"E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam."
Lc 9.40
Lc 9.40
Por andarem com o Mestre e verem as obras
maravilhosas do nosso Senhor, os discípulos de Jesus, que andaram com Ele ao
longo de todo o seu ministério terreno, são destacados muitas vezes, não como
seres humanos normais, mas como pessoas acima da média como se fossem seres
humanos perfeitos.
Não! Os discípulos de Jesus não eram pessoas
perfeitas. Pelo contrário, eram imperfeitas, limitadas, cheias de dúvidas,
medos, muitas eram até mesmo ambiciosas e outra foi achada como traidora do
Senhor. Por isso, a partir da realidade da vida de alguns discípulos e da
maneira como Jesus tratou com eles, algumas lições podem ser aprendidas por
nós.
Em primeiro lugar, sempre haverá dúvidas
sobre algumas coisas na vida cristã. Certa vez, quando o nosso Senhor foi
assunto aos céus, os discípulos lhe perguntaram: “Quando restaurará o reino a
Israel?” nosso Senhor respondeu: “Não cabe a vocês saberem sobre épocas e
estações dos tempos”. A fé cristã não é uma matéria pronta para responder
curiosidades da vida. Ela é a vida de Jesus em nós para ser vivida.
Em segundo lugar, não podemos ser crentes
exclusivistas. Graças a Deus que passou o tempo onde era comum, pessoas dizerem
que só os crentes de determinada denominação eram salvos, como se a salvação
não dependesse mais da graça de Deus, mas de determinada instituição religiosa.
Num país como o Brasil, de extensão continental, é um erro não dialogarmos com
outros irmãos de diferentes manifestações evangélicas que tenham compromisso
com o núcleo básico da fé cristã.
Em terceiro lugar, o dinheiro não pode ter a
predominância na missão que os discípulos desenvolverão para o Reino de Deus. A
posição de determinados discípulos de Cristo pode parecer de vantagens sobre
determinadas pessoas, e se ele for uma pessoa sem caráter, usará o dom de Deus
que está sobre ele para receber vantagens e lucros das pessoas. Muitos fizeram
isso no passado, no tempo dos apóstolos, e estes denunciaram essa má ação com
firmeza. E hoje, seria diferente?
Enfim, o perdão é a característica
fundamental daqueles que receberam de Jesus o ensinamento da mensagem do Reino
de Deus. Os discípulos de Jesus foram provados nessa questão quando eles
estiveram com Ele, após o nosso Senhor voltar para o Pai. Perdoar o próximo,
além de necessário para a alma, é a via de mão dupla onde o Pai trabalha por
nós se tal bem for achado em nossa vida.
Revista Ensinador Cristão nº62 pg.40
COMENTÁRIO
Muitos crentes têm uma ideia equivocada sobre as pessoas de Deus que foram inspiradas pelo Espírito Santo, a fim de escreverem textos sagrados que hoje norteiam a nossa vida e são tidos por nós como a única regra de fé e de prática. Referimo-nos aos Apóstolos do Senhor.
A lição desta semana mostrará que, como nós, os apóstolos do Senhor eram pessoas falíveis e que na caminhada cristã não há lugar para fingirmos superioridades espirituais ou coisas semelhantes. A vida cristã é feita de atitudes espirituais, entretanto, humanas também. As falhas e os tropeços não podem ser encarados por nós como um erro sem perdão. Nós corremos o risco de falharmos em nossa missão por fraqueza ou fragilidade. Todavia, a nossa fé tem de estar fincada no Evangelho para desbaratarmos todas as artimanhas da vida e do Inimigo das nossas almas. Por isso, precisamos ter uma vida de fé, de oração e de leitura da Palavra.
Ao longo de seu ministério, Jesus foi seguido por homens simples, imperfeitos e limitados, mas jamais os descartou por isso.
Tropa de Elite
Por ocasião da morte de Osama Bin Laden em 2011, o mais temido
terrorista do mundo islâmico, a revista Época trouxe uma extensa matéria sobre
o assunto. Foi dado amplo destaque ao comando militar norte-americano
denominado de SEALs como sendo o responsável por essa proeza. De acordo com o
jornal inglês The Telegraph, a eliminação do terrorista número 1 “foi uma
intervenção cirúrgica, levada a cabo por um pequeno grupo treinado para evitar
efeitos colaterais”.
O grupo, denominado de SEAL TEAM 6 da Marinha americana, é formado a
partir de uma rigorosa seleção e é considerado como o mais bem treinado do
mundo. Os seus componentes buscam a perfeição em seus treinamentos a fim de
evitar cometerem erros quando são enviados em alguma missão.
Os SEALs são super-soldados, treinados por dois anos além do normal para
fuzileiros navais e mantidos pelo governo com um orçamento de US$ 1 bilhão por
ano. No treinamento, disparam 3 mil tiros por semana, mais do que os colegas de Forças Armadas
disparam em um ano inteiro. O nome é uma corruptela dos atributos especiais da
tropa: São capazes de realizar operações no mar (“sea”, em inglês), no ar
(“air”) e na terra (“land”). Estima-se que existam hoje 2,5 mil soldados SEAL
em atividade.
O SEAL Team 6 é um grupo dentro dos SEALs escolhido pela Marinha para
realizar as missões mais difíceis, normalmente em parceria com a CÍA, a Agência
de Inteligência do Governo Americano. Oficialmente, o grupo sequer existe. Um
dos antigos membros do Team 6, o atirador de elite Howard Wasdin, escreveu um
livro sobre seus tempos de combatente, a ser lançado na semana que vem. A
primeira frase do livro explica em poucas palavras a importância da tropa:
“Quando a Marinha americana precisa de seus melhores homens, envia os SEALs.
Quando os SEALs precisam de seus melhores homens, enviam o SEAL Team 6”,
escreveu Wasdin.
HELL WEEK nos últimos cinco dias de treinamento, conhecidos como “Semana
Infernal”, os postulantes a SEAL passam por uma simulação de guerra, com
exercícios físicos extenuantes, tiros e explosões. O treinamento dessa equipe é
semelhante à formação das principais tropas de elite no mundo. O exemplo
brasileiro mais próximo é o do Batalhão de Operações Especiais da Polícia
Militar do Rio, o Bope, consagrado no filme Tropa de Elite. A diferença é que o
regime imposto aos soldados SEAL é muito mais longo e extenuante. Segundo o
site da revista americana Newsweek, os últimos cinco dias de treinamento são
conhecidos como “Hell Week” (“Semana Infernal”, em tradução livre), com
simulação de um ambiente de guerra. Os soldados são submetidos a rigorosos
testes físicos em meio a tiros e explosões. Assim como acontece no treinamento
do Bope, no Rio, quem não resiste à provação pode tocar uma sineta e desistir.
Ainda segundo a Newsweek, dois em cada três soldados “pedem para sair”.1
Quando o presidente Barak Obama anunciou a morte de Bin Laden, a mídia
imediatamente posicionou suas lentes rumo a esse super comando. Seus soldados
foram ovacionados como heróis nacionais, tornaram-se motivo de orgulho da nação
e admiração no mundo inteiro. Que exército não gostaria de ter em suas fileiras
homens desse nível?
