A Paz do Senhor!
Amados, com este "post" espero ajudar aos irmãos que, como eu, buscam o saber!
As informações me ajudaram e ajudam muito no compreender as passagens Bíblicas.
Bom estudo!
No Antigo Testamento:
O siclo (ver em pesos), a mina e o talento eram peças ou barras (prata, ouro) usadas como meio de pagamento.
O siclo não era uma moeda.
Como moeda, aparece o darico (Ed 2:69; 8:27; Ne 7:70), também traduzido por "dracma", uma moeda de ouro que pesava 8,4 g.
A peça de dinheiro ou quesita, (Gn 33:19) é de valor ignorado. Valor que ninguém sabe calcular!
No Novo Testamento:
Leptos, encontramos em Marcos 12:42, "moeda judaica" eram pequenas moedas de cobre ou bronze e correspondiam a 1/2 do quadrante.
Quadrante, encontramos em Marcos 12:42, moeda romana de cobre, correspondiam a 1/4 do asse.
Asse, encontramos em Mateus 10:29, moeda romana de cobre, correspondente a 1/16 do denário.
Ceitil, Centavo, encontramos em Mateus 5:26
Dinheiro, encontramos em Mateus 25:18-27 (ver abaixo)
Denário, encontramos em Mateus 20:2 "dinheiro", moeda romana de prata, correspondente a SALARIO de um dia de trabalho.
Dracma, encontramos em Lucas 15:8, moeda grega de prata, correspondente/igual a 1 denário.
Didracma, encontramos em Mateus 17:24, moeda grega de prata, correspondente a 2 dracmas ou a 4 denários.
Tetradracma, encontramos em Mateus 17:27 "na visão de muitos eruditos e com referencia ao texto" , moeda grega de prata, correspondente a 4 dracmas ou a 4 denários
Estáter, encontramos em Mateus 17:27, moeda grega de prata, correspondente a 2 didracmas ou 4 denários
Mina, encontramos em Lucas 19:13, moeda grega de ouro, correspondente a 100 denários.
Talento, encontramos em Mateus 25:15, moeda Prata ou Ouro, correspondente a 6.000 denários.
O talento de ouro tinha seu valor bem acima, podendo-se disser que seria superior a trinta vezes o valor do talento de prata.
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Dracma grega, com a efínge da deusa grega Atena. |
CURIOSIDADES
O kodranth, kodrante, era a menor moeda romana em circulação. As duas pequenas moedas da viúva, juntas, alcançava este ínfimo valor. No texto original de Mt 5:26 o termo encontrado é kodranth, kodrante, ou quadran, menor moeda romana, de pequeno valor, traduzido por centavo, menor moeda de nosso conhecimento, centésima parte da unidade monetária do Brasil, ou ceitil, moeda em curso no tempo de D. João I, valendo um sexto do real da época. Na passagem paralela deste texto, Lc 12:59, o termo é lepton, lepton, menor moeda judaica, de metade do valor do quadrante. A intenção dos dois autores não é estabelecer um valor fixo e correspondente, pois estariam em contradição, mas mostrar a obrigação inflexível do dever, "pagando até o último centavo", ou até moedas tão ínfimas como o quadran e o lepto.
O leptoV, leptos, era a menor moeda judaica em circulação e a única desta origem citada no Novo Testamento. Valia pouquíssimo, cerca de 2% do valor do denário, ou seja, o pagamento de quinze minutos ou menos de trabalho. Tem o seu nome derivado do termo grego leptoV, leptos, que significa "despojado da própria pele", "desnudo", "delgado", "fino", delicado", "leve", e vem do verbo lepw, lepo, "pelar", "descascar", "desnudar". Podemos notar pelos significados que o leptos não tinha nenhuma camada externa de prata ou ouro, mas era feito de materiais menos nobres como o cobre ou bronze, extremamente fino ou delgado, portanto de pequeno peso e destituído de valor monetário, conferindo pouco poder de subsistência e compra a seu ganhador ou portador. Dois dessem pequenos leptos era toda a renda da pobre viúva de Mc 12:42. Não havia oferta menor que dois leptos. Portanto aquele viúva ofertou a menor soma, porém tudo o que possuía.
