“Mas ele foi ferido por causa das nossas
transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz
a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” Is 53.5
A Cura Divina
“Há pelo menos três razões para crermos que Deus continua curando hoje em dia. A primeira é que a cura divina encontra-se na Bíblia, e a Bíblia, por ser inspirada pelo Espírito Santo, é válida para hoje. O Cristo revelado nas Escrituras como nosso Médico é o mesmo Senhor a quem servimos hoje (Hb 13.8).
A segunda razão para crermos na cura divina é estar ela incluída na obra expiatória de Cristo. O ensino bíblico sobre a cura forma um paralelo com o da salvação. A salvação inclui sanear os aspectos da nossa vida, e tudo ‘provém da expiação’. Todo dom perfeito que provém do céu é resultado da cruz de Cristo.
A terceira razão acha-se na convergência dos ensinos bíblicos sobre a salvação e a natureza da humanidade. Já que o ser humano não é uma associação desconexa de corpo, alma e espírito, mas, de modo muito real, uma unidade, a salvação se aplica a todas as facetas da existência humana. É um tema genuinamente bíblico, que precisa ser reiterado — o Evangelho inteiro é para a pessoa inteira” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. RJ, 1996, pp.501,502).
A cura divina, da mesma forma que o batismo no Espírito Santo, é uma realidade para os nossos dias.
Prezado(a) professor(a), você crê que os dons de curar são para os nossos dias?
Por que iniciamos com uma indagação como essa? Pois, infelizmente muitos que se dizem pentecostais já não acreditam mais nas intervenções milagrosas do Espírito Santo em nossos dias. Mas nós sabemos que Deus é imutável e que Ele continua curando e agindo em nosso favor, ainda que não sejamos merecedores. Não podemos jamais nos esquecer de que o Senhor é imutável e que as curas têm como propósito exaltar e glorificar o seu nome, ajudando a propagar a mensagem do Evangelho. Os milagres e curas são uma marca do Movimento Pentecostal e um dos fatores que ajudou no seu crescimento.
Leitura Bíblica em classe - Atos 9.32-35; Atos 14.8-10; Tiago 5.13-16
INTRODUÇÃO
A cura divina é uma promessa de nosso Senhor Jesus, de que seus discípulos imporiam as mãos sobre os enfermos e os curariam. O Pentecostes, descrito em Atos 2, deu prosseguimento às curas divinas e operação de milagres iniciadas por Jesus nos Evangelhos. E na atualidade? Podemos contar com a mão de Deus para operar curas em nome de Jesus?
I. ORIGENS DAS ENFERMIDADES
1. Consequência do pecado.
Deus criou um mundo bom e perfeito. Não há o registro de que até Gênesis 3 haja alguma referência às doenças. Vivendo no estado de perfeição, no Éden, Adão e Eva tinham comunhão com Deus e uma saúde perfeita, e isso incluía a ausência da morte. Não eram eternos, pois foram criados, mas gozavam da imortalidade, até que decidiram ouvir a serpente e por ela serem orientados a desobedecer a Deus. O pecado afetou a constituição física do primeiro casal, que passou a se deteriorar, e seus descendentes passaram a herdar igualmente a possibilidade de contrair doenças. Estas, como fruto do pecado, passaram a coexistir com a humanidade como um vetor de envelhecimento e morte.
2. Ação de Satanás.
O Inimigo, em algumas ocasiões, é responsável pela existência de algumas doenças. A Bíblia descreve que Jesus libertou uma mulher numa sinagoga, no sábado, que era prisioneira de Satanás, pois “tinha um espírito de enfermidade” (Lc 13.11). Há dezoito anos aquela mulher, a quem Jesus chama de filha de Abraão, só andava encurvada. Não parece ser uma referência a uma possessão maligna, mas sim a uma doença colocada naquela mulher por Satanás.
3. Outros fatores.
A Palavra de Deus registra que o Eterno deu permissão a Satanás para que atacasse Jó. Mas a Bíblia não diz que todas as doenças são fruto da ação direta do Inimigo e da permissão de Deus. Um caso relatado nas Escrituras é o de Miriã, irmã de Moisés, que ficou leprosa após ser disciplinada pelo Senhor por ter se voltado contra seu irmão (Nm 12). Este caso foi uma ação direta de Deus contra a irmã de Moisés, que logo depois ficou curada.
