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sábado, 23 de fevereiro de 2019

Nossa luta não é contra carne e sangue

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas” 2Co 10.4


Nossa luta não é contra carne e sangue

O texto bíblico central para a lição desta semana encontra-se em Efésios 6.10-12, parte final da epístola. Assim, com o auxílio de um bom comentário bíblico do Novo Testamento (sugerimos o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, editado pela CPAD), o prezado professor e a prezada professora devem estudar bem o devido texto. Tenha em mente que a ministração desta lição é, especificamente, a exposição do texto de Efésios 6.10-12.

Sobre o tema da Batalha Espiritual em Efésios 6.10-12
O apóstolo Paulo inicia o trecho, ora mencionado, com a expressão “No demais” (v.10). A ideia aqui é de concluir um argumento desenvolvido para mencionar uma consequência que se aplica ao fato presente no restante do versículo: a necessidade de fortalecer-se no Senhor e em seu poder (v.10). Em seguida, o apóstolo introduz uma figura de linguagem através da imagem de uma armadura (v.11) e fecha com uma anáfora (por meio da preposição “contra”) onde o aspecto espiritual de nossa luta está ratificado (v.12). Fortalecer-se no Senhor, revestir-se com armadura e saber que a luta não é contra “carne e sangue” mostra que a Bíblia evoca uma verdadeira Batalha Espiritual.

Sobre depender de Deus
O segundo tópico da presente lição mostra-nos que devemos depender de Deus, sermos revestidos de sua armadura para vencermos as “astutas ciladas do Diabo”. O Inimigo sempre lança ciladas para desestabilizar nossa vida espiritual. Revestidos de poder, saberemos andar de maneira prudente. O Diabo tem seus métodos, ignorá-los é um perigo.

Batalhemos contra os poderes das trevas
O que são os poderes das trevas? É possível iniciarmos o terceiro tópico mostrando o que significa a expressão “lugares celestiais”. O próprio comentarista explica que se trata de um objeto no mínimo intrigante. A expressão na carta aos Efésios tem uma designação aos céus. Entretanto, a ideia de criaturas da maldade habitando nos mesmos lugares que os anjos celestiais é um paradoxo. O comentarista apresenta a solução dizendo que é coerente considerar este lugar uma esfera supraterrestre, isto é, a esfera espiritual invisível em oposição ao mundo material (Ef 1.3).
Principados, potestades, dominadores do mundo tenebroso, enfim, o Diabo e seus demônios. Nesse sentido, o universo é o campo de batalha do crente.

Por trás das aparências, há uma batalha espiritual invisível contra a Igreja.

Leitura Bíblica em classe: Efésios 6.10-12

Uma das coisas que o Inimigo tem feito nestes últimos dias, por meio de uma perspectiva materialista de vida, é tirar de alguns crentes a perspectiva espiritual. Não podemos perder o senso espiritual esposado pelo apóstolo Paulo em uma de suas cartas em que ele afirma que a nossa luta não é contra o ser humano, mas contra principados e potestades. Há sim um mundo espiritual por trás do material. Isso não é uma concepção platônica; mas bíblica, ensinada pelo nosso Senhor, proclamada pelos apóstolos e confirmada pelo Espírito Santo.

INTRODUÇÃO

O tema da presente lição trata dos poderes ocultos das trevas e de como se proteger deles pela força do poder de Deus. Embora o apóstolo Paulo não apresente a origem nem a biografia do príncipe das trevas, ele nos ensina a importância de conhecer as astutas ciladas do nosso Inimigo. O Diabo já perdeu a peleja, mas continua fazendo estrago nesse período entre o início e o final da jornada da Igreja.

I. A INCLUSÃO DO TEMA NO FINAL DA EPÍSTOLA

Os três capítulos iniciais de Efésios são teológicos, e os outros três são práticos. Uma perfeita combinação de doutrina cristã e dever cristão, de fé cristã e vida cristã. Mas, de repente, o apóstolo Paulo nos surpreende com um “No demais”, encerrando a epístola com um assunto de vital importância: a luta contra o reino das trevas.

