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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Reforma Protestante - Protestantismo

Surgido a partir do rompimento de alguns dogmas da Igreja Católica, o protestantismo é atualmente um dos maiores ramos do cristianismo, com milhões de seguidores no mundo.

O protestantismo é, ao lado do catolicismo, um dos grandes ramos do cristianismo. O nome “protestante” provém dos protestos dos cristãos do século XVI contra as práticas da Igreja Católica. Em alguns países, especialmente no Brasil, o termo “protestante” foi substituído por “evangélico”, retirando a conotação polêmica da palavra e dando uma característica mais positiva e universal.

História e crescimento do protestantismo

O movimento protestante surgiu na tentativa de reformar a Igreja Católica, iniciada pelo monge agostiniano Martinho Lutero, no século XVI. Os motivos para esse rompimento incluíram principalmente as práticas ilegítimas da Igreja, além da divergência em relação a outros princípios católicos, como a adoração de imagens, o celibato, as missas em latim, a autoridade do papa, entre outros.

Para os protestantes, a salvação é conseguida por meio da graça e bondade de Deus e, para isso, cada pessoa pode se relacionar diretamente com seu criador, sem a necessidade de um intermediário, diferentemente da fé católica, a qual diz que o único método para obter a salvação é a partir dos sacramentos e rituais de purificação da alma realizados por intermediação de pessoas santificadas (padres, bispos, etc.).

Os protestantes defendem a crença de que a única autoridade a ser seguida é a "Palavra de Deus", presente na Bíblia Sagrada. De acordo com esse ponto de vista, pela ação do Espírito Santo, os cristãos, ao lerem a Bíblia, teriam uma maior harmonia com Deus. Por esse motivo, a partir da Reforma Protestante, a Bíblia foi traduzida para diversas línguas e distribuída sem restrições para as pessoas.

O protestantismo pode ser subdividido em ramos, como luteranismo, calvinismo, anglicanismo, etc. Atualmente, costuma-se classificar as igrejas protestantes em pentecostais e neopentecostais.

No Brasil, essa vertente cristã foi trazida pelos holandeses, entre os anos de 1624 e 1625, e foi propagada principalmente entre os índios. Pesquisas recentes mostram o crescimento desse ramo do cristianismo entre os brasileiros: em 1970, o censo do IBGE registrava cerca de 4,8 milhões de evangélicos, e, em 1980, esse número passou a 7,9 milhões. O número registrado de seguidores em 1991 foi de 13,7 milhões e, em 2000, foi 26,1 milhões. Segundo o IBGE, se esse crescimento se mantiver estável ao longo dos anos, no ano de 2020, metade da população brasileira será evangélica.

Sabe-se que existe atualmente cerca de 593 milhões de protestantes no mundo. O país mais protestante do mundo é os Estados Unidos da América, com quase 163 milhões de seguidores.

Fonte: BrasilEscola

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sábado, 27 de outubro de 2018

Perseverando na Fé

“E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?” Lc 18.7

Perseverando na fé

Perseverar sempre é uma das exortações evangélicas mais persistentes de Jesus Cristo. Nosso Senhor sabia de que para vencer os obstáculos do mundo, seus discípulos deveriam perseverar na oração e não esmorecer. Para compreendermos melhor esse tema, a lição desta semana está estruturada em três tópicos principais:
(1) Interpretando a Parábola do Juiz iníquo;
(2) A Bondade de um Deus Justo;
(3) A Perseverança da Viúva é uma imagem para nós.

A figura do juiz iníquo

A Palavra de Deus sempre declara que o Pai é um Deus bom. Ora, a Parábola do juiz iníquo tem o objetivo secundário de reafirmar a bondade de Deus, embora o juiz seja apresentado como mau. A moral é esta: se um juiz mau resolveu a causa de uma viúva, Deus, que é infinitamente bom, não deixará de atender a súplica de seus filhos. Por isso, os seguidores de Jesus devem perseverar em oração.

A Perseverança da viúva como um exemplo

Na vida cristã temos muitos inimigos: o pecado, o Diabo, as tentações, as tragédias e perseguições. As lutas são inumeráveis. O servo de Deus, enquanto viver neste mundo, travará uma batalha espiritual na própria carne mortal. Por isso, a personagem da viúva é um exemplo de perseverança para nós. Ela estava diante de um mau juiz, ainda assim, não deixou de confiar na resposta à sua petição por justiça.

Nós estamos diante de um Deus bom, justo e galardoador daqueles que o buscam. Não por acaso, a parábola inicia assim: “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer”.

O dever da oração

O objeto primeiro da parábola é mostrar a importância da oração perseverante. Não se pode acostumar-se a criar desculpas para não orar. É bem verdade que disciplinar o corpo e a mente para a oração não é uma tarefa fácil, mas para quem deseja ter uma vida piedosa é necessário disciplinar a carne, como bem falou certo cristão antigo: orar é pôr a carne em disciplina. Se por um lado temos o Espírito Santo para nos auxiliar, por outro a disciplina e a iniciativa de buscarmos a Deus em oração têm de levar em conta o lugar, a hora, a intensidade e a necessidade de orarmos a Deus. Tudo passa por um esforço pessoal a fim de buscar a Deus em oração.

Quanto mais perseverarmos na fé, melhor entenderemos a vontade de Deus.

Leitura Bíblica Classe: Lucas 18.1-8

INTRODUÇÃO

A perseverança na fé é uma das exortações bíblicas mais urgentes nos dias de hoje. Sobretudo, quando acompanhada da oração, pois esta também é de suma importância, visto ser a forma de comunicação vital dos discípulos com o Pai soberano nestes tempos perigosos até o estabelecimento final do Reino de Deus. Esta parábola, também conhecida como a “parábola da viúva persistente” mostra que a oração intermitente em tempos de crise é o meio pelo qual os discípulos do Reino se valem da justiça do Pai a seu favor.