O câncer, tabagismo, doenças causadas pelo uso de bebidas alcoólicas, uso de drogas e até falta de exercícios físicos e má alimentação, também contribuem para o aumento do número de pessoas enfermas. E há ainda os grupos de pessoas que tem o fator hereditário como facilitador para determinados problemas, como por exemplo, hipertensão e diabetes. Não nos parece que nesses casos mencionados haja uma ação direta de Satanás, mas muitas vezes a própria pessoa se coloca em um grupo de risco de doenças por estar em contínuos períodos de preocupação, trabalhando em excesso, descuidando do seu próprio corpo ou se envolvendo com vícios que aceleram a chegada de doenças.
II. DEUS TEM PODER PARA CURAR
1. “Se quiseres, podes tornar-me limpo”.
Mateus 8 relata que após o Sermão do Monte, Jesus desce seguido de uma grande multidão, ao que se aproxima dEle um leproso, o adora e diz: “Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo”. Esse homem, excluído da sociedade, percebe em Jesus duas características em relação à cura: o querer e o poder. Querer não é necessariamente poder, e poder não representa necessariamente uma vontade de agir. Muitas “divindades” podem prometer cura e não podem cumprir o que prometem, mas Jesus tem o poder para curar.
A resposta de Jesus traz o desejo de Deus em relação à cura divina e a fé daquele homem: Ele quer, e Ele pode.
2. A cura divina glorifica a Deus.
A cura divina manifesta a glória de Deus e o seu nome é exaltado. A mulher encurvada que Jesus curou, glorificou a Deus (Lc 13.13). O coxo da porta Formosa louvou a Deus pulando e saltando dentro do Templo (At 3.8). A multidão que viu Jesus curando um paralítico em Cafarnaum também deu glórias a Deus (Mt 9.8).
3. A fé para a cura divina.
A Bíblia mostra que a fé é importante para a cura divina. Marcos conta que após libertar um gadareno, curar a mulher do fluxo de sangue e ressuscitar a filha de Jairo, o Senhor se dirigiu a Nazaré, sua terra, para falar na sinagoga. As pessoas daquela localidade, mesmo vendo Jesus falando, não creram nEle. Em vez de valorizarem ali a sua presença, desprezaram o Senhor. A incredulidade deles e a desonra com que trataram o Senhor foi tão grande que Jesus “não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos” (Mc 6.5). Se recorrermos ao mesmo evangelista, no capítulo 2, vemos que um paralítico foi trazido por quatro amigos para ser curado por Jesus. Como o local em que Jesus estava foi cercado por uma multidão, aqueles homens fizeram um buraco no teto e baixaram por ele o paralítico. “E Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados” (Mc 2.5). Nesses dois casos, há clara associação entre ter fé para ser curado e não ter. O centurião romano pede a Jesus que cure o seu servo, e Jesus, à distância mesmo, curou aquele enfermo, acrescentando acerca daquele centurião: “Nem em Israel vi tamanha fé” (Lc 7.4,9).
A fé é um elemento indispensável para a cura divina.
III. A CURA DIVINA EM NOSSOS DIAS
1. Devemos orar pelos enfermos.
Tiago recomenda: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg 5.14,15) A orientação é clara no fato de que os doentes devem buscar os presbíteros da igreja e receberem a oração e a unção com o óleo. A Igreja Primitiva tinha em grande conta seus líderes, e os presbíteros receberam a orientação de orar pelos enfermos.
O texto de Tiago menciona que a oração da fé curará o enfermo e perdoará seus pecados. Doença e pecado na ótica judaica andavam bem próximos, e muitas moléstias eram efetivamente vistas como um julgamento de Deus ao pecado cometido. Tiago não diz que as doenças são fruto de um pecado particular, mas menciona que a oração que vai pedir a cura levantará o doente e perdoará pecados, caso tenham sido cometidos. Mas os crentes podem, e devem, orar por pessoas enfermas. Jesus disse que quem cresse nEle imporia as mãos sobre enfermos e os curariam (Mc 16.18b). Deus usa pessoas que não pertencem ao ministério para realizar curas.