1. “No demais…” (v.10a).
O apóstolo Paulo parece usar essa expressão para introduzir a conclusão. Isso não é nenhuma anomalia, visto que Paulo emprega essa estrutura em outro lugar (2Co 13.11; 1Ts 4.1; 2Ts 3.1). Essa expressão aparece traduzida como: “Quanto ao mais”, na Nova Almeida Atualizada; e “Finalmente”, na TB (Tradução Brasileira). Mas não devemos perder de vista que o termo paulino significa, literalmente, “desde agora” (Gl 6.17). Que diferença isso faz? Muita. No caso do verso 10, a ideia é de que daqui para frente o conflito contra o reino das trevas será contínuo até o retorno de Cristo. Desse modo, o tema é atual, e a luta da Igreja continua contra as hostes infernais.

2. “Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (v.10b).
Jesus disse certa vez: “sem mim nada podereis fazer” (Jo 15.5). Paulo empregou a voz passiva para “fortalecei-vos”. Isso mostra que não se trata meramente de esforço humano, mas da completa dependência do Senhor Jesus. A expressão “força do seu poder” é um enérgico pleonasmo (figura de sintaxe pela qual se repete uma ideia com outras palavras para proporcionar elegância ou reforço à expressão), usado aqui para reforçar a magnitude do poder de Jesus. Esse poder provém do Espírito Santo (Ef 3.16); é a atuação da Trindade na vida da Igreja.

3. O emprego da figura de linguagem.
As figuras são recursos linguísticos que merecem atenção especial pela sua beleza e pelo seu papel na Hermenêutica. A anáfora é uma figura de linguagem que consiste na repetição de uma mesma palavra no começo de frases sucessivas com o propósito de enfatizar a afirmação. Aqui encontramos: “porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (v.12). Nessa anáfora, a preposição grega, pros, “contra”, é usada cinco vezes para reforçar a ideia de que a esfera principal de atuação do príncipe das trevas não é apenas como muitos pensam: a prostituição e o crime, mas principalmente no reino das religiões; trata-se, pois, de uma batalha espiritual.

Ao final da epístola aos Efésios, Paulo exorta aos crentes “fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder”.

II. A DEPENDÊNCIA DE DEUS

O apóstolo emprega uma metáfora militar para explicar o que subjaz no mundo espiritual que não é possível perceber na superfície. A presença de todas as mazelas na humanidade é real e indiscutível, mas a fonte de toda essa maldade Paulo esclarece nessa seção. Não pode haver vitória sem ajuda divina, e é esse o apelo apostólico.

1. Somente pelo poder de Deus.
Nenhum ser humano tem condições de, sozinho, enfrentar os demônios e sair vitorioso. Os demônios existem de fato, mas não passam de um inconveniente diante do poder de Jesus; são entidades destituídas de poder na presença do Senhor Jesus (Mc 1.23-26; 3.11). No entanto, os humanos não podem desafiá-los com suas próprias forças.

2. O revestimento da completa armadura de Deus (v.11a).
O verbo “revestir” é o mesmo que a Septuaginta usa para descrever o revestimento de Gideão pelo Espírito Santo (Jz 6.34). A metáfora “toda a armadura de Deus” significa que devemos usar todos os recursos espirituais que Deus nos dá. A armadura completa indica armas de defesa e armas de ataque, uma figura bem conhecida na época, visto que os soldados romanos estavam por toda parte.

3. Os métodos do Diabo (v.11b).
Paulo começa aqui a explicar a razão de o crente se fortalecer em Jesus e no seu poder e revestir-se de toda a armadura espiritual de Deus. A expressão “astutas ciladas” é methodeia em grego, que só aparece uma vez no Novo Testamento (Ef 4.14) e cuja ideia é de “esperteza, artimanha, armadilha”. O Senhor Jesus dá, pelo seu Espírito Santo, todos os recursos para o crente entender todas essas astúcias do Inimigo (2Co 2.11). O conhecimento da força do Maligno é uma poderosa arma tanto para o ataque como para a defesa.

Somos dependentes do poder de Deus e de sua armadura espiritual para debelar a estratégia do Diabo.