I. INTERPRETANDO A PARÁBOLA DO JUIZ INÍQUO

1. Uma parábola difícil.

Muitos estudiosos consideram essa parábola uma das mais difíceis. De fato, o modo como algumas Bíblias a intitulam, ou seja, quando na epígrafe editorial consta, por exemplo, “A parábola do juiz iníquo”, têm levado muitos a fazerem interpretações equivocadas sobre a bondade, o amor e a justiça de Deus. Contudo, devemos levar em conta o propósito que levou Jesus a contar essa parábola. Trata-se de uma parábola que, a exemplo de outras que estudamos ao longo desse trimestre, funciona como um contraste. Conforme veremos, ela possui até certo fundamento em seu estilo de acentuar a perseverança, e se faz acompanhar de um chamado ao discernimento (v.6), três afirmações da defesa graciosa que Deus faz dos seus e é concluída com um questionamento sobre a existência, ou não, da fé, quando chegar o tempo em que Deus defenderá os seus (v.8b).

2. O juiz.

Não é preciso interpretar, ao pé da letra, cada detalhe de todas as parábolas. Entretanto, aqui vamos assim proceder com o fim exclusivo de mostrarmos o contexto que se passa na mente dos ouvintes. Tudo indica que na estrutura jurídica do judaísmo antigo existiam dois sistemas de tribunais: o judaico e o gentílico. Por isso, há estudiosos que entendem que o magistrado da parábola era um juiz gentio. A Mishná declara que três juízes deveriam definir a sentença nos casos que envolvessem propriedade. Flávio Josefo fala de tribunais com até sete juízes na Galileia. A parábola pressupõe um tribunal com um juiz somente, pois, neste caso, pode tratar-se de um simples recurso para a simplificação da narrativa. Na verdade, para entendermos melhor a parábola, não é tão importante o conhecimento do sistema jurídico daquele tempo, mas sim nos conscientizar da condição desesperadora de muitas viúvas da época que sofriam com juízes corruptos ou desumanos.

3. A viúva.

As viúvas eram reconhecidas pelas suas roupas típicas, as quais indicavam sua situação (Gn 38.14,19). Naquele tempo as jovens casavam-se no início da adolescência, por isso, apesar de haver muitas viúvas, elas não eram, necessariamente, mulheres de idade avançada. A maioria era deixada sem nenhuma forma de subsistência. Se permanecessem na família do falecido, acabavam numa condição inferior, quase servil. Se retornassem para a sua família de origem, o dinheiro do dote repassado nas negociações do seu casamento teria que ser devolvido. Dessa forma, as viúvas em geral ficavam em uma situação bastante miserável. Geralmente elas eram vendidas como escravas para a quitação das dívidas. Portanto, uma mulher pobre, por causa da morte de seu marido, ficava privada do amparo social e, em caso de controvérsias de ordem pública, se não tinha dinheiro, precisava confiar na honestidade dos magistrados. Esse é o contexto em que devemos ler essa parábola.

4. O caso e a perseverança.

A mulher tinha uma causa que deveria ser apresentada a um tribunal da cidade ou a um juiz que resolvesse exclusivamente a questão por via administrativa. Talvez se tratasse de pendências judiciárias ou mesmo dívidas deixadas pelo seu marido, de hipotecas sobre a herança patrimonial. Apesar de o caso poder enquadrar-se nos inúmeros existentes à época quando uma mulher tinha de defender seus direitos contra as maldades de um adversário poderoso que, sendo mais importante e influente, está seguro e tranquilo, ela toma uma decisão inédita, pois não escolhe advogados (talvez sua condição nem o permitisse), nem defensores públicos, mas contra o costume de seu ambiente, decide apresentar, pessoalmente, a instância ao juiz. Este, segundo o relato, é um juiz iníquo, isto é, não teme a Deus. Ela, porém, demonstra um coração decidido e uma disposição muito grande. Tanto que o texto usa a expressão “molesta” (v.5) para indicar a perseverança da viúva diante do juiz. Por isso, ao final, o juiz cede para não ser mais incomodado, isto é, “molestado” pela mulher que o importuna.

SUBSÍDIO EXEGÉTICO
“A Parábola do Juiz e da Viúva enfoca a oração persistente. Claro que Jesus não está ensinando que Deus é como um juiz injusto. A parábola é dita num estilo ‘quanto mais’. Se um homem iníquo finalmente responde os clamores de uma viúva, quanto mais um Deus justo ouvirá as orações dos seus filhos.
A parábola fala sobre uma situação da vida real. O juiz não tem reverência a Deus ou respeito pelos direitos das pessoas. Uma viúva pobre envolvida num processo na mesma cidade pleiteia com o juiz insensível para decidir em favor dela contra um adversário (v.3). Por um longo tempo ele não faz nada, ignorando os clamores por justiça. Como outras viúvas naquela sociedade, ela é impotente e entre a mais vulnerável das pessoas. Ela é dependente dos outros para cuidar dela” (ARRINGTON, F. L. In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2003, p.435).

II. A BONDADE DE UM DEUS JUSTO

1. Deus é bom.

Não é novidade o fato de a Bíblia estar repleta de textos que demonstram a bondade de Deus. A parábola, uma vez mais, reforça tal verdade quando o Senhor, retoricamente, questiona: “E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?” (v.7). A bondade de Deus faz com que Ele ouça aos seus servos. E não poderia ser diferente, pois Jesus ensinou que se, nós, pois, sendo maus, sabemos dar boas coisas aos nossos filhos, “quanto mais vosso Pai que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” (Mt 7.11). Antes disso o Mestre também ensinava sobre a oração, dizendo: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7.7). Na parábola que estamos estudando, encontramos a viúva clamando, e este é o recurso utilizado por Jesus para, mais uma vez, ensinar sobre a oração e nos lembrar que Deus é bom.

2. Deus é justo.

Além da bondade do Pai, o crente sabe que Ele é justo. Uma vez mais é necessário recordar que a parábola não deve ser tomada ao nível dos detalhes, pois estes não são o mais importante. O juiz de nossa parábola é iníquo, injusto; Deus, a quem servimos, por outro lado, é justo. Nisto consiste o elemento de contraste dessa parábola. Este conhecimento já tinha Abraão ao chamar o Senhor de “Juiz de toda a Terra” (Gn 18.25). A justiça de Deus é tão elevada que, assim como a paz de Cristo, excede a todo nosso entendimento (Is 56.1).