INTRODUÇÃO
Os discípulos de Cristo demonstraram, em certos momentos da vida, exclusivismo, egoísmo, imaturidade, bairrismo, etc. Eles erraram quando se esperava que acertassem (Lc 9.40,41). Jesus censurou tais comportamentos e corrigiu o grupo, mas não abandonou os discípulos.
Nesta lição, veremos como, em diferentes circunstâncias, os discípulos agiram de forma oposta àquilo que o Senhor lhes havia ensinado e como Jesus os conduziu à maneira certa de agir. Esses fatos demonstram que os seguidores de Cristo não eram super-homens, mas, sim, seres humanos que viviam suas limitações e, como tal, dependiam de Deus para superá-las. Esses exemplos servem para nos orientar em nossa jornada de fé a fim de que possamos cultivar as verdadeiras virtudes cristãs.
A Lógica do Reino de Deus
É bastante conhecida a filosofia que afirma
que somente os mais aptos sobrevivem; que o mercado é seletivo, escolhendo os
melhores e excluindo os piores. Essa é a lógica! Como seres racionais estamos
habituados com os princípios governados pela lógica formal. Todavia, no reino
de Deus as coisas nem sempre são assim. Muitas vezes essa “lógica do reino se
apresenta totalmente invertida. Por exemplo, quem não está disposto a perder
também não ganha (Fp 3.7-8); quem não dá também não recebe (At 20.35); quem não
perdoa também não é perdoado (Mt 6.13); quem não se humilha também não é
exaltado (Lc 14.1); quem busca primeiramente as coisas secundárias não receberá
as primárias (Mt 6.33); quem quiser ser o maior então deverá se tornar pequeno
(Lc 22.26).
Isso pode ser visto com toda clareza no
processo de “seleção” feito por Deus. Quem Ele escolhe?
“Porque os judeus pedem sinal, e os gregos
buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para
os judeus e loucura para os gregos. Mas, para os que são chamados, tanto judeus
como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque
a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais
forte do que os homens. Porque vede, irmãos, a vossa vocação, que não são
muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres
que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir
as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as
fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que
não são para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante
ele. Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; para que, como está escrito:
Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1Co 1.22-31).
Aqui aparece uma lógica que parece não ter
lógica alguma! Paulo fala que Deus escolheu não os melhores, mas escolheu as
coisas loucas, fracas, humildes, desprezíveis e que não são! Deus foi até ao
lixão da humanidade e dali escolheu as suas escórias. Por outro lado, a
sabedoria de Deus transforma em tolo aquele que parecia sábio (w.19-22);
transforma em fraco quem achava que era forte (w. 22-25) e deu realeza a quem
não possuía nenhuma (w. 26-29).
"Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;" 1 Coríntios 1:27
O expositor bíblico William Barclay destacou
esse fato. Tanto os gregos, conhecidos pela sua cultura, como os judeus
piedosos, tinham em conta os cristãos como néscios. Paulo faz uma citação livre
do Profeta Isaías (Is 29.14 e 33.18) para mostrar que a sabedoria humana havia
fracassado. Isso porque o mundo com toda a sua sabedoria não havia chegado ao
conhecimento de Deus e continua buscando e tentando alcançá-la. Essa busca, sem
sucesso, foi permitida por Deus para mostrar sua própria incapacidade e
preparar o caminho para Jesus, a verdadeira sabedoria.
A mensagem pregada pelos primitivos cristãos
(At 2.14-39; 3.12-26; 4.8-12 e 10.36-43), que provocou escândalo entre os
judeus e tornou-se loucura para os gregos, pode ser resumida como segue:
1. Consistia no anúncio da chegada do reino
de Deus;
2. Era fundamentada no anúncio da morte e
ressurreição de Jesus;
3. Demonstrava que o que eles pregavam era
cumprimento das profecias;
4. Era de natureza escatológica, isto é,
mostra que Jesus voltará outra vez;
5. Chamava as pessoas ao arrependimento,
mostrando que dessa forma era recebido o dom do Espírito Santo.2
Barclay observa que os judeus se escandalizaram
com essa mensagem por várias razões.
Primeiramente os judeus não podiam aceitar
que alguém que fora morto em uma cruz, instrumento de maldição para eles (Dt
21.23), fosse escolhido por Deus para ser o Messias. Ao contrário de tudo isso,
os judeus estavam na expectativa de um Messias político, guerreiro que
enfrentaria o Império Romano com a força das armas.
Os gregos, por outro lado, não viam qualquer
sentido na mensagem dos apóstolos por outras razões. Os gregos achavam uma
falta de bom senso a ideia de um Deus que se fez homem, tornando-se vulnerável
como os mortais, sentindo fome e dores. Deus, na concepção deles, era incapaz
de possuir os sentimentos tão comuns aos mortais. Era o que eles denominavam de
aphateia. Para um dos seus principais filósofos, Plutarco, era um insulto a
Deus envolvê-lo em assuntos humanos. Portanto, a ideia de Deus se fazendo
homem, conhecida na teologia cristã como encarnação, era totalmente repulsiva
para os gregos. Não é de admirar que quando o apóstolo Paulo pregou Jesus e a
ressurreição em Atenas, os gregos o ridiculizaram. Eles achavam que a
“ressurreição”, que em grego é uma palavra feminina, seria a esposa de Jesus
(At 17.32). [1]
*RESSURREIÇÃO
Significado da palavra “ressurreição” no original grego e hebraico?
Nos livros do Novo
Testamento, os escritores empregaram a palavra
grega αναστασις (anastasis, s.fem.; ≡ Strong 386; TDNT
1.371-), de levantar, levantar-se (p.e. de um assento), ressurreição dos
mortos, de Cristo, de todos os homens no fim desta presente época, a
ressurreição de certas pessoas históricas que tiveram a vida restaurada (Heb
11:35), ocorrendo cerca de 42 vezes:
Mt 22:23; 22:28; 22:30; 22:31;
Mar 12:18; 12:23;
Lc 2:34; 14:14; 20:27; 20:33; 20:35; 20:36;
Jo 5:29; 11:24; 11:25;
At. 1:22; 2:31; 4:2; 4:33; 17:18; 17:32; 23:6; 23:8; 24:15; 24:21;
26:23;
Rm 1:4; 6:5;
1Co. 15:12; 15:13; 15:21; 15:42;
Flm 3:10;
2Ti 2:18;
Heb 6:2; 11:35;
1Pe 1:3; 3:21;
Ap 20:5; 20:6.
A palavra αναστασις (anastasis) vem de ανιστημι (anistemi), se referindo ao ato de fazer levantar, erguer-se,
levantar-se do repouso, levantar-se dentre os mortos. É a junção de duas
palavras gregas ανα (ana) uma prep e adv primário; prep.., “para o meio de”, “no meio
de”, “em meio a”, “entre (duas coisas)”, “no intervalo de”, e a outra palavra
sendo ιστημι (histemi) uma forma prolongada de uma palavra primária σταω (stao) (do mesmo significado, e usado para este em determinados
tempos), que significa “causar ou fazer ficar de pé”, “colocar”, “pôr”,
“estabelecer”. (*Biblioteca Bíblica)
Como seres humanos, somos limitados e imperfeitos. Entretanto, uma vez seguindo a Jesus, podemos ter fé.