SUBSÍDIO BÍBLICO
“No Verso 6.13, Paulo repete a exortação previamente enunciada em 6.11 (‘Portanto, tomai toda a armadura de Deus’) — desta vez, em vista de 6.12, isto é, das hostes de Satanás que estão envolvidas na guerra espiritual. Uma palavra diferente para ‘vestir’ (analabete) foi usada aqui, embora em 6.11 tenha sido utilizado o termo endysasthe (significando ‘estar vestido com’). Analabete significa ‘tomar’ de modo resoluto para que, mesmo debaixo do ataque mais rigoroso, o crente posso resistir ao inimigo e ‘estar firme’ em sua posição.

Paulo, por três vezes, exorta os crentes a ‘estarem firmes’ (6.11,13,14). Com isso, quer dizer que os crentes e a Igreja devem permanecer constantes e inabaláveis, ‘estando firmes’ quando a batalha espiritual for intensa, sustentando sua posição quando o conflito estiver se aproximando de seu final, sem serem ‘deslocados ou abatidos, porém mantendo-se firmes e vitoriosos em seus postos’ (Salmond, 3.385). Observe que diferentes aspectos de ‘estar firmes’ são enfatizados durante a passagem (6.10-20). Devemos ‘estar firmes’ (6.14a), na força do poder de Cristo (6.10), contra as ciladas do Diabo (6.11), com nossa armadura firmemente colocada (6.11a,13a) e em oração (6.18-20)” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. RJ: CPAD, 2003, p.1266).

III. CONTRA OS PODERES DAS TREVAS

1. Carne e sangue.
O apóstolo começa apresentando a luta interna do cristão: “porque não temos que lutar contra carne e sangue” (v.12a). O termo “carne” tem vários significados na Bíblia, mas a combinação “carne e sangue”, que só aparece três vezes no Novo Testamento (v.12; Mt 16.17; 1Co 15.50), parece indicar um significado físico. Nesse caso, essa combinação diz respeito à pessoa, ser humano, que pode ser o outro ou nós mesmos em conflito interno, no sentido de: “a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis” (Gl 5.17).

2. Os principados e potestades.
Os dois termos aqui, “contra os principados, contra as potestades” (v.12b), aparecem juntos pelo menos dez vezes no Novo Testamento. Os “principados”, archai, em grego, cuja ideia é primazia no poder; as “potestades”, exousíai, denotam liberdade para agir. O apóstolo Paulo emprega o termo tanto para os anjos (Rm 8.38; Cl 1.16) como para os demônios (1Co 15.24; Cl 2.15) investidos de poder. Desse modo, a expressão refere-se a governos ou autoridades tanto na esfera terrestre como na espiritual.

3. “Os dominadores deste mundo tenebroso” (v.12b — ARA).
A ARC emprega “os príncipes das trevas deste século”; a TB cita “governadores do mundo destas trevas”; e a Nova Almeida Atualizada mantém as mesmas palavras da ARA. O termo grego mais usado para “príncipe” é archon, que aparece 37 vezes no Novo Testamento, traduzido também como “governador”. É usado para se referir a Belzebu, “príncipe dos demônios” (Mt 12.24).

O apóstolo começa apresentando a luta interna do cristão: “porque não temos que lutar contra carne e sangue” (v.12a). para Satanás, como “príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11); e, ainda, ao “príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2). Mas, aqui, o apóstolo Paulo emprega um termo diferente, kosmokrátor, “senhor do mundo”, de kosmos, “mundo”, e krateo, “dominar”. O uso plural mostra que Paulo não está se referindo ao próprio Satanás, mas às hostes dominantes do mundo das trevas.

4. Os lugares celestiais.
O apóstolo acrescenta ainda “contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais”. Parece que aqui Paulo coloca todos esses anjos decaídos num mesmo bojo. A expressão “lugares celestiais” indicada aqui é intrigante. Essas palavras, ou “regiões celestiais”, aparecem em Efésios para designar o céu, onde Cristo está sentado à destra de Deus, onde os salvos estão com Cristo (1.3,20) e onde habitam os anjos eleitos (3.10). Como podem essas hostes infernais estar nas regiões celestiais? Uma explicação convincente é que se trata da esfera espiritual invisível em oposição ao mundo material (Ef 1.3).

Não pelejamos contra “Carne e Sangue”, mas contra os principados e potestades, os dominadores deste mundo tenebroso.


