. E isso é muito bom e proveitoso. Obedecer às ordens do Senhor não é um peso, mas um privilégio, pois a obediência garante um futuro de paz e a fruição de toda a sorte de bênçãos divinas (Lv 26.3-10).


SUBSÍDIO I
“O casamento bíblico começa ‘deixando’ (a fundação), é sustentado ‘apegando-se’ (o processo) e resulta em uma carne (o resultado). Deixar implica em uma transformação radical do básico e forte relacionamento pré-conjugal, entre o homem e a mulher e seus respectivos pais, e, desta maneira, todos os demais relacionamentos. A Bíblia não defende o abandono dos pais e parentes para se casar (1Tm 5.8), mas espera uma transformação radical no relacionamento entre pais e filhos, de modo que uma nova unidade se forme, pelo casamento.
É importante que um casal recém-casado perceba que é de seu interesse modificar o seu relacionamento com seus pais. A raiz de muitos maus relacionamentos com os parentes do cônjuge frequentemente devem-se ao fato de que os pais ou os filhos não são capazes de transformar o seu relacionamento, [...], a fim de que se torne uma carne. [...] Um indivíduo não pode se casar e se comportar como uma pessoa solteira, no que diz respeito à administração do tempo, hábitos alimentares e associação com amigos e parentes. No entanto, a Bíblia se concentra no mais básico de todos os relacionamentos, que é o de pai e filho, para enfatizar a necessidade de mudanças fundamentais, que devem ocorrer no casamento” (ADEI, Stephen. Seja o Líder que Sua Família Precisa. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.110).


ESTUDANDO a Lição
1. Qual o primeiro mandamento com promessa?
“Honrar pai e mãe” (Êx 20.12).
2. Segundo a lição, em que consiste o fenômeno da individuação?
É o fenômeno através do qual um organismo se singulariza dentro da espécie, sem abandonar as características comuns dos seus pares.
3. Como os pais devem tratar os seus filhos casados?
Podem aconselhar, mas não interferir.
4. Por que os filhos devem deixar o lar após o casamento?
Para dar início a um novo ciclo familiar.
5. Quais tipos de afastamentos, entre pais e filhos, devem ser feitos após o casamento?
Afastamentos geográfico, psicológico e financeiro.

Fonte:
Lições Bíblicas CPAD - 2ºtrim.2016 Eu e minha casa - Orientações da Palavra de Deus para a Família do Século XXI - Comentarista Reynaldo Odilo
Livro de Apoio - Eu e minha casa - Orientações da Palavra de Deus para a Família do Século XXI - Comentarista Reynaldo Odilo
Deis, Stephen - Seja o Lider que sua Família precisa - CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé.

Sugestão de leitura:
Aqui eu Aprendi!

quarta-feira, 27 de abril de 2016

A Maravilhosa Graça

Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” Rm 6.14


O obstáculo à mensagem da Graça de Deus
Um dos maiores obstáculos sobre o ensino do apóstolo Paulo quanto à maravilhosa graça de Deus é a confusão feita com o Antinomismo. O prezado professor já deve ter se interado das implicações imorais que o Antinomismo traz às vidas das pessoas. A ideia do Antinomismo é promover a extinção de quaisquer espécies de preceitos morais em forma de lei a ser seguida. De modo que se qualquer cristão exigir o mínimo de um comportamento moral do outro, logo ele será denominado moralista, no sentido mais pejorativo do termo.

É claro que o apóstolo Paulo não estava ensinando no capítulo 6 a extinção de quaisquer aspectos de ordem moral. Quem criou essa confusão foram os intérpretes de Paulo, mais vinculados às doutrinas do Gnosticismo, ao ponto de defenderem a estapafúrdia ideia de que quanto mais “o crente pecar mais a graça o alcançará”, uma interpretação transloucada de Romanos 5.20b: “Mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça”.

A analogia entre Adão e Cristo
Ora, qualquer estudante sério das Escrituras sabe que o versículo acima é a culminação da analogia de que o apóstolo faz entre Cristo e Adão (de acordo com o que estudamos na lição 4). Bem como explicou o erudito John Murray, a entrada e a universalidade totalitária do pecado neste mundo, bem como o juízo e a morte, estão ambos vinculados à pessoa de Adão (onde o pecado superabundou). Entretanto, a entrada da justiça divina, o predomínio da graça, da justificação, retidão e da verdadeira vida estão ligadas a Jesus Cristo (onde superabundou a graça). Neste aspecto, o apóstolo quer mostrar que a história da humanidade gira em torno desses dois eixos, Adão e Jesus.