1. A oração e a fé.
Logo após acalmar a tempestade no mar da Galileia, Jesus perguntou aos seus discípulos: "Onde está a vossa fé?" (Lc 8.25). Essa não foi a única vez que o Senhor censurou os discípulos por não demonstrarem a fé necessária em Deus. Quando viu a inoperância dos discípulos frente a um menino endemoninhado, Ele disse: "Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei ainda convosco e vos sofrerei?" (Lc 9.41). Há algo em comum nestas passagens bíblicas - elas se relacionam com a vida devocional dos discípulos. A timidez mostrada durante a travessia do mar (Lc 8.25) e a falta de autoridade para expelir o demônio do garoto eram frutos de uma vida devocional pobre. Pouca oração, pouco poder! Nenhuma oração, nenhum poder! As passagens paralelas de Mateus e Marcos demonstram tal princípio (Mt 8.23-27; 17.14-20; Mc 4.35-41; 9.14-29).
Homens, não Deuses!
Na cultura contemporânea traços dessa
mentalidade judaica e grega ainda persistem e contaminaram setores do
cristianismo institucional. Mas não são esses os princípios que apreendemos do
cristianismo primitivo. Na escolha dos discípulos de Jesus não vemos o mérito
sendo usado como critério de seleção. Pelo contrário, vemos a graça de Deus
lidando com as imperfeições. Esses homens até mesmo falharam quando esperávamos
que acertassem.
Por serem discípulos de Jesus, começamos a
imaginar que esses homens eram os melhores em suas áreas. Gostaríamos que os
discípulos de Jesus fossem uma espécie de SEAL TEAM 6. E mais, por terem
aprendido aos pés do maior Mestre da história da humanidade, pensamos que os
mesmos chegaram à perfeição. Mas não é isso que descobrimos quando lemos os
Evangelhos. As narrativas bíblicas em vez de apresentarem heróis, mostram
homens rodeados de imperfeições e limitações. Aprenderam sim com o Mestre e
nunca mais foram as mesmas pessoas, mas não deixaram de ser humanos.
Às vezes se tem a ideia de que a fé cristã
para ser genuinamente bíblica deve anular todas as fragilidades humanas,
eliminar todos as suas limitações. Mas não é assim que a coisa acontece, nem
tampouco é isso o que ensinam os Evangelhos. Deus trabalha sim com homens, mas
homens imperfeitos, limitados e que constantemente estão dependendo dEle. Esse
princípio é valido para todas as áreas da vida cristã. Estão presente na vida
do leigo e também do clérigo. São esses princípios que nos tornam humanos ou
que revelam a nossa humanidade e consequentemente a nossa carência de Deus.
2. A Palavra de Deus e a fé. Se a falta de oração traz incredulidade, por outro lado, a falta de conhecimento da Palavra de Deus produz efeito semelhante. É isso o que mostra a história dos dois discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-35). No mesmo dia em que ressuscitou, o Senhor apareceu a dois deles quando se dirigiam para a aldeia de Emaús, cerca de 12 quilômetros de Jerusalém. Depois de dialogar com eles, Jesus percebeu o quanto eram incrédulos. O Mestre reprovou a incredulidade dos discípulos e os chamou de néscios, isto é, desprovidos de conhecimento ou discernimento (Lc 24.25). Atualmente, também, muitos que se dizem discípulos, estão sem conhecimento, discernimento e fé no mover de Deus. Que o Senhor Jesus encha os nossos corações de fé para que possamos viver e pregar a sua Palavra.
A intensidade da vida de oração mostra a qualidade de uma vida devocional. Enquanto que a Palavra de Deus produz fé viva.
Decepcionados ao Pé do Monte
Deus é soberano, age, intervém, mas atua
respeitando nossas limitações. É o mesmo princípio que encontramos na vida dos
discípulos de Jesus.
“E aconteceu, no dia seguinte, que, descendo eles do monte, lhes saiu ao encontro uma grande multidão. E eis que um homem da multidão clamou, dizendo, Mestre, peço-te que olhes para meu filho, porque é o único que eu tenho. Eis que um espírito o toma, e de repente clama, e o despedaça até espumar; e só o larga depois de o ter quebrantado. E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam. E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei ainda convosco e vos sofrerei? Traze-me cá o teu filho. E, quando vinha chegando, o demônio o derribou e convulsionou; porém Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o menino, e o entregou a seu pai” (Lc 9.37-43).
A meu ver esse é um dos textos mais contundentes sobre as limitações dos discípulos de Jesus. É um texto que mostra claramente que os discípulos não eram homens perfeitos nem ilimitados. Eles foram derrotados diante de um possesso de demônio. Um desesperado pai exclama: “Roguei a teus discípulos que o expulsassem, e não puderam!” Não é que eles não tentaram! Tentaram, mas não puderam. E por que não puderam? As razões podem ser muitas. Jesus os censurou denominando-os de “geração incrédula” (Lc 9.41). Eles não apenas faziam parte de uma cultura incrédula, como também assimilaram seus valores. Foram contaminados pela cultura ao seu redor! Essa “contaminação cultural” sempre foi um perigo iminente para o povo de Deus.
Na passagem paralela do Evangelho de Marcos encontramos o texto: “Quando eles se aproximaram dos discípulos, viram numerosa multidão ao redor e que os escribas discutiam com eles” (Mc 9.14). Em vez de expelir o demônio, entraram em divagações teológicas com os escribas. Perderam o foco! Quando se perde o foco, os debates teológicos se tornam mais importantes do que a missão de libertar vidas. Por outro lado, os discípulos aprenderam a viver à sombra do seu Mestre. Acostumaram apenas a assistir Jesus expulsar os demônios e agora que tinha chegado o momento deles mesmos fazerem isso, não fizeram. Jesus também os alertou sobre a necessidade da oração em casos como esse (Mc 9. 29). Em outras palavras, não basta recorrer ao uso de técnicas e fórmulas na solução de coisas espirituais. Antes, é preciso cultivar um relacionamento com Deus. Os discípulos parecem ter esquecido que o ministério de libertação dependia do Espírito Santo. O Evangelho de Mateus associa o Espírito Santo com a expulsão de demônios durante o ministério público de Jesus: “Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deu sobre vós” (Mt 12.28). Esse mesmo texto na teologia carismática de Lucas recebe a seguinte redação: “Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós” (Lc 11.20).
Não creio que os discípulos tivessem que passar por esse vexame. Como vimos em outro lugar desse livro, o Senhor deu-lhes autoridade sobre as forças do mal (Lc 10.17-19; Cl 2.14,15; Ef 1.20; 2.6). Essa autoridade, portanto, não acontece fora do senhorio de Jesus nem tampouco vem de forma automática. E fruto de um relacionamento com Deus e do poder do Espírito Santo. Se os princípios do evangelho do reino são seguidos, então não tem como dar errado.
Lembro que no final dos anos 80 e início dos anos 90 eu e mais dois companheiros estávamos fazendo um trabalho evangelístico em um dos bairros da nossa cidade. Quando chegamos à determinada residência, vimos um aglomerado de pessoas naquela casa. Após pedirmos permissão, adentramos no recinto e encontramos uma jovem deitada sobre uma cama, aparentemente sem nenhum sinal de vida. Foi nos informado pelo dono da casa que ela era a rainha de um culto afro-brasileiro e que havia tomado dezessete comprimidos de uma vez na intenção de cometer suicídio. Após recebermos autorização para fazermos uma oração por aquela jovem, desloquei-me em sua direção e impondo minhas mãos sobre ela percebi que forças malignas eram responsáveis por aquela situação.