SUBSÍDIO DE VIDA CRISTÃ
“Jesus disse que era odiado sem motivo. Os verdadeiros filhos de Deus são revestidos de luz, de poder e do Espírito Santo, enviado lá do trono eterno de Deus. O mundo não nos conhece porque não conheceu a Ele, de modo que o Diabo reúne todas as suas forças para batalhar contra Jesus e os seus santos. Porém é maior aquEle que está em nós que tudo o que está contra nós. O Senhor batalhará por nós, ainda que para isso Ele precise enviar todos os exércitos do céu. Quando o profeta Eliseu estava cercado pelos inimigos do Senhor, o servo dele foi tomado de pavor, porque tinha certeza de que eles seriam aniquilados. Ele levantou os olhos a Deus e disse: ‘Peço-te que lhe abras os olhos, para que veja’. Os olhos dele foram abertos, e ele olhou em volta e viu os exércitos do Senhor com cavalos e carros de fogo. Deus enviara toda a artilharia do céu para proteger apenas um profeta e o servo deste. Deus fará o mesmo por nós, se clamarmos a Ele” (ETTER, Maria Woodworth. Devocional. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2003, pp.142,143).

CONCLUSÃO

Com base nas palavras do apóstolo Paulo, ficamos sabendo de que existem diferentes classes de espíritos maus que são enumerados aqui como “principados, potestades, príncipes das trevas, hostes espirituais da maldade”. O universo é um campo de batalha e nisso não precisamos enfrentar apenas o ataque de outras pessoas, mas também as forças espirituais que se opõem a Deus e ao seu Povo.

Fonte:Lições Bíblicas - 1º Trimestre 2019 - Batalha Espiritual - O Povo de Deus e a Guerra contra as Potestades do mal.
Aqui eu Aprendi!

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Tentação - A Batalha por nossas Escolhas e Atitudes

“Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo ” 1Jo 2.16


Tentação — A batalha por nossas escolhas e atitudes

Para introduzir a lição desta semana é importante o prezado professor, a prezada professora, fazer um preâmbulo, com base em Êxodo 34.28 e Deuteronômio 9.9,11, em que certo paralelismo entre os quarenta anos de peregrinação de Israel e os quarenta dias e noites de tentação de Jesus fique bem claro. Mostre o contraste entre a reprovação da nação de Israel no deserto e a aprovação de Jesus. Esta seria uma boa maneira de introduzir a aula desta semana.

Sobre a tentação
Na Bíblia está presente a ideia de “tentação” como provação. Essa perspectiva o comentarista atinge ao desenvolver o primeiro tópico da lição a partir de “a provocação de Refidim” e “a experiência de Massá e Meribá ”. A “contenda” foi o elemento chave da reprovação de Deus a respeito da nação. Aqui, vemos que as Escrituras revelam a tentação, muitas vezes, como uma provação que Deus permite para testar nossa fé, amadurecermos e estabelecer em nós um senso de obediência que transcende os ritos religiosos. Quando somos aprovados por Deus, depois de passar pela provação, faz todo sentido as palavras do profeta Jeremias: “porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (31.33b).

Sobre a tentação de Jesus
Neste tópico a palavra “deserto” deve ser destacada. Aqui, podemos lembrar as palavras do profeta Oseias: “eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração”. Sim, o deserto nas Escrituras aparece como um lugar onde Deus fala com o ser humano. O segundo tópico desta lição pode ser desenvolvido na perspectiva de que a tentação hoje pode acontecer num período de solidão, como Jesus estava no deserto, quando foi tentado. Embora sistematicamente tentado, nosso Senhor esteve sempre em comunhão com o Pai.

Sobre a tríplice tentação
Por fim, este terceiro tópico especifica as esferas em que a tentação vem sobre a vida do crente:
(1) Tentação física, a ideia de obter benefício para satisfazer as próprias necessidades (fome: transformar pedras em pão);
(2) Tentação religiosa, a ideia de usar “a experiência religiosa” para a sua própria vaidade (aparecer em público amparado por anjos);
(3) Tentação política, a ideia de adquirir poder político para dominar sobre todas as coisas.

