“Porque, agora, vivemos, se estais firmes no
Senhor” 1Ts 3.8
“O desafio é tanto pessoal quanto coletivo.
Paulo está guiando a partir da frente de batalha, mostrando, com sua dedicação
pessoal e disposição de sofrer, que Deus não é derrotado pela oposição do ser
humano nem pelas circunstâncias difíceis deles. Mas a igreja, como um todo,
também tem de ser um exemplo de fidelidade e testemunho. Muitas vezes, ela é a
atividade conjunta de um grupo de cristãos que causa um grande impacto nos
outros. Assim, minha vida pessoal é um exemplo que encoraja os irmãos em Cristo
e que mostra Jesus para o mundo? Nossa vida na igreja é harmoniosa e dedicada a
servir a Cristo em palavras e obras? Hoje em dia não está muito em voga pensar
na volta de Cristo — nem mesmo pensar na jornada através da morte que todos nós
empreenderemos. A volta de Jesus, no entanto, representa um foco para o
ministério de Paulo e a vida de muitos cristãos perseguidos ou destituídos. Mas
Paulo não oferece uma promessa de esperança futura apenas para ajudar as
pessoas a lidar com a angústia atual; é muito mais que isso. Ao manter o foco
na volta de Jesus, temos um objetivo, uma meta. Temos uma tarefa a fazer —
ajudar a edificar o Reino de Deus — em um período de tempo limitado (e
desconhecido) (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD,
2013. p.364).
Muito mais desafiador do que plantar uma
Igreja é consolidá-la de tal forma que as pessoas permaneçam na vocação de
Deus, mesmo diante de adversidades, perseguições e frustrações.
A palavra-chave desta lição é “frutificação”.
Diante desse vocábulo, enquanto professores(as) devemos fazer a seguinte
pergunta: Qual o fruto do trabalho que estou realizando para Deus? Por vivermos
em uma sociedade imediatista, muitas vezes nossos corações satisfazem-se apenas
com aquilo que se pode perceber com facilidade, de modo muito evidente;
entretanto, é necessário termos a maturidade para acreditar que os resultados,
especialmente aqueles de repercussão espiritual, estão para além daquilo que os
olhos podem ver. Deste modo, acredite, seu ministério é muito importante, não
apenas para um grupo de jovens com quem você se reúne semanalmente, mas também
para sua igreja local, e ainda para o Reino de Deus como um todo. São
extraordinariamente positivas as consequências do serviço de homens e mulher
como você que, com dedicação e zelo, empenham-se em fazer as verdades da Bíblia
Sagrada compreensíveis e relevantes para nossa geração de jovens.
Texto Bíblico - 1 Tessalonicenses 3.6-13
INTRODUÇÃO
O amor verdadeiro dos tessalonicenses,
associado à necessidade de uma fuga repentina em virtude da forte perseguição
que se levantou, deixaram em suspenso o coração de Paulo quanto à permanência e
consolidação da fé dos novos cristãos daquela cidade. De tal forma que, diante
de um grande impedimento que se impôs com relação à sua ida pessoal a
Tessalônica — o qual o próprio apóstolo considerava uma ação diretamente
promovida pelo Maligno (1Ts 2.18) — Timóteo foi enviado àquela igreja para de
lá trazer notícias a Paulo. Quão grande não foi a alegria do apóstolo ao
receber de seu jovem auxiliar o relatório de viagem. Os tessalonicenses estavam
bem espiritualmente, usufruindo da profunda alegria que caracteriza a vida
daqueles que vivenciam uma experiência real de salvação. É sobre os fatores que
levaram os tessalonicenses a uma experiência de fé consolidada que refletiremos
nesta aula.
1. Paulo, um líder de líderes.
Se há uma
característica peculiar do ministério de Paulo que se pode destacar, esta é a
capacidade de perceber o potencial de novos líderes. São tantos, cujas listas
estão presentes em quase todas as cartas que ele escreveu. Por isso, pensemos
apenas no paradigmático caso de Timóteo. Oriundo de uma família de dupla
tradição religiosa e cultural (At 16.1); reconhecido por sua juventude (1Tm
4.12); um inexperiente obreiro em sua primeira viagem missionária (At 17.14).
Enquanto alguém poderia ver tais adjetivos como desqualificantes para a vocação
de Timóteo, Paulo viu além, e compartilhou com o jovem obreiro suas
experiências, conhecimentos e sonhos. A confiança do apóstolo era tamanha que,
diante de sua impossibilidade de ir a Tessalônica, envia seu filho na fé —
delegando-lhe autoridade para ensinar e exortar (1Ts 3.2).