Ao confrontar as forças do mal no poderoso nome de Jesus, vi aquela moça levantar-se com grande fúria e ficar frente a frente comigo. Falando em voz cavernosa e masculina disse que ia matá-la. Eu retruquei que isso não iria acontecer mais porque eles iriam ter que sair no nome de Jesus. Dito isso a jovem caiu no chão para logo em seguida se levantar. Confessou o Senhor Jesus como Senhor e Salvador e continua servindo a Ele com a sua família até hoje.
VEJAMOS ALGUNS FATOS MARCANTES...
“E aconteceu, no dia seguinte, que, descendo eles do monte, lhes saiu ao encontro uma grande multidão. E eis que um homem da multidão clamou, dizendo, Mestre, peço-te que olhes para meu filho, porque é o único que eu tenho. Eis que um espírito o toma, e de repente clama, e o despedaça até espumar; e só o larga depois de o ter quebrantado. E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam. E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei ainda convosco e vos sofrerei? Traze-me cá o teu filho. E, quando vinha chegando, o demônio o derribou e convulsionou; porém Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o menino, e o entregou a seu pai” (Lc 9.37-43).
A meu ver esse é um dos textos mais contundentes sobre as limitações dos discípulos de Jesus. É um texto que mostra claramente que os discípulos não eram homens perfeitos nem ilimitados. Eles foram derrotados diante de um possesso de demônio. Um desesperado pai exclama: “Roguei a teus discípulos que o expulsassem, e não puderam!” Não é que eles não tentaram! Tentaram, mas não puderam. E por que não puderam? As razões podem ser muitas. Jesus os censurou denominando-os de “geração incrédula” (Lc 9.41). Eles não apenas faziam parte de uma cultura incrédula, como também assimilaram seus valores. Foram contaminados pela cultura ao seu redor! Essa “contaminação cultural” sempre foi um perigo iminente para o povo de Deus.
Na passagem paralela do Evangelho de Marcos encontramos o texto: “Quando eles se aproximaram dos discípulos, viram numerosa multidão ao redor e que os escribas discutiam com eles” (Mc 9.14). Em vez de expelir o demônio, entraram em divagações teológicas com os escribas. Perderam o foco! Quando se perde o foco, os debates teológicos se tornam mais importantes do que a missão de libertar vidas. Por outro lado, os discípulos aprenderam a viver à sombra do seu Mestre. Acostumaram apenas a assistir Jesus expulsar os demônios e agora que tinha chegado o momento deles mesmos fazerem isso, não fizeram. Jesus também os alertou sobre a necessidade da oração em casos como esse (Mc 9. 29). Em outras palavras, não basta recorrer ao uso de técnicas e fórmulas na solução de coisas espirituais. Antes, é preciso cultivar um relacionamento com Deus. Os discípulos parecem ter esquecido que o ministério de libertação dependia do Espírito Santo. O Evangelho de Mateus associa o Espírito Santo com a expulsão de demônios durante o ministério público de Jesus: “Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deu sobre vós” (Mt 12.28). Esse mesmo texto na teologia carismática de Lucas recebe a seguinte redação: “Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós” (Lc 11.20).
Não creio que os discípulos tivessem que passar por esse vexame. Como vimos em outro lugar desse livro, o Senhor deu-lhes autoridade sobre as forças do mal (Lc 10.17-19; Cl 2.14,15; Ef 1.20; 2.6). Essa autoridade, portanto, não acontece fora do senhorio de Jesus nem tampouco vem de forma automática. E fruto de um relacionamento com Deus e do poder do Espírito Santo. Se os princípios do evangelho do reino são seguidos, então não tem como dar errado.
Lembro que no final dos anos 80 e início dos anos 90 eu e mais dois companheiros estávamos fazendo um trabalho evangelístico em um dos bairros da nossa cidade. Quando chegamos à determinada residência, vimos um aglomerado de pessoas naquela casa. Após pedirmos permissão, adentramos no recinto e encontramos uma jovem deitada sobre uma cama, aparentemente sem nenhum sinal de vida. Foi nos informado pelo dono da casa que ela era a rainha de um culto afro-brasileiro e que havia tomado dezessete comprimidos de uma vez na intenção de cometer suicídio. Após recebermos autorização para fazermos uma oração por aquela jovem, desloquei-me em sua direção e impondo minhas mãos sobre ela percebi que forças malignas eram responsáveis por aquela situação.
Ao confrontar as forças do mal no poderoso nome de Jesus, vi aquela moça levantar-se com grande fúria e ficar frente a frente comigo. Falando em voz cavernosa e masculina disse que ia matá-la. Eu retruquei que isso não iria acontecer mais porque eles iriam ter que sair no nome de Jesus. Dito isso a jovem caiu no chão para logo em seguida se levantar. Confessou o Senhor Jesus como Senhor e Salvador e continua servindo a Ele com a sua família até hoje.
VEJAMOS ALGUNS FATOS MARCANTES...
...que marcam o capítulo 9 de Lucas.
(1) A falta de poder dos discípulos para expulsar o demônio; vv.37-43
(2) a falta de capacidade dos discípulos em compreender o caminho do calvário de Jesus Cristo; vv.44-45
(3) o orgulho dos discípulos; vv.46-48
(4) a intolerância dos discípulos em relação a outros que não andavam com eles; vv.49,50.
*OS SETENTA
"Outro grupo notável eram os setenta que Jesus enviou para preparar o terreno para Ele nas cidades que visitaria em seu caminho para Jerusalém (Lc 10.1). Se os doze discípulos espelham as doze tribos de Israel, então talvez esses setenta espelhem os anciãos que Moisés designou para assisti-lo na liderança da nação de Israel (Nm 11.16,24,25)." Leia mais em Guia Cristã da Bíblia, CPAD, p.70.
II - LIDANDO COM A PRIMAZIA E O EXCLUSIVISMO
1. Evitando a primazia.
Lucas registra que "suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus, vendo o pensamento do coração deles, tomou uma criança, pô-la junto a si" (Lc 9.46,47). Os discípulos precisavam de uma lição a respeito de humildade. O exemplo de Jesus ao tomar uma criança, foi excelente e, com certeza, eles puderam ver o quanto eram egoístas e ambiciosos.
O adjetivo comparativo meizon, traduzido como "maior", nesse texto, mantém o sentido de "mais forte que". A ideia aqui é de primazia! Quem é o primeiro? Quem é o mais forte? Quem é o mais apto? Pensamentos assim não refletem a mente de Cristo, mas uma mente mundana e secularizada. Infelizmente, muitos problemas nas igrejas são causados por leigos e clérigos que querem exercer a primazia. Em Cristo Jesus, todos são iguais. Não somos superiores ou inferiores a ninguém.
(grifo nosso- não confundir primazia com respeito às autoridades eclesiásticas)
A razão dada pelos apóstolos para barrarem a ação daquele homem foi que ele não fazia parte do grupo. Jesus mostra que o fato de expulsar os demônios pela autoridade do seu nome e partilhar das mesmas convicções dos apóstolos credenciava aquele homem a exercer o seu ministério. Embora não fizesse parte do grupo dos Doze, partilhava da mesma fé. Não se trata, portanto, de validar crenças e práticas sectárias ou heréticas, mas sim de não permitir que o exclusivismo religioso nos cegue de tal forma que só venhamos a enxergar o nosso grupo. [1]
Jesus rechaçou a ideia de primazia e de exclusivismo para aqueles que professam a fé cristã.