3. Deus assume a nossa causa.

Na parábola, encontramos uma pobre viúva pedindo justiça, mas o que Jesus está ensinando é sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer, isto é, a perseverar. Assim, ao mesmo tempo em que ensina sobre a oração e a perseverança, o Mestre lembra um preceito da Lei, mostrando que Deus assume a nossa causa: “Pois o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e veste” (Dt 10.17,18).


SUBSÍDIO PRÁTICO-TEOLÓGICO
“A aplicação é clara e simples. Uma viúva pode obter justiça de um juiz que não teme a Deus e não tem nenhuma consideração pelos seus semelhantes, simplesmente pela sua vinda contínua. Quanto mais deveria um cristão ter fé e crer que um Deus justo, bom e amoroso responderá as suas orações, embora Ele possa demorar — ou seja, embora as vezes pareça que a resposta demora! Depressa, lhes fará justiça, ou seja, subitamente, inesperadamente, mas não necessariamente quando eles pensam que a resposta deve vir” (CHILDERS, Charles. Comentário Bíblico Beacon. Volume 6. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.467).

III. A PERSEVERANÇA DA VIÚVA É UMA IMAGEM PARA NÓS

1. Oração.

Até que nosso Senhor retorne, infelizmente, viveremos em constante luta contra o pecado (Hb 12.1). Por esse motivo, não devemos desistir de perseverar na oração e na súplica até que alcancemos o alvo (Fp 3.12-14). Ainda durante seu ministério Jesus exortava aos seus discípulos a que estivessem de “sobreaviso” e que também vigiassem e orassem (Mc 13.33 — ARA). Uma das características distintivas do Evangelho de Lucas é a oração (3.21; 5.16; 6.12; 9.18,28,29; 10.21,22; 11.1; 22.41-46; 23.46). Ao ensinar a respeito do Espírito Santo, Lucas nos mostra que Deus cumpre o seu propósito. No entanto, exige a atitude certa por parte do povo de Deus que, de acordo com este Evangelho, é a oração. Vemos Jesus orando antes de cada grande crise da sua vida, ou seja, chegando a orar pelos seus agressores (Lc 23.34). Por ser um homem de oração, Jesus exortou seus discípulos a fazerem o mesmo (Lc 11.2; 22.40,46). É importante lembrar que Jesus advertiu contra o tipo errôneo de oração (Lc 20.47).

2. Perseverança.

Além de orar, é necessário compreender que a oração deve vir acompanhada de perseverança. A exortação à oração persistente está estreitamente ligada à expectativa da volta do Senhor. O texto de Lucas 17.22 nos alerta de maneira bastante clara a respeito do tipo de oração e do perigo de esmorecimento na prática de orar a qual se tem em mira aqui. Deus quer ser buscado de forma incessante e persistente pelos seus, pois a perseverança levará em conta o tempo de espera como um meio para aclarar e purificar a nossa vida no aprendizado das coisas de Deus.

3. Fé.

Somos, da mesma forma, exortados a perseverar na fé. A parábola conclui com uma pergunta: “Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” (v.8b). Jesus refere-se aqui à fé da súplica incessante, que não esmorece, ou seja, à fé perseverante. A própria interrogação traz uma conexão direta com a parábola, pois questiona se o Filho irá encontrar uma fé persistente como a da viúva. Esta fé é aquela que, em meio às dificuldades e às perseguições, transforma-se em fidelidade e coragem para testemunhar diante dos homens (Lc 9.26; 12.9). A fim de preservarmos este tipo de fé, precisamos cultivar uma vida de oração constante e persistente.


SUBSÍDIO DEVOCIONAL
“Jesus ensina uma importante lição a respeito da oração, nas parábolas do amigo importuno e do juiz injusto. Ambas ilustram a frequentemente citada promessa de Jesus: ‘Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede, recebe; e o que busca, encontra; e, ao que bate, se abre’ (Mt 7.7,8; veja Lc 11.9,10).
Os três imperativos em Mateus 7.7 (‘pedi’, ‘buscai’ e ‘batei’) são verbos que originalmente estão no presente ativo. Por conseguinte, o sentido dessa passagem é: ‘Continuai pedindo, até receberdes; continuai buscando, até encontrardes; continuai batendo, até que vos seja aberta a porta’. Muito diferente da incredulidade, a importunação e a persistência demonstram a firme determinação de se alcançar um fim desejado, ao mesmo tempo que evidenciam a fé que prevalece contra todos os obstáculos” (BICKET, Zenas 3.; BRANDT, Robert L, Teologia Bíblica da Oração. 6ª Reimpressão. RJ: CPAD, 2006, p.206).

CONCLUSÃO

A interpretação dessa parábola como um ensino sobre a oração persistente tem sido a melhor interpretação ao longo da história da igreja. A viúva que, com sua insistência, constrange o juiz à intervenção, é um modelo de perseverança na fé e na oração confiante. Esperar com firmeza e fidelidade a vinda do Filho do Homem, ou seja, a consumação da nossa salvação é o melhor incentivo para a oração corajosa. No “mundo tereis aflições”, disse Jesus (Jo 16.33), mas somos convocados a permanentemente invocar a Deus por socorro, pois sempre fará justiça aos que clamam a Ele. Deus sempre estará junto daqueles que perseveram na fé e na oração.


O Cuidado de Deus com as Viúvas
“Deus é o socorro e o auxílio [das viúvas]: Dt 10.18; Sl 68.5; 146.9; Pv 15.25. Deus tem expectativa que o seu povo cuide das viúvas (Is 10.2; Jr 7.6), principalmente os juízes e líderes e Deus apresenta o seu testemunho contra os opressores das viúvas (Ml 3.5). A trilogia de ‘viúvas, órfãos e estrangeiros’ é uma descrição-padrão das pessoas que estão em situação vulnerável”. Compreendendo todas as Parábolas de Jesus, CPAD, p.630.

Fonte:
Livro de Apoio – As Parábolas de Jesus - As verdades e princípios divinos para uma vida abundante - Wagner Tadeu dos Santos Gaby e Eliel dos Santos Gaby
Lições Bíblicas 4º Trim.2018 - As Parábolas de Jesus - As verdades e princípios divinos para uma vida abundante - Comentarista: Wagner Tadeu dos Santos Gaby

Aqui eu Aprendi!

