“E, estando elas muito atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhe disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos?” Lc 24.5
Passou
o dia da crucificação, possivelmente na tarde da uma sexta-feira, mas
quinta-feira para nós — para os judeus o dia começa a partir das 18hs. Passou o
Sábado de Aleluia. Chegou o Domingo — Foi-se o primeiro dia, passou-se o segundo,
mas chegou o terceiro. O mestre de Nazaré ressuscitou. O Deus Pai o fez Senhor
e Cristo e deu-lhe um nome que é sobre todo o nome (Fp 2.9-11). Ele apareceu
aos doze apóstolos e a mais de 500 pessoas da Palestina no período de quarenta
dias (Mt 28.16-20; Lc 24.36-49; At 1.1-3; 1Co 15).
Após
o sepultamento de Jesus, algumas mulheres, Maria Madalena, Joana e Maria, mãe
de Tiago (Lc 24.10), foram ao túmulo de Cristo. Chegando lá, acharam a pedra do
túmulo removida, mas o corpo do Senhor não estava mais lá. De modo que ouviram
de dois homens vestidos com roupas brilhantes: “Ele não está aqui, mas foi
ressuscitado. Lembrem que, quando estava na Galileia, ele disse a vocês: O
Filho do Homem precisa ser entregue aos pecadores, precisa ser crucificado e
precisa ressuscitar no terceiro dia” (Lc 24.6,7). Sim, Jesus foi crucificado,
mas ressuscitou ao terceiro dia, isto é, no domingo pela manhã bem cedo. Por
isso nos reunimos todos os domingos, o dia do Senhor, para celebrarmos Jesus
Cristo ressuscitado.
A
Bíblia declara que a ressurreição de Jesus e o seu aparecimento posterior aos
discípulos foram eventos tão grandiosos que o apóstolo Paulo os relatou
detalhadamente: “[Jesus] apareceu a Pedro e depois aos doze apóstolos. Depois
apareceu de uma só vez, a mais de quinhentos seguidores, dos quais a maior
parte ainda vive, mas alguns já morreram. Em seguida apareceu a Tiago e, mais
tarde, a todos os apóstolos. Por último, depois de todos, ele apareceu também a
mim, como para alguém nascido fora de tempo” (1Co 15.4-8). Jesus Ressuscitado é
a razão da nossa fé!
A ressurreição de Cristo significa que, igualmente a Ele, ressuscitamos da morte para a vida; do pecado para a salvação; da injustiça para a justiça eterna. Com Ele temos a esperança de vivermos a vida que tenha sentido. O nosso Senhor trouxe sentido para nós e, por isso, podemos viver sem medo e sem frustração. Uma história que parecia acabada para os discípulos, tornou-se um lindo e maravilhoso desfecho: Jesus ressuscitou; Ele está vivo, assentado à direita do Pai, intercedendo por nós como um verdadeiro advogado.
Jesus ressuscitou! Jesus está vivo! Jesus é o Senhor e Rei!
Ensinador Cristão CPAD - nº62 pg.42
A ressurreição de Jesus é a garantia de que todos os que morreram em Cristo se levantarão do pó da terra.
Leitura Bíblica: Lucas 24. 1-8
A Bíblia declara que a ressurreição de Jesus e o seu
posterior aparecimento aos discípulos foram eventos dignos de notas meticulosas
dos apóstolos: “E apareceu [Jesus] a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi
visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria
sobrevive até agora; porém alguns já dormem. Depois, foi visto por Tiago, mais
tarde, por todos os apóstolos e, afinal, depois de todos, foi visto também por
mim, como por um nascido fora de tempo” (1Co 15.5-8 —ARA). Jesus ressuscitado é
a razão da fé. A certeza para vivermos o presente e esperança para aguardarmos
a nossa plena redenção.[1]
INTRODUÇÃO
As Escrituras ensinam que Deus fez o homem à sua
imagem e semelhança (Gn 1.26). Antes da Queda a morte não tinha domínio sobre o
homem. Todavia, como um ser moralmente livre, o homem pecou fazendo com que o
pecado entrasse no mundo e, com ele, a morte. A morte passou então a todos os
homens.
