(STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1., 4.ed., RJ: CPAD, 2009, pp.61-62).
*Protognóstica: Relativo à época de origem do gnosticismo. Possivelmente, entre o século I e II d.C.
**Antinomismo: Relativo ao que é contra a lei; oposição a lei. No sentido de não aceitar que exista de fato uma norma geral.
FALSO PROFETA - (Jr 28.1-17)
"o Profeta mentiroso"
Neste capítulo, Hananias representa todo o grupo de profetas profissionais. O incidente foi incluído aqui para realçar o erro desses homens, e para mostrar que o que eles faziam estava prejudicando a nação. Eles podem ter sido sinceros, mas estavam tremendamente errados.
No mesmo ano (1), i.e., no ano em que os acontecimentos do capítulo 27 ocorreram. No princípio do reinado de Zedequias significa “nos anos iniciais do seu reinado”, porque ele diz que foi no ano quarto. Os eventos nos capítulos 27 e 28 provavelmente ocorreram no mesmo tempo. Na verdade, o capítulo 28 pode ter precedido 27.16-22.
Jeremias parece ter profetizado nas ruas de Jerusalém durante vários anos, dramatizando sua mensagem ao levar um jugo sobre o pescoço. Ele foi subitamente confrontado na Casa do Senhor por um dos profetas profissionais. Hananias [...] de Gibeão, com um grande show de fervor religioso, contradisse a pregação de Jeremias diante de um grande ajuntamento dos sacerdotes e do povo. Ele clamou: Assim fala o Senhor dos Exércitos [...] Eu quebrei o jugo do rei da Babilônia. Depois de passados dois anos completos, eu tornarei a trazer [...] os utensílios da Casa do Senhor que deste lugar tomou Nabucodonosor [...] levando-os para a Babilônia. Também a Jeconias [filho de Jeoiaquim, rei de Judá) e a todos os do cativeiro de Judá (2-4).
A resposta de Jeremias foi um fervoroso Amém (6). Ele ardentemente desejava que a mensagem anunciada por Hananias pudesse ser verdade, porque Jeremias amava sua nação e seu povo. Mas ouve (7), disse Jeremias, essas palavras não estão de acordo com os profetas que profetizaram antes de mim e antes de ti (8). No passado, o verdadeiro profeta de Deus não profetizava coisas tranquilas, sem ressaltar a responsabilidade do povo. Hananias e seus amigos estavam falhando nesse aspecto. O verdadeiro profeta falava da conduta ética e de verdades eternas. Ele sabia que Deus lidava com as pessoas numa base moral, não com o que parecia meramente agradável aos olhos humanos. E, visto que o coração do homem era “desesperadamente perverso” (cf. 17.9), os profetas da antiguidade falavam de guerra, e mal, e peste (8). A palavra do verdadeiro profeta deve apresentar uma combinação de predição negativa e positiva, porque somente então a palavra do Senhor é apresentada de maneira equilibrada. Consequentemente, um homem que falava somente coisas lisonjeiras era suspeito até que suas palavras provassem ser verdadeiras.
Sem aviso, Hananias arrancou o jugo do pescoço do profeta Jeremias e o quebrou (10). Ele repetiu ainda com mais veemência sua profecia anterior, declarando que o jugo [...] da Babilônia seria quebrado do pescoço de todas as nações num prazo de dois anos (11). Com isso, Jeremias se foi, tomando o seu caminho. Seu silêncio era mais eloquente do que qualquer coisa que pudesse ter dito. Ele poderia ter argumentado, mas com o ânimo da multidão e o estado agitado de Hananias, suas palavras se tornariam inúteis.
A última palavra, no entanto, não tinha sido pronunciada. Certo tempo depois, Deus deu uma mensagem a Jeremias para esse falso profeta: “Você quebrou jugos de madeira, mas em seu lugar você fará jugos de ferro” (13, lit.). O versículo 14 explica: Porque assim diz o Senhor [...]: Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, [...] e servi-lo-ão. A última frase ressalta como Hananias estava errado e como é definitiva a decisão de Deus.
O Senhor também tinha uma palavra pessoal para Hananias: não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras (15). Este ano, morrerás (16). E morreu Hananias [...] no sétimo mês (17). Kuist comenta: ‘ “Dois anos [...] dois meses...’ Fim cruel!”.