Jesus concede a todos os crentes a autoridade para repreender os demônios e para ordenar-lhes que saiam.
*OS SETENTA
"Outro grupo notável eram os setenta que Jesus enviou para preparar o terreno para Ele nas cidades que visitaria em seu caminho para Jerusalém (Lc 10.1). Se os doze discípulos espelham as doze tribos de Israel, então talvez esses setenta espelhem os anciãos que Moisés designou para assisti-lo na liderança da nação de Israel (Nm 11.16,24,25)." Leia mais em Guia Cristã da Bíblia, CPAD, p.70.
II - LIDANDO COM A PRIMAZIA E O EXCLUSIVISMO
1. Evitando a primazia.
Lucas registra que "suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus, vendo o pensamento do coração deles, tomou uma criança, pô-la junto a si" (Lc 9.46,47). Os discípulos precisavam de uma lição a respeito de humildade. O exemplo de Jesus ao tomar uma criança, foi excelente e, com certeza, eles puderam ver o quanto eram egoístas e ambiciosos.
O adjetivo comparativo meizon, traduzido como "maior", nesse texto, mantém o sentido de "mais forte que". A ideia aqui é de primazia! Quem é o primeiro? Quem é o mais forte? Quem é o mais apto? Pensamentos assim não refletem a mente de Cristo, mas uma mente mundana e secularizada. Infelizmente, muitos problemas nas igrejas são causados por leigos e clérigos que querem exercer a primazia. Em Cristo Jesus, todos são iguais. Não somos superiores ou inferiores a ninguém.
(grifo nosso- não confundir primazia com respeito às autoridades eclesiásticas)
Primazia e Exclusivismo
“Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus, sabendo o que se lhes passava no coração, tomou uma criança, colocou -a junto a si e lhes disse: Quem receber esta criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber a mim recebe aquele que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande” (Lc 9.4648).
Bispo de Alexandria
“Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus, sabendo o que se lhes passava no coração, tomou uma criança, colocou -a junto a si e lhes disse: Quem receber esta criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber a mim recebe aquele que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande” (Lc 9.4648).
Bispo de Alexandria
O escritor egípcio Michael Youssef ilustrou como esse desejo por primazia se torna uma poderosa ferramenta nas mãos do Diabo. Youssef conta que no século V, um famoso homem santo costumava passar muito tempo orando no deserto, tal como fez Jesus. Assim como Cristo, esse homem santo sofria tentações. Tão santo era ele, que o Diabo enviou um pelotão inteiro de demônios com o intuito específico de fazê-lo tropeçar e pecar — em suma, fazer o que fosse necessário para que o homem de Deus caísse. Eles utilizaram todos os métodos usuais. Pensamentos lascivos para arrastar seu espírito para baixo. Fadiga, para impedi-lo de orar. Fome, para fazê-lo abandonar seus jejuns. Mas não importava o que eles tentassem, ou quão arduamente trabalhassem, seus esforços sempre eram inúteis. No fim, Satanás estava tão irritado com a incompetência de seus lacaios, que os afastou do projeto e assumiu ele mesmo a operação.
“O motivo do fracasso”, ensinava ele a seus seguidores, “é que vocês usaram métodos muitos toscos com aquele homem. Ele não sucumbirá a um ataque direto. Vocês precisam ser sutis e atacá-lo de surpresa. Agora, observem o mestre em ação!”
O Diabo, então, aproximou-se do homem santo de Deus e, muito suavemente, sussurrou estas palavras em seus ouvidos: “Seu irmão foi ordenado Bispo de Alexandria”.
Imediatamente, o maxilar do homem de Deus se enrijeceu. Seus olhos se apertaram. Suas narinas se dilataram. O Bispo de Alexandria! Seu irmão! Que ultraje!
Continuando, diz Yosseff, “Bem, isso é uma lenda, não uma história. Mas ela mostra um ponto importante. Observe que os demônios que tentaram o homem santo não chegaram a lugar nenhum usando os grandes pecados morais. Ele podia vê-los chegando a um quilômetro de distância, e conseguia defender-se. Então, o que fez Satanás? Usou um pecado socialmente aceitável. Ele até mesmo o adequou à fraqueza particular daquele homem. Ele sabia que o homem estava vigilante contra a tentação da carne, e que era inútil tentar emboscá-lo daquela maneira. Assim, entrou de forma sutil usando a inveja e orgulho espiritual, e o fez pensar: ‘Ei, eu sou o santo da família. Por que o meu irmão está sendo ordenado Bispo de Alexandria e não eu?”’
Querer ser o primeiro, o maior, o chefe ainda continua sendo uma poderosa tentação para muitos cristãos. Quando acontece no meio da liderança então, os seus efeitos são muito mais catastróficos. Hoje estamos vivenciando uma verdadeira fragmentação da igreja evangélica no Brasil e a causa principal é a disputa pela liderança. Ninguém quer mais ser índio, todos querem virar cacique.
Jesus rechaçou a ideia de primazia e de exclusivismo para aqueles que professam a fé cristã.
Jesus concede a todos os crentes a autoridade para repreender os demônios e para ordenar-lhes que saiam.
Quando Jesus enviou os doze discípulos
adiante dele para pregar o Reino de Deus, ”deu-lhes poder e autoridade para
expulsar todos os demônios” (Lc 9.1). Após os setenta terem pregado sobre o
Reino de Deus nas cidades e aldeias, eles retornaram com alegria, dizendo:
”Senhor, até os demônios se submetem a nós, em teu nome” (Lc 10.17) , e Jesus
lhes disse: ”Eu lhes dei autoridade [...] sobre todo o poder do inimigo”(Lc
10.19). Quando Filipe, o evangelista, desceu para Samaria para pregar o
evangelho de Cristo , ”os espíritos imundos saíam de muitos, dando gritos” (At
8.7), e Paulo usou a autoridade espiritual sobre os demônios para dizer ao
espírito de adivinhação que estava em uma jovem adivinhadora: “Em nome de Jesus
Cristo eu lhe ordeno que saia dela!” (At 16.18).
Paulo estava cônscio da autoridade espiritual
que possuía, tanto nos encontros face a face como o de Atos 16 , como também em
sua vida de oração. Ele disse: “Pois, embora vivamos como homens, não lutamos
segundo os padrões humanos. As armas com as quais lutamos não são humanas; ao
contrario, são poderosas em Deus para destruir fortalezas” (2Co 10.3,4). Além
disso, ele falou em alguma medida da luta que os cristãos têm contra “as
ciladas do Diabo” em sua descrição do conflito “contra as forças espirituais do
mal nas regiões celestiais” (v. Ef 6.10-18). Tiago fala a todos os seus
leitores (em muitas igrejas): “Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês” (Tg
4.7). Semelhantemente, Pedro diz a seus leitores em muitas igrejas na Ásia
Menor: “Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor
como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. Resistam-lhe,
permanecendo firmes na fé” (lPe 5.8,9).
É importante que reconheçamos que a obra de
Cristo na cruz é a base definitiva para a nossa autoridade sobre os demônios.
