“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos
ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua,
tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” 1Co 14.26
O culto pentecostal genuíno tem a
presença de Deus nos louvores, na oração, na manifestação dos dons e na
pregação da Palavra.
“O que significa cultuar a Deus?”.
Leitura Bíblica: João 4.19-24; Efésios
5.15-21
INTRODUÇÃO
O Deus vivo e verdadeiro é adorado e
louvado por suas obras, atributos e misericórdia, e a adoração, feita por
aqueles que O amam e O temem, tem princípios que não podem ser desprezados.
Cantar louvores, orar, contribuir e receber a Palavra são atitudes que fazem
parte do culto cristão. Além disso, são elementos do culto a ordem e a
racionalidade. Os pentecostais reúnem-se em nome de Jesus para celebrar o
Senhor Deus, e nesse culto podemos ver curas, batismo com o Espírito Santo,
salvação e libertação de pessoas. Veremos nesta lição como o culto ao Senhor é
apresentado na Bíblia e como a nossa adoração deve se moldar dentro desses
parâmetros.
1. Reuniões com oração.
Os cultos
genuinamente pentecostais são reuniões em que há a prática da oração. Atos 2
nos mostra que os discípulos de Jesus, no Dia de Pentecostes, não estavam
festejando aquela data comemorativa. Eles estavam orando no cenáculo. Não
existe problema algum em se comemorar uma data pátria ou festiva, como
aniversários, casamentos, ou um feriado nacional. O próprio Deus instituiu
datas de celebrações nacionais para os hebreus. Mas no caso da igreja em
Jerusalém, quando foram cheios do Espírito Santo, foram achados em oração.
Orar é tão importante que o Senhor Jesus
não apenas orava com frequência, mas nos ensinou também a orar. Ele orou até o
momento em que entregou o espírito a Deus. E Deus não depende de nossas orações
para agir em certas ocasiões, mas Ele espera que seu povo ore e faça da oração
uma prática.
Reuniões pentecostais devem sempre
primar, a exemplo de Atos 2, pela oração nos cultos. O agir de Deus é observado
após períodos em que seu povo estava orando. Para o pentecostal, a oração deve
fazer a diferença em todos os aspectos de sua vida.
2. Reuniões marcadas peto temor a Deus.
Uma
característica do culto genuinamente pentecostal é a certeza de que estamos
entrando na presença de Deus, e que a nossa adoração ao Eterno deve ser de
forma respeitosa, com temor. Diante da santidade de Deus o ser humano deve
chegar com quebrantamento, mas igualmente com confiança, lembrando-se de que
não há mais separação entre nós e Deus. Entretanto, nem todas as pessoas têm a
consciência de que indo para um culto, estão diante de Deus. Jesus garantiu que
“[...] onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu [...]” (Mt
18.20), mas nem sempre essa presença é respeitada. O livro de Atos mostra pelo
menos duas ocasiões em que a presença de Deus em uma reunião foi tida como de
menor importância por crentes sem temor. Ananias e sua esposa, Safira, tentaram
enganar os apóstolos na hora da oferta, e Lucas registra a consequência da
falta de temor daquele crente (At 5.4,5).
3. Reuniões com exposição da Palavra.
Tão
importante quanto a oração e o temor, no culto pentecostal, é a exposição da
Palavra de Deus. Não pode ser compreensível um culto em que Deus se faça
presente apenas nos momentos de oração e cânticos, e ausente no momento da
pregação. Por isso, a exposição das verdades bíblicas deve ser levada a sério
não apenas na escolha do texto a ser trabalhado, mas também na forma como a
apresentação ocorre.
1. Cultos e liturgia.
O culto
pentecostal não é desprovido de uma liturgia. Esta palavra é oriunda da língua
grega, teitourgeion, de onde vem a nossa palavra liturgia, e traz a
ideia de um serviço ou dever público. Leitougeion também é traduzida
como ministério. Ela aparece em Atos 13.1,2, quando nos é dito que na igreja de
Antioquia havia doutores e profetas, e “servindo eles ao Senhor e jejuando”, o
Espírito Santo ordenou que Saulo e Barnabé fossem separados para uma obra que
Deus já lhes reservara. A palavra “servindo” (leitourgeion) indica que os
discípulos serviam ao Senhor de forma pública, e no decorrer desse serviço
ouviram o Espírito Santo. Não é errado ter uma liturgia, em que o culto vai ser
seguido de etapas que nos conduzem a Deus na adoração, leitura da Palavra,
oração, contribuição, testemunhos públicos e pregação da Palavra. O que não é
certo é fazer com que a liturgia seja mais importante do que a orientação e o
mover do Espírito de Deus no culto.