Asse, em grego assarion, assarion, moeda romana de quase nenhum valor, embora valia quatro vezes mais que o quadrante e oito vezes o lepto. Seriam necessários dez deles para pagar apenas um dia de trabalho. Era usado pelos gregos, romanos e judeus como símbolo daquilo que não tem algum valor. O pássaro de Mt 10:29, na realidade um pardal (strouqia, strouthia), tem tão pouco valor que dois deles valiam 1 asse, ou virtualmente nada. Lucas chega a afirmar que cinco deles valem duas desta moeda, reputando-os por menos (Lc 12:6). Apesar de serem reputados por nada, pela parte do homem, Jesus demonstra o cuidado de Deus com a criação, informando que não cairá nenhum deles ao chão sem o consentimento do Pai, que jamais se esquecerá deles (Dt 22:6).
O termo traduzido como dinheiro, argurion, argurion, tem o significado inicial de "prata", ou "moeda de prata". É um nome genérico, como a "moeda" de Mt 22:19. No texto proposto na descrição acima, Mt 25:18,27, o termo encontrado, segundo o contexto, é "moeda de prata". Trata-se da parábola dos talentos e somente ao que recebe um talento é dito "...argurion ton kuriou autou.", "...o dinheiro do seu senhor." (v. 18) e "...ta arguria mou...", "...o meu dinheiro..." (v.27), sem aplicar-lhe valores e correspondências monetárias. Mas seu valor é claramente especificado em "...o to en talantou eilhfwV..."; "...o que recebera um talento..." (v. 24), "...to talanton sou...", "..o teu talento..." (v. 25); "TO talanton...", "...o talento..." (v.28). Portanto os versículos 18 27 trazem um termo genérico, "dinheiro" ou "moeda de prata" e os versículos 24, 25 e 28 o especificam como "um talento". Não se pode confundir o termo empregado "dinheiro" como um denário, salário diário, cerca de 4 gramas de prata, com o talento, 6.000 denários, ou dias de trabalho, ou aproximadamente 20 anos, algo mais que 20 kg de prata.
O denário, denarion, denárion, tinha a efígie do imperador Tibério ou Augusto e era de prata, sendo um generoso salário ou pagamento pelo trabalho de um dia (Mt 20:3) e o bastante para fornecer refeições a 25 homens (Mc 6:37), pois eram 5000 homens presentes na multiplicação (Mc 6:44) e os discípulos perguntaram a Jesus se levariam 200 denários para comprar pão (pois a soma era razoável, cerca de 7 meses de trabalho e seria um número fabuloso de pães a ser comprado por com tal valor). Ora, 200 denários para 5000 homens, permitiriam que 25 homens se alimentassem com apenas um único denário. Na parábola do servo incompassivo de Mt 18:23-35, este exige que um de seus conservos pague-lhe o que deve, isto é, cem denários (ekaton denaria), três meses e meio de trabalho. Não podendo, lançou-lhe na prisão. Sua falta de misericórdia se contrasta com o perdão que lhe fora dado por parte do rei, pois devia-lhe a exorbitância de dez mil talentos (v. 24) ou 60 milhões de denários, algo simplesmente impossível de pagar, pois iria muitíssimo além do que o curto período da vida humana poderia ganhar, necessitando de um perdão incondicional e total do rei. Ele devia 60 milhões de denários, foi perdoado. Seu conservo lhe devia 100 denários e foi lançado na prisão por este ingrato servo sem a menor compaixão. No texto da parábola dos trabalhadores da vinha (Mt 20:1-16), o proprietário regulou o salário diário como um denário. Por dia de trabalho entende-se o tempo compreendido entre o nascer-do-sol e o aparecimento das estrelas. Nesta