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

O Batismo com o Espírito Santo

“Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” At 2.39


“A distinção e as evidências do batismo no Espírito Santo são estudadas em primeiro lugar porque delas depende a maioria das posições teológicas no tocante às demais questões, isto é, as posições adotadas quanto a esses dois primeiros tópicos definem as questões nas demais áreas. A questão da disponibilidade hoje do batismo no Espírito Santo é muito discutida. Por um lado, muitos estudiosos da Bíblia responderão que o batismo no Espírito Santo está à disposição dos crentes atuais, mas apenas parte da conversão. Por outro lado, quando os pentecostais afirmam que o Espírito está disponível, argumentam em favor de uma experiência distinta da regeneração, em certo sentido, e acompanhada pela evidência física inicial do falar em línguas. Além disso, embora a distinção e as línguas como evidência estejam estreitamente relacionadas entre si, não deixam de ser questões separadas. Pela lógica, existem quatro possíveis posições quanto à distinção e as línguas como evidência. [...] Há os que pensam ser o batismo no Espírito Santo parte da experiência da conversão, sem qualquer evidência inicial, como o falar em outras línguas [...] Há os que defendem o batismo no Espírito Santo como uma experiência geralmente ocorrida após a regeneração e sempre acompanhada pela evidência especial do falar em outras línguas. Esta é a posição de igrejas pentecostais como as Assembleias de Deus” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 8ª Edição. RJ: CPAD, 2003, p.432).

O batismo com o Espírito Santo é uma experiência dada por Deus para o revestimento de poder.

Professor(a), na Lição de hoje estudaremos a respeito de uma das maiores dádivas divinas depois da salvação — o batismo com o Espírito Santo. Esse revestimento de poder não foi somente para os crentes do primeiro século e ele não cessou, pois enquanto a Igreja permanecer neste mundo. Então, não deixe de aproveitar essa oportunidade para orar por seus alunos que ainda não foram batizados com o Espírito Santo. É importante, antes de orar, que você ressalte que esse revestimento de poder não é concedido por nossos méritos (1Co 12.7), mas é fruto da graça e da misericórdia divina. Diga também que para os pentecostais o falar em Línguas estranhas é uma evidência do batismo com o Espírito Santo.

Leitura Bíblica - Atos 10.34-47

INTRODUÇÃO

Como está registrado na Palavra de Deus, o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos de Jesus no Dia de Pentecostes. A esse derramamento denominamos “batismo com o Espírito Santo”, expressão corrente entre os pentecostais. A Palavra de Deus também utiliza a expressão “ser cheio do Espírito” em alguns textos como um sinônimo da experiência do batismo com o Espírito Santo. A certeza que precisamos ter é de que essa experiência está disponível a todos os crentes hoje, como sempre esteve desde o Dia de Pentecostes em Atos 2.


I. DEFININDO O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

1. O batismo com o Espírito Santo.

É um revestimento de poder cuja finalidade é levar os crentes a testemunharem da pessoa de Jesus Cristo. Na Declaração de Fé das Assembleias de Deus, é definido como “[...] uma experiência espiritual que ocorre após ou junto à regeneração, sendo acompanhada da evidência física inicial do falar em línguas (At 2.4)”.
Essa experiência foi notória na Igreja em Atos, tanto na Igreja de origem judaica quanto na de origem grega, e pelo relato de Lucas em Atos 19, chegou a ser acompanhada de profecias.

2. É uma realidade para os nossos dias.

Quando se trata deste assunto, há pessoas que acreditam que o revestimento de poder, conforme relatado em Atos, está fora do alcance da experiência cristã de nossos dias. Tal entendimento se dá por força de uma visão mais voltada a um intelectualismo de cunho pós-moderno, que vê a experiência pessoal com pouco valor. Na prática, um pensamento teológico que rejeita a experiência do batismo com o Espírito Santo como um evento real para os nossos dias o faz puramente por um prisma racionalista, que rejeita a experiência por entender que ela é subjetiva, ou seja, cada pessoa tem a sua, e por isso não tem valor. Mas com o respaldo da Palavra de Deus, tendo em vista que o próprio Jesus disse que “estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas” (Mc 16.17), cremos que o batismo com o Espírito Santo e o falar em línguas é, sim, uma experiência de Deus para os nossos dias.

3. O batismo com o Espírito Santo não é designativo de espiritualidade.

Em hipótese alguma um pentecostal genuíno, que manifesta o fruto do Espírito, pode se achar superior a qualquer outro cristão não pentecostal. O batismo com o Espírito Santo é um revestimento de poder, não um designativo de superioridade ou de santidade. Ser revestido de poder por meio do batismo com o Espírito Santo exige de nós humildade, pois não fomos nós mesmos que nos revestimos. O revestimento de poder não é coisa de homens, mas de Deus, e cremos que este revestimento é dado por Ele não para que venhamos ser testemunhas da obra de Cristo e do motivo pelo qual o Filho de Deus veio ao mundo (1Jo 3.8). Portanto, ser cheio do Espírito é uma promessa de Jesus a todos os crentes, mas para que sejam testemunhas dEle.


II. O QUE NÃO É O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

1. A conversão.

É uma experiência que ocorre no momento em que a pessoa, arrependida de seus pecados, e tendo sido convencida pelo Espírito Santo, decide renunciar a vida de pecados, aceitando a Jesus como seu único Senhor e Salvador. Uma vez que ocorre a conversão, o pecador é transformado em uma nova criatura e feito filho de Deus. Essa transformação, de pecador e inimigo de Deus para filho, é uma mudança poderosa operada pelo próprio Senhor. O homem pode ouvir a mensagem do evangelho, ser convencido de seus pecados e aceitar a Jesus, mas ser transformado é somente pelo poder de Deus (Jo 1.11-13). Ser feito um filho de Deus é um poder concedido para fazer de nós novas criaturas, mas a conversão não é o batismo com o Espírito Santo. O batismo com o Espírito Santo é para pessoas que já experimentaram a salvação. Uma pessoa pode receber o batismo com o Espírito segundos após ter se arrependido de seus pecados e aceitado a Jesus, mas são experiências diferentes.