O pecado de Hananias foi que ele “com um coração despreocupado fez, em nome de Javé, promessas inconsistentes com a condição moral do povo, [que] portanto, não podiam ser cumpridas”. Hananias era um fanático. Ele esperava resultados sem colocar os devidos alicerces para alcançar esses resultados. “Com grande segurança ele estabelece um limite de dois anos na sua profecia: fanáticos sempre estão com pressa”. [2]
1) Ele não tem mensagem de Deus. No Antigo Testamento, o falso profeta era aquele que entregava mensagem do seu coração, para agradar a alguém, ou para fazer oposição. Tomemos dois casos como exemplos: no primeiro caso, temos os profetas do rei Acabe. Todos profetizaram o que o rei gostaria de ouvir, que iria à guerra e seria vitorioso. Contrariando um profeta de Deus, o rei foi à guerra, foi derrotado e morreu (2 Cr 18.4,5; 27-34); no segundo caso, há o exemplo da falsa profetisa Noadias e outros profetas, que foram subornados para atemorizar Neemias, na reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 6.13,14).
2) Ele desvia o povo dos caminhos do Senhor. O falso profeta desenvolve capacidade carnal ou diabólica para enganar os servos de Deus. Consegue até fazer sinais e prodígios, para impressionar a mente dos incautos. Deus condenou tais mensageiros do Diabo e disse para seu povo não os ouvir, pois seriam condenados à morte (Dt 13.1-5). O falso profeta procura reunir simpatizantes e partidários, que lhe seguem as orientações muitas vezes carnais e interesseiras. Julga-se na condição de manipular a vida das pessoas e até da igreja local.
3) O falso profeta é soberbo. Sua palavra, “em nome do Senhor”, não se cumpre. (Dt 18.21, 22). A experiência mostra, ao longo do tempo, quantos profetas e profetisas orgulhosos se levantam, no meio da igreja local. Eles desprezam o pastor ou o dirigente, e costumam ter seus discípulos, que formam “grupinhos” de oração em torno dele (ou dela). Isso é pernicioso e não tem aprovação na Palavra de Deus. Deus não dá respaldo para isso. Pelo contrário, manda que os crentes honrem e respeitem seus pastores (1 Ts 5.13; Hb 13.17).
4) Os falsos profetas são como “lobos devoradores". Jesus Cristo, no Sermão do Monte, fez um alerta de grande significado para sua Igreja. Ele advertiu seus seguidores contra os falsos profetas. “Acautelai- vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus” (ver Mt 7.15-19).
5) Os falsos profetas vivem na iniquidade. Em seu Sermão, Jesus disse que “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21). É preciso ter cuidado com pregadores, que dizem eu “sou profeta de Deus”.
Por isso, Jesus disse: “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome?” (Mt 7.22). E alegarão que expulsaram demônios e fizeram “muitas maravilhas”. Mas ouvirão de Jesus: “E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.23). [1]
Duas características do verdadeiro profeta são a simplicidade e o amor. Ainda que a Palavra seja de juízo, o coração do profeta transborda de amor e a sua conduta simples demonstra a quem ele está servindo: o Deus de amor. Lembremo-nos de Jeremias (38.14-27), Oseias (8.12) e do próprio Senhor Jesus (Mt 23.37). Já o falso profeta só pensa em si, em seu status e benefícios. Profetiza objetivando a autopromoção. Ele mente, ilude e engana. Lembremo-nos de Hananias, o profeta mentiroso que enfrentou Jeremias (Jr 28.10-12).
"PELOS FRUTOS OS CONHECEREIS".
JESUS ENSINA SOBRE OS FRUTOS NA VIDA DAS PESSOAS
Jesus advertiu os seus seguidores contra os falsos mestres. Muitos oradores eloquentes afirmam ter importantes ideias para os ouvidos dos cristãos. Existem, literalmente, centenas de seitas competindo para recrutar novos membros. Podemos acrescentar à lista aqueles que apresentam aspectos sociais sobre a doutrina da igreja, e que surgiram de pequenas e grandes denominações — existe uma fascinante exibição de escolhas. Jesus queria que seus seguidores fossem capazes de separar os bons (ensinos que levam a Cristo), dos maus (ideias paralelas, aparentemente saudáveis, que alguns tentam incluir no Evangelho), e daquilo que é pernicioso (os falsos ensinos).
Mt 7.15 O Antigo Testamento menciona frequentemente os falsos profetas (veja 2 Rs 3.13; Is 44.25; Jr 23.16; Ez 13.2,3; Mq 3.5; Zc 13.2). Os falsos profetas afirmavam receber mensagens de Deus, mas só profetizavam o que o rei e as pessoas queriam ouvir. Os falsos mestres também são tão comuns atualmente, quanto o foram naquela época. Jesus disse que devemos ter cuidado com aqueles cujas palavras podem parecer religiosas, mas que estão motivados pelo dinheiro, pela fama ou pelo poder.
Esses falsos profetas se introduzirão entre os crentes como lobos vestidos de inocentes ovelhas. Jesus preveniu seus seguidores de que os falsos profetas viriam (veja também Mt 24.11; Mc 13.22,23). E, muito breve, essas palavras se tornaram realidade. Os falsos mestres se infiltraram na igreja primitiva, exatamente no momento em que o Evangelho estava sendo propagado (veja At 20.29; 2Co 11.11-15; 2Tm 2.14-19; 2Pe 2.1-3, 17-22; 1Jo 2.18,22; 4.1-6). Embora Jesus não tenha dado tantos detalhes sobre a forma desses falsos ensinos, podemos perceber através do contexto que eles iriam ensinar um caminho para a salvação que não incluía a porta estreita e um caminho difícil (Mt 7-13,14). Na verdade, muitos desses falsos mestres sobre os quais Pedro, João e Paulo preveniram mais tarde, estavam ensinando uma mensagem como esta. Os seguidores de Jesus precisariam de muita habilidade para discernir as verdadeiras ovelhas dos lobos vestidos de ovelhas. Como poderiam fazer isso? Jesus explicou nos versículos seguintes.
Mt 7.20 Mencionando 7.16 (por seus frutos os conhecereis, porventura...), isto é, o método para discernir os falsos profetas, Jesus explicou que a maneira de identificar uma árvore ou uma pessoa é o tipo de fruto que ela produz. Os bons mestres exibem consistentemente um bom comportamento e um elevado caráter moral quando procuram praticar as verdades das Escrituras. Isso não quer dizer que devamos jogar fora os mestres da escola dominical, os pastores e outros que não forem perfeitos. Todos nós estamos sujeitos ao pecado, e devemos mostrar aos outros a mesma misericórdia que desejamos para nós. Quando Jesus falou sobre as árvores más, Ele estava se referindo aos mestres que deliberadamente ensinam uma falsa doutrina. Devemos analisar os motivos dos mestres, a direção que estão tomando, e os resultados que estão procurando. Aqueles que não deveriam estar ensinando, são facilmente reconhecidos pelos seus frutos. [3]
Uma advertência séria de Jesus para os seus discípulos foi acerca da precaução com os falsos profetas. Como reconhecê-los? Jesus disse que os reconheceríamos “pelos seus frutos” (Mt 7.15,20), pois o resultado, ou “fruto”, do que o profeta “diz” e “faz”, revela o seu caráter. Logo você conhecerá de onde procede a “árvore” (o profeta). Lembre-se de que não devemos diferençar o verdadeiro profeta do falso pela “performance” ou pelo “espetáculo”, mas pelos frutos que eles produzem.
Ainda sobre o falso profeta.
O CASTIGO DOS FALSOS PROFETAS
A responsabilidade do profeta, no Antigo Testamento, era primordial e de grande valor para o direcionamento da vida espiritual, social e moral do povo. Assim, um profeta era um homem de grande responsabilidade diante de Deus e do povo. Quando, aproveitando-se de sua condição de profeta, manipulava o povo, induzindo-o ao desvio dos caminhos do Senhor, recebia a condenação veemente da parte de Deus. Na Igreja cristã, a responsabilidade do profeta não é menor, seja ele pastor, evangelista, ou obreiro de outra ordem. Deus não muda em relação ao pecado e aos desvios de conduta de quem quer que seja.
1) Advertência contra o falso profeta. Diz o livro sagrado: “Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos, porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o Senhor, vosso Deus, com todo o vosso coração e com toda a vossa alma. Após o Senhor, vosso Deus, andareis, e a ele temereis, e os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis, e a ele servireis, e a ele vos achegareis (Dt 13.1-4).
2) Pena capital ao falso profeta. Era assim, no Antigo Testamento: “E aquele profeta ou sonhador de sonhos morrerá, pois falou rebeldia contra o Senhor, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou o Senhor, vosso Deus, para andardes nele; assim, tirarás o mal do meio de ti (Dt 13.5)”. A responsabilidade e o prestígio de um profeta, no Antigo Testamento, era muito grande. O povo o respeitava como sendo um verdadeiro arauto, que falava em nome de Deus. Sua palavra profética era considerada Palavra de Deus. No Novo Testamento, não é diferente. Daí, porque o castigo era severo contra os falsos profetas. [1]
FALSOS PROFETAS.
Essas palavras nos mostram que a atividade demoníaca se faz presente em indivíduos que a si mesmos se elevaram à posição de «profetas», dentro e fora da igreja cristã, apresentando a si mesmos como líderes espirituais, muitos deles supostamente «cristãos». Esses proferem «asseverações inspiradas» e entram em estados de êxtase. E algumas pessoas simples acreditam que quando algo místico se verifica na igreja, automaticamente, procede do Espírito Santo. O autor sagrado adverte que isso não é necessariamente a verdade. O trecho de Mt. 7:22 mostra que a igreja primitiva possuía exorcistas e operadores de milagres, como também «profetas», que eram indivíduos não «reconhecidos» pelo Senhor, a quem professavam servir.
PROVAI OS ESPÍRITOS. (I João 4 1-6)
Consideremos os pontos seguintes a esse respeito:
1. Cumpre-nos atender a essa ordem mediante o dom espiritual do «discernimento de espíritos», a maneira principal de detectar os espíritos; a igreja evangélica deveria orar, pedindo esse dom tão necessário.
2. Também podemos apelar para o raciocínio inteligente, inspirado pela maturidade espiritual.
3. O exame das doutrinas dos homens também é excelente método. A doutrina deles exalta à pessoa de Jesus Cristo ou se assemelha à doutrina dos gnósticos, que somente o degradava? No último caso, dificilmente as «declarações proféticas» de tais individuas podem proceder do Espírito de Deus, cuja finalidade é a de exaltar a Cristo (ver João 16:14).
4. Pelos seus frutos haveremos de conhecê-los (Mt. 7:20). Os gnósticos tinham vidas imorais, fazendo da imoralidade parte de seu sistema ético. Não criam que é errôneo o abuso do corpo. Supunham que o espírito humano não pode ser prejudicado pelo pecado, tal como o ouro, mergulhado na lama, não adquire nada da natureza da lama. Chegavam mesmo a imaginar-se impecáveis (porque seu espirito estaria livre do pecado, embora o corpo pudesse corromper-se).
Os profetas do N.T. eram homens que falavam por impulso imediato do Espirito de Deus, pela «inspiração». Não eram, essencialmente, homens que «prediziam» o futuro, embora isso também ocasionalmente ocorresse. (ver Atos 21:10 e ss). Também eram mestres inspirados. Não dependiam do corpo de mestres reconhecidos, exclusivamente. Mas podemos supor que suas profecias concordavam, de modo geral, com os ensinamentos cristãos revelados e escritos, pois, do contrário, suas profecias seriam reputadas falsas.
MUITOS FALSOS PROFETAS
O movimento gnóstico era uma real ameaça à igreja cristã na Ásia Menor, e conseguia convertidos à sua causa dentro do próprio cristianismo. O N.T. conta com oito livros escritos para combater essa heresia, a saber, a epístola aos Colossenses, as três epístolas pastorais, as três epístolas de João e a epístola de Judas. Há outros livros do N. T. que refletem isso em parte, como a epístola aos Efésios, o evangelho de João e porções do livro de Apocalipse. O fato de que tanta literatura foi escrita contra esse sistema falso ê prova da seriedade da ameaça gnóstica. Se o gnosticismo tivesse ganho a batalha, o cristianismo ter-se-ia tornado apenas outra religião misteriosa greco-romana. Naturalmente, também houve outros tipos de falsos mestres e hereges. [4]
PROFETAS FALSOS E VERDADEIROS.
Era de se esperar que a verdadeira profecia sofresse a oposição dos imitadores (Dt 13.1-5). Alguns homens falavam em nome de outros deuses, mas alguns falavam falsamente em nome de Jeová. Um exemplo notável desses últimos foi Hananias, que falsamente profetizou a respeito do exílio (Jr 28). Para distinguir o verdadeiro profeta do falso, que declarava falar em nome de Deus, havia o teste do cumprimento da profecia: seu cumprimento versus seu não cumprimento (Dt 18.20-22; cf. Jr 28). No caso daqueles profetas que prenunciavam eventos em um futuro tão distante que não poderiam ser avaliados pelo teste do cumprimento, eles eram julgados pela sua doutrina, além de quaisquer eventos que pudessem ocorrer durante sua vida (cf. Jr 25.12; Dn 19.37). Às vezes, os falsos profetas eram apenas homens enganados (Lm 2.14; Ez 13.2-7), mas, em sua maioria, eram homens embriagados cuja principal preocupação era o dinheiro e os ganhos que poderiam auferir (por exemplo, Is 28.7; Mq 3.5-11). [5]
O PROFETA ERA CONSIDERADO FALSO.
Há numerosas referências no A.T aos falsos profetas. Por exemplo: quatrocentos falsos profetas foram reunidos pelo rei Acabe (2Cr 18.4-7); um espírito mentiroso achava-se na boca deles (2Cr 18.18-22). Segundo o A.T, o profeta era considerado falso (1) se desviasse as pessoas do Deus verdadeiro para alguma forma de idolatria (Dt 13.1-5); (2) se praticasse adivinhação, astrologia, feitiçaria, bruxaria e coisas semelhantes (ver Dt 18.10,11 notas); (3) se suas profecias contrariassem as Escrituras (Dt 13.1-5); (4) se não denunciasse os pecados do povo (Jr 23.9-18); ou (5) se predissesse coisas específicas que não cumprissem (Dt 18.20-22). Note que os profetas, do novo concerto não falavam de modo irrevogável e infalível como os profetas do A.T, que eram a voz primacial de Deus no que dizia respeito a Israel. No N.T, o profeta é apenas um dos cinco dons ministeriais da igreja. Os profetas no N.T tinham limitações que os profetas do A.T desconheciam (cf. 1Co 14.29-33), por causa da natureza multifacetada e interdependente do ministério nos tempos do N.T. [6]
Apesar de o falso profeta ser arrogante e iníquo, ele fala com grande eloquência, e isso basta para que ele seja tido como verdadeiro. Na obra Assim Diz o Senhor? (CPAD), John Bevere diz que falsos profetas “são aqueles que ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências, os que partem o coração dos justos, [e que] embora o ministério seja apresentado em nome de Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito”. Não tenha medo! Na autoridade do Espírito de Deus, “acautele-se” dos falsos profetas. Seja prudente! O Espírito Santo mediante o Evangelho te fará discernir a procedência desses enganadores. Não se deixe conduzir por eles!
Uma das formas de reconhecer o falso profeta é identificar a sua arrogância e a podridão dos seus frutos.
Acabamos de estudar o exercício do ministério de profeta no Antigo Testamento e no Novo Testamento. Vimos que tal ministério, juntamente com o dos apóstolos, era um dos pilares na liderança da Igreja do primeiro século (Ef 2.20). Apesar de ao longo da história da igreja o ministério de profeta ter perdido preeminência, sabemos o quanto ele é importante para a vida espiritual da Igreja de Cristo. O profeta do Senhor, com autoridade e sabedoria divina deve desmascarar as injustiças, o falso profetismo e primar pela edificação da Igreja do Senhor Jesus. Que Deus levante os legítimos profetas!
[2]C. Paul Gray. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 4.
[3]Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD.
[4]CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia da Bíblia Teologia e Filosofia. Vol.5. Ed.Hagnos.
[5]PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD
[6]STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal. Antigo e Novo Testamento. RJ.Ed.CPAD, 1995.
Raimundo F. de Oliveira. A Doutrina Pentecostal Hoje. Editora CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD
Bíblia Defesa da Fé
Estudando a lição da EBD-Estuda a Licao ebd
Revista Ensinador Cristão - CPAD
A paz do Senhor Jesus Cristo seja contigo meu irmão ,e pastor;obrigado por mais uma aula;que a Graça do Senhor seja sempre em sua vida e em toda sua casa
ResponderExcluirPaulo cesardasilva paulão Paz do Senhor. Obrigado pela participação.
Excluirabraço fraterno