Ainda na Antiga Aliança, o Senhor deu vida aos mortos
para revelar o seu poder sobre a morte. E mesmo ainda não estando totalmente
revelada, a doutrina da ressurreição já era crida por santos do Antigo
Testamento (Jó 19.25). Eles anelavam pela redenção do corpo.
Jesus se revelou como o Messias prometido e a sua
morte e ressurreição garantiram que a penalidade do pecado — a morte —, fosse
vencida. Em Cristo, o direito de viver eternamente em um corpo físico tornou-se
novamente real.[1]
Subsídio Didático
"Antes de JESUS sair da terra, Ele leva os
discípulos fora, a Betânia. Erguendo as mãos, Ele ora para que DEUS os abençoe.
Enquanto está orando, parte e é levado ao céu pelo Pai celestial. Sua ascensão
significa que Ele entrou na glória (Lc 24.26), foi exaltado e entronizado à mão
direita do Pai.
A partida de CRISTO, e sua ascensão, completa sua
obra na terra. Seus seguidores não o verão na terra como viram no passado. Ele
levou para o céu a humanidade que assumiu quando entrou na terra. Apesar de sua
partida, os discípulos estão cheios 'com grande júbilo' e o adoram. Eles vieram
a entender muito mais que antes. Em vez de esta separação final ser um tempo de
tristeza, é ocasião de alegria, gratidão e louvor. Agora eles reconhecem que
Ele é o Messias, o Filho divino de DEUS, e o adoram como Senhor e Rei.
Os discípulos esperam ser cheios com o ESPÍRITO.
Eles obedecem à ordem do Senhor, e voltam a Jerusalém" (ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger
(Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2004, p.479).
A DOUTRINA DA RESSURREIÇÃO
1. No Contexto do Antigo
Testamento.
O Antigo Testamento registra três casos de pessoas que
ressuscitaram. Os três casos aconteceram no ministério profético de Elias e
Eliseu. Em 1 Reis 17.17-24, Elias ressuscita o filho da viúva de Sarepta; em 2
Reis 4.32-37 encontramos Eliseu ressuscitando o filho da Sunamita. O outro caso
está em 2 Reis 13.21 onde um morto torna à vida quando toca os ossos do profeta
Eliseu. Esses fatos demonstram, já na Antiga Aliança, o poder de Deus para dar
vida aos mortos.
2. No contexto do Novo
Testamento.
Com o advento da Nova Aliança a doutrina da ressurreição é
demonstrada em sua plenitude (2Tm 1.10).
O Novo Testamento registra
vários casos de pessoas sendo ressuscitadas. Algumas foram ressurreições
efetuadas pelo Senhor Jesus, enquanto outras por seus apóstolos (Mc 5.35-43; Lc
7.11-17; Jo 11.11-45; At 9.36-42; 20.9,10). Em todos os casos, exceto a
ressurreição de Jesus, as pessoas ressuscitadas morreram novamente.[1]
A doutrina da ressurreição do corpo está presente tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento.
A
doutrina da ressurreição se baseia essencialmente sobre o fato da ressurreição de
Cristo. O Mestre enfatizou e deu um sentido especial a essa doutrina (Jo
5.28,29), deixando claro que não haverá uma única, geral e simultânea
ressurreição para os mortos, e sim, que acontecerá em duas fases distintas: a
ressurreição dos justos e a dos ímpios.
O
QUE É RESSURREIÇÃO
Sentido
original.
Duas palavras gregas (anastasis e egeiró) definem o termo
ressurreição. Elas claramente indicam “tornar à vida”, “levantar-se”,
“erguer-se”, “despertar”, “acordar”.
Sentido
doutrinário.
