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sábado, 6 de outubro de 2018

O que é o Movimento Pentecostal

“E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas” Mc 16.17


Pentecostal
Palavra usada a partir de 1907, na Grã-Bretanha, pelas igrejas históricas tradicionais (anglicanas, episcopais, metodistas, evangélicas), para se referir aos crentes que criam e recebiam o batismo no Espírito Santo, por causa da analogia entre esse movimento e o dia de Pentecostes (At 2.1-13), isto é, por causa da efusão do Espírito e das manifestações de poder, que eram observadas por toda a parte nas ilhas britânicas.
Por sua vez, ‘pentecostal’ é o crente que crê (adepto) nas possibilidades de receber a mesma experiência do Espírito Santo que os apóstolos receberam, no dia de Pentecostes.
A diversidade mundial do pentecostalismo torna quase impossível falar de ‘uma’ teologia pentecostal. Nem ainda se conseguiu amadurecer uma teologia da fé cristã sob a perspectiva do pentecostalismo clássico. Todavia, existem certas correntes teológicas entre os pentecostais que são dignas de serem exploradas. O que segue, é uma tentativa de explorar uma quantidade das principais linhas de pensamento relacionadas na tarefa contínua de se fazer reflexão teológica entre os pentecostais brasileiros clássicos e neopentecostais” (ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. 1ª Edição. RJ, CPAD, 2007, pp.553-557).

O Movimento Pentecostal, iniciado no Livro de Atos e que continua em nossos dias, é a materialização da promessa de revestimento de poder da parte do Senhor Jesus Cristo para a sua Igreja.

Texto Bíblico - Joel 2.28-32

INTRODUÇÃO

Há pouco mais de um século, cristãos em vários lugares do mundo passaram a experimentar em seus cultos um avivamento sem precedentes. Viu-se entre eles sinais como os descritos em Atos dos Apóstolos, como falar em outras línguas, curas, libertação de pessoas oprimidas pelo Diabo, profecias, e uma forte e profunda convicção da presença de Deus, confissão de pecados e salvação. Esse avivamento foi chamado de Movimento Pentecostal. Tais manifestações da presença de Deus ocorreram antes na história, mas desta vez foi diferente, pois a mensagem pentecostal se espalhou pelo mundo e trouxe profundas modificações na forma de pensar da teologia cristã, como também na própria prática cristã. Neste trimestre, estudaremos o que é o pentecostalismo, sua doutrina e a sua importância para o cristianismo do século XXI.


I. UM PANORAMA BÍBLICO DO PENTECOSTES

1.O Pentecostes em Israel.

Para que possamos iniciar o estudo do pentecostalismo, é necessário que comecemos com as bases bíblicas que servem de referência ao Movimento Pentecostal. Pentecostes é o nome grego dado a uma festa judaica: a Festa das Colheitas. Os hebreus foram orientados, por Deus, a comemorar:

1) a festa da Páscoa, que celebrava a libertação do povo hebreu da escravidão egípcia, quando o Senhor passou por sobre o Egito e julgou aquela nação com a praga da morte dos primogênitos dos egípcios;

2) a festa das Colheitas, comemorada cinquenta dias após a Páscoa, e que celebrava a colheita do trigo e da cevada; e

3) a festa dos Tabernáculos, que recordava aos hebreus o período em que habitavam em tendas. Essas festas eram ordenadas pelo Senhor, como ajuntamentos públicos, que sempre, deveriam levar o povo a se lembrar de Deus e comemorar a sua intervenção na história.

Havia outras datas que os judeus observavam, como por exemplo, a festa das Trombetas, que marcava o ano novo civil, onde o povo fazia uma reflexão a respeito da sua relação com Deus; o Dia da Expiação; o Purim, para comemorar o livramento que Deus concedeu aos judeus por intermédio da rainha Ester.