2. Paulo, um líder de coração pastoral.
As
palavras do apóstolo em 1 Tessalonicenses 3.8 são, simultaneamente, fortes e
amorosas. Paulo não esconde o sentimento de apaziguamento que as notícias de
Timóteo trouxeram-lhe. A vida ganha novos horizontes diante da percepção de que
a semente do Evangelho entre os tessalonicenses floresceu e que o testemunho
deles já frutificava em outras cidades. Palavras como estas à igreja em
Tessalônica não foram exceção na trajetória de Paulo; outros textos como 1
Coríntios 4.9-14; Efésios 3.13; Gálatas 4.19, evidenciam o comprometimento
deste homem não apenas com a vocação que possuía, mas com as pessoas que eram o
objetivo primário deste chamado. Este é um dos motivos pelos quais aquela
igreja prosperou espiritualmente, havia uma visão de Deus, cumprida debaixo do
mais abnegado e dadivoso amor.
3. Paulo, um líder a ser imitado.
Atualmente
ainda existem pessoas para as quais podemos olhar e dizer: “Este irmão/irmã
inspira-me a ser um cristão melhor!”. Muitos são aqueles que podemos
literalmente imitar. Paulo, era uma dessas pessoas especiais (1Co 4.16; 11.1).
Para aqueles novos cristãos, foi natural tomar o apóstolo como um ideal de
cristão e de ministro. Hoje, ao invés de líderes que imponham sua vontade,
necessitamos de homens e mulheres de Deus que nos inspirem a ser melhores — não
mais excelentes que os outros, mas melhores que nós mesmos todos os dias. O
imitar neste caso não é irracional ou negativo, mas um movimento positivo, de
entusiasmar o povo. Será que hoje, somos padrão a ser imitado pela sociedade,
ou perdemos de tal modo nossos referenciais que não somos mais modelo para esta
geração?
Ponto Importante
O amor deve ser a lógica que fundamenta
nossas relações; por isso não importa quão pequena ou limitada seja uma igreja,
ela merece ser amada e abençoada.
1. Apesar das tribulações.
Problemas dos
mais variados como já vimos, envolveram a fundação e continuação do trabalho em
Tessalônica (1Ts 3.7). Mas isso não foi suficiente para barrar o crescimento da
obra de Deus. Não devemos esperar boas oportunidades brotarem do nada para
nossas vidas serem automaticamente transformadas; é necessário trabalho e fé.
As tribulações que caracterizaram esse primeiro momento da Igreja Primitiva não
foram capazes de impedir o florescer do Reino de Deus (At 14.22). Se assim
aconteceu com Jesus, nosso Mestre, e com os nossos primeiros irmãos, não
podemos esperar nada diferente no que diz respeito a nós e nossa relação com a
sociedade atual (Mt 10.24,25). Por isso devemos ter a convicção de que, apesar
das várias aflições no mundo, a vitória de Jesus já nos basta (Jo 16.33).
2. Apesar da falta de um acompanhamento
integral.
Paulo era consciente de que sua distância com relação aqueles
irmãos tinha, de certa forma, deixado lacunas na formação cristã deles (1Ts
3.10). Apesar desse fato, isto não foi um impedimento para que, em meio a
muitas limitações, os tessalonicenses procurassem desenvolver sua fé. É claro
que o ideal para a formação de uma nova igreja sadia é um discipulado completo,
uma assistência absoluta, mas nem sempre isso é possível em virtude de uma
variável de questões. Cabe então a um discipulador consciente de seus desafios
investir no ensino dos componentes mais fundamentais e indispensáveis da fé
cristã (1Pe 2.2). Outras questões acessórias e secundárias devem ser reservadas
para outras circunstâncias. As adversidades reais não devem impedir-nos de
aspirar nossos ideais apontados por Cristo.
3. Apesar das oposições.
Havia, em
Tessalônica, uma forte oposição à mensagem de Cristo (1Ts 3.4,5) por parte de
um grupo de religiosos contrários a Paulo e à sua pregação (1Ts 2.14-16).