A doutrina da maravilhosa graça de Deus nos mostrará que o homem dominado pelo pecado só pode ser livre desse domínio pela graça divina. Neste sentido, ela é libertadora, pois livra o ser humano do senhorio do mal; ela é vida, pois destrói o reinado da morte; ela é eterna, pois faz o ser humano levantar-se da morte para a vida plena.

O ser humano nascido de novo tem gerado dentro dele uma nova consciência que, mesmo quem não conheceu a Lei de Moisés, manifesta a ética e o comportamento baseado no Amor de Deus de maneira consciente e sincera (Gl 5.22-24). Ou seja, o Espírito Santo é quem convenceu este ser humano do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). Por isso, a graça é maravilhosa! (Revista Ensinador Cristão nº66-pg.38)

Cristo Jesus é a graça divina manifestada em forma humana.

Prezado professor, dando continuidade ao estudo da Epístola aos Romanos, analisaremos nesta lição o capítulo seis. No capítulo cinco Paulo trata da nossa justificação pela fé no sacrifício de Jesus Cristo. No capítulo seis ele vai abordar a respeito da nova vida em Cristo. O apóstolo mostra que o nosso velho homem já foi crucificado com Cristo. Não somos mais escravos do pecado, pois este foi destruído na cruz. Pela fé morremos para o pecado e como novas criaturas precisamos viver para Deus, em obediência e santidade. Como novas criaturas não alcançamos a perfeição, somos tentados e vivemos em um mundo que jaz no maligno, mas desde o momento que tomamos a decisão de viver pela fé, para Cristo, somos livres do poder do pecado, pois agora o próprio Cristo habita em nós (Gl 2.20).

Romanos 6.1-6
Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante? De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado.

Licença para Pecar?
“Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?” (6.1). O pregador inglês Martin Lloyd-Jones destacou que não há teste melhor para saber se alguém está realmente pregando o verdadeiro evangelho de Cristo do que observar sua exposição de Romanos 6. Jones destaca que há pessoas que interpretam e entendem de maneira errada essa passagem e atribuem-lhe o sentido que querem. Elas imaginam que se você realmente é salvo pela graça, então não importa o que você faz. Você pode continuar pecando, tanto quanto goste, porque pensam que tudo isso vai redundar em mais graça ainda. Dessa forma, Romanos 6 seria uma boa maneira de verificar se uma pessoa de fato está pregando o evangelho com autenticidade. A pregação para ser verdadeira, sublinha Lloyd-Jones, precisa expor esse mal-entendido porque se assim não o fizer forçosamente não é o evangelho de Jesus Cristo. Essa forma privativa e equivocada da pregação só pode ser exposta quando a doutrina da justificação pela fé for apresentada.

O apóstolo valia-se do método de diatribe para fazer entender a sua argumentação. O método consistia em um diálogo com um interlocutor imaginário. Aqui ele novamente recorre a esse método para interagir com seu interlocutor. A sua exposição anterior poderia ter gerado mal entendidos. No capítulo 5, ele mostrou como a graça de Deus, na pessoa bendita de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, prevaleceu sobre a condenação do pecado. Paulo destacou que o pecado de Adão atingiu a raça como um todo e também a cada pessoa de forma individual (Rm 6.23; 5.12). Adão vendeu a raça para o pecado. Todavia, Jesus Cristo, o segundo Adão, comprou-a para Deus. A graça prevaleceu sobre o pecado. A dedução lógica do beneplácito da graça parecia ser: não seria melhor pecar para que a graça seja mais abundante? O apóstolo vai responder a essa objeção com um contundente “não”, “de jeito nenhum”.

“De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (6.2). A expressão grega me genoito (de jeito nenhum) mostra o grau de convicção do apóstolo a esse respeito. Não, não podemos nos valer da graça para validar ações pecaminosas. A razão é que nós morremos para o pecado. T. S. Watchman Nee observou que não foi o pecado que morreu para nós, mas nós que morremos para o pecado! Morrer para o pecado não significa deixar de sentir sensibilidade alguma quanto a ele, mas se conscientizar de que ele perdeu seu domínio sobre nós. O pecado continuará sendo pecado com toda a sua malignidade. Mas a nossa postura quanto a ele não é mais a mesma que marcava nossas vidas antes de crermos em Jesus.

“Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” (6.3). O apóstolo, então, apela para o lado prático da vida cristã a fim de ilustrar o seu pensamento. Por que não devemos continuar no pecado? Porque nos identificamos com a morte de Jesus por meio do batismo. Fomos, pois, batizados na sua morte. O expositor bíblico Warren W. Wiersbe observa que o termo grego para batismo “tem dois significados:
(1) um literal — mergulhar ou submergir; e (2) e um figurativo — ser identificado.

Um exemplo do segundo caso é 1 Coríntios 10.2: “Tendo sido batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés”. A nação de Israel foi identificada com seu líder, Moisés, quando cruzou o mar Vermelho”. Wiersbe observa ainda que “há um consenso entre os historiadores de que a forma de batismo usada pela Igreja Primitiva era a imersão. Os cristãos eram ‘sepultados’ na água e trazidos de volta, retratando a morte, sepultamento e ressurreição. O batismo por imersão (a ilustração que Paulo usa em Rm 6) retrata a identificação do cristão com Cristo em sua morte, ressurreição e sepultamento. E um símbolo exterior de uma experiência interior”.

"... para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (6.4). Quando Cristo morreu, nós morremos junto com Ele. Essa identificação do crente com Cristo é uma doutrina crucial na teologia paulina conforme mostra Efésios capítulos 1 e 2. Cristo morreu, foi sepultado, todavia não ficou no túmulo. Ele ressuscitou. Da mesma forma, o cristão, agora identificado com Cristo, ressurgiu para uma nova vida. O apóstolo rebatia assim o pensamento antinomiano que procuraria ver na graça de Deus uma oportunidade para justificar e validar ações erradas.
Não há nada mais incongruente do que um cristão nascido de novo vivendo sob o domínio do pecado. Nos últimos anos, o nominalismo evangélico cresceu de uma forma exponencial. Aumenta a cada dia o número de cristãos que não dão sinal algum de que vivem em novidade de vida. Para eles, é mais confortável se ajustar ao modelo secular de viver do que ao padrão exigido pelas Escrituras. Corrompem-se da mesma forma que o mundo se corrompe; divorciam-se da mesma forma que o mundo o faz. Disputam o poder da mesma forma que, políticos sem nenhum pudor, disputam. Enfim, matam para se manterem vivos.


“Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado” (6.6). Esse texto me faz lembrar meus dias de acadêmico no Seminário Batista. O final dos anos 80 e o início dos anos 90 foi um período marcado por algumas controvérsias teológicas. Na nossa turma havia um aluno, muito dedicado, que começou a expor algumas ideias que destoavam daquilo que estávamos aprendendo ali. Ele passou a argumentar que o crente nascido de novo não pecava mais! Lembro-me de que um dos seus textos favoritos usados como prova era Romanos 6.6. Nesse texto, argumentava, Paulo dissera que o “corpo do pecado” havia sido destruído. Tempos depois, ficamos sabendo que aquela interpretação fora desenvolvida primeiramente nos Estados Unidos e posteriormente chegou aqui como um enlatado. Ali ela foi batizada com o nome de doutrina da “Santificação Plena”. Essa crença afirmava que o crente debaixo da graça não peca mais. Isso evidentemente provou uma reação em cadeia tanto por parte do corpo docente como discente daquela academia. Meu professor de grego e exegese bíblica produziu um texto apologético mostrando as falhas teológicas daquela argumentação.
Como todos os erros doutrinários, esse também se fundamentou em um erro de interpretação da Escritura. Não é isso que Romanos 6.6 diz. Esse texto não diz que o crente nascido de novo não peca mais. Nem tampouco esse texto está afirmando que o pecado não mais existe porque foi destruído. O verbo grego katargeo, traduzido aqui como “destruir”, significa “tornar ineficiente”, “impotente”. A ideia é de um rei que é destronado. Paulo, em Romanos 6.6, ao se referir à crucificação do velho homem, usa esse verbo no tempo aoristo. Uma ação que aconteceu, de forma definitiva, no tempo passado. O que o apóstolo quis dizer com isso não é que o pecado já foi “destruído” ou “aniquilado” e que, portanto, o crente não terá mais problema com ele. A natureza pecaminosa continua ainda fazendo parte da vida do cristão. O Senhor destronou a natureza pecaminosa (Rm. 6:6), mas esse destronar não significa que nós não venhamos a ter problemas com a velha natureza. Não é isso. O que o Senhor fez foi retirar o seu poder e o domínio que ela exercia sobre nós. Sim, o pecado perdeu o seu posto de senhor sobre nossas vidas.
O verbo grego katargeo (destruir) no tempo aoristo, como sublinhei, significa que a ação já foi completada de uma vez por todas. Em outras palavras, Paulo está afirmando que, do ponto de vista de Deus, a questão em relação à antiga natureza já foi resolvida — Ele a crucificou juntamente com Cristo. Katargeo (destruir) é a mesma palavra usada em Hebreus 2.14, onde se diz que Cristo, por meio de sua morte, destruiu (gr. katargeo) o Diabo. Satanás foi de fato destruído, no sentido de ser aniquilado? A resposta é não, pois, o Diabo continua existindo e tentando (1 Co 7.5, 1 Ts 3.5; 1 Pe 5.8). O que Deus fez em Cristo Jesus foi destronar, anular o poder do Diabo em relação ao cristão, isto é, tirar o domínio que ele tinha sobre nós. O domínio de Satanás em relação ao crente foi katargeo, isto é, anulado. O Diabo não está mais no “trono” (foi destronado) de nossas vidas. No entanto, o Diabo ainda não foi “destruído”, por isso o crente não deve lhe dar lugar (Ef 4.27). Da mesma forma, o pecado foi “destruído”, isto é, destronado de nossas vidas. Em outras palavras, o texto está dizendo que Cristo destronou o pecado na vida do crente, mas não diz que ele aboliu nossa natureza pecaminosa.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
*Antinomismo
"Literalmente significa contra a lei. Doutrina que assevera não haver mais necessidade de se pregar nem de se observar as leis morais do Antigo Testamento. Calibrando esta assertiva, alegam os antinomistas que, salvos pela fé em Cristo Jesus, já estamos livres da tutela de Moisés. Ignoram, porém, serem as ordenanças morais do Antigo Testamento pertencentes ao elenco do direito natural que o Criador incrustara na alma de Adão. Como podemos desprezar os Dez Mandamentos? Todo crente piedoso os observa, pois o Cristo não veio revogá-los; veio cumpri-los e sublimá-los. Além do mais, as legislações modernas estão alicerçadas justamente no Decálogo." Dicionário Teológico, CPAD, p.44.