Embora Cristo tenha ganho a vitória sobre Satanás no deserto, as cartas do NT
apontam para a cruz como o momento em que Satanás foi definitivamente
derrotado. Jesus assumiu a natureza humana (carne e sangue) “para que, por sua
morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo” (Hb 2.14).
Na cruz, Deus, “tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo
público, triunfando sobre eles na cruz” (Cl 2.15). Portanto, Satanás odeia a
cruz de Cristo, porque lá ele foi inquestionavelmente derrotado para sempre.
Por causa da morte de Cristo na cruz, nossos pecados são perdoados por
completo, e Satanás não possui autoridade nem direito sobre nós.
[É bom acrescentar que, se há algum
pecado específico que tenha dado lugar à influência do demônio, o pecado deve
ser confessado e abandonado. Mas nem todo ataque demoníaco
pode ser ligado a pecado específico, já que o próprio Jesus foi severamente
tentado por Satanás, como aconteceu com Eva antes da queda].
Ainda mais, nossa
posição como filhos na família de Deus é a posição espiritual firme pela qual
lutamos em nossa batalha espiritual. Paulo diz a todo cristão: “Todos vocês são
filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus” (Gl 3.26). Quando Satanás vem
para atacar-nos, ele está atacando um dos filhos do próprio Deus, um membro da
família divina. Essa verdade dá-nos autoridade para derrotá-lo e enfrentar a
guerra contra ele com muito sucesso. [2]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Um argumento irrompe entre eles [os discípulos] sobre quem é o mais importante. Jesus tinha acabado de predizer seu sofrimento e morte sacrificais. As aspirações mundanas dos discípulos por posição e prestígio exprimem que eles não compreenderam seu ensino sobre a abnegação e a humildade. Aspirando por elevadas posições, eles caem na armadilha do orgulho e do ciúme" (ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.379).
Tal comentário, inspira-nos a perguntar:
"Abraçamos a causa do Evangelho por amor ou por vantagens e prestígios?"
"Será que um verdadeiro discípulo de Cristo pode se livrar facilmente de uma vida de renúncia e de sofrimento por Ele?"
"Para quem serve o Evangelho?"
>>>são as perguntas obrigatórias a serem feitas nos dias de hoje.
Valores invertidos.
No relato de Lucas, Jesus acabara de incentivar seus discípulos a dependerem do Espírito Santo (Lc 12.12) quando um homem que estava no meio da multidão falou: "Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança" (Lc 12.13). Essa solicitação estava na contramão dos ensinos de Cristo e por isso recebeu a censura dEle: "Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?" (Lc 12.14). Enquanto Jesus ensinava a se evitar uma atitude legalista e materialista, esse homem age de forma diametralmente oposta àquilo que fora ensinado. Ele estava preocupado com a herança! Como muitos fazem hoje, não estava preocupado em seguir os ensinos de Cristo, mas usá-lo como trampolim para alcançar seus objetivos - a satisfação material.
Um Alerta contra o Consumismo
“A seguir, dirigiu-se Jesus a seus discípulos, dizendo: Por isso, eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Porque a vida é mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes” (Lc 12.22,23).
Na passagem paralela de Mateus os discípulos são advertidos pelo Senhor a não assumirem o comportamento dos gentios. Os gentios aqui representam uma mentalidade mundana e consumista.
“Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quanto ao vestuário, porque andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos? (Porque todas essas coisas os gentios procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas; Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal” (Mt 6.25.34).
A preocupação demasiada com as coisas desta vida demonstrou a imaturidade dos discípulos que ainda não tinham conseguido adquirir uma mentalidade diferente daquela da cultura à sua volta. Jesus deixou bem claro que os “gentios procuram todas essas coisas” (Mt 6.32). Que coisas?
1. Os gentios valorizavam mais o corpo do que a alma, mais a estética do que a ética (Mt 6.25).
Os gentios, especialmente os gregos, não apenas cuidavam do corpo mas o cultuavam. Havia um verdadeiro culto somático na Grécia antiga. Evidentemente que esse cuidado tinha reflexos na escala de valores onde o estético se sobrepunha ao ético. Não é errado cuidar do corpo nem tampouco zelar pela sua aparência, mas isso não constitui essência da existência humana. Hoje há uma preocupação demasiada com a imagem, com o que é visto e tocado. Todavia não há esse mesmo interesse naquilo que parece abstrato, como os valores da alma.
2. Os gentios entesouravam na terra, mas não possuíam reservas no céu (Mt 6.26).
Jesus incentivou o investimento em valores espirituais e não a simples aquisição de coisas materiais. Mais importante do que construir grandes impérios terrenos é a aquisição de tesouros eternos.
3. Os gentios buscavam as coisas grandes esquecendo-se das pequenas (Mt 6.28-30).
A busca pelas coisas grandes acaba por ofuscar a forma como se vê as pequenas. Qual o valor de um passarinho ou uma plantinha? Que lições elas podem nos ensinar? Deus está preocupado com coisas tão pequenas? A ideia que se tem é que Deus tem coisas mais importante para fazer. Todavia, nos ensinos de Cristo, as pequenas coisas são revestidas de um grande valor diante de Deus. Ele se preocupa com elas. Nós, como criaturas feitas pela sua própria mão, somos muito mais importantes.
4. Os gentios priorizavam a obrigação, mas esqueciam a devoção (Mt 6.33).
A lógica prioriza a obrigação, o trabalho, a empresa, os negócios. Não há nada errado em se trabalhar, cumprir horários e buscar o resultado na produção. Isso faz parte da vida. Todavia, na vida cristã, a obrigação e a devoção são como os dois lados da mesma moeda. Na verdade, à luz do Novo Testamento, não existe um dualismo que separa o trabalho da adoração.
O nosso culto deve ser racional e, portanto, envolve todas as dimensões do nosso ser. Todavia, quando o reino é sacrificado por conta de uma inversão de valores, colocando-se Deus em segundo plano, então alguma coisa está errada. O reino deve vir em primeiro lugar.
5. Os gentios preocupavam-se muito com o futuro, mas esqueciam o presente (Mt 6.35).
Como será o dia de amanhã? Ninguém sabe, senão Deus! Então porque se preocupar tanto com o amanhã? Os gentios não apenas se preocupam com o dia de amanhã ou fazem projetos para isso, mas querem controlá-lo. Somente Deus conhece o futuro e tem o poder de controlá-lo.
Tudo o que escrevi tem a ver com uma cultura de consumo. O consumismo parece ser uma prática humana bem antiga, pois Jesus já advertia seus discípulos para não andarem preocupados com o dia de amanhã. O cuidado com a aparência e o estômago tem sido uma das principais preocupações da sociedade pós-moderna. Zygmunt Bauman observou acertadamente que “em uma sociedade de consumidores é muito difícil ser sujeito (gente) sem primeiro virar mercadoria”. E verdade! O desejo pelo bem-estar e a busca desenfreada pelo prazer é uma das principais marcas dessa geração.
Evitando a ansiedade. Logo a seguir, Jesus profere um dos mais belos ensinamentos sobre como deve ser a vida de um verdadeiro discípulo (Lc 12.22-34). Jesus ensina a respeito das preocupações da vida. Como discípulos de Cristo não podemos viver ansiosos pelas coisas desta vida. Precisamos aprender a confiar em Deus, nosso provedor.