Ressurreição é a outorga da vida ao que havia se extinguido
fisicamente. E o ato do levantamento daquilo que havia estado no sepulcro.
Várias vezes nos deparamos com a expressão “ressurreição dos mortos“ (1Co
15.12,13,21,42), que se refere a uma ressurreição geral, de justos e ímpios.
Porém, quando se refere aos justos, a expressão no original é restritiva e se
traduz por “ressurreição de entre os mortos”. A expressão “de entre os mortos”
quer dizer os mortos tirados do meio de outros mortos.[2]
A
NATUREZA DA RESSURREIÇÃO DE JESUS
1.
Uma ressurreição literal.
O
testemunho do terceiro Evangelho é de uma ressurreição física e literal. O
próprio Jesus, quando ressuscitou, disse: “Vede as minhas mãos e os meus pés,
que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos,
como vedes que eu tenho” (Lc 24.39).
“porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que
recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” Rm 5.17
2.
Uma ressurreição corporal.
A
apologética cristã sempre assegurou que a ressurreição de Jesus foi um evento
físico no qual o seu corpo foi revivificado. Isto significa que, apesar de
transformado, Cristo ressuscitou com o mesmo corpo físico que fora sepultado.
Lucas põe em relevo esse fato quando registra Jesus comendo com os discípulos
após a ressurreição (Lc 24.43). Em sua primeira Carta aos Coríntios o apóstolo
Paulo assevera que toda a fé cristã é falsa se a ressurreição de Jesus não aconteceu
de forma corporal (1Co 15.14,15).[1]
Através da ressurreição de Jesus, Deus nos concede o dom da vida ressurreta.
“Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” 1Co 15.22
A maravilhosa Promessa e a seleta Esperança "Jesus a Ressurreição e a Vida."
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;" Jo 11.25
A ressurreição de Cristo foi corporal e literalmente. Nosso Senhor apareceu aos discípulos durante 40 dias.
*O Sepulcro Vazio
"Na tradição judaica da época de Jesus, os sepultamentos normalmente tinham dois estágios. No primeiro, o corpo seria lavado e ungido, a boca amarrada, e o corpo envolvido em tiras de linho depositado em uma prateleira em uma caverna. O clima quente fazia com que os corpos se decompusessem com muita rapidez e, algumas vezes, a caverna poderia ser usada por mais de um corpo, assim especiarias eram acrescentadas para atenuar o mau cheiro da decomposição."
Leia mais em Guia Cristão de Leitura da Bíblia CPAD.pg.104
EVIDÊNCIAS
DA RESSURREIÇÃO DE JESUS
1.
Evidências diretas.
As Escrituras
apresentam muitas evidências da ressurreição de Jesus. Os apologistas
classificam essas evidências em diretas e indiretas. O texto de Lucas 24.13-35
narra o encontro que dois discípulos, no caminho de Emaús, tiveram com Jesus
após a sua ressurreição. Trata-se de uma evidência direta da ressurreição
porque mostra Jesus ressuscitado com um corpo físico e tangível. Evidência
semelhante pode ser vista no relato da ressurreição do Evangelho de João
20.10-18. Nesses relatos observamos que as pessoas para as quais o Senhor
apareceu viram o seu corpo, conversaram com Ele e até mesmo chegaram a tocá-lo.
Não se tratava, portanto, de uma visão ou sonho, mas de um encontro real!
2.
Evidências indiretas.