parábola é proposta a equidade do Senhor e a igualdade dos galardões, pois os que começaram a trabalhar logo no início do dia ganharam o mesmo daqueles que começaram o labor às 9:00h (hora terceira), ao meio-dia (hora sexta), às 15:00h ou três horas da tarde (hora nona) e aos últimos, que só iniciaram seu trabalho às 17:00h ou cinco da tarde (hora undécima), ou seja, uma hora antes do término do expediente do dia. Em Mt 22:19 um denário (denarion, denárion) foi apresentado à Jesus como a moeda do tributo (nomisma tou khnsou, nomisma tou kensou) onde era cunhada a imagem (eikwn, eikon, v. 20) de Tibério, bem possivelmente e em seu anverso a inscrição (epigrafh,epigrafe). Na parábola do bom samaritano (Lc 10:30-37), este entrega ao hospedeiro, para que cuide do "...homem que descia de Jerusalém..." (v. 30) a generosa quantia de dois denários (v. 35), suficiente para alimentar 50 homens, ou a diária de dois dias.
Para a mulher da parábola das dracmas (Lc 15:8-10) perder uma dracma (dracma, drachma), dentre as dez que economizara era mesmo motivo de sua diligência em não só acender a candeia, mas varrer meticulosamente a casa. Talvez este pequeno montante fosse a difícil poupança de uma pobre habitante da Palestina dos tempos de Jesus.
A didracma (didracma, didrachma) é descrita em Mt 17:24 como o imposto anual que o judeu pagava ao tesouro do templo, cobrado de Jesus através de Pedro, que foi pago de maneira miraculosa, através da pesca de um único peixe (Mt 17:27), dentro do qual havia um estáter, moeda grega de valor próximo a 4 dracmas ou 2 didracmas, com o qual foi pago o tributo da dupla.
O stathr, státer, moeda de ouro ou prata é originado do termo grego isthmi, istemi, verbo que também significa "fixar", "instituir", nos trazendo a ideia de que o státer era o valor e moeda instituída e fixada como base no sistema monetário grego. Foi encontrado no interior do peixe que Pedro pegou com anzol, a mando de Jesus, a fim de pagar o tributo de ambos (Mt 17:27).
O talento, em grego talanton, talanton, era também o peso legal, cerca de 26 kg, e poderia ser de ouro, prata ou cobre, sendo de um valor monetário altíssimo, equivalendo a cerca de 6.000 denários, ou algo como 6.000 dias de trabalho, ou mesmo 20 anos de tarefas para o homem comum. O homem da parábola dos talentos de Mt 25:14-30 entregou somas altíssimas à confiança de seus criados ou servos, a saber:
1) ao primeiro entregou 5 talentos, 30.000 denários (ou dinheiros), mais do que um homem poderia angariar em toda sua vida: mais de 90 anos de trabalho.
2) ao segundo conferiu 2 talentos, ou 12.000 denários, ou mesmo 40 anos de trabalho.
3) ao último deu apenas um talento, (6.000 denários).
Os dois primeiros dobraram os valores recebidos, mostrando terem empreendido e aplicado de maneira eficiente tais somas. O último nada fez.
Fonte: texto de Marcos Morgado - blitzgospel; Friberg, Barbara e Timothy. O Novo Testamento Grego Analítico. SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1987.
Pereira, Isidro. Dicionário Grego-Português... 7. ed. Braga, Portugal: Livraria Apost. da Imprensa. 1990.
Kirst, Nelson et al. Dicionário Hebraico-Português & Aramaico-Português. 5. Ed. RJ: Editora Sinodal e Coedição: Editora Vozes Ltda. 1994.
Geraldo, Antônio. Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa. 2.Ed. RJ: Ed. Nova Fronteira S/A. 1991.
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