2. O uso do intelecto associado aos
dons.
Paulo nos adverte que o nosso culto deve ser racional (Rm 12.1).
Isso significa que devemos adorar a Deus com inteligência e sabedoria. Por meio
da pregação bíblica Deus fala aos nossos corações; por meio dos dons espirituais
a Igreja é edificada. Por meio da oração falamos com o Senhor, e em todos esses
momentos o cristão não perde a sua capacidade de se comunicar, de entender, de
refletir sobre o que é dito. Não podemos fazer do momento de culto um horário
para manifestações particulares de espiritualidade. Ser cheio do Espírito não
retira de nós o domínio próprio, pois este é justamente uma característica do
fruto do Espírito registrado em Gálatas 5.
3. O espírito do profeta é sujeito ao
profeta.
Para que haja ordem no culto, Paulo deixa claro: “Porque todos
podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos
sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1Co
14.31,32). A orientação bíblica é clara no que tange às manifestações de
profecia no culto ao Senhor. Há grupos cristãos que, acreditando que o dom de
profetizar é somente a pregação da Palavra de Deus, não apenas impedem que haja
profecias genuínas na Igreja, como também ensinam que esse dom cessou. Mas o
apóstolo Paulo fala usando o tempo no presente: “E os espíritos dos profetas
estão sujeitos aos profetas”. Ele não diz que eram sujeitos e que depois do
terceiro século de nossa era não seriam mais. O objetivo dessa orientação é
claro: “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as
igrejas dos santos” (1Co 14.33). Esse texto indica que aqueles que têm o dom de
profetizar devem se sujeitar à decência e à ordem, e não atrapalhar o andamento
do culto para profetizar. A mensagem profética trazida a um homem ou mulher de
Deus não é desculpa para que o momento de culto se torne desregrado, ou com
manifestações condenáveis na Palavra de Deus.
4. Adorando a Deus em espírito e em
verdade.
João, em seu Evangelho, mostra um diálogo entre Jesus e uma mulher
samaritana junto ao poço de Jacó. Jesus tratou com ela a respeito da salvação,
e a mulher quis saber sobre o lugar onde se deveria adorar a Deus. Os
samaritanos só aceitavam o Pentateuco, e rejeitavam os profetas e demais livros
do Antigo Testamento, ao que Jesus lhe responde que eles adoravam o que não
sabiam, e que a salvação vem dos judeus. Jesus completa a sentença deixando de
focar o lugar da adoração para focar na forma como se adora e a quem Deus busca
para o adorar (Jo 4.23). A adoração, que antes estava enquadrada em uma
teologia que privilegiava os lugares, agora tem um caráter pessoal, em
espírito; não uma ideia pálida de quem é Deus, e em verdade, pois Ele já se
revelou em Jesus. A nossa adoração deve refletir esse princípio. Precisamos
adorar a Deus de forma realmente espiritual, como novas criaturas, divorciados
das regras que regiam nossa forma antiga de viver.
1. Deus valoriza a música e a adoração.
A
música faz parte do culto cristão. Deus deu sabedoria para que os homens
criassem instrumentos musicais, e criou o homem com cordas vocais para que
pudesse cantar. Esse mesmo Deus conclama que todos cantem louvores em sua
presença (Sl 47.6-8). Deus pergunta a Jó onde ele estava quando, por ocasião da
criação do mundo, “as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os
filhos de Deus se rejubilavam” (Jo 38.7). Mesmo no livro do Apocalipse é
possível ver que no céu há adoração com música, onde os quatro animais e os
vinte e quatro anciãos cantavam um novo cântico (Ap 5.8,9).
Jesus cantou um hino antes de ir ao
Getsêmani (Mt 26.30), e a Igreja Primitiva adorava a Deus com música. Paulo
fala aos efésios que eles deveriam ser cheios do Espírito “falando entre vós
com salmos, e hinos, e cânticos espirituais” (Ef 5.19). Observe que a expressão
“falando entre vós” aponta para além da adoração no culto, e avança para as esferas
de relações pessoais. Adorar com uma música de qualidade, bíblica, sem cantores
e músicos disputando quem toca melhor ou mais alto, com certeza agrada a Deus.