Nesta oportunidade trataremos sobre as escolhas e atitudes na jornada da vida espiritual. Neste contexto, aparece o tema da tentação. Em todo tempo somos instados pelo Maligno a negar nossa vida de santidade e ceder para as obras da carne afim de que manchemos as vestes espirituais. Não podemos nos dobrar às falsas promessas do Maligno. Precisamos perseverar na fé em Cristo, buscar a sua preciosa vontade para a nossa vida e honrá-lo até o fim na caminhada cristã. Uma boa aula!

A tentação no sentido religioso é a atração ou sedução para praticar o mal tendo por recompensa prazeres ou lucros ilícitos.

INTRODUÇÃO

Há certo paralelismo entre os quarenta anos da peregrinação de Israel no deserto e os quarenta dias e as quarenta noites em que o Senhor Jesus jejuou no lugar ermo. A diferença é que Israel não passou no teste, e Jesus foi o vitorioso sobre Satanás. Esses dois cenários têm a ver com nossas escolhas e atitudes na jornada de nossa vida espiritual.

Ainda que sejamos tentados, em Jesus, somos vitoriosos.



I. A TENTAÇÃO

Os termos “tentação” e “tentar” na Bíblia aplicam-se tanto no campo secular como no campo religioso. Vamos analisar o assunto partindo dos significados e sentidos dessas palavras, levando em consideração o contexto das várias passagens bíblicas.

1. A provocação de Refidim.
O substantivo “tentação” significa literalmente “teste, provação, instigação”. Na contenda paradigmática de Refidim, no deserto, temos o significado dessa palavra: “E chamou o nome daquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o SENHOR no meio de nós, ou não?” (Êx 17.7).

O vocábulo hebraico massá significa “tentação”, e meribá quer dizer “contenda”. Os israelitas estavam testando o próprio Deus. A Septuaginta traduz massá por peirasmós, “tentação”, a mesma palavra usada no Novo Testamento grego. O enfoque do termo aqui é sobre a ideia de instigação ou sedução para o pecado (Mt 6.13; 26.41).

2. A experiência de Massá e Meribá.
Ninguém deve testar a Javé, o Deus de Israel, pois o nosso dever é obedecê-lo (Dt 6.16). O que aconteceu nessa contenda teve a reprovação divina, de modo que serviu como um paradigma daquilo que não se deve fazer (Sl 95.8,9). Testar Deus é questionar sua fidelidade no pacto e duvidar de sua autoridade (Sl 78.41,56). Entendemos que tentar o Criador reflete a nossa descrença nEle, e a Bíblia é contra essa prática (Is 7.12; At 15.10).

3. Como um teste.
Isso é muito comum no Antigo Testamento (1Rs 10.1). O exemplo clássico é a passagem do sacrifício de Isaque: “E aconteceu, depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão” (Gn 22.1). A finalidade disso é revelar ou desenvolver o nosso caráter (Êx 20.20; Jo 6.6).

O hebraico aqui para “tentou” é nissá, que tem o sentido de testar, experimentar, usado para pesquisas científicas hoje em Israel. A Septuaginta traduziu por peirazo, de onde vem o substantivo peirasmós, que aparece no Novo Testamento com a mesma ideia de teste: “e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são” (Ap 2.2). O Novo Testamento emprega o termo também com ideia de tentativa (At 16.7; 24.6).

A provocação de Refidim e a experiência de Massá e Meribá, embora esta fosse uma ofensa a Deus, mostram que a tentação é um período de teste em nossa vida.


Estude também:


II. A TENTAÇÃO DE JESUS

A tentação de Jesus no deserto é o primeiro acontecimento registrado de sua história depois do batismo por João Batista no rio Jordão. Era de se esperar que aquele que veio “para desfazer as obras do diabo” (1Jo 3.8) enfrentasse a reação de Satanás. O Inimigo de nossa alma decide lutar por sua causa. É que a chegada do Salvador alvoroçou todo o reino das trevas.

1. Levado ao deserto (v.1).
O deserto é um lugar onde os seres humanos percebem a grandeza de Deus e a fragilidade humana; é um lugar de profundo silêncio para meditação e oração, onde há vastidão de espaço para ouvir a voz de Deus. Foi no deserto que grandes homens de Deus foram preparados para o serviço sagrado, como Moisés (At 7.30-33) e Elias (1Rs 19.4-10).