2. A cura divina e a soberania de Deus.
Em Deus há cura para todas as doenças, tanto as da alma quanto as do corpo. Uma das realidades com as quais temos de nos deparar é com o fato de que Deus pode decidir não curar todas as pessoas. Todavia, isso em nada diminui a realidade da cura divina em nossos dias, nem diminui o poder de Deus. Muitos servos e servas do Altíssimo partiram para a eternidade sem ter experimentado a cura, enquanto outros foram alcançados pela cura vinda do Senhor. Em sua sabedoria, Deus recolhe alguns e preserva por mais um tempo a outros. Isaías 57.1 diz que “perece o justo, e não há quem considere isso em seu coração, e os homens compassivos são retirados, sem que alguém considere que o justo é levado antes do mal”. Essa resposta do profeta não abrange todas as pessoas, mas serve de advertência para que não falemos sem conhecer os propósitos de Deus. Há casos em que Deus cura pessoas e estas não correspondem ao projeto dEle, como foi o caso de Ezequias, rei de Israel. Ezequias ficou doente e, tendo sido notificado de sua iminente morte, pediu a Deus que Ele agisse com misericórdia, e Deus o ouviu e lhe deu mais quinze anos de vida. Poderíamos esperar que Ezequias aproveitasse esse período de tempo para ser útil a Deus, mas vemos: “Mas não correspondeu Ezequias ao benefício que se lhe fez, porque o seu coração se exaltou […]” (2Cr 32.25). Deus pode postergar certas sentenças de morte, mas isso não significa que será benéfico para as pessoas envolvidas naquela situação.
3. A questão da medicina.
A Bíblia registra que nos tempos antigos havia médicos. Lucas, um dos escritores da Bíblia, era médico, e por seu talento descreve diversas curas que o Senhor realizou. Desde que o homem se multiplicou, e as doenças também, houve um interesse em se descobrir as causas das doenças e como curá-las. Pessoas dedicadas ao estudo do corpo humano ampliaram seus conhecimentos, e em nossos dias temos uma medicina bem avançada, capaz de transplantar órgãos e preservar a vida. Deus pode usar os recursos da medicina para prover a cura. Crentes precisam ir aos médicos para fazerem exames de rotina e tratamentos, e isso não significa que estão descrendo do poder de Deus. Se uma pessoa sente dores e não sabe do que se trata, deve buscar o diagnóstico médico até para orar ao Senhor. O templo do Espírito Santo precisa ser cuidado, e esse cuidado Deus deixa sob a nossa responsabilidade.
Deus cura, mas a responsabilidade de cuidar do corpo e da saúde é nosso.
CONCLUSÃO
A cura divina é para os nossos dias, pois não há um texto na Bíblia que diga que o tempo do Senhor operar curando enfermos e salvando pessoas acabou. Em Cristo há cura para as doenças do corpo e da alma, e Ele quer usar crentes cheios do Espírito para, em seu nome, orar por enfermos e virem curas sendo manifestas. Creiamos em Deus, cuidemos de nossa saúde e oremos por enfermos até que o Senhor retorne para nos buscar.
SUBSÍDIO
“[…] O termo ‘terceira onda’ refere-se a um movimento do Espírito, que começou na década de 1980, posterior aos primeiros movimentos pentecostais e carismáticos. Essa ‘terceira onda’ do Espírito provocou um movimento que foi significativamente impactado por John Wimber e que recebeu muitos outros evangélicos conservadores que haviam sido dispensacionalistas e cessacionistas. De acordo com Hacking, os proponentes da terceira onda apresentam a prática de cura e exorcismo, o que John Wimber chama de ‘fazer as coisas’, como ministérios normativos para a igreja contemporânea.
Central à teologia da terceira onda está não apenas a prática do próprio Jesus, mas também a mentoração e o comissionamento que Ele deu aos discípulos. Os preponentes da terceira onda, como seus irmãos pentecostais, enfatizam que Jesus modelou e comissionou os discípulos para anunciar e demonstrar por meio de prodígios e sinais a presença do Reino de Deus. Hacking examina a base bíblica proposta para as reivindicações (e poderíamos acrescentar pentecostais) da terceira onda. Ele se concentra especialmente nas narrativas de comissionamento e nos ensinos sobre o discipulado encontrados nos Evangelhos Sinóticos e Atos” (MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é a nossa História. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2016, p.85).