Como vimos,
os Evangelhos apresentam muitas provas diretas da ressurreição do Senhor,
todavia, apresentam também outras provas indiretas. Antes da ressureição
encontramos um grupo de discípulos desanimado, triste e cabisbaixo. Era um
cenário desanimador. Após a ressurreição e Pentecostes, esses mesmos discípulos
se apresentam ao povo com uma ousadia nunca vista. Eles agora passaram a
testemunhar que o Senhor deles estava vivo e apresentavam provas disso. Eles
curavam os doentes, levantavam os paralíticos, expeliam os demônios e
testemunhavam: “Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos
testemunhas” (At 2.32). A ressurreição de Jesus se tornou o principal tema da
pregação apostólica.[1]
A confissão da igreja cristã
Antes de qualquer coisa, não há como negar a contundência confessional da igreja cristã. A igreja não apenas sempre afirmou a imortalidade do corpo da ressurreição, mas também sua materialidade. A igreja sempre concordou com o apóstolo Paulo de que o corpo da ressurreição é um corpo "espiritual", ou seja, um corpo dirigido pelo espírito, porém, jamais negou que fosse também um corpo material. Isto está de acordo com o que o apóstolo ensina: "Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual" (1Co 15.44).
O testemunho apostólico
Desde o princípio, a igreja cristã confessou que o corpo físico de Jesus foi elevado ao céu. Esta convicção está baseada em várias referências explícitas do Novo Testamento e em vastas evidências tangíveis. O próprio Jesus disse que o corpo que Ele ressuscitou era de "carne e ossos" (Lc 24.39). Falando sobre a ressurreição de Cristo, Pedro insistiu neste assunto ao pregar que a "carne dele (Jesus) não viu a corrupção" (At 2.31). Escrevendo posteriormente sobre a ressurreição, João declarou que Jesus veio [e permaneceu] em carne" (1Jo 4.2. Cf. 2Jo 7). O corpo que emergiu da tumba na manhã pascal foi visto por aqueles que duvidaram (Mt 28.17), foi ouvido por Maria (Jo 20.15,16), e até mesmo abraçado pelos discípulos (Mt 28.9) em muitas ocasiões depois da ressurreição. Além disso, Jesus se alimentou pelo menos quatro vezes após sua ressurreição (Lc 24.30; 24.42,43; Jo 21.12,13). Ele também mostrou as cicatrizes de sua crucificação quando desafiou Tomé, dizendo: "Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente" (Jo 20.27).
O testemunho Pré-Niceno
Seguindo o testemunho apostólico, o testemunho Pré-Niceno (isto é, anterior ao conselho de Nicéia, registrado no ano 325 d.C.), também evidencia a crença na ressurreição da carne. Um dos pais da igreja, Justino Mártir (100-165 d.C.) disse claramente: "A ressurreição é a ressurreição da carne que morre". Em relação àqueles que insistem que Jesus ressuscitou apenas espiritualmente, dizendo que seu corpo tinha somente uma "aparência" de carne, Justino declarou que "tais pessoas buscam privar a carne da promessa". Justino até relaciona que a ascensão de Cristo aponta que é possível "a carne ascender ao céu". Tertuliano (160-230 d.C.) declarou que a ressurreição da carne é uma "regra de fé" para a igreja quando disse que isto foi "ensinado por Cristo" e somente negado por hereges. Em seu tratado, "A ressurreição do corpo", Tertuliano comenta sobre um professor cristão do segundo século, Athenagoras, que havia chegado à conclusão de que "o poder de Deus é suficiente para ressuscitar corpos mortos, e este poder é mostrado pela criação destes mesmos corpos [...] Se quando os corpos físicos não existiam, Deus os criou em sua primeira formação, com seus elementos originais, Ele (Deus) poderá, quando estes corpos se dissolverem, de qualquer maneira, os elevar novamente com a mesma facilidade com a qual os criou [...] Isto também foi igualmente possível a Ele (Jesus)".
O testemunho Pós-Niceno
No quarto século, o segundo credo de Epifânio (374 d.C.) confessou que "a Palavra se tornou carne [...] o mesmo corpo carnal que sofreu; ressuscitou e foi elevado ao céu [...] Ele (Jesus) virá no mesmo corpo em glória para julgar os vivos e os mortos". Cirilo de Jerusalém (315-386 d.C.) classificou como herética a reivindicação de que "o Salvador ressuscitou como um 'fantasma', não real fisicamente", pois isso contraria o que Paulo disse que Deus prometeu "acerca de seu Filho que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor" (Rm 1.3,4). O preeminente teólogo Agostinho (354-430 d.C.) declarou: "É indubitável que a ressurreição de Cristo e sua ascensão ao céu em carne já foram proclamadas e cridas no mundo inteiro". Agostinho chega até a afirmar que Deus juntará novamente ao corpo da ressurreição "todas as porções que foram consumidas pelas bestas ou foram incendiadas, ou foram dissolvidas em pó e cinzas...".