O termo “deserto” nessa passagem não é suficiente para determinar o lugar exato em que Jesus suportou os quarenta dias de jejum e tentações. Mas há concordância entre muitos estudiosos de que se trata de uma parte despovoada da Judeia, onde João Batista iniciou o seu ministério. A tradição posterior indica o monte da Quarentena a oeste de Jericó, onde foi construída na encosta da montanha uma igreja no século VI.

2. Sobre o jejum de Jesus (v.1).
Segundo a narrativa de Mateus, Jesus jejuou “quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome”. Só mais dois personagens bíblicos praticaram um jejum tão prolongado de quarenta dias, Moisés e Elias, mas isso aconteceu em situações específicas (Êx 34.28; Dt 9.9,11; 1Rs 19.8). Isso mostra que esse tipo de jejum (quarenta dias e quarenta noites) não é doutrina da Igreja. Lucas afirma que Jesus, “naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome” (Lc 4.2). O verbo grego, nesteuou, “jejuar”, significa literalmente “abster-se de alimento”.

3. Como a tentação aconteceu (v.3a).
Está claro que Satanás se apresentou a Jesus de forma visível, mas os detalhes são desconhecidos. Essa tentação foi literal, e isso se evidencia pelos detalhes da própria narrativa. Rejeitamos, pois, a ideia de uma tentação subjetiva, simbólica ou visionária. Com certeza, Jesus mesmo contou essa experiência aos seus discípulos.

Levado ao deserto pelo Espírito Santo, Jesus foi tentado pelo Diabo.


SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
É importante termos uma ideia bem clara acerca da depravação total, pois a doutrina nos ajuda a compreender a luta interna no processo da tentação. Por isso, leia o seguinte texto, objetivando ter tal consciência: “A atual condição espiritual da humanidade, considerada à parte da graça de Deus, é adequadamente descrita como tenebrosa e desanimadora. Com certeza, Wesley, em sua doutrina do pecado original, emprega o que só pode ser descrito como ‘superlativos negativos’ para demonstrar o total abismo moral e espiritual em que a humanidade decaiu. Ele comenta: ‘O homem, por natureza, é repleto de todo tipo de maldade? É vazio de todo bem? É totalmente caído? Sua alma está totalmente corrompida?’. Ou, para fazer o teste ao contrário, ‘toda imaginação dos pensamentos de seu coração [é] só má continuamente?’. Admita isso, e até aqui você é um cristão. Negue isso, e você ainda é um pagão” (COLLINS, Kenneth. Teologia de John Wesley: O Amor Santo e a Forma da Graça. RJ: CPAD, 2010, p.97).

Tentador
“[Do lat. tentatorem] O que induz a práticas que contrariam às leis de Deus. Nas Sagradas Escrituras, é Satanás o tentador por antonomásia. Ou seja: é o agente e o estimulador da tentação”. Leia mais em Dicionário Teológico, CPAD, p.270.

III. A TRÍPLICE TENTAÇÃO

Mateus e Lucas registraram as três últimas investidas de Satanás contra Jesus, e elas foram o ápice dessas tentações. Na verdade, Jesus foi tentado em todos os quarenta dias: “quarenta dias foi tentado pelo diabo” (Lc 4.2). E continuou sendo tentado durante todo o tempo de seu ministério (Lc 22.28; Hb 4.15).

1. A primeira das três últimas tentações (v.3b).
O objetivo dessa investida diabólica era incitar Jesus a usar seus poderes em benefício próprio. A declaração pública do próprio Deus a respeito de Jesus, “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17), indica que isso era do conhecimento de Satanás. Mas, mesmo assim, ele desafiou Jesus quanto à sua identidade: “Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães”. À semelhança de Eva, esse pecado consistia em satisfazer o apetite físico com algo lhe fora proibido.

2. A segunda tentação (v.5).
Aqui, o objetivo de Satanás é induzir o Senhor Jesus a tentar o Pai e persuadi-lo a um ato de vaidade. A “Cidade Santa”, para onde Jesus foi transportado, é Jerusalém (Ne 11.1; Is 52.1). Satanás incita Jesus a jogar-se do pináculo do templo abaixo usando o texto de Salmos 91.11,12. Essa passagem refere-se a alguém que confia em Deus e, por isso mesmo, ao próprio Senhor Jesus. Ter a proteção divina, conforme as promessas desse salmo, é muito diferente de tentar a Deus. A proposta de Satanás era para Jesus testar Deus, algo que as Escrituras proíbem (Êx 17.2-7).

3. A terceira tentação (v.8).
Esse último ataque consistia em induzir Jesus a se apoderar do domínio do mundo por meios ilícitos. Como disse um grande comentarista dos Evangelhos: “A concessão era pequena; a oferta, grande”. Teria Satanás o controle do mundo a ponto de oferecê-lo a quem desejasse? Jesus não discutiu sobre essa reivindicação do Diabo. O Novo Testamento mostra que Satanás é “o deus deste século” (2Co 4.4); “o príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2); “os príncipes das trevas deste século, […] as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12) e “todo o mundo está no Maligno” (1Jo 5.19). Mas Satanás não tem nada para ninguém; tudo não passa de mera aparência e engano.

4. Respostas de Jesus.
O ataque diabólico foi nas áreas mais sensíveis do ser humano: “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.16). Mesmo com toda a sua habilidade maligna, foi grande e devastadora a derrota de Satanás (v.11). Ele foi vencido pelo poder da Palavra de Deus: “está escrito, está escrito e está escrito”. Jesus citou três passagens do Pentateuco (Dt 6.13,16; 8.3). Assim, o grande conquistador, o Senhor Jesus Cristo, pode simpatizar com os que são tentados, pois Ele mesmo foi tentado de maneira real. Podemos nos consolar porque temos um Protetor no céu que é capaz de se compadecer de nossas fraquezas (Hb 4.15).

Três tentações de Jesus: transformar pedras em pães; jogar-se do pináculo do templo e ser amparado por um anjo e dominar o mundo se adorasse o Diabo.

SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
“[…] A presença de Cristo conosco não é apenas como a de um companheiro externo, mas é uma força real e divina, revolucionando nossa natureza e tornando-nos como Ele é. De fato, o propósito final e último de Cristo é que o crente seja reproduzido segundo a sua própria semelhança, por dentro e por fora.
Paulo expressa a mesma coisa no primeiro capítulo de Colossenses, quando diz: ‘Para, perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis’ (Cl 1.22). Esta transformação deve ser uma transformação interior. É uma transformação de nossa vida, de nossa natureza segundo a natureza dEle, segundo a semelhança dEle.
Como é maravilhosa a paciência, como é maravilhoso o poder que toma posse da alma e realiza a vontade de Deus — uma transformação absoluta segundo a maravilhosa santidade do caráter de Jesus! Nosso coração fica desconcertado quando pensamos em tal natureza, quando contemplamos tal caráter. Este é o propósito de Deus para você e para mim” (LAKE, John G. Devocional. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2003, pp.31-32).


CONCLUSÃO

Diante dos fatos aqui expostos, aprendemos a não subestimar a força e os ardis de Satanás e seus demônios, pois ele ousou tentar o próprio Filho de Deus. Adão foi testado e não passou no teste (Gn 3.11,12). Da mesma forma, Israel foi reprovado logo no limiar de sua história como nação (Dt 9.12). Mas Jesus foi aprovado, Glória a Deus! (At 2.22).


Fonte:Lições Bíblicas - 1º Trimestre 2019 - Batalha Espiritual - O Povo de Deus e a Guerra contra as Potestades do mal.

Aqui eu Aprendi!

Horário de Verão 2019 - Término 16/02/2019

Horário de verão acaba neste fim de semana em 10 estados e no DF

Moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem atrasar relógios em 1 hora à meia-noite deste sábado (16/02/2019)

O horário de verão de 2018, que começou no dia 4 de novembro, termina à 0h deste domingo (17), ou meia-noite de sábado (16). Ao término do horário de verão, os moradores de 10 estados e do Distrito Federal devem atrasar o relógio em uma hora.

O ajuste vale para as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal).