A Cura Divina
“Há pelo menos três razões para crermos que Deus continua curando hoje em dia. A primeira é que a cura divina encontra-se na Bíblia, e a Bíblia, por ser inspirada pelo Espírito Santo, é válida para hoje. O Cristo revelado nas Escrituras como nosso Médico é o mesmo Senhor a quem servimos hoje (Hb 13.8).
A segunda razão para crermos na cura divina é estar ela incluída na obra expiatória de Cristo. O ensino bíblico sobre a cura forma um paralelo com o da salvação. A salvação inclui sanear os aspectos da nossa vida, e tudo ‘provém da expiação’. Todo dom perfeito que provém do céu é resultado da cruz de Cristo.
A terceira razão acha-se na convergência dos ensinos bíblicos sobre a salvação e a natureza da humanidade. Já que o ser humano não é uma associação desconexa de corpo, alma e espírito, mas, de modo muito real, uma unidade, a salvação se aplica a todas as facetas da existência humana. É um tema genuinamente bíblico, que precisa ser reiterado — o Evangelho inteiro é para a pessoa inteira” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. RJ, 1996, pp.501,502).
A cura divina, da mesma forma que o batismo no Espírito Santo, é uma realidade para os nossos dias.
Prezado(a) professor(a), você crê que os dons de curar são para os nossos dias?
Por que iniciamos com uma indagação como essa? Pois, infelizmente muitos que se dizem pentecostais já não acreditam mais nas intervenções milagrosas do Espírito Santo em nossos dias. Mas nós sabemos que Deus é imutável e que Ele continua curando e agindo em nosso favor, ainda que não sejamos merecedores. Não podemos jamais nos esquecer de que o Senhor é imutável e que as curas têm como propósito exaltar e glorificar o seu nome, ajudando a propagar a mensagem do Evangelho. Os milagres e curas são uma marca do Movimento Pentecostal e um dos fatores que ajudou no seu crescimento.
Leitura Bíblica em classe - Atos 9.32-35; Atos 14.8-10; Tiago 5.13-16
INTRODUÇÃO
A cura divina é uma promessa de nosso Senhor Jesus, de que seus discípulos imporiam as mãos sobre os enfermos e os curariam. O Pentecostes, descrito em Atos 2, deu prosseguimento às curas divinas e operação de milagres iniciadas por Jesus nos Evangelhos. E na atualidade? Podemos contar com a mão de Deus para operar curas em nome de Jesus?
I. ORIGENS DAS ENFERMIDADES
1. Consequência do pecado.
Deus criou um mundo bom e perfeito. Não há o registro de que até Gênesis 3 haja alguma referência às doenças. Vivendo no estado de perfeição, no Éden, Adão e Eva tinham comunhão com Deus e uma saúde perfeita, e isso incluía a ausência da morte. Não eram eternos, pois foram criados, mas gozavam da imortalidade, até que decidiram ouvir a serpente e por ela serem orientados a desobedecer a Deus. O pecado afetou a constituição física do primeiro casal, que passou a se deteriorar, e seus descendentes passaram a herdar igualmente a possibilidade de contrair doenças. Estas, como fruto do pecado, passaram a coexistir com a humanidade como um vetor de envelhecimento e morte.
2. Ação de Satanás.
O Inimigo, em algumas ocasiões, é responsável pela existência de algumas doenças. A Bíblia descreve que Jesus libertou uma mulher numa sinagoga, no sábado, que era prisioneira de Satanás, pois “tinha um espírito de enfermidade” (Lc 13.11). Há dezoito anos aquela mulher, a quem Jesus chama de filha de Abraão, só andava encurvada. Não parece ser uma referência a uma possessão maligna, mas sim a uma doença colocada naquela mulher por Satanás.
3. Outros fatores.
A Palavra de Deus registra que o Eterno deu permissão a Satanás para que atacasse Jó. Mas a Bíblia não diz que todas as doenças são fruto da ação direta do Inimigo e da permissão de Deus. Um caso relatado nas Escrituras é o de Miriã, irmã de Moisés, que ficou leprosa após ser disciplinada pelo Senhor por ter se voltado contra seu irmão (Nm 12). Este caso foi uma ação direta de Deus contra a irmã de Moisés, que logo depois ficou curada.