O testemunho medieval
Anselmo de Cantuária (1033-1109 d.C.) também insistiu na natureza material do corpo da ressurreição. Falando sobre o assunto — “como o homem subirá com o mesmo corpo que possui neste mundo” — asseverou que: “se o homem será perfeitamente restabelecido, sua restauração deveria torná-lo como se ele jamais tivesse pecado [...] Então, como homem livre do pecado, ele seria transformado com o mesmo corpo anterior, mas a um estado imortal. Assim, quando for restabelecido, deverá possuir o ‘próprio corpo’ em que viveu neste mundo”.13 Nesse contexto, o grande teólogo, Tomás de Aquino (1224-1274 d.C.), disse acerca da ressurreição: “O espírito em si não torna um corpo ilusório ou divino, ou um corpo com outra constituição orgânica, antes um corpo humano é composto de carne e ossos e todos esses elementos desfrutam de existência”.
O testemunho da Reforma Protestante
A Reforma Protestante prosseguiu afirmando a ortodoxia da natureza material do corpo da ressurreição. A Fórmula de Concórdia Luterana (1576 d.C.) reza:
"Acreditamos, ensinamos e confessamos [...] os artigos principais de nossa fé sobre a criação, a redenção, a santificação e a ressurreição da carne...". A Confissão de Fé Francesa, preparada com o auxílio de João Calvino e aprovada pelo Sínodo de Paris (1559 d.C.), pronunciou que: "Embora Jesus Cristo, ressurreto dentre os mortos, tenha evidenciado a imortalidade de seu corpo, contudo, não negou a verdade de sua natureza, e nós o consideramos em sua divindade, sem, contudo, despojá-lo de sua humanidade".
A Confissão de Fé Belga (1561 d.C.), adotada no Sínodo de Dort (1619 d.C.), declara que: "Todos os mortos ressurgirão da terra, e suas almas unir-se-ão aos corpos nos quais viveram antes de morrerem". Avançando um pouco no tempo, os Trinta e Nove Artigos que a rainha Elizabete estabeleceu como posição doutrinária para a Igreja da Inglaterra (1562 d.C.) confessa que: "Cristo verdadeiramente ressurgiu da morte, novamente em seu corpo, com carne, ossos e com todas as propriedades necessárias para a perfeição de sua natureza humana; por meio do qual Ele ascendeu ao céu...". Finalmente, A Confissão de Westminster (1647 d.C.) proclamou o seguinte: "Jesus foi crucificado, e morreu; foi enterrado, e permaneceu debaixo do poder da morte, porém, não viu qualquer corrupção. No terceiro dia Ele ressurgiu dos mortos, com o mesmo corpo no qual sofreu e também ascendeu ao céu...".[3]
“Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas” At 2.32
O PROPÓSITO DA RESSURREIÇÃO DE JESUS
1.
Salvação e justificação.