As palavras de Jesus também revelam duas maneiras de se enxergar o mundo - mostra como "os gentios do mundo" (Lc 12.30) entendem a realidade à sua volta e como os seus discípulos deveriam agir diante das mesmas circunstâncias. São duas cosmovisões totalmente diferentes e opostas entre si. Enquanto uma interpreta a realidade da vida tomando por base os valores meramente materiais, a outra a vê a partir de valores absolutos e espirituais. [1]
ANSIEDADE
A ansiedade é um estado emocional de inquietude, medo e perturbação do Sistema Nervoso Central.
A ansiedade é um estado emocional de inquietude, medo e perturbação do Sistema Nervoso Central.
CAUSAS
Sociais: Cuidados excessivos com a vida e com o acúmulo de bens materiais; dívidas insolúveis, saúde, etc.
Sociais: Cuidados excessivos com a vida e com o acúmulo de bens materiais; dívidas insolúveis, saúde, etc.
Drogas: Lícitas e ilícitas (álcool, etc.).
Espirituais: Fé vacilante.
Emocionais: Medo, insegurança, desesperança.
SINTOMAS
Físicos: Sudorose, fadiga, cefaléia,
taquicardia, nervosismo, etc.
Emocionais: Medo, confusão mental, dificuldade para relaxar,
insônia, etc.
Espirituais: Dificuldade para orar, santificar-se e ler a Bíblia.
TRATAMENTO
Medicamentoso: Há remédios para tratar a
ansiedade.
Físico-emocional: Caminhada, leitura de um bom livro, etc.
Espiritual: Fé, oração, leitura bíblica e esperança em Deus.
COMO VENCER A ANSIEDADE
As riquezas deste mundo, sem a bênção e a sabedoria divina, contaminam nossa vida com a cobiça (Mt 6.22,23; Lc 11.34-36; 1Tm 6.6-11; Hb 13.5), inquietações e incertezas (Ec 5.12; Lc 18.25; 1Tm 6.17). Todavia, a fidelidade a Deus enriquece o justo em todos os seus caminhos (Pv 10.6; 28.20). Creia que Deus é suficientemente poderoso para fazê-lo prosperar em todas as coisas (Ef 3.20,21; 2Co 9.8-11).
Confie na Provisão Divina (Mt 6.30-34).
Deus não apenas
conhece nossas necessidades primárias (Mt 6.11,25), mas nos socorre nas
angústias e tribulações (Sl 107.28-30; 2Co 1.3,4). ELE é poderoso "para
fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos" (Ef 3.20
- ARA). Creia que o Senhor "é galardoador dos que o buscam" (Hb
11.6), e "não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho de
caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e
ainda servis" (Hb 6.10). O Senhor jamais se esquece dos seus filhos (Is
49.15; Hb 13.5). Seus olhos e ouvidos não estão cerrados à nossa oração (Is
59.1; 65.24). [3]
Não podemos inverter os valores da vida, pois viver ansiosamente, de modo materialista, vai na contramão de uma vida forjada no Evangelho.
A Fé em nosso Senhor Jesus é o único remédio capaz de desfazer os efeitos danosos da ansiedade.
O que é o Perdão?
A palavra grega traduzida como "perdoar"
significa literalmente cancelar ou remir. Significa a liberação ou cancelamento
de uma obrigação e foi algumas vezes usada no sentido de perdoar um débito
financeiro. Para entendermos o significado desta palavra dentro do conceito
bíblico de perdão, precisamos entender que o pecador é um devedor espiritual.
Até Jesus usou esta linguagem figurativa quando ensinou aos discípulos como
orar: "e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores" (Mateus 6:12). Uma pessoa se torna
devedora quando transgride a lei de Deus (1 João 3:4). Cada pessoa que peca
precisa suportar a culpa de sua própria transgressão (Ezequiel 18:4,20) e o
justo castigo do pecado resultante (Romanos 6:23). Ele ocupa a posição de
pecador aos olhos de Deus e perde sua comunhão com Deus (Isaías 59:1-2; 1 João
1:5-7).
A boa nova do evangelho é que Jesus pagou o preço
por nossos pecados com sua morte na cruz. Quando aceitamos o convite para a
salvação através de nossa obediência aos mandamentos de Deus, ele aceita a
morte de Jesus como o pagamento de nossos pecados e nos livra da culpa por
nossas transgressões. Não ficamos mais na posição de infratores da lei ou
devedores diante de Deus. Somos perdoados!
O perdão, então, é um ato no qual o ofendido livra
o ofensor do pecado, liberta-o da culpa pelo pecado. Este é o sentido pelo qual
Deus “esquece” quando perdoa (Hebreus 8:12). Não que a memória de Deus seja
fraca. Por exemplo, Deus lembrou-se do pecado de Davi a respeito de Bate-Seba e
Urias muito tempo depois que Davi tinha sido perdoado (2 Samuel 12:13; 1 Reis
15:5). Ele liberta a pessoa perdoada da dívida do seu pecado, isto é, cessa de
imputar a culpa desse pecado à pessoa perdoada (veja Romanos 4:7-8). [4]
A necessidade do perdão.
Jesus sabia quão maléficos são a falta de perdão e o ressentimento. De fato, a Bíblia mostra que a raiz de amargura é um mal que deve ser evitado a qualquer custo (Ef 4.31). A falta de perdão é vista como uma raiz que produz brotos extremamente maléficos (Hb 12.15). No terceiro Evangelho, Jesus nos ensina que a forma correta de se manter livre desse veneno é possuir uma atitude pronta a perdoar. " Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe; e, se pecar contra ti sete vezes no dia e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me, perdoa-lhe" (Lc 17.3,4). [1]
O Perdão é Condicional
É importante entender que o perdão de Deus é condicional. Deus perdoa livremente no sentido que ele não exige a morte do pecador que responde a seu convite de salvação, permitindo que a morte de Jesus pague a pena por seus pecados. Contudo, Deus exige fé, arrependimento, confissão de fé e batismo como condições para o perdão do pecador estranho (Marcos 16:16; Atos 2:37-38; 8:35-38; Romanos 10:9-10). O perdão é também condicional para o cristão que peca. O arrependimento, a mudança de pensamento, precisam ocorrer antes que o perdão divino seja estendido (Atos 8:22). Deus nos chama a perdoar assim como ele perdoa. Quando alguém peca contra mim, ele se torna um transgressor da lei de Cristo. Eu o considero um pecador. Se ele se arrepende e pede para ser perdoado, eu tenho que perdoá-lo, isto é, libertá-lo de sua culpa como transgressor. Quando eu o perdoo, não o considero mais um pecador. Posso não ser literalmente capaz de esquecer o pecado que ele cometeu mais do que Deus literalmente "esquece" nossos pecados, mas preciso deixar de atribuir a ele a culpa pelo seu pecado. Deste modo, eu o liberto de sua "dívida"”
É importante entender que o perdão de Deus é condicional. Deus perdoa livremente no sentido que ele não exige a morte do pecador que responde a seu convite de salvação, permitindo que a morte de Jesus pague a pena por seus pecados. Contudo, Deus exige fé, arrependimento, confissão de fé e batismo como condições para o perdão do pecador estranho (Marcos 16:16; Atos 2:37-38; 8:35-38; Romanos 10:9-10). O perdão é também condicional para o cristão que peca. O arrependimento, a mudança de pensamento, precisam ocorrer antes que o perdão divino seja estendido (Atos 8:22). Deus nos chama a perdoar assim como ele perdoa. Quando alguém peca contra mim, ele se torna um transgressor da lei de Cristo. Eu o considero um pecador. Se ele se arrepende e pede para ser perdoado, eu tenho que perdoá-lo, isto é, libertá-lo de sua culpa como transgressor. Quando eu o perdoo, não o considero mais um pecador. Posso não ser literalmente capaz de esquecer o pecado que ele cometeu mais do que Deus literalmente "esquece" nossos pecados, mas preciso deixar de atribuir a ele a culpa pelo seu pecado. Deste modo, eu o liberto de sua "dívida"”
E se o pecador não se arrepender?