2. O selo do Espírito.

Paulo descreve que quando recebemos Jesus como nosso Salvador, fomos selados, marcados pela glória dEle para a eternidade. É o chamado “selo do Espírito Santo” para os que creem nEle (Ef 1.13,14). Paulo, escrevendo aos efésios, não menciona ser o chamado “selo do Espírito Santo” o revestimento de poder para testemunhar. O selo nos tempos antigos servia para garantir a fidelidade de um documento ou a inviolabilidade de um estabelecimento. Neste caso, Paulo diz que os que estão em Cristo, que creram nEle depois da exposição da Palavra, foram selados, separados pelo Espírito Santo para que Deus seja glorificado. É uma experiência da salvação, genuína e para todos os crentes, mas não pode ser confundida com o revestimento de poder do Espírito Santo.

3. O fruto do Espírito.

O fruto do Espírito não é o batismo com o Espírito Santo, pois enquanto este é o derramamento do Espírito para revestimento de poder, aquele é a manifestação do Espírito nas atitudes daqueles que foram alcançados pelo evangelho. Enquanto o batismo com o Espírito vem da parte de Deus, o fruto do Espírito é a forma como os cristãos demonstram seu caráter transformado pelo evangelho, e isso é necessário a todo cristão, independente de sua linha doutrinária ser pentecostal ou não. O fruto do Espírito é o resultado de uma maturação na vida do crente, de passar por experiências em que Deus o vai moldando de acordo com a sua Palavra.

III. O FALAR EM LÍNGUAS COMO EVIDÊNCIA

1. Falam todos em línguas?

Um dos equívocos mais comuns na interpretação de 1 Coríntios 12.30 é acerca da pergunta de Paulo sobre os dons espirituais: “Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos?”. Alegar que esse texto indica que nem todas as pessoas batizadas com o Espírito Santo falam em línguas é forçar uma interpretação, pois esse texto trata especificamente a respeito dos dons espirituais, e não sobre o falar em línguas como evidência do batismo com o Espírito Santo. É próprio de uma vertente teológica pós-moderna dizer que o livro de Atos é meramente histórico quando se trata do falar em línguas. Os Evangelhos também são históricos, e nem por isso são desprezados.

2. No Cenáculo.

Lucas menciona em três ocasiões que o falar em línguas é observado como evidência inicial do batismo com o Espírito Santo. A primeira é em Atos 2, no cenáculo, em que os discípulos estavam orando (At 2.4). Nesse primeiro registro, as línguas são diretamente associadas à visitação do Espírito Santo aos crentes em oração. Além do som como de um vento impetuoso que encheu o lugar de oração, e línguas de fogo, vistas sobre aqueles crentes, o que chamou a atenção dos visitantes de Jerusalém foi que ouviram os crentes falando em outras línguas. E antes de falar de Jesus à multidão, Pedro falou em línguas no local de oração.

3. Na casa de Cornélio.

A segunda ocorrência é mostrada por Lucas em Atos 10.44-46. Este relato nos remete à primeira visitação do Espírito Santo aos gentios, na casa de Cornélio, o centurião romano. Pedro fora informado de que deveria se dirigir à casa de Cornélio e falar com ele, e Lucas relata que antes que Pedro terminasse a pregação, o Espírito de Deus veio sobre aqueles que ouviam suas palavras. Até aquele momento, não havia registros de que os apóstolos em Jerusalém tivessem testemunhado o batismo com o Espírito Santo em gentios. Na verdade, como vemos por Atos 7 a 10, os discípulos de Jesus permaneceram em Jerusalém, e somente com uma perseguição é que se espalharam e foram pregar o evangelho por onde passavam. O evangelho chegou a Samaria com Filipe, Saulo encontrou Jesus no caminho de Damasco e então surge o relato de Cornélio. O impacto foi tão grande na vida de Pedro, após os gentios terem sido cheios do Espírito Santo, que ele não negou o batismo àqueles que tinham recebido o Espírito Santo. Mesmo depois de retornar a Jerusalém o apóstolo teve de se explicar aos “da circuncisão”, e deixou claro: “[...] quem era, então, eu, para que pudesse resistir a Deus?” (At 11.17). Se Deus trouxe seu Espírito aos gentios, nada mais restou aos de Jerusalém, senão glorificarem a Deus (At 11.18).

4. Em Éfeso.

A terceira menção de Lucas aparece em Atos 19. Paulo chega a Éfeso e se depara com um grupo de homens que já conheciam o evangelho, mas não haviam recebido o batismo com o Espírito Santo. “E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam” (At 19.5,6). Eles já eram salvos, foram convencidos de seus pecados pelo Espírito, já tinham se arrependido e eram batizados. Entretanto, eles nem mesmo sabiam da existência da Pessoa do Espírito Santo. Após receberem a imposição de mãos do apóstolo Paulo, foram cheios e falaram em outras línguas. Esse é o segundo relato de gentios sendo cheios do Espírito no livro de Atos.


CONCLUSÃO

O batismo com o Espírito Santo é mais do que uma promessa. É o cumprimento do projeto de Deus de revestir seus filhos com um poder para testemunhar das suas grandezas, da salvação e da vida porvir. Essa promessa jamais foi revogada por Deus, e até que o Senhor Jesus, que é perfeito, seja manifesto, podemos contar com o cumprimento dessa promessa. Como os discípulos em oração, podemos receber esse mesmo revestimento de poder em nossos dias.



SUBSÍDIO
A glossolalia. É a manifestação das línguas estranhas no batismo no Espírito Santo bem como das línguas como um dos dons espirituais. Trata-se um termo técnico de origem grega glossa, “língua, idioma”, e de lalía, “modo de falar” (Mt 26.73), conjugado à “linguagem” (Jo 8.43), substantivo derivado do verbo grego lalein, “falar”. A expressão lalein glossais, “falar línguas” (1Co 14.5), é usada no Novo Testamento para indicar “outras línguas”. É importante saber que as línguas manifestas no dia de Pentecostes são as mesmas que aparecem na lista dos dons espirituais (1Co 12.10,28; 14.2). Ambas são de origem divina e sobrenatural, mas são diferentes apenas quanto à função.


Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 4º Trimestre de 2018 - Título: O vento sopra onde quer – O ensino bíblico do Espírito Santo e sua operação na vida da Igreja – Comentarista: Alexandre Coelho

Aqui eu Aprendi!

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Morre Pastor Eugene H. Peterson

Eugene H. Peterson

06 Novembro de 1932 / 22 Outubro de 2018

Pastor Eugene Peterson em palestra na Universidade da Igreja Presbiteriana, em Seattle, em 2009.
(Foto: Creative Commons)
Morre pastor Eugene Peterson, conhecido por ser autor da Bíblia em linguagem contemporânea “A Mensagem”

O pastor faleceu na manhã desta segunda-feira (22/10/2018). Segundo a família, seus últimos dias foram alegres.

O pastor presbiteriano Eugene Peterson, autor da Bíblia em linguagem contemporânea “A Mensagem” e conhecido como “pastor dos pastores”, faleceu na manhã desta segunda-feira (22) aos 85 anos.

Peterson foi hospitalizado no dia 9 de outubro após sofrer uma infecção. Durante a internação, o pastor foi diagnosticado com insuficiência cardíaca e demência em estágio avançado.

Segundo uma declaração de sua família, uma das últimas palavras ditas por Peterson foram “vamos”.

“Nos dias anteriores, ficou claro que ele estava navegando no espaço tênue e sagrado entre a terra e o céu”, declarou sua família. “Nós o ouvimos falando com pessoas que só podemos presumir que o receberiam no paraíso. Houve até uma ou duas horas em que ele acessou suas raízes pentecostais e falou em línguas também”.

Peterson pastoreou por 30 anos a congregação presbiteriana Christ Our King Presbyterian Church, em Maryland, nos Estados Unidos. Ele escreveu mais de trinta livros, mas se tornou mundialmente conhecido por escrever “A Mensagem”, uma paráfrase da Bíblia em linguagem contemporânea.

Em 12 de outubro, seu filho, Eric, informou através de um e-mail que Peterson estava sob cuidados paliativos. Ele contou que quando disse ao pai que ele estava em seus últimos meses de vida, o pastor respondeu: “Eu me sinto bem com isso”.

Nesta segunda, a família declarou que Peterson permaneceu alegre em seus últimos dias. “Foi muito apropriado que sua morte tenha acontecido na segunda-feira, o dia da semana em que ele sempre honrou como um sábado durante seus anos como pastor. Depois de uma vida inteira de serviço fiel à igreja, é reconfortante saber que Eugene entrou na plenitude do Reino de Deus e foi abraçado pelo sábado eterno”, de acordo com a declaração.

Segundo o pastor Robert Creech, Eugene Peterson formou muitos pastores e líderes através de seu ministério. “Ele renovou as Escrituras para muitos através de sua paráfrase da Bíblia, publicada como A Mensagem. Ele nos ensinou a orar”, disse Creech.

“A Mensagem” levou 12 anos para ser concluída e chegou a ser negada por muitos editores. Enquanto alguns discordaram da paráfrase, pessoas leigas tiveram uma compreensão mais ampla das Escrituras, como o cantor Bono, do U2, que afirmou: “Fala comigo em meu próprio idioma”. Em 2016, os dois apareceram juntos em um vídeo para o Seminário Teológico Fuller.

Fonte: GUIAME
com informações do RELIGION NEWS SERVICE
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sábado, 20 de outubro de 2018

O crescimento do Reino de Deus

“[...] Porque eis que o Reino de Deus está entre vós” Lc 17.21

O crescimento do Reino de Deus

O que é o Reino de Deus?

Você pode iniciar a aula desta semana com essa pergunta. A fim de ajudá-lo a respondê-la, leve em conta a estrutura da presente lição, pois se encontra assim organizada:(1) Interpretação das parábolas sobre o Reino de Deus; (2) A expansão do Reino de Deus; (3) Quem participa do Reino de Deus? Logo, a estrutura da lição mostra-nos claramente que o Reino de Deus é eixo do estudo, e (2) sua expansão e (3) quem participa dele são os corolários naturais do assunto. Então, uma boa obra de Teologia Bíblica do Novo Testamento pode ajudá-lo no estudo do conceito do Reino de Deus.

Explicando um pouco sobre o recurso linguístico usado por Jesus — o Símile

A arte de comparar coisas que tenham similitude, ou semelhança entre si, que seja análogo entre si, denominamos símile. É uma figura de linguagem importantíssima para extrair um sentido no exercício de comparação entre dois termos ou expressões. Ou seja, o símile é uma figura de linguagem que estabelece a comparação das coisas que tenham semelhança entre si.

Na Parábola do Grão de Mostarda, o símile pode ser representado nesta comparação: Reino de Deus → Grão de Mostarda

A comparação ou o contraste na parábola está assim explicitado: assim como o grão de mostarda, quando semeado na terra, é a menor de todas as sementes, e uma vez semeado, cresce, desenvolve-se, dá muitas hortaliças e muitos se abrigam nelas; também assim ocorre com o Reino de Deus. Este se iniciou pequenino, humanamente insignificante, mas ao longo dos tempos alcançou mentes e corações nos quatro cantos do mundo.

Aplicação da Parábola

O Reino de Deus cresceu e, por intermédio de seu crescimento, ele deve servir de sombra e descanso às almas cansadas. O crescimento do Reino de Deus não tem outro objetivo que levar descanso às almas cansadas e áridas no caminho da vida. Por isso, apóstolo Paulo afirma: “porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17).

Não se pode, porém, desprezar a simplicidade do Reino de Deus. Se há algo marcante no Evangelho é a valorização da simplicidade. Isso é tão valorizado que o apóstolo chegou a declarar enfaticamente: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (1Co 11.3).  Revista Ensinador Cristão

Reino de Deus cresce e continuará crescendo até a consumação dos séculos.