Segundo informa-nos o autor de Atos, o que movia essas pessoas era a inveja em
virtude da expansão do Evangelho na cidade (At 17.5). Esses então, uniram-se a
um grupo de desordeiros sociais e estabeleceram uma resistência declarada ao
Cristianismo que crescia entre a população. Qual o resultado de toda essa
oposição? Maior crescimento do Evangelho. Ser perseguido por amor ao Evangelho
é uma prova de que o Reino de Deus é nosso (Mt 5.10-12); todas as vezes que
optamos por viver a profundidade do Cristianismo, acabamos por confrontar
valores e conceitos desta sociedade, a qual, por vezes, nos rejeitará (2Tm
3.12). Lembremos, não devemos ser nós a hostilizar os outros, contudo, devemos
ter a consciência de que nosso compromisso com Deus incomodará a muitos.
Ponto Importante
É necessário anunciarmos o Evangelho. Mas
saiba que como os valores do Reino colidem com a cosmovisão de nossa sociedade,
muitas vezes, o embate vai se tornar inevitável.
1. Não abandonar a fé.
Somente uma opção
definitiva por viver da fé fez com que os tessalonicenses pudessem continuar
firmes em Cristo (1Ts 3.6,7). Este é um princípio tão relevante para o
Cristianismo que a Bíblia o enuncia em quatro contextos diferentes (Hc 2.4; Rm
1.17; Gl 3.11; Hb 10.38). Não são nossas constatações ou nossas certezas
racionais que nos fazem persistir no Evangelho, mas antes, é nossa viva
esperança no que nosso Deus nos fará, e a convicção de que não é por vista que
vivemos, mas por fé. A grandiosidade de nossa fé encontra respaldo no amor e
cuidado de Deus que jamais falharão. O único modo de continuarmos firmes e
frutíferos no Reino de Deus é reconhecendo que nossa segurança está no Senhor
dos Exércitos. Não abandonemos a fé, antes, creiamos na contínua atenção de
Deus a nós.
2. Assumir uma vida de santidade.
Em
meio a um contexto tão adverso e conturbado, somente por meio de uma vida de
dedicação a Deus aquela comunidade poderia crescer (1Ts 3.13). O que os
adversários da jovem igreja queriam era uma série de motivos e pretextos para
desacreditar a mensagem anunciada por eles. Lembremos desse áureo princípio do
Cristianismo: a vida do mensageiro precisa condizer com o nível de mensagem que
ele porta, se não, suas palavras não passarão de hipocrisia e religiosidade
vazia. Foi por isso que Cristo encarnou-se, para demonstrar que a beleza da
obra do Pai não se encontra em discursos teóricos, mas numa existência redimida
e transformada. É imprescindível optarmos por uma vida santa, sem a qual, nunca
teremos a real compreensão de quem é Deus (Hb 12.14).
3. Insistir no amor.
Não há crescimento
espiritual sem amor. Todo e qualquer tipo de “inchaço”, multiplicação numérica,
não terá nenhum sentido se não for mediado por um profundo e divino amor (Ef
4.15,16). Paulo, conhecedor desta verdade, tem uma oração em especial para com
os tessalonicenses, o pedido ao Pai é que eles cresçam em amor, no amor, pelo
amor e para o amor (1Ts 3.12). Há um aspecto extremamente relevante nas
palavras do apóstolo concernentes ao crescimento em amor dos tessalonicenses: é
que este amor não deve ser vivido apenas no interior da igreja, mas também com
todos os que habitam naquela cidade. Somente uma pregação cheia do amor de Deus
pode conduzir as pessoas a um encontro real com Ele. É claro que não devemos
confundir amor com permissividade, todavia, deve ficar claro que o amor também
é bem diferente do ódio ou de um discurso amaldiçoador (Rm 12.14).
CONCLUSÃO
Não é sobre uma fórmula mágica a ser repetida
para multiplicação de igrejas. Não se trata de uma suposta “revelação” divina
sobre como o Reino de Deus deve ser anunciado. A Carta de Paulo ao
Tessalonicenses é um testemunho histórico para o Cristianismo que, em tempos de
oposição, aflições e fragilidade, somente por meio do verdadeiro amor a Igreja
do Senhor Jesus poderá viver plenamente a vontade do Pai.
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 2º Trimestre de 2018 - Título: A Igreja do Arrebatamento — O padrão dos Tessalonicenses para estes últimos dias - Comentarista: Thiago Brazil
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 2º Trimestre de 2018 - Título: A Igreja do Arrebatamento — O padrão dos Tessalonicenses para estes últimos dias - Comentarista: Thiago Brazil
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