*Legalismo
"[Do lat. legale + ismo]  Tendência a se reduzir a fé cristã aos aspectos puramente materiais e formais das observâncias, práticas e obrigações eclesiásticas.
No Novo Testamento, o legalismo foi introduzido na Igreja Cristã pelos crentes oriundos do judaísmo que,  interpretando erroneamente o Evangelho de Cristo, forçavam os gentios  a guardarem a Lei de Moisés.
Contra o legalismo, insurgiu-se Paulo. Em suas epístolas aos Gálatas e aos Romanos, o apóstolo deixou bem claro que o homem é salvo unicamente pela fé em Cristo Jesus, e não pelas obras da Lei" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de Andrade. Dicionário Teológico. 17.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p.251).

Romanos 6.7-14
Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos; sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.

Mudança de Atitude
“sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele’’ (6.9). Os comentaristas chamam a atenção para três verbos usados por Paulo no capítulo 6 de Romanos. O primeiro deles aparece em 6.6, que é “saber”. “Sabendo que” (v. 6) e “sabedores” como um verbo sinônimo (v. 9, ARA). Já vimos que na mente de Deus o pecado já é um assunto resolvido, mas isso só se torna uma realidade prática na vida do crente a partir do momento que ele se apodera dessa verdade. É, portanto, necessário uma mudança de atitude. Ele precisa saber, isto é, tomar consciência de que a sua relação com o pecado não deve ser mais do jeito que sua experiência mostra, mas do jeito que Deus revelou em sua Palavra. Sem essa mudança de mentalidade, a batalha contra o pecado está perdida. A palavra traduzida no versículo 6 como “sabendo” deriva do grego ginosko, que é o termo usado para se referir ao conhecímento. Por outro lado, oida, que ocorre em Romanos 6.9, no grego significa também saber, todavia mostrando mais o seu lado metafórico.

Qual é, portanto, o primeiro passo que se deve dar na luta contra o pecado?
É saber o que a cruz fez em relação a ele. A cruz derrotou o pecado, fez com que ele perdesse o domínio em nossa vida. A nossa atitude agora é andar de acordo com aquilo que a cruz exige de nós.

“Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor” (6.11). Em segundo lugar, Paulo ensina que o crente deve “considerar-se” morto para o pecado, mas vivo para Deus. O termo grego logizomai, traduzido aqui como considerar, tem o sentido também de “reconhecer”. Esse verbo está no modo imperativo, significando que esse “considerar” e “reconhecer” é uma ordem. Em segundo lugar, o verbo está no tempo presente, o que significa que deve ser uma prática habitual. E em terceiro lugar, o verbo está na voz média, o que demonstra que é uma ação feita em prol de si mesmo. Uma tradução mais próxima do original ficaria assim: “Considerem como um hábito que vocês estão mortos para o pecado, mas agora estão vivendo para Deus”.

Mais uma vez uma mudança de postura e atitude são exigidas do crente em Jesus. É preciso o reconhecimento do que significa essa nova dimensão da fé na qual ele vive. Neil Anderson demonstrou que a falta de sabermos de fato quem somos em Cristo é um dos maiores entraves para o crescimento espiritual.

“nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça” (6.13). A palavra-chave nesse versículo é “oferecer”, que traduz o grego paristemi. Essa palavra era usada com conotação militar, significando “colocar-se à disposição de alguém”, isto é, “apresentar-se”. Joseph Fitzmeyer chama a atenção para a aplicação dessa palavra no contexto bíblico. “A expressão é um termo militar, como indica também a segunda parte do versículo. As armas da retidão aludem ao A.T. (ls 11.5; 59.17). Presume-se que os cristãos são instrumentos a serviço de Deus, não a serviço do mal.”


SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"[...] É preciso compreender e comparar dois aspectos da salvação, que são: o aspecto legal e o aspecto ético e moral.
No aspecto legal está a justificação, que trata da quitação da pena do pecado. Significa que a exigência da Lei foi cumprida. Porém, no aspecto moral, está a santificação que trata da vivência cotidiana após a justificação.
Como compreender então a relação entre a justificação e a santificação?
Em primeiro lugar, a santificação trata do nosso estado, assim como a justificação trata da nossa posição em Cristo. Observe isto: Na justificação somos declarados justos. Na santificação nos tornamos justos. A justificação é a obra que Deus faz por nós como pecadores. A santificação diz respeito ao que Deus faz em nós. Pela justificação somos colocados numa correta e legal relação com Deus. Na santificação aparecem os frutos dessa relação com Deus. Pela justificação nos é outorgada a segurança. Pela santificação nos é outorgada a confiança na segurança. Em segundo lugar, a santificação envolve, também, o aspecto posicional. Na justificação o crente é visto em posição legal por causa do cumprimento da Lei, na santificação o crente é visto em posição moral e espiritual. Posicionalmente, o crente é visto nesses dois aspectos abordados que são: o legal e o moral. Legalmente, ele se torna justo pela obra justificadora de Jesus Cristo. Moralmente, ele se torna santo por obra do Espírito Santo (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.73,74.)

Romanos 6.15-23
Pois quê? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum! Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação. Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. E que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor.

Servos da Justiça
“Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues” (6.17). A nova vida do cristão exige uma mudança de senhorio. Paulo aqui agradece a Deus pela receptividade que o evangelho teve em Roma. Eles anteriormente eram escravizados, possuíam como patrão o pecado. Todavia, graças à mensagem do evangelho, haviam sido libertos. Agora eles obedeciam a uma “nova forma de doutrina’” que lhes foi entregue. É interessante observarmos que a palavra “forma” traduz o grego typos, que nesse contexto tem o sentido de “patrão”. O apóstolo via na Palavra de Deus, que lhes foi entregue, um novo patrão. Eles não tinham mais o pecado como chefe ou patrão de suas vidas, mas a poderosa mensagem do evangelho.
A crise da igreja hodierna, evidentemente, possui vários fatores. Todavia, não há dúvida de que primeiramente é uma crise teológica. É uma crise gerada por falta de Bíblia. Há muita coisa posta nos púlpitos das igrejas, mas essas coisas não são Bíblia. Não é a Palavra de Deus que está sendo pregada e ensinada. Consequentemente, o resultado obtido são cristãos fracos e doentes.

“E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça” (6.18). Os cristãos romanos haviam sido libertos do pecado e feitos servos da justiça. A palavra “libertados” traduz o grego eleutheroó, que é o mesmo termo usado por Jesus em João 8.36: “Se, pois, o Filho vos libertar., verdadeiramente, sereis livres”. No contexto joanino, Jesus mostra que os homens se encontravam sob a servidão do pecado. Não podiam se auto libertar. Aqui, os romanos haviam sidos libertos desse antigo amo e transformados agora em servos de Deus.