Tenho que perdoar
aquele que peca contra mim, mas não se arrepende?
Talvez esta pergunta seja
melhor respondida pelas palavras de Jesus: "Acautelai-vos. Se teu
irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por
sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo:
Estou arrependido, perdoa-lhe" (Lucas 17:3-4). Jesus indicou que
o perdão deveria ser estendido quando o pecador se arrepende e confessa seu
pecado. Precisamos também lembrar que Deus sempre exige arrependimento como
condição de divino perdão. Deus não exige de nós o que ele mesmo não está
querendo fazer. [4]
Perdão, uma via de mão dupla.
Jesus também mostrou que o perdão é uma via de mão dupla (Lc 6.37). Quando ensinou sobre o perdão na oração do Pai Nosso, Jesus foi categórico em dizer que quem não perdoa também não será perdoado: "Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas" (Mt 6.15). Não há dúvidas de que há muitos cristãos com doenças psicossomáticas simplesmente porque não conseguem perdoar. Guardam ressentimentos na alma como quem guarda dinheiro em banco! James Dobson, famoso psicólogo cristão, disse que daria alta a oitenta por cento de seus pacientes se eles conseguissem perdoar ou se sentissem perdoados! [1]
O perdão é uma necessidade humana, pois como uma via de mão dupla, à medida que perdoamos ao próximo, o nosso Deus igualmente nos perdoa.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Jesus de Nazaré, argumenta Hannah Arendt, foi 'o descobridor do papel do perdão no reino dos assuntos humanos'. Pode ser muito afirmar que Jesus descobriu o papel do perdão social, visto que os profetas e sábios antes dEle também estavam cientes deste fenômeno, mas Ele claramente transformou o seu significado e significação de um modo que causou um efeito profundo na história humana.
Se examinarmos os livros do Novo Testamento em ordem aproximadamente cronológica, mais uma vez identificaremos uma trajetória que nos leva a pensar no perdão de um modo que transcende as metáforas puramente legais ou financeiras. Marcos, o mais antigo dos Evangelhos, claramente liga a chegada de Jesus com a previsão dos profetas hebreus referente à promessa de perdão e à vinda do Messias. Diferente das introduções mais longas dos outros Evangelhos, Marcos cita os profetas e em seguida declara que João Batista 'apareceu' e proclamou um batismo de arrependimento para (ou em ou voltado para) o perdão de pecados (Mc 1.4) [...]. Em resposta ao antagonismo dos escribas levantado contra Ele, Jesus anuncia que 'todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, e toda sorte de blasfêmias, com que blasfemarem', exceto contra o Espírito Santo (Mc 3.28,29)" (SANDAGE, Steven J.; SHULTS, F. Leron. Faces do Perdão: Buscando Cura e Salvação. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.137-38).
CONCLUSÃO
Ao estudarmos as limitações dos discípulos, alguns fatos ficam em evidência. Observamos que a incapacidade para enfrentar Satanás em Lucas 9.40 é justificada em Mateus 17.20 pela falta de fé; a incredulidade dos discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-35) é justificada pela falta de conhecimento das Escrituras (Lc 24.25-27); o desejo por grandeza e primazia (Lc 9.46-48) é uma consequência de terem se amoldado à cultura do mundo, e a falta de perdão existe por não se reconhecer a natureza perdoadora do Pai celestial. [1]
PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Como devemos lidar com a dúvida?
Com oração, leitura da Palavra, tendo fé e uma vida devocional produtiva.
De acordo com a lição, o que de fato motiva o desejo por primazia?
Uma mente mundana e secularizada.
Como devemos evitar a ansiedade?
Aprendendo a confiar no Senhor, o nosso provedor.
Como devemos entender o perdão?
Que a falta de perdão é maléfica para a alma humana, e por isso, deve ser evitada.
Por que o perdão é uma via de mão dupla?
Para sermos perdoados por Deus, precisamos perdoar.
NOTAS
1 Revista Época de
03.05.2011. Editora Globo.
2 BARCLAY, William.
Comentário al Nuevo Testamento, 17 tomos em 1. Editorial CLIE,
Barcelona, Espanha.
3 Veja um exposição
mais detalhada sobre esse assunto no livro de minha autoria: Porção Dobrada.
Rio de Janeiro: CPAD.
4 YOUSSEF Michael.
Conheça o Seu Real Inimigo. Rio de Janeiro: CPAD.
Fontes:
[1]José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. Ed.CPAD
Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. José Gonçalves - Livro de Apoio Ed.CPAD
[2]Wayne Grudem - Teologia Sistemática atual e exaustiva - Ed.Vida Nova
[3]Ansiedade - As doenças do nosso século-A cura que a Bíblia oferece-Lições Bíblicas CPAD-2008
[4]O que significa perdoar? - Estudos Bíblicos por Allen Dvorak
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão - CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé
SUGESTÃO Livros para LEITURA SUBSIDIAIS
SUGESTÃO Livros para LEITURA SUBSIDIAIS
Liderança Espiritual - Don Cousins
A liderança que a igreja vive hoje é resultado de uma mistura tóxica do espiritual com o secular, em que o sucesso é medido em números, e os pastores são incentivados a serem celebridades executivas. Nesta obra, Don Cousins incentiva a liderança a usar os dons dados por Deus para guiar a igreja.
O Coração e a Mente do Líder - John C. Maxwell
A capacidade de um líder de realizar algo extraordinário para Deus começa em seu coração e em sua mente.
Neste livro, o autor especialista em liderança, compartilha meditações que, com certeza, desafiam-nos como líderes a alcançar nosso total potencial como servos de Deus. mais que um desafio em realizar feitos excepcionais, um desafio de transformação do seu coração e renovação da sua mente.
Os 5 Níveis da Liderança - John C. Maxwell
A verdadeira liderança não é uma questão de título. Ser escolhido para um cargo é apenas o primeiro dos cinco níveis que um líder é capaz de alcançar. Para se tornar mais do que "o chefe" você precisa ter a capacidade de investir nas pessoas e inspirá-las, deve alcançar resultados e construir uma equipe que produz. Com habilidade e dedicação você pode chegar ao auge de uma liderança eficaz, permitindo que sua influência vá além, beneficiando todos ao seu redor.
Faces do Perdão
Os autores F. LeRon Schuts e Steven J. Sandage, teólogo e psicólogo respectivamente, ao escreverem Faces do Perdão, se preocuparam em estudar o significado de perdão e como as pessoas o praticam em sua cultura.
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