O câncer, tabagismo, doenças causadas pelo uso de bebidas alcoólicas, uso de drogas e até falta de exercícios físicos e má alimentação, também contribuem para o aumento do número de pessoas enfermas. E há ainda os grupos de pessoas que tem o fator hereditário como facilitador para determinados problemas, como por exemplo, hipertensão e diabetes. Não nos parece que nesses casos mencionados haja uma ação direta de Satanás, mas muitas vezes a própria pessoa se coloca em um grupo de risco de doenças por estar em contínuos períodos de preocupação, trabalhando em excesso, descuidando do seu próprio corpo ou se envolvendo com vícios que aceleram a chegada de doenças.
II. DEUS TEM PODER PARA CURAR
1. “Se quiseres, podes tornar-me limpo”.
Mateus 8 relata que após o Sermão do Monte, Jesus desce seguido de uma grande multidão, ao que se aproxima dEle um leproso, o adora e diz: “Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo”. Esse homem, excluído da sociedade, percebe em Jesus duas características em relação à cura: o querer e o poder. Querer não é necessariamente poder, e poder não representa necessariamente uma vontade de agir. Muitas “divindades” podem prometer cura e não podem cumprir o que prometem, mas Jesus tem o poder para curar.
A resposta de Jesus traz o desejo de Deus em relação à cura divina e a fé daquele homem: Ele quer, e Ele pode.
2. A cura divina glorifica a Deus.
A cura divina manifesta a glória de Deus e o seu nome é exaltado. A mulher encurvada que Jesus curou, glorificou a Deus (Lc 13.13). O coxo da porta Formosa louvou a Deus pulando e saltando dentro do Templo (At 3.8). A multidão que viu Jesus curando um paralítico em Cafarnaum também deu glórias a Deus (Mt 9.8).
3. A fé para a cura divina.
A Bíblia mostra que a fé é importante para a cura divina. Marcos conta que após libertar um gadareno, curar a mulher do fluxo de sangue e ressuscitar a filha de Jairo, o Senhor se dirigiu a Nazaré, sua terra, para falar na sinagoga. As pessoas daquela localidade, mesmo vendo Jesus falando, não creram nEle. Em vez de valorizarem ali a sua presença, desprezaram o Senhor. A incredulidade deles e a desonra com que trataram o Senhor foi tão grande que Jesus “não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos” (Mc 6.5). Se recorrermos ao mesmo evangelista, no capítulo 2, vemos que um paralítico foi trazido por quatro amigos para ser curado por Jesus. Como o local em que Jesus estava foi cercado por uma multidão, aqueles homens fizeram um buraco no teto e baixaram por ele o paralítico. “E Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados” (Mc 2.5). Nesses dois casos, há clara associação entre ter fé para ser curado e não ter. O centurião romano pede a Jesus que cure o seu servo, e Jesus, à distância mesmo, curou aquele enfermo, acrescentando acerca daquele centurião: “Nem em Israel vi tamanha fé” (Lc 7.4,9).
A fé é um elemento indispensável para a cura divina.
III. A CURA DIVINA EM NOSSOS DIAS
1. Devemos orar pelos enfermos.
Tiago recomenda: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg 5.14,15) A orientação é clara no fato de que os doentes devem buscar os presbíteros da igreja e receberem a oração e a unção com o óleo. A Igreja Primitiva tinha em grande conta seus líderes, e os presbíteros receberam a orientação de orar pelos enfermos.
O texto de Tiago menciona que a oração da fé curará o enfermo e perdoará seus pecados. Doença e pecado na ótica judaica andavam bem próximos, e muitas moléstias eram efetivamente vistas como um julgamento de Deus ao pecado cometido. Tiago não diz que as doenças são fruto de um pecado particular, mas menciona que a oração que vai pedir a cura levantará o doente e perdoará pecados, caso tenham sido cometidos. Mas os crentes podem, e devem, orar por pessoas enfermas. Jesus disse que quem cresse nEle imporia as mãos sobre enfermos e os curariam (Mc 16.18b). Deus usa pessoas que não pertencem ao ministério para realizar curas.