Leitura Bíblica em classe
Marcos 4.30-32; Mateus 13.31-33; Lucas 13.18,19

Esta lição, a partir de duas pequenas parábolas, trata do tema principal da mensagem de Jesus Cristo, o Reino de Deus (Mc 1.14,15). Na verdade, ambas as parábolas tratam do crescimento e da expansão do Reino de Deus, vistos a partir da singeleza e da aparente simplicidade de uma semente ou de uma pequena porção de fermento, cujos efeitos podem ser subestimados pela aparência de ambas. Não obstante tais elementos não aparentarem grande coisa, ambos provocam um efeito totalmente desproporcional à sua aparência, pois a primeira depois de plantada e germinada, cresce e torna-se uma árvore que abriga muitas aves; o segundo, o fermento, basta uma pequena quantidade aplicada a uma porção de massa milhares de vezes maior, provoca nesta uma transformação incrível, tornando-a maior ainda. Essas duas figuras foram tomadas por Jesus para exemplificar o início despretensioso do Reino de Deus.

INTRODUÇÃO

Podemos dizer que, de alguma forma, todas as parábolas de Jesus pressupõem o Reino de Deus. Na verdade, em praticamente cada parábola encontramos algum elemento dele. Algumas, contudo, tratam especificamente do desenvolvimento e do crescimento do Reino de Deus sobre a terra. Os textos abordados nesta lição trazem as parábolas que Jesus contou para ensinar a respeito do crescimento do Reino de Deus. Elas enfatizam a presença do Reino, mostrando que este está presente, ainda que não possamos distinguir exatamente onde ele está de forma concreta. Um dia tudo será consumado e todos os discípulos autênticos de Cristo farão parte do Reino de Deus naquele Grande Dia.

I. INTERPRETAÇÃO DAS PARÁBOLAS SOBRE O REINO DE DEUS

Essas parábolas enquadram-se bem na categoria de similitude. A similitude nada mais é que uma comparação expandida. Ela quer pintar um quadro que se repete e, para isso, usa predominantemente o tempo presente em função de uma analogia. Portanto, a parábola não apresenta um enredo totalmente desenvolvido. Aqui Jesus se volta para o mundo da botânica. O Mestre utiliza-se da figura de um grão de mostarda a fim de ilustrar o Reino de Deus.

1. A semente de mostarda.

A semente de mostarda simboliza de forma proverbial aquilo que é pequeno e insignificante. Essa semente é muito pequena; mas, quando plantada, cresce e se torna uma hortaliça muito grande. Essa mostarda é de origem egípcia (sinapis) e a encontramos mencionada nos Evangelhos Sinóticos por cinco vezes (Mt 13.31; 17.20; Mc 4.31; Lc 13.19; 17.6). Nosso Senhor utiliza aqui a “mostarda negra” conhecida como sinapis nigra. Uma semente pequena que produz um grande arbusto.

2. Os contrastes.

A parábola do grão de mostarda é uma história dos contrastes entre um começo aparentemente insignificante e uma coroação surpreendente; entre o oculto hoje e o revelado no futuro. O Reino de Deus é como tal semente. O tamanho atual do Reino de Deus possui um aspecto insignificante; mas isso não indica, de modo algum, o que ele, em sua consumação, abrangerá, ou seja, o Universo inteiro (Mc 13.24-27; Ap 5.9-13; 7.9; Dn 2.33,34).

3. As aparências enganam.

O Senhor nos ensina aqui a não nos deixarmos levar pelas aparências. Muitas vezes julgamos as coisas pelo aspecto exterior. O ensino de Cristo apresenta o poder misterioso da fé que dá início ao Reino de Deus. Jesus começou seu ministério com alguns discípulos. Ao longo da história a Igreja alcançou milhares de pessoas. Hoje a Igreja de Cristo compõe-se de bilhões de crentes espalhados pelo planeta (Mt 8.11).

SUBSÍDIO EXEGÉTICO
“Jesus aqui continuou com o seu esforço para ajudar os discípulos a entender a verdadeira natureza do Reino de Deus (30). (E como eram lentos para aprender! Cf. At 1.6) Ele perguntou: A que assemelharemos o Reino de Deus?, graciosamente incluindo os ouvintes no projeto. De forma incidental, podemos notar a importância do pensamento ilustrado nos assuntos espirituais. Com que parábola o representaremos? As ideias abstratas precisam ser revestidas de histórias e imagens para que possam atingir o coração e a mente.

O tema da parábola é que, embora o Reino possa ter tido o menor começo possível, algum dia crescerá e chegará a um tamanho fenomenal. Um grão de mostarda (31) foi usado proverbialmente para representar alguma coisa muito pequena (veja Mt 17.20). Apesar do seu tamanho, a semente de mostarda produz uma planta ou arbusto maior do que qualquer outra hortaliça do jardim, com cerca de três metros de altura, ou mais. Os galhos da planta têm tamanho suficiente para permitir que as aves do céu façam os seus ninhos e possam se abrigar debaixo da sua sombra. (Os pássaros gostam da semente de mostarda)” (SANNER, A. Elwood. Comentário Bíblico Beacon. Volume 6. lª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.250).

II. A EXPANSÃO DO REINO DE DEUS

1. O campo de semeadura.

Nos textos sinóticos que lemos — Mateus, Marcos e Lucas — existe um pequeno detalhe que chama a atenção. Mateus descreve o homem semeando na terra, Marcos, no campo, enquanto Lucas fala de horta. Esses detalhes, por se tratar de uma parábola, não devem nos prender. Muitas pessoas têm se perdido aos detalhes na interpretação de parábolas. O “campo”, sem dúvida alguma, trata-se do mundo e o mesmo exemplifica as parábolas similares. O Evangelho vem sendo pregado ao redor do mundo desde o dia de Pentecostes, pois esta é uma ordem do Senhor (At 1.8).

2. Um lugar debaixo da sombra.

O arbusto de mostarda aqui retratado tem cerca de três metros de altura, ou pouco mais. Seus galhos possuem tamanho suficiente para permitir que pássaros construam seus ninhos e consigam abrigar-se debaixo da sua sombra. Essa imagem de uma grande árvore, onde pássaros habitam seus galhos e animais descansam à sua sombra, é uma reminiscência do ensino veterotestamentário a respeito do destino dos grandes impérios, bem como sobre a ascensão do Reino de Deus (Ez 17.22-24; Dn 4.10-14).