2. Motivo de alegria.

A Festa das Colheitas ou Pentecostes deveria ser, conforme preconiza a lei, motivo de grande júbilo para os hebreus. O Senhor diz: “E te alegrarás perante o SENHOR, teu Deus [...]” (Dt 16.11). Essa orientação divina incluía os filhos, os servos, os levitas, estrangeiros, órfãos e viúvas que estivessem ali. A celebração ordenada por Deus deveria ser um motivo de confraternização que incluía até os que não pertenciam à família dos israelitas, e deveria ser um momento alegre. Pentecostes não era um momento de tristeza, ou de arrependimento, mas de satisfação, pois estavam em um período de sega do trigo e da cevada que Deus lhes dera. Essa festa durava um dia, pois o povo estava em plena atividade de colheita da safra de grãos. Da mesma forma. Pentecostes traz alegria em nossos dias por ser a realização do uma das promessas mais importantes de Deus para com aqueles quer creem nEle.

3. O Dia de Pentecostes em Atos dos Apóstolos.

No Novo Testamento, Deus se utiliza dessa comemoração nacional judaica para fazer com que os seguidores de Jesus fossem cheios do Espírito Santo. Antes de sua ascensão aos céus, Jesus ordenou aos seus discípulos que permanecessem em Jerusalém, até que recebessem, da parte de Deus, um revestimento de poder, de autoridade para proclamar o nome do Senhor (Lc 24.49). Os discípulos estavam em oração, como se entende, em um cenáculo. Um cômodo em um pavimento superior de uma construção. Aqueles discípulos já conheciam a Jesus, e tinham recebido a salvação dada por Deus, mas estavam esperando o cumprimento da promessa do Pai: “Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.5). O próprio Senhor Jesus falou do batismo com o Espírito Santo aos seus seguidores como uma promessa do Pai. E esse evento teve tal importância que chamou a atenção de outras pessoas que estavam em Jerusalém, abrindo a oportunidade para Pedro falar de Jesus e do cumprimento da profecia de Joel naquele dia.

II. A PROMESSA FEITA NO ANTIGO TESTAMENTO

1. O contexto de Joel.

Joel foi um profeta que exerceu seu ministério no Reino de Judá. Seu nome significa “Jeová é Deus”, e sua atuação profética se deu antes da destruição do Templo. Sua profecia começa com a seguinte afirmação: “Palavra do Senhor que foi dirigida a Joel, filho de Petuel” (Jl 1.1). No livro de Joel, vemos que uma praga de gafanhotos destruiu a colheita de grãos de cevada e de trigo, e depois de tal tragédia, há uma conclamação ao jejum e à oração (1.14; 2.15). Deus chama o povo para que se converta, de todo o coração, a Ele (2.12).

O profeta também fala de um tempo onde haverá fartura, pois o Senhor há de abençoar a terra. Finalmente, Deus usa o profeta para falar que haveria o grande Dia do Senhor, mas que antes o Todo-Poderoso derramaria do seu Espírito sobre toda a carne.

2. A promessa feita.

“E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobro toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito” (Jl 2.28,29). Essa profecia mostra que no futuro, Deus visitaria a humanidade trazendo sobre ela um derramar do seu Espírito. Esse derramar do Espírito faria com que eventos como profecias, sonhos e visões, que no Antigo Testamento eram concedidos somente aos profetas, fossem dados de forma ampla a todos. Joel inclui pessoas que tinham poucos direitos e eram tidas por “inferiores” em algumas sociedades, como por exemplo, os servos. Eles também seriam contemplados pelo alcance dessa promessa divina.

3. O alcance dessa promessa.

As palavras proferidas por Joel foram relembradas pelo apóstolo Pedro, por ocasião do seu discurso no Dia de Pentecostes, logo após terem sido cheios do Espírito Santo e falado em outras línguas. Lembremo-nos de que a Bíblia dos primeiros cristãos era o Antigo Testamento ao qual recorriam a fim de verificar as profecias que estavam se cumprindo. Pedro de imediato não apenas reconheceu que a profecia de Joel se cumprira naquele dia, mas que esse cumprimento tinha inicialmente dois objetivos: o derramar do Espírito sobre todos e o cumprimento da promessa que Jesus fez antes de sua ascensão: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que o alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). Pedro ainda deixou claro que apesar de Jesus ter sido crucificado, Ele foi feito Cristo, o Messias: “Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2.36). O Senhor ressurreto, o Messias, havia mandado o seu Santo Espírito, como prometera.