2. A cura divina e a soberania de Deus.
Em Deus há cura para todas as doenças, tanto as da alma quanto as do corpo. Uma das realidades com as quais temos de nos deparar é com o fato de que Deus pode decidir não curar todas as pessoas. Todavia, isso em nada diminui a realidade da cura divina em nossos dias, nem diminui o poder de Deus. Muitos servos e servas do Altíssimo partiram para a eternidade sem ter experimentado a cura, enquanto outros foram alcançados pela cura vinda do Senhor. Em sua sabedoria, Deus recolhe alguns e preserva por mais um tempo a outros. Isaías 57.1 diz que “perece o justo, e não há quem considere isso em seu coração, e os homens compassivos são retirados, sem que alguém considere que o justo é levado antes do mal”. Essa resposta do profeta não abrange todas as pessoas, mas serve de advertência para que não falemos sem conhecer os propósitos de Deus. Há casos em que Deus cura pessoas e estas não correspondem ao projeto dEle, como foi o caso de Ezequias, rei de Israel. Ezequias ficou doente e, tendo sido notificado de sua iminente morte, pediu a Deus que Ele agisse com misericórdia, e Deus o ouviu e lhe deu mais quinze anos de vida. Poderíamos esperar que Ezequias aproveitasse esse período de tempo para ser útil a Deus, mas vemos: “Mas não correspondeu Ezequias ao benefício que se lhe fez, porque o seu coração se exaltou […]” (2Cr 32.25). Deus pode postergar certas sentenças de morte, mas isso não significa que será benéfico para as pessoas envolvidas naquela situação.
3. A questão da medicina.
A Bíblia registra que nos tempos antigos havia médicos. Lucas, um dos escritores da Bíblia, era médico, e por seu talento descreve diversas curas que o Senhor realizou. Desde que o homem se multiplicou, e as doenças também, houve um interesse em se descobrir as causas das doenças e como curá-las. Pessoas dedicadas ao estudo do corpo humano ampliaram seus conhecimentos, e em nossos dias temos uma medicina bem avançada, capaz de transplantar órgãos e preservar a vida. Deus pode usar os recursos da medicina para prover a cura. Crentes precisam ir aos médicos para fazerem exames de rotina e tratamentos, e isso não significa que estão descrendo do poder de Deus. Se uma pessoa sente dores e não sabe do que se trata, deve buscar o diagnóstico médico até para orar ao Senhor. O templo do Espírito Santo precisa ser cuidado, e esse cuidado Deus deixa sob a nossa responsabilidade.
Deus cura, mas a responsabilidade de cuidar do corpo e da saúde é nosso.
CONCLUSÃO
A cura divina é para os nossos dias, pois não há um texto na Bíblia que diga que o tempo do Senhor operar curando enfermos e salvando pessoas acabou. Em Cristo há cura para as doenças do corpo e da alma, e Ele quer usar crentes cheios do Espírito para, em seu nome, orar por enfermos e virem curas sendo manifestas. Creiamos em Deus, cuidemos de nossa saúde e oremos por enfermos até que o Senhor retorne para nos buscar.
SUBSÍDIO
“[…] O termo ‘terceira onda’ refere-se a um movimento do Espírito, que começou na década de 1980, posterior aos primeiros movimentos pentecostais e carismáticos. Essa ‘terceira onda’ do Espírito provocou um movimento que foi significativamente impactado por John Wimber e que recebeu muitos outros evangélicos conservadores que haviam sido dispensacionalistas e cessacionistas. De acordo com Hacking, os proponentes da terceira onda apresentam a prática de cura e exorcismo, o que John Wimber chama de ‘fazer as coisas’, como ministérios normativos para a igreja contemporânea.
Central à teologia da terceira onda está não apenas a prática do próprio Jesus, mas também a mentoração e o comissionamento que Ele deu aos discípulos. Os preponentes da terceira onda, como seus irmãos pentecostais, enfatizam que Jesus modelou e comissionou os discípulos para anunciar e demonstrar por meio de prodígios e sinais a presença do Reino de Deus. Hacking examina a base bíblica proposta para as reivindicações (e poderíamos acrescentar pentecostais) da terceira onda. Ele se concentra especialmente nas narrativas de comissionamento e nos ensinos sobre o discipulado encontrados nos Evangelhos Sinóticos e Atos” (MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é a nossa História. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2016, p.85).
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 4º Trimestre de 2018 - Título: O vento sopra onde quer – O ensino bíblico do Espírito Santo e sua operação na vida da Igreja – Comentarista: Alexandre Coelho
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