3. Não despreze os pequenos começos.

A certeza que Cristo dá ao ensinar essa parábola certamente provocou uma forte conscientização e um enorme encorajamento para a igreja nascente, na época dos evangelistas Mateus, Marcos e Lucas. Uma igreja que estava enfrentando diversas lutas neste mundo. A parábola escatológica lembra o que disse o soberano Senhor a respeito do cedro no qual os pássaros encontrarão abrigo “à sombra dos seus ramos” (Ez 17.23 cf. 31.6). Também nos desperta para a pergunta levantada pelo profeta Zacarias: “[...] quem despreza o dia das coisas pequenas?” (Zc 4.10).

À medida que o Evangelho é pregado e mais pessoas o aceitam, o Reino de Deus avança e cresce mais e mais.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Jesus diz que a semente de mostarda ‘é realmente a menor de todas as sementes’. Trata-se de hipérbole, designada a enfatizar a natureza minúscula da semente. Entre os rabinos esta semente era usada proverbialmente por sua pequenez (M. Nidá5.2). O que Jesus quer dizer é que se torna um arbusto de tamanho significativo e até proporciona abrigo para pássaros. Assim também o Reino dos Céus tem começo modesto não observado por muitos, mas eventualmente tem grande efeito. O avanço da igreja primitiva desde seu começo desanimador à transformação do império Romano fornece comentário apropriado para o significado da passagem. A referência à árvore indica um império em expansão (e.g., Ez 17.23; 31.1-9; Dn 4.10-12); os pássaros representam as nações do império (Dn 4.20-22 [...]).

A Parábola do Fermento reforça o começo da semente de mostarda. O fermento tem imagem negativa ou má na Bíblia, como em Mateus 16.6,11: ‘Adverti e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus’. Também é usado negativamente no Antigo Testamento (e.g., Êx 12.15; Lv 2.11), embora também tenha imagem positiva (e.g., Lv 7.13; 23.15-18). Aqui Jesus usa o fermento para mostrar como um item pequeno não observado pode penetrar o todo. Muitos não reconhecem que o Reino esteja em ação, porque está escondido e é considerado insignificante por muitos. Mas não devemos menosprezar o dia das coisas pequenas. O fruto segue a fidelidade (Gl 6.9). O trabalho do discípulo mais humilde pode ter efeitos de longo alcance” (SHELTON, James in ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2003, p.90).

III. QUEM PARTICIPA DO REINO DE DEUS?

Todos os autênticos discípulos de Cristo participam do Reino de Deus. Não basta apenas ser frequentador de Igreja. É preciso ser discípulo de Cristo (Mc 8.34-38). Ao questionarmos quem participa do Reino de Deus nos surge a ideia do discipulado. O tema do discipulado tem sido esquecido em muitos arraiais evangélicos na atualidade. Contudo, se prestarmos atenção à chamada Grande Comissão, temos o mandamento de “fazer discípulos” (Mt 28.19,20). O crescimento do Reino de Deus é, de fato, surpreendente. Mas Deus escolheu que isso aconteça através da prática do discipulado. Afinal, somente os discípulos de Cristo, na consumação dos séculos, entrarão no Reino de Deus.

1. Quem tomou uma decisão.

Para que possamos participar do Reino de Deus é preciso atender ao convite de Cristo (Mc 8.34). Ser discípulo de Cristo significa muito mais que atender a um convite de “vir à frente”. O texto de Marcos diz que o convite é dirigido a quem “quiser”. Isso significa que a soberania divina não violenta a liberdade humana. Depois de receber o chamado do Espírito, é preciso que haja uma decisão pessoal e essa decisão envolve renúncia.

2. Quem tem uma relação pessoal com Jesus.

Um discípulo de Cristo não é um “admirador”, mas um seguidor. Jesus nos chama a segui-lo. Um verdadeiro discípulo segue as pegadas de Cristo (1Pe 2.21). Aquele que participa do Reino de Deus é uma pessoa obediente (Jo 15.14). Nós devemos obedecer ao seu comando por Ele ser Senhor e também por gratidão à grandiosa salvação que Ele nos deu.

3. Quem tem uma caminhada dinâmica com Cristo.

O discípulo de Cristo tem uma caminhada dinâmica com Ele. Trata-se de um desafio diário. Todas as nossas escolhas, propósitos, nossos sonhos e realizações devem ser pautados na vontade do Senhor. O discípulo de Cristo é alguém que vive em um mundo cujos valores estão invertidos (Mc 8.35), por isso, entende que no âmbito do Reino de Deus “ganhar” é perder, e “perder” é ganhar. Somos chamados para assegurar os interesses do Reino e, para isso, muitas vezes, temos de deixar de lado os interesses egoístas e a aparente segurança terrena.


SUBSÍDIO DIDÁTICO — ECLESIOLÓGICO
Em seu Manual do Discipulador Cristão (CPAD), o pastor Cyro Mello elenca quatro requisitos para que alguém seja considerado um discípulo de Cristo: Decisão Voluntária; Determinação; Consciência e Disposição para o Trabalho. Cada um desses requisitos possui desdobramentos e são fundamentados em textos bíblicos. Procure este conteúdo nas páginas 23 a 51 do referido livro e enriqueça a abordagem deste terceiro tópico.

CONCLUSÃO

É interessante notar que nem todas as parábolas possuem uma aplicação direta e marcante. Em muitas delas, o crente precisa contentar-se em deixar que a parábola cumpra seu objetivo sem que haja uma hermenêutica forçada. A parábola do grão de mostarda nos apresenta a realidade de que o Reino de Deus teve um início insignificante e, desde então, cresce assustadoramente. Ao final dos tempos, ele atingirá todo o Universo. Que todos nós possamos fazer parte desse glorioso Reino, que não terá fim.


Fonte:
Livro de Apoio – As Parábolas de Jesus - As verdades e princípios divinos para uma vida abundante - Wagner Tadeu dos Santos Gaby e Eliel dos Santos Gaby
Lições Bíblicas 4º Trim.2018 - As Parábolas de Jesus - As verdades e princípios divinos para uma vida abundante - Comentarista: Wagner Tadeu dos Santos Gaby

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