Este ano, o horário de verão foi encurtado - começou mais tarde. Antes, ele se iniciava no terceiro domingo de outubro. Em dezembro de 2017, o presidente Michel Temer assinou decreto que encurtou a duração do horário de verão, atendendo a pedido do Tribunal Superior Eleitoral, para que o início do horário de verão não ocorresse entre o primeiro e o segundo turno da eleição.

O Palácio do Planalto chegou a informar em 2018 que, a pedido do Ministério da Educação, a entrada em vigor do horário seria adiada para dia 18 de novembro, a fim de não prejudicar provas do Enem, mas acabou decidindo manter a data de 4 de novembro.

As mudanças na data de início do horário de verão chegaram a causar confusão. No dia 15 de outubro, usuários de telefone celular reclamaram da mudança automática do horário em seus aparelhos para o horário de verão.

No Twitter, muitos consumidores reclamaram ter perdido uma hora de sono em pleno retorno de feriado e cobraram explicações da TIM.

Na semana seguinte, mais clientes de operadoras de celular passaram pela mesma situação, em que os relógios de seus aparelhos foram adiantados de forma automática para o horário de verão. Em São Paulo, alguns relógios de rua também foram adiantados.


Curiosidade:
O horário de verão também é adotado em países como Canadá, Austrália, Groelândia, México, Nova Zelândia, Chile, Paraguai e Uruguai. Por outro lado, Rússia, China e Japão, por exemplo, não implementam esta medida.

Aqui eu Aprendi!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

A gente vai embora...

"Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo." Mateus 22:37-39

...e nos perguntam: Por que amar tanto?

Resposta:  - Porque a gente vai embora...

Estamos todos chocados com a tragédia ocorrida em Brumadinho (MG) em 25 Janeiro 2019!

Que continuemos intercedendo em oração.

Pense!

REFLEXÃO

A GENTE VAI EMBORA e fica tudo aí, os planos a longo prazo e as tarefas de casa, as dívidas com o banco, as parcelas do carro novo que a gente comprou para ter status.

A GENTE VAI EMBORA sem sequer guardar a comida na geladeira, tudo apodrece, e a roupa fica no varal.

A GENTE VAI EMBORA, se dissolve e some toda a importância que pensávamos que tínhamos, a vida continua, as pessoas superam e seguem suas rotinas normalmente.

A GENTE VAI EMBORA as brigas, as grosserias, a impaciência, tudo isso serviu pra me afastar de quem só me trazia felicidade e amor.

A GENTE VAI EMBORA e o mundo continua caótico, muito louco, como se a nossa presença ou ausência não fizesse a menor diferença. Na verdade, não faz. Somos pequenos, porém, prepotentes, arrogantes...

A GENTE VAI EMBORA, pois é! bem assim: Piscou, a vida se vai....! O cachorro que eu amo tanto, ele é doado e se apega aos novos donos. Os viúvos se casam novamente, andam de mãos dadas, apaixonados, e vão até ao cinema.

A GENTE VAI EMBORA e somos rapidamente substituídos no cargo que ocupávamos na empresa. As coisas que nem sequer emprestávamos são doadas, algumas jogadas fora. Quando menos se espera, A GENTE VAI EMBORA. Aliás, quem espera morrer? Se a gente esperasse pela morte, talvez a gente vivesse mais. Talvez a gente colocasse nossa melhor roupa hoje, talvez a gente comesse a sobremesa antes mesmo do almoço. Talvez a gente esperasse menos dos outros. Talvez perdoasse mais, risse mais, saísse à tarde para ver o por do sol, talvez a gente quisesse mais tempo e menos dinheiro. "Hoje o tempo voa amor..."

A partir do momento que a gente nasce, começa essa viagem, jornada fantástica, veloz, com destino ao fim; rumo ao fim, e ainda há aqueles que vivem com pressa! - "eu ainda tenho pressa!"

O QUE É QUE ESTAMOS FAZENDO COM O POUCO TEMPO QUE NOS RESTA?

Que possamos ser cada dia melhores e que saibamos reconhecer o que realmente importa nessa nossa BREVE passagem pela Terra!

Até porque, A GENTE VAI EMBORA...


Autoria Sergio Cursino - Jornalista/Locutor
Aqui eu Aprendi!
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