“Falo como homem, pela fraqueja da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação” (6.19). Stanley Clark destaca que os crentes devem apresentar seus membros à justiça da mesma forma que anteriormente haviam se dedicado ao pecado. O fim em vista é a santificação. A santificação é um processo iniciado por Deus e que exige do crente corresponder àquilo que o Espírito realiza na sua vida. O êxito, portanto, está na entrega diária que o cristão faz de suas capacidades a Deus. É isso que Paulo lembra aos romanos — só podemos servir a um Senhor por vez. Clark observa que antes de se converterem, os leitores estavam totalmente a serviço do pecado e não tinham qualquer obrigação no que diz respeito à justiça (v.20). Não significa que eles nunca haviam feito nada de bom, senão que estavam livres no que diz respeito ao dever de fazer o que era certo. Era uma liberdade de características muito pobres, como demonstra o apóstolo agora.
O apóstolo conclui que o pecado costuma recompensar seus súditos com a morte, mas a graça os recompensa com a vida eterna, em Cristo Jesus.


A GRAÇA SANTIFICA
Paulo revela que um dos efeitos imediatos da graça é a justificação e o outro é a santificação: “Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna” (6.22). A palavra “santificação”, que traduz o grego hagiasmos mantem o sentido de “separação”. A graça nos libertou e nos separou para Deus. A santificação aparece aqui nesse texto como um fruto da graça. No ensino de Paulo a santificação ocorre em dois estágios. Primeiramente somos santificados em Cristo quando o confessamos como Salvador de nossas vidas. Na teologia bíblica isso é conhecido como santificação posicional. Por outro lado, não podemos nos acomodar, mas procurar a cada dia nos santificar, isto é, nos separar para Deus. Essa é a graça progressiva, aquilo que existe como um processo na vida do crente.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Consagração do corpo mortal
'Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões' (Rm 6.1). Entendemos que o pecado opera por meio do corpo. Da mesma forma que o corpo pode ser consagrado a Deus (Rm 12.1), pode também ser dedicado ao pecado. É claro que o corpo, por si mesmo não pode fazer nada, pois é controlado pela mente. Entretanto, quando o pecado domina a mente do homem, ele controla as ações do corpo. A mente pertence ao domínio da alma humana, e quando a primeira alma inteligente (Adão - Rm 5.12) pecou, todo o seu corpo foi dominado pelo pecado.  Quando Paulo exorta os que já haviam experimentado a regeneração dizendo: 'Não reine o pecado em vosso corpo mortal', ele estava mostrando aos crentes, romanos que, uma vez que foram justificados, resta-lhes agora viver como tais, na santificação do Espírito" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.77).

Jesus Cristo é a revelação do amor e da graça de Deus.

CONCLUSÃO
Vimos nesta lição quem são os inimigos da graça, conhecemos a vitória da graça e os seus frutos. Tudo que temos e tudo que somos só foram possíveis pela graça de Deus. Essa graça é que trouxe salvação. “Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens”. Que venhamos viver segundo a recomendação de Tito, renunciando à impiedade e vivendo neste presente século de forma sóbria, justa e piamente (Tt 2.11,12).


ESTUDANDO a Lição
A respeito da Carta aos Romanos, responda:
Segundo a lição, cite dois inimigos da graça.
Antinomismo e legalismo.
Em que os antinomistas acreditavam?
Os que erroneamente aceitavam tal pensamento acreditavam que quanto mais pecarmos mais graça receberemos. Em outras palavras, a graça não impõe limite algum.
Para o legalista qual era o único instrumento adequado para agradar a Deus?
Na mente do legalista, somente a lei de Moisés era o instrumento adequado para agradar a Deus.
Segundo a lição, o que a graça de Deus destrói?
A graça destrói o domínio do pecado.
Qual fruto a graça produz no crente?
Os frutos da liberdade e da santificação.


Fonte:
Lições Bíblicas - Maravilhosa Graça - O Evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos - 2º.trim_2016 CPAD - Comentarista Jose Gonçalves
Livro de Apoio - Maravilhosa Graça - O Evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos - José Gonçalves
Romanos. O Evangelho da Justiça de Deus - 5ª.ed.CPAD
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia de Estudo Defesa da Fé
Dicionário Bíblico Wycliffe
Dicionário Teológico CPAD
Aqui eu Aprendi!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...