Aos
discípulos no cenáculo, Jesus destaca a salvação como propósito da ressurreição
(Lc 24.46-48). A ressurreição de Jesus difere de todas as outras, assim como
Jesus difere de todos os homens. Ele é o Deus que se fez carne (Jo 1.14); o
segundo Adão, representando a humanidade caída (Rm 5.12; 1Co 15.45), o único
mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5), que nos salva de nossos pecados (1Tm
1.15). A Bíblia diz que Ele morreu por causa de nossas transgressões (Rm 4.25);
e que seu sacrifício foi em resgate de todos (1Tm 2.6). Mostra ainda que a sua
ressurreição foi por “causa de nossa justificação” (Rm 4.25) e que nesse
aspecto Ele foi designado filho de Deus com poder pela ressurreição dos mortos
(Rm 1.4).[1]
“A Justificação
Assim
como a regeneração leva a efeito uma mudança em nossa natureza, a justificação
modifica a nossa situação diante de Deus. O termo ‘justificação’ refere-se ao
ato mediante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória de
Cristo na cruz, Deus declara os pecadores condenados livres de toda a culpa do
pecado e de suas conseqüências eternas, declarando-os plenamente justos aos
seus olhos. O Deus que detesta ‘o que justifica o ímpio’ (Pv 17.15) mantém sua
própria justiça ao justificá-lo, porque Cristo já pagou a penalidade integral
do pecado (Rm 3.21-26). Constatamos, portanto, diante de Deus como plenamente
absolvidos.
Para
descrever a ação de Deus ao justificar-nos, os termos empregados pelo Antigo
Testamento (heb. tsaddiq: Êx
23.7; Dt 25.1; 1Rs 8.32; Pv 17.15) e pelo Novo Testamento (gr. dikaio: Mt 12.37; Rm 3.20; 8.33,34)
sugerem um contexto judicial e forense. Não devemos, no entanto, considerá-la
uma ficção jurídica, como se estivéssemos justos sem, contudo, sê-lo. Por
estarmos nEle (Ef 1.4,7,11), Jesus Cristo tornou-se a nossa justiça (1 Co
1.30). Deus credita ou contabiliza (gr. logizomai)
sua justiça em nosso favor. Ela é imputada a nós.
Em
Romanos 4, Paulo cita dois exemplos do Antigo Testamento como argumento em
favor da justiça imputada. A respeito de Abraão, diz que ‘creu ele no Senhor, e
foi-lhe imputado [heb. chashav]
isto por justiça’ (Gn 15.6). Isto ocorreu antes de Abraão ter obedecido a Deus
no tocante a circuncisão, sinal da aliança. De modo talvez ainda mais
dramático, Paulo cita Salmos 32.2, no qual Davi pronuncia uma bênção sobre ‘o
homem a quem o Senhor não imputa maldade’ (Rm 4.8; 2 Co 5.19) [...]”[4]
2. A
redenção do corpo.
A ressurreição
de Jesus é a garantia de que os crentes também ressuscitarão dos mortos (Rm
5.17). Quando ressuscitou dentre os mortos, Jesus se tornou as primícias
daqueles que ressuscitarão para não mais morrer (1Co 15.23). O apóstolo Paulo
afirma que se Cristo não ressuscitou então a nossa fé é vã (1Co 15.17). Na
ressurreição, Jesus derrotou a morte de forma que não precisamos mais temê-la
(1Co 15.55-58). Na ressurreição, receberemos corpos incorruptíveis e imortais
(1Co 15.42-49).[1]
O propósito da ressurreição de Jesus é salvar; justificar e redimir o corpo de todo aquele que crer e se arrepender dos seus maus caminhos.