III. PENTECOSTES, UMA PROMESSA CUMPRIDA EM NOSSOS DIAS

1. O Pentecostes antes do século XX.

É certo que ao longo da história, Deus jamais deixou de manifestar os dons espirituais em diversas comunidades e grupos cristãos. No século II da nossa era, Irineu de Lion disse que “temos em nossas igrejas irmãos que possuem dons proféticos e, pelo Espírito Santo, falam toda classe de idiomas”. Mas a manifestação do poder de Deus não se restringe ao falar em outras línguas. A história relata casos em que pessoas usadas por Deus foram portadoras de mensagens proféticas específicas, como John Welch, um escocês do século XVI, que após orar sobre o caso de dois mercadores de tecido que queriam passar pela cidade de Ayr, onde ele residia, Welch disse aos magistrados que havia uma praga nos rolos de tecido daqueles mercadores, e os homens foram impedidos de entrar. Aqueles homens seguiram para uma cidade vizinha, e lá uma praga se espalhou matando diversas pessoas. Como vemos, Deus jamais deixou de manifestar seus dons por meio de seus servos. Um estudo honesto sobre a história da Igreja mostra que o dom de línguas e outros dons ocorreram de forma espontânea em diversos países, e com pessoas de diferentes denominações.

2. No início do século XX.

As manifestações pentecostais ressurgiram, de forma sistemática, no fim do século XIX, e se multiplicaram no século XX. Na Suécia, em 1902, um pregador batista chamado Levzi Petrus recebeu o batismo com o Espírito Santo e falou em línguas, tornando-se um dos mais importantes nomes pentecostais de seu país. Nos Estados Unidos, em 1905, Wílliam Seymour recebeu a mensagem pentecostal de Charles Fox Parham e se tornou um dos líderes do pentecostalismo na Rua Azuza. E na China, em 1907, por intermédio da missionária Nettie Normam, que recebeu o batismo com o Espírito Santo na Rua Azuza, muitos chineses foram visitados por Deus. Da mesma forma que a Reforma Protestante foi um divisor de águas na história da Igreja, o pentecostalismo trouxe um grande avivamento ao cristianismo em várias partes do mundo.

3. O Pentecostes no Brasil.

É notório que o Pentecostes alcançou o Brasil no início do século XX. Deus trouxe, em 1910, dois missionários batistas suecos que haviam recebido o batismo com o Espírito Santo, Daniel Berg e Gunnar Vingren, para evangelizar no Brasil. Esses dois homens, com suas esposas, fundaram as Assembleias de Deus e sua mensagem era acompanhada de milagres, testemunhos de cura e transformação de vidas. A mensagem pentecostal foi se espalhando por nossa nação, e hoje os pentecostais representam, no Brasil, a maior ala do segmento cristão evangélico, pelos dados do IBGE.

Há, no Brasil, aproximadamente 12 milhões de cidadãos que se dizem pertencentes às Assembleias de Deus (IBGE 2010). Note-se que em nossos dias, as Assembleias de Deus não são a única denominação pentecostal, há muitas igrejas em solo pátrio que fizeram da mensagem pentecostal a sua vocação, seja por origem, seja por mudança de pensamento por ocorrência de avivamentos e manifestação espontânea dos dons espirituais. As igrejas pentecostais comprometidas com a pregação e o ensino da Palavra de Deus têm como foco de sua mensagem a necessidade da salvação, do arrependimento de pecados, da realidade da vida eterna, da cura divina, da vida em santidade e da prática do testemunho da pessoa de Jesus Cristo.

A promessa do derramamento e revestimento de poder mediante o batismo com o Espírito Santo é para todos os cristãos. Na atualidade, muitas são as igrejas que fizeram da mensagem pentecostal a sua vocação.

CONCLUSÃO

Deus declarou que seu Espírito seria derramado sobre toda a carne, e essa promessa foi cumprida após o retorno de Jesus aos céus, no Dia de Pentecostes, Em um mundo repleto de pensamentos que se voltam cada dia mais contra Deus, a mensagem pentecostal e o poder de Deus dão à Igreja a autoridade para testemunhar de Jesus, trazendo libertação aos oprimidos, cura aos enfermos e salvação aos perdidos.

Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 4º Trimestre de 2018 - Título: O vento sopra onde quer – O ensino bíblico do Espírito Santo e sua operação na vida da Igreja – Comentarista: Alexandre Coelho

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