2. Salmos e hinos.
Os Salmos, ou
saltério de Israel, são um conjunto de hinos que os hebreus cantavam em suas
festas. Tais hinos representavam a forma como os filhos de Abraão percebiam a
presença de Deus — ou a ausência dEle — em suas vidas. As emoções humanas — tão
condenadas em certos meios evangélicos de nossos dias — são vistas de forma clara
nos Salmos. Os hebreus não tinham nenhum problema em cantar seus momentos de
alegria ou tristeza diante de Deus, e ensinar a outros por meio desses
cânticos. Asafe fala que quando olhou para os ímpios, seus pés quase vacilaram
(Sl 73.2,3). Os descendentes de Coré cantaram que “até o pardal encontrou casa,
e a andorinha, ninho para si e para sua prole, junto dos teus altares” (Sl
84.3). Davi, quando perseguido por Saul, cantou que Deus “derrama luz nas
minhas trevas” (Sl 18.28 — ARA), e “a tua graça é melhor que a vida” (Sl
63.3 — ARA). A igreja cristã adotou o uso dos salmos em seus cultos, e nós
podemos fazer o mesmo.
3. Cânticos espirituais.
Nos parece
adequado crer que essa expressão, cânticos espirituais, se refira a hinos
entoados em outras línguas por pessoas cheias do Espírito Santo. Independente
da forma como se interprete essa expressão, é certo que somente pessoas cheias
do Espírito podem trazer essa adoração em um culto, pois tais manifestações são
fruto de vidas cheias do Espírito.
O ato de cantar salmos, hinos e cânticos
espirituais é consequência de uma adoração que vem do coração, não forçada, mas
voluntária, “cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” (Ef 5.19). Os
crentes cheios do Espírito devem exteriorizar o que está realmente dentro de
seus corações em louvores a Deus. E esse louvor deve ter ações de graças por
tudo o que Jesus tem feito por nós.
CONCLUSÃO
O nosso culto deve ser prestado de forma
ordeira, inteligente e debaixo da graça divina. Cada momento dele deve refletir
nosso temor a Deus, nossa comunhão com Ele e com nossos irmãos e o respeito
pelo uso dos dons espirituais e da Palavra que será ministrada.
A Pregação Pentecostal
“Que imagem lhe vem à mente quando ouve
a frase pregação pentecostal? Eu ouço um som, como de um vento veemente e
impetuoso, que enche todo o auditório. As palavras do pregador são divinamente
inspiradas, fáceis de entender, poderosas no contexto. Têm o poder de atirar
uma flecha que atinge em cheio o coração do pecador até que este se dobre em
agonia, clamando pelo perdão divino. Isso é pregação pentecostal! Quais os
elementos da pregação pentecostal? São distintos de outros tipos de pregação?
Há diferença de estilo ou substância dos sermões entregues na igreja
tradicional ou mesmo na igreja evangélica? Eu sustento que vai muito além dos
fatos emocionais. Observo três distintivos que se relacionam com a pregação
pentecostal: a unção, a estrutura do sermão e pregação por resultados. Antes,
porém, de definirmos os estilos e a estrutura do sermão pentecostal, examinemos
a introdução. Há três propósitos básicos para a introdução de um sermão: obter
atenção, apresentar a proposição ou tema e criar interesse. Seja extremamente
cuidadoso em seus comentários introdutórios. Tenha cuidado para evitar ser
repetitivo. Evite improvisação — o resultado pode ser uma observação ofensiva
que não foi devidamente considerada. Não leia o texto de diversas traduções
diferentes — fica enfadonho. E não leve muito tempo para chegar ao corpo da
mensagem” (MOEM, Ernest J. O Pastor Pentecostal: Um Mandato para o
Século XXI. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2009, pp.638,639).
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 4º Trimestre de 2018 - Título: O vento sopra onde quer – O ensino bíblico do Espírito Santo e sua operação na vida da Igreja – Comentarista: Alexandre Coelho
Aqui eu Aprendi!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O comentário será postado assim que o autor der a aprovação.
Respeitando a liberdade de expressão e a valorização de quem expressa o seu pensamento, todas as participações no espaço reservado aos comentários deverão conter a identificação do autor do comentário.
Não serão liberados comentários, mesmo identificados, que contenham palavrões, calunias, digitações ofensivas e pejorativas, com falsidade ideológica e os que agridam a privacidade familiar.
Comentários anônimos:
Embora haja a aceitação de digitação do comentário anônimo, isso não significa que será publicado.
O administrador do blog prioriza os comentários identificados.
Os comentários anônimos passarão por criteriosa analise e, poderão ou não serem publicados.
Comentários suspeitos e/ou "spam" serão excluídos automaticamente.
Obrigado!
" Aqui eu Aprendi! "