O Poder de Sua Ressurreição - Charles Haddon Spurgeon
“Para o conhecer, e o poder da sua ressurreição...” (Fp. 3:10, RA)
A doutrina da ressurreição do Salvador é extremamente preciosa. A ressurreição é a pedra angular do edifício do cristianismo. É o pilar do arco da nossa salvação. Seria necessário um livro inteiro para mostrar todas as correntes de água viva que fluem desta fonte sagrada, a ressurreição de nosso querido Senhor e Salvador Jesus Cristo; mas saber que Ele ressuscitou, e ter comunhão com Ele como tal - relacionar-se com o Salvador ressurreto em conseqüência de uma vida restaurada; vê-lo deixar o túmulo como resultado de nós mesmos termos deixado o túmulo do mundanismo - é ainda mais precioso. A doutrina é o fundamento da prática, mas, tal como a flor é mais encantadora do que a raiz, assim também a prática da comunhão com o Salvador ressuscitado é muito mais encantadora do que a própria doutrina. Gostaria de fazê-lo crer que Cristo ressuscitou dos mortos para que cantasse isto, e de dar-lhe todo o consolo possível para que entendesse este fato com certeza e testemunho; mas, até lá, eu lhe imploro, não se dê por satisfeito. Embora você não possa, como os discípulos, vê-Lo visivelmente, mesmo assim eu lhe digo para desejar ver Jesus Cristo com os olhos da fé; e, embora não possa, como Maria Madalena, "tocá"-Lo, mesmo assim você pode ter o privilégio de conversar com Ele, e saber que Ele ressuscitou, e que você mesmo foi ressuscitado Nele em novidade de vida. Conhecer o Salvador crucificado porque Ele crucificou todos os meus pecados, é muito bom; mas, conhecer o Salvador ressuscitado porque Ele me justificou, e entender que Ele me deu nova vida, tornando-me uma nova criatura por meio de Sua própria novidade de vida, é uma experiência ainda mais sublime: sem isto, ninguém ouse ficar satisfeito. Que você possa "conhecê-Lo e o poder da Sua ressurreição." Por que razão as almas ressuscitadas com Jesus vestiriam mortalhas mundanas e incrédulas? Ressuscita, pois o Senhor ressuscitou. (Fonte: Morning and Evening (Devocional vespertina do dia 22 de novembro))
CONCLUSÃO
Sem dúvida uma das maiores notícias, e que foi dada por um anjo, foi que Jesus havia ressuscitado (Lc 24.6). Nos dias de Jesus, a crença na ressurreição dos mortos não era consenso. Os fariseus acreditavam nela, mas os saduceus a rejeitavam, e os gregos a ridicularizavam.
Até mesmo os discípulos de Jesus se mostraram incrédulos e lentos em aceitá-la. Quando ressuscitou dos mortos, o Senhor Jesus se apresentou a seus discípulos com provas incontestáveis a fim de que nenhum deles ficasse com dúvida. A ressurreição de Jesus era uma realidade inconteste para a Igreja Apostólica a ponto de se tornar o principal tema de sua pregação.
PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Cite os casos de ressurreição registrados no ministério de Elias e Eliseu.
Em 1 Reis 17.17-24, Elias ressuscita o filho da viúva de Sarepta; em 2 Reis 4.32-37 encontramos Eliseu ressuscitando o filho da Sunamita. O outro caso está em 2 Reis 13.21, em que um morto torna à vida quando toca os ossos do profeta Eliseu.
Por que a doutrina da ressurreição dos mortos ainda não era plenamente revelada no Antigo Testamento?
Somente com o advento da Nova Aliança a doutrina da ressurreição foi demonstrada em sua plenitude (2 Tm 1.10).
Jesus ressuscitou com o mesmo corpo com o qual foi sepultado?
Sim, apesar de transformado, Cristo ressuscitou com o mesmo corpo físico que fora sepultado.
Como os apologistas classificam as evidências da ressurreição de Jesus?
Os apologistas classificam essas evidências em diretas e indiretas.
Quais os propósitos da ressurreição de Jesus?
Salvar, justificar e redimir o homem e o seu corpo mortal e corruptível.
Fontes:
[1]José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. Ed.CPAD
Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. José Gonçalves - Livro de Apoio Ed.CPAD
[2]Lições Bíblicas para Jovens e Adultos, CPAD, 3º trimestre 1998, Escatologia — O estudo das últimas coisas
[3] CPAD - EU CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE Por Norman Geisler - Tradução Elvis Brassaroto
[4]PECOTA, Daniel B.A obra salvífica de Cristo. In HORTON, S. M. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 1996, p.372
. ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.479
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Ed.CPAD
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Revista Ensinador Cristão - CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal
Sugestão de leitura: