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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Vivendo uma Vida Santa

“Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas, sim, a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo” 1Ts 4.8

“A santificação começa na conversão, quando uma pessoa se arrepende e volta para Deus, passando a ser um ‘santo’ (que significa, literalmente, ‘uma pessoa separada ou consagrada’). Esse, porém, é apenas o começo de um processo contínuo e progressivo. Não leva muito tempo entrar num trem, mas leva tempo até chegar ao destino. A pessoa se torna santa por um ato de fé em Cristo Jesus, que nos atribui esse título, mas ser santo em cada aspecto da vida leva tempo. O trem não chega ao seu destino num pulo único, e nem nós nos tornamos santos desenvolvidos de um dia para outro. Precisamos crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo. Do ponto de vista prático, a santificação é o processo mediante o qual os separados se tornam santos na prática, os que estão sob a graça de Cristo se tornam graciosos, e os cristãos se tornam semelhantes a Cristo. A santificação é a cristianização dos cristãos. [...] A santidade prática exige crescer espiritualmente; pessoas santas são ‘perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal’ (Hb 5.14). Criancinhas espirituais, como criancinhas físicas, estão dispostas a engolir tudo que acham! (Ef 4.14)” (PEARLMAN, Myer. Epístolas Paulinas:Semeando as Doutrinas Cristãs. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1998. pp.184,194).

Deus nos convoca para uma compreensão de santidade que transcende os cerimoniais religiosos e os rituais de purificação humanos.

Texto Bíblico - Tessalonicenses 4.1-4

INTRODUÇÃO

Depois de ter redigido a parte principal desta sua primeira carta, na qual as temáticas centrais eram o louvor e a gratidão a Deus pela experiência de salvação que desfrutavam os tessalonicenses, Paulo passa a fazer alguns esclarecimentos a respeito de assuntos pontuais para a vida dos irmãos daquela igreja. O início desse novo momento da epístola é demarcado através da primeira palavra de 1 Tessalonicenses 4.1, que é traduzida por “finalmente”, “quanto ao mais”, “de resto”, “ademais”. O apóstolo parece orientar os membros daquela jovem igreja a respeito de algumas dúvidas teológicas que eles possuíam e provavelmente a respeito de algumas questões práticas que Timóteo destacou em seu relatório de retorno a Paulo. Estudar as inquietações dos tessalonicenses torna-se muito relevante, especialmente quando percebemos que estas ainda são muito pertinentes para a Igreja atual.

I. A VIDA SANTA QUE AGRADA A DEUS

1. Um modelo que é transmitido e compartilhado.
A preocupação de Paulo era que os tessalonicenses permanecessem no mesmo conjunto de princípios fundamentais que receberam no início de sua fé, pois se eles assim fizessem, tudo permaneceria bem. Em tempos de fórmulas mágicas ou estratégias mirabolantes, devemos nos fortalecer na confiança de que o Evangelho que nos foi transmitido é verdade espiritual suficiente para nossa edificação. Não necessitamos de complementos ou novas revelações (Gl 1.6-9). As boas-novas de Cristo não são uma verdade complexa e de difícil compreensão que apenas alguns privilegiados terão a capacidade de discerni-las; antes, é um fato simples e de fácil assimilação: Deus nos ama de maneira incondicional. O Evangelho é simples e descomplicado.

2. Vivendo para agradar a Deus.
O objetivo de Paulo neste momento de sua carta àquela comunidade era lembrar aos irmãos de que a finalidade de nossas vidas não é atingir metas pessoais ou sonhos individuais, e sim, agradar a Deus em tudo quanto fizermos. Ter uma vida santa é viver segundo o propósito do Senhor (2Tm 1.9). Por isso não tenhamos receio de obedecer a Cristo, sabendo que tal opção de vida nos conduzirá à felicidade e à realização pessoal. A manifestação do Reino de Deus em nós é produtora de vida, libertação e alegria (Sl 16.8-11); certamente passaremos por desafios e lutas, mas nada, nem ninguém, terão o poder de destruir os fundamentos eternos que o Senhor já estabeleceu em nossas vidas por meio da salvação em Cristo Jesus (Rm 8.35-39). Compreendamos que se viver é um privilégio, viver em Cristo é a experiência mais sublime que podemos vivenciar.

3. Vida transbordante, vida em santidade.
A presença do Senhor é reconfortante e abençoadora para nós. Se há uma metáfora bíblica que exemplifica de maneira clara a vida cristã, esta é a imagem do transbordamento. Analogias que se referem a rios caudalosos em terras secas (Is 41.18); colheitas produtivas em tempos de crise (Dt 28.8); prosperidade material (Sl 112.1-3). A medida de nossa alegria é a fartura (Sl 16.11), a porção do perdão que nos atinge é transbordante (Lc 6.38), o amor que nos salva é incomensurável (Jo 3.16). Vida cristã é sinônimo de vida santa, não há compatibilidade entre viver em Cristo e viver no pecado (Rm 6.1,2; 11-15). Por isso a nossa experiência de fé é aquela que aponta para uma abundante graça (Rm 5.20). Não é possível estar cheio de Deus, e continuar carregando ainda ódios, mágoas e ressentimentos. Esta é a causa de algumas pessoas não experimentarem a plenitude do Espírito, é preciso esvaziar-se de muita coisa antes.

Ponto Importante
Não devemos temer o que Deus preparou para nós; por mais desafiador e espantoso que seja, certamente isto será sempre o melhor.

II. O IMPERATIVO DA PUREZA SEXUAL

1. A santificação como vontade de Deus.
Não foi para uma vida de pecados que fomos vocacionados por Deus (1Jo 3.8,9). Aqueles que são guiados pelos valores decadentes do mundo não conseguem aperceber-se da presença do Senhor; veem apenas tragédias, dores e maldades. No nosso caso é diferente, pois por meio da semente da santidade que brotou em nosso ser conseguimos ver Deus em tudo ao nosso redor: reconhecemos as grandezas de Deus na natureza (Sl 19.1); na transformação ocorrida em nossas vidas percebemos a presença do Senhor (2Co 3.18); em tudo o que existe, ao vivermos em santidade, somos capazes de reconhecer a glória de Deus. Uma vez que Deus nos tornou santos devemos fazer de nossa vida um altar de louvor a Ele, de maneira que, assim como o Sumo Sacerdote da Antiga Aliança, todos quantos olharem para nós lembrem-se do lema de nossa vida: “SANTIDADE AO SENHOR!” (Êx 39.30).

2. Santificação que se exige de solteiros e casados.
Há em 1 Tessalonicenses 4.3-5 uma explícita e contundente exortação paulina quanto a pureza sexual. Não nos concentraremos no debate a respeito do que significa o termo vaso no v.4, pois o mais relevante é compreender que o Senhor conclama os seus filhos a reconhecerem a sexualidade como um componente tão sagrado do ser humano quanto tudo o mais que nos envolve é. Não há nada de profano ou pecaminoso no relacionamento sexual entre os casados. Lembre-se disso: seu corpo é templo e morada do Espírito Santo (1Co 3.16), não profane o templo de Deus, você! (1Co 6.15-19; Hb 13.4).

3. Vivendo num nível diferente de espiritualidade.
Se de fato nossa espiritualidade é viva, é necessário que o padrão moral e comportamental do povo de Deus não seja o mesmo daquele que é adotado pelo mundo. Essa é a orientação de Paulo àquela jovem comunidade (1Ts 4.5). Aqueles que estão cegos em seus delitos e pecados possuem uma maneira distorcida de encarar aspectos essenciais da vida, como a sexualidade, por exemplo, que não condizem com nossa maneira de compreender a realidade. Fomos vocacionados à salvação para, através de nosso testemunho, anunciarmos os valores de um Reino superior, de cima, do céu (Mt 5.13-16; Jo 3.31).

Ponto Importante
A santificação produzida por Deus em nossas vidas não tem efeitos apenas para o futuro; na verdade, os efeitos da obra de Cristo já repercutem agora em nós.

III. SANTIFICAÇÃO EM TODA MANEIRA DE VIVER

1. Negócios honestos.
Santidade, todavia, não é algo que se refere apenas ao corpo ou a exterioridade das pessoas. Devemos ser santos e honestos também em nossos negócios (1Ts 4.6). A corrupção é uma prática usual em nosso país; entretanto, nós temos de ser diferentes (Ml 3.18). Não podemos defender o lucro a todo custo, a pirataria, o desvio de verba, a balança injusta (Pv 11.1; Mq 2.2). Somos um ser integral, logo, é impossível ter um padrão de santidade nos momentos litúrgicos, isto é, na igreja, e não apresentar um testemunho santo em nossa vida fora do templo. Na verdade, fomos chamados para anunciar as verdades do Reino aos que estão distantes de Deus, se, em virtude de um comportamento inadequado, não somos capazes de fazer isso, nosso cristianismo é falso e nossa fé morta (1Co 8.9; Tg 2.17). É impossível ser cristão e não ser santo.

2. Relacionamentos sadios.
Não existe santidade na vida de quem promove violência, injustiça e discórdia. Como alguém pode declarar-se nascido de novo, mas ser responsável pelo fim de um casamento, pela promoção de inimizades entre pessoas, por semear a contenda entre irmãos? Isto é simplesmente impossível (Pv 6.16-19). Deus nos chamou para relacionamentos mutuamente edificantes, não devemos ser fardos para ninguém. Como anuncia Paulo, o Senhor é vingador do injustiçado (1Ts 4.6). Numa referência direta a Levítico 25.17, o apóstolo assegura que as trapaças humanas podem passar desapercebidas pelas demais pessoas, todavia, jamais serão desconsideradas pelo Senhor que é Deus da Justiça (Is 61.8). Ele “vingará” o violentado, restituirá o roubado, justificará o fraudulentamente acusado (Hb 10.30). Nossa esperança se estabelece no Senhor, em época como a nossa em que instituições sociais e seus compromissos com a equidade estão fragilizados.

3. Santificação como experiência de viver no Espírito.
O poder santificador do Espírito nos torna progressivamente mais santos (1Co 6.11). Somos convocados por Deus para uma experiência de santificação instantânea e constante (Jo 17.19). O fato de o mundo estabelecer relacionamentos fraudulentos e moralmente decadentes, além de ser um desrespeito ao outro — obra do amor do Criador, imagem e semelhança da própria divindade — torna-se um afrontoso pecado contra o Espírito Santo. Ao tratarmos outras pessoas fora do nível de amor e respeito que elas merecem, como filhos e filhas de Deus, estamos voltando-nos contra o próprio Senhor (1Ts 4.8). A adoração a Deus sem comunhão com o próximo é puro rito religioso vazio, desprovido do real sentido do culto a Deus. Deste modo, viver no Espírito é uma experiência de comunhão verdadeira com o Criador e seus filhos.

Ponto Importante
Em um mundo de ódio, preconceitos e posturas cada vez mais radicalizadas, somos convidados para ser agentes do amor, movidos pelo Evangelho de Cristo, por uma íntima compaixão que nos faça ver as pessoas que, se não forem evangelizadas, não terão qualquer oportunidade de ver o rosto de Deus.

CONCLUSÃO

Não existe santidade quando há isolamento, ódio e negação do outro. Se somos as pessoas deixadas por Deus nesta sociedade para que ela não apodreça em seus extremismos sociais, cabe-nos a tarefa de iluminar os corações entenebrecidos por preconceitos e discriminações, e dar sabor às vidas desesperançosas de justiça, bondade e paz. Ser santo é estar a serviço do bem-estar do outro.


Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 2º Trimestre de 2018 - Título: A Igreja do Arrebatamento — O padrão dos Tessalonicenses para estes últimos dias - Comentarista: Thiago Brazil

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