“Cheguemos, pois, com
confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar
graça, afim de sermos ajudados em tempo oportuno” Hb 4.16
As orações dos santos
no altar de ouro
Na lição desta semana,
analisaremos o incenso como uma atividade de adoração ao Senhor. Este ato
remonta à ideia de oração, súplicas e ação de graças ao Senhor.
O lugar santíssimo
O altar do incenso
ficava entre o lugar santo e o lugar santíssimo (Santo dos santos). Note que
sua localização representa uma transição de um lugar para outro em que se daria
de frente com a Arca da Aliança, o símbolo da presença de Deus. Logo, o incenso
apresentado pelos sacerdotes tinha a ver com a presença de Deus e sua santidade.
As orações dos santos
O incenso traz à
memória às orações dos santos de todos os tempos. Uma vida de oração é
sobrevivência espiritual. Por isso, nosso Senhor deixou um modelo perfeito de
súplica pelo qual devemos nos achegar a Deus (Mt 6.9-13). Assim, necessitamos
falar com o Altíssimo no sentido do que Jesus nos ensinou.
Precisamos está ligado
ao trono da graça de Deus por meio da oração, um incenso suave ao Senhor.
Busque-o de todo o seu coração e com toda a sua força!
Leitura Bíblica - Levítico 16.12,13; Apocalipse 5.6-10
A oração, qual incenso
precioso, é a maior oferenda que podemos apresentar ao Pai Celeste, através do
Senhor Jesus, com a ajuda do Espírito Santo.
O LUGAR SANTÍSSIMO
Para se oferecer o
incenso ao Senhor, três coisas eram necessárias: o lugar, o altar e a
cerimônia. Apenas o sumo sacerdote estava autorizado a conduzir esse ato de
adoração.
1. O Lugar Santo.
No
Lugar Santo, ficavam três mobílias: o candelabro, à esquerda de quem entrava; a
mesa dos pães da proposição, à direita; e, no limiar, entre o Lugar Santo e o
Santíssimo, bem em frente ao véu que os separava, estava o altar do incenso (Êx
26.35).
Há algo muito
importante que devemos considerar. Embora o altar de incenso estivesse no Lugar
Santo, era considerado também parte da mobília do Santo dos Santos juntamente
com a arca da aliança (Hb 9.1-10).
2. O altar do incenso.
Feito
de madeira de acácia, o altar de incenso era revestido de ouro, sendo estas as
suas medidas: um côvado de comprimento, um de largura e dois de altura (Êx
30.1-10; 37.25-28). Os seus ornatos compunham-se de quatro chifres, bordas,
quatro argolas e dois varais; tudo revestido de fino ouro.
3. A composição do
incenso.
O incenso destinado ao altar de ouro não podia ser usado
indistintamente; era de uso exclusivo do Senhor (Êx 30.38). Esta era a sua
composição: estoraque, ônica e gálbano (Êx 30.34-36). A receita do perfume não
constituía nenhum segredo. Todavia, se alguém o reproduzisse para uso profano
seria punido severamente.
4. A cerimônia.
O
incenso só podia ser queimado com as brasas do altar de bronze (Lv 16.12). E,
já de posse destas, o sacerdote aproximava-se do altar de ouro para queimar o
incenso no altar de ouro. Dessa forma, a nuvem do incenso cobria o
propiciatório, mostrando à Casa de Israel o favor divino (Lv 16.13).
Observemos que, antes
de achegar-se ao altar de ouro, o sacerdote tinha de passar, necessariamente,
pelo altar de bronze. Isso significa que, sem o sangue de Cristo, jamais
teremos acesso ao trono da graça (Hb 9.12).
No Apocalipse, a oração
dos santos aparece como o mais precioso dos incensos. Subindo aos Céus, recende
o clamor dos santos; descendo à Terra, exala julgamentos e punições. Dessa
imagem, concluímos que o poder da oração, quando feita de acordo com a vontade
de Deus, é ilimitado; vai além da eternidade.
Sendo
a Igreja de Cristo a comunidade de clamor e intercessão por excelência, não
pode ela, sob hipótese alguma, esquecer-se de sua obrigação básica: clamar e
interceder; preciosíssimo incenso. De nossos rogos, dependem a sociedade e a
nação. Ainda que estas se achem indiferentes às coisas divinas, imploremos a
Deus que intervenha nos assuntos e negócios humanos. Se o fizermos, Ele
intervirá como tem intervindo seja na biografia do homem mais humilde, seja na
história do reino mais exaltado e poderoso.
Sem
um retorno imediato à Palavra de Deus e à oração, jamais experimentaremos o
avivamento de que tanto precisamos. Se lermos a Bíblia piedosamente e se nos
curvarmos em orações e súplicas, o Espírito Santo jamais deixará de mover-se
poderosamente entre nós. Acheguemo-nos ao trono da graça; ofereçamos ao Pai,
por meio do Consolador, o incenso de nossos rogos, petições e clamores.
Neste
capítulo, mostraremos que, na História Sagrada, oração e incenso são
inseparáveis. Oremos sem cessar. E o mundo sentirá, em nós, o bom cheiro de
Cristo. Na presença do Senhor, assemelhamo-nos ao turíbulo de Arão; incensamos
os Céus e a Terra.
A
TEOLOGIA DA ORAÇÃO
Existe, sim, uma
teologia da oração. Ela permeia toda a Bíblia; vai do Gênesis ao Apocalipse.
Encontra-se na boca dos profetas, nos lábios dos apóstolos e na alma do próprio
Cristo. Neste tópico, apesar da exiguidade do espaço de que dispomos, faremos
um pequeno esboço dessa teologia, que, embora desconhecida, é preciosa;
imprescindível.
1. A
oração, a voz da alma.
A palavra “oração”, proveniente do vocábulo latino
orationem, comporta ricos enunciados à nossa vida espiritual. Num primeiro
momento, pode ser compreendida como a súplica que o peregrino, assediado por
ânsias e almejos, endereça ao Pai Celeste. Nesse sentido, a oração é rogo,
pedido e prece.
Num
segundo momento, a oração pode ser vista como a petição que esse mesmo
peregrino, agora já não preocupado consigo, faz em favor do companheiro que
desmaia na jornada à Jerusalém Celestial; intercessão amorosa.
Recorramos
ao idioma do Antigo Testamento, para vermos como a palavra “oração” foi usada
pelo cantor-mor de Israel. No quarto salmo do saltério hebreu, Davi roga ao
Senhor num momento de grande e inesperada angústia:
“Responde-me quando clamo,
ó Deus da minha justiça; na angústia, me tens aliviado; tem misericórdia de mim
e ouve a minha oração” (Sl 4.1, ARA).
O
termo utilizado pelo autor sagrado, em sua prece, é o que melhor descreve a
atitude do homem que, exilado no mundo, busca a face de Deus. O vocábulo
hebraico tephillah significa oração, súplica, intercessão e hino. Este último
significado encerra muita beleza. Até este momento, humildemente confesso, eu
ainda não tinha olhado a oração como um hino que, na angústia, entoamos a Deus.
Bem cantou o poeta sacro:
“Os mais belos hinos e poesias foram escritos em
tribulação, e do céu, as mais lindas melodias, se ouviram na escuridão”.
Sim,
querido leitor, a oração é poesia e hino.
Já
imaginou se nos fosse possível registrar todas as orações que chegam ao Pai
Celeste num só dia? Quantas obras-primas, partidas do mais fundo da alma,
não teríamos. Aqui, uma prece em português; cântico mais alto que o de Camões.
Ali, uma oração em italiano; poesia mais sublime que a de Dante. Mais além, uma
petição em língua alemã; verso mais belo que o de Goethe. Na Rússia, uma
intercessão que supera a maravilhosa prosa de Tolstói. Já na China, apesar de
todos os empecilhos do regime comunista, ouviríamos confissões que superam a
sinceridade de Confúcio e a força de Lao-Tsé.
Entremos
a examinar, agora, a língua na qual foi escrito o Novo Testamento. No capítulo
cinco de Apocalipse, assistimos à instalação da corte celestial, reunida
solenemente para a abertura do livro que, seguro na destra de Deus,
encontrava-se sob o poder de sete selos. Quando Jesus, ali identificado como o
Leão de Judá, tomou o livro das mãos do Todo Poderoso, algo ocorreu entre os
moradores do Céu, conforme a narrativa de João, o Teólogo:
Veio, pois, e tomou o
livro da mão direita daquele que estava sentado no trono; e, quando tomou o
livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se
diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de
incenso, que são as orações dos santos. (Ap 5.7,8, ARA)
Analisemos a palavra
grega, usada nessa passagem, para o substantivo “oração”. Nesse caso, como em
outros do Novo Testamento, o autor sagrado utiliza o termo proseuchê ; em sua essência,
em nada difere do tephillah hebreu. Além de seu primordial significado, lembra
o próprio lugar da oração. Em português, possuímos também um vocábulo para
designar o local consagrado aos rogos e petições: o oratório. Entre nós,
evangélicos, o termo é quase desconhecido. Mas, na igreja católica, é bastante
comum; descreve as capelinhas e nichos destinados às rezas e veneração de
imagens.
No
deslinde do vocábulo proseuchê, deveríamos ver, além da preocupação linguística, o
chamamento ao lugar das preces e das intercessões, conforme exorta-nos o Senhor
Jesus:
“Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta,
orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te
recompensará” (Mt 6.8, ARA).
Que
em cada domicílio evangélico, haja uma capela de oração; nosso quarto. Nesse
aposento tão reservado e querido, no qual descansamos e reavemos as forças,
depositemo-nos diariamente aos cuidados divinos. Antes de dormirmos e depois de
acordamos, conversemos com o Pai; confessemos-lhe as faltas e as transgressões;
narremos-lhe o nosso cotidiano; abramos-lhe a alma. Daí, sairemos renovados
para mais uma jornada, não de lutas e entreveros, mas de vitórias e triunfos.
2. A teologia da oração.
Nos parágrafos anteriores, pusemos-nos a descrever a oração, e não propriamente a defini-la. Como a teologia não pode nem deve prescindir de conceitos e exposições, buscaremos, agora, definir a oração. A partir desta definição, ser-nos-á possível ver a oração não mais como um dever enfadonho, mas como o maior deleite da alma.
A oração é o diálogo que o crente, capacitado pelos méritos de Jesus Cristo e por meio da ação intercessora do Espírito Santo, mantém com o Único e Verdadeiro Deus. Conquanto pareça monólogo, a oração é de fato um diálogo; comprovado e doce diálogo. Num salmo, por exemplo, temos a impressão de que a fala é apenas de Davi; a voz, a dicção e o estilo são indiscutivelmente dele. Todavia, nas entrelinhas do cântico, vemos o Senhor a responder-lhe por intermédio dessa mesma voz, dessa mesma dicção e desse mesmo estilo.
Trata-se, pois, de um monólogo dialogável. Outro exemplo do diálogo orante temo-lo na oração sacerdotal de Nosso Senhor. Na agonia da hora que se aproximava, Jesus desfaz-se em rogos e intercessões; somente Ele fala. Mas, se é diálogo, onde esta a voz de Deus? O Senhor, sendo a própria sabedoria, nem sempre se apressa a responder-nos. Às vezes, sua resposta é imediata; o momento requer urgência. Outras vezes, só vem a responder-nos após algumas gerações. O que lhe pedimos, hoje, será respondido, amanhã, aos nossos filhos e tataranetos.
Que a oração tem de ser espontânea, ninguém o nega. No entanto, ela requer racionalidade, método, palavras adequadas, constância, fé e piedade. Não há de ser um discurso aleatório, palavroso e vazio. Se é dirigida a Deus, demanda zelo e temor em sua composição. Eis porque, nas Sagradas Escrituras, o orar é visto como o antítipo mais perfeito do incenso. No fabrico deste, não basta jogar num frasco, ao acaso, as mais caras essências e substâncias. É necessário selecioná-las e dosá-las para que, dessa mesclagem, saia um aroma agradável não um cheiro sufocante. Sendo assim, como deve ser a nossa oração? Atentemos a algumas de suas partes.
Antes de tudo, dirijamo-nos a Deus, exaltando-o como o Criador e Senhor de todas as coisas. Reconhecendo-o de forma mais teológica que litúrgica, descansemos; nossas petições serão respondidas de acordo com a sua vontade. Não oravam assim Davi e Paulo?
Em segundo lugar, agradeçamos-lhe já por todos os bens recebidos. Antes da petição, a gratidão piedosa. No simples ato de agradecer, já selamos os rogos. No Salmo 103, o cantor sagrado eleva-se, aos Céus, em ações de graças por todos os benefícios de Jeová.
Na estação seguinte, confessemos ao Pai Celeste os pecados, faltas e transgressões. Não os citemos por atacado; varejemo-los; que nenhum seja omitido. Até mesmo as iniquidades mais feias e vergonhosas devem mencionadas pelo nome; se não houver um nome, que o seja pelo apelido.
Se você pensa que já é chegado o momento das petições, engana-se. Contenha as ansiedades. Esqueça-se de suas necessidades e carências; elas, pela fé, já não existem. Concentre-se nas carências e necessidades dos outros; altruísmo santo e bíblico. Ore pelo que o ofendeu; abençoe-o. Rogue por seu inimigo; ofereça-lhe amizade; não se limite a um armistício. Interceda por aqueles que o ignoram; faça-os conhecidos diante de Deus. Não deixe de lembrar-se dos enfermos, atribulados e angustiados. E, para que ninguém seja excluído de suas intercessões, faça uma lista; escreva cada nome e leia-os diante de Deus.
Agora, sim, faça as suas petições. Liste-as. Seja específico; descreva-as. Mas, via de regra, quando intercedemos pelos outros, o Senhor Jesus supre, em glória, todas as nossas precisões. Não foi o que ocorreu a Jó quando orava por seus molestos amigos? Naquele momento, seu cativeiro foi prontamente removido.
No encerramento de sua oração, dê continuidade à sua vida orante. Seus joelhos já não se acham dobrados. Mesmo assim, mantenha-se prostrado diante do Pai. Saia de seu quarto, mas prossiga a entrar, a cada instante, na presença de Deus.
3. O orador e o orante.
Na parábola de Jesus sobre o fariseu e o publicano, que foram ao Santo Templo, em Jerusalém, para orar, distinguimos no primeiro, o orador; e, no segundo, o orante. Nessa singela, mas belíssima narrativa, somos constrangidos a reconhecer que, nalguns momentos, cruzamos os limites entre a oração e a oratória. Leiamos a parábola de Jesus:
Dois homens foram ao templo para orar: um era fariseu e o outro era publicano. O fariseu ficou em pé e orava de si para si mesmo, desta forma: Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado. (Lc 18.10-14, ARA)
Foquemos inicialmente a figura orgulhosa, altiva e arrogante do fariseu. Não obstante estar na Casa de Deus, não se humilha; exalta-se como objeto do próprio culto. É difícil ver, em suas palavras, um judeu religioso; em sua arenga, vê-se um orador grego, que, dispensando uma introdução, faz logo a conclusão; justifica-se a si mesmo enumerando aparentes boas obras. Na verdade, ele não ora; faz oratória. Supõe que, de sua tribunazinha, é capaz de convencer até Deus.
Já o publicano, não tendo argumentos e não possuindo introdução alguma, limita-se a pronunciar uma oração de apenas sete minguadas palavras: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador!”. Garante o Senhor que este, e não aquele, retirou-se da presença de Deus justificado.
Se o primeiro é orador, o segundo é orante. Aquele brilha na oratória; este rebrilha na confissão.
Tal não é a nossa postura nas orações públicas? Nos grandes encontros, nem sempre temos oportunidade de exibir a nossa oratória. Mas, às vezes, chamam-nos a orar. Então, que na oração nos ostentemos como oradores. E, assim, rebuscando palavras e joeirando termos, oramos não a Deus, mas aos que, ali, nos ouvem. Não raro, aproveitamos a oportunidade para deixar um recado político, para firmar um posicionamento convencional e para amedrontar algum desafeto. Mas se somos, de fato, orantes, não precisamos de oração, nem de oratória para chegar à presença de Deus. Bastam as nove palavras do publicado, para que alcancemos o favor divino. Nossa prece, então, qual incenso precioso, chegará sem demora ao trono divino; manifestação da graça.
II. A SIMBOLOGIA DO INCENSO
Explicaremos, aqui, por que o incenso é tomado, na Bíblia Sagrada, como o símbolo máximo da oração. Veremos que, nas oferendas a Deus prescritas no Levítico, há uma belíssima teologia ascendente. Do holocausto, o primeiro dos sacrifícios, ao incenso do altar de ouro, a oferta derradeira e mais bela do Tabernáculo Santo, tudo quanto é apresentado ao Senhor sobe, porque Ele se acha assentado no alto e sublime trono. Mas encontra-se, também, na humildade e contrição do adorador fiel e sincero.
1. Homem, o ser que olha para cima.
A palavra “homem”, em grego, possui uma etimologia rica e significativa: aquele que olha para cima. Pelo menos é o que ensinam alguns filólogos. O termo anthropos, em si, já é um compêndio teológico. Tendo em vista essa predisposição da alma humana, o crente hebreu, em seu culto ao Senhor, buscava sempre uma oferta, seja animal seja vegetal, que, no altar sagrado, evolasse ao céu.
Tal descrição quadra-se muito bem ao holocausto e ao incenso; quando queimados, sobem; chegam às narinas divinas como aroma suave. Acredito que, de ambos, o incenso, como adiante veremos, é o mais representativo. Em primeiro lugar, porque só pode ser apresentado pelo adorador que já adorou no altar do holocausto; já redimido, tem condições agora de aproximar-se do altar de ouro.
2. Incenso, oração e prece.
A palavra latina “incenso” provém do vocábulo latino incensum, que, por sua vez, origina-se do verbo incendere, queimar. Ela descreve as substâncias queimadas em sacrifício.
Quimicamente, o incenso é o resultado de um composto de materiais aromáticos. Ao fogo, esses bióticos liberam fumaça perfumada. Os elementos do incenso são assim designados, porquanto são extraídos de seres vivos: as plantas.
A composição do incenso levítico, embora siga um processo comum, era destinada a um uso incomum: adorar a Deus. Ninguém, a não ser os ministros do altar, podiam usá-la; era algo sacratíssimo.
3. O uso religioso do incenso.
Acredita-se que o incenso começou a ser usado, para fins religiosos, no Egito dos Faraós. Importando preciosas resinas da Arábia, os sacerdotes de Heliópolis preparavam variados e finos incensos, para venerar os deuses e deusas que, prepotentes e vaidosos, requeriam adorações cada vez mais sofisticadas; tolas pretensões. O incenso era utilizado também nos templos gregos e romanos. Até na imemorial China tal prática era observada.
As igrejas católica e ortodoxa, cada uma com o seu próprio ritual, utiliza largamente o incenso em suas liturgias. Elas justificam tal prática, citando, fora de seu devido contexto, algumas passagens isoladas do Antigo Testamento. Hoje, porém, já não precisamos do incenso em nossa liturgia; o cerimonialismo da aliança passada cumpriu-se cabalmente na nova. Por que judaizar a Igreja de Cristo?
4. A imagem do incenso.
A imagem do incenso, como evolando devoções e serviços a Deus, provém de algumas passagens do Antigo Testamento. Veja esta oração do salmista: “Apresente-se a minha oração como incenso diante de ti...” (Sl 141.2). Noutras palavras, almejava ele que as suas preces, qual precioso incenso, subissem à presença do Senhor. E, juntamente com suas orações, sua alma ascenderia ao trono da graça.
No Antigo Testamento, a oferenda mais excelente que se podia oferecer ao Senhor, depois do holocausto, era o incenso. Ali, no limiar do lugar Santíssimo, o sacerdote entrava para, com temor e tremor, adorar ao Senhor com um incenso preparado exclusivamente àquela ocasião. Hoje, o sacrifício mais sublime que podemos oferecer ao Senhor são as orações, súplicas e ações de graças.
Por esse motivo, o Senhor Jesus recomenda-nos a entrar em nosso quarto, fechar a porta, e, no segredo de nossos aposentos, oferecer-lhe orações, lágrimas e louvores.
III. A OFERTA DE INCENSO
Para se oferecer o incenso ao Senhor, três coisas eram necessárias: o lugar, o altar e a cerimônia. Apenas o sumo sacerdote estava autorizado a conduzir esse ato de adoração.
1. O Lugar Santo.
No Lugar Santo, ficavam três mobílias: o candelabro, à esquerda de quem entrava; a mesa dos pães da proposição, à direita; e, no limiar, entre o Lugar Santo e o Santíssimo, bem em frente ao véu que os separava, estava o altar do incenso (Êx 26.35). É bom considerarmos que, embora o altar de incenso estivesse no Lugar Santo, era considerado parte da mobília do Santo dos Santos juntamente com a arca da aliança (Hb 9.1-10).
2. O altar do incenso.
Feito de madeira de acácia, o altar de incenso era revestido de ouro, sendo estas as suas medidas: um côvado de comprimento, um de largura e dois de altura (Êx 30.1-10; 37.25-28). Os seus ornatos compunham-se de quatro chifres, bordas, quatro argolas e dois varais; tudo revestido de fino ouro.
3. A composição do incenso.
O incenso destinado ao altar de ouro não podia ser usado indistintamente; era de uso exclusivo do Senhor (Êx 30.38). Esta era a sua composição: estoraque, ônica e gálbano (Êx 30.34-36). A receita do perfume não constituía nenhum segredo. Todavia, se alguém o reproduzisse para uso profano, seria punido severamente.
4. A cerimônia.
O incenso só podia ser queimado com as brasas do altar de bronze (Lv 16.12). Isso significa que a base da adoração cristã é a redenção no sangue de Jesus Cristo. E, já de posse do fogo sagrado, o sacerdote aproximava-se do altar de ouro para queimar o incenso no altar de ouro. E, dessa forma, a nuvem do incenso cobria o propiciatório, mostrando à Casa de Israel o favor divino (Lv 16.13).
IV. A ORAÇÃO DOS SANTOS, SUAVE E PRECIOSO INCENSO
A oração dos santos, qual incenso precioso, é inimitável em seus efeitos. Ninguém, a não ser que conte com a ajuda do Espírito Santo, pode elevá-la ao trono divino.
1. A receita para uma oração perfeita.
O Senhor Jesus, no Sermão da Montanha, entregou a seus discípulos os ingredientes de uma oração perfeita (Mt 6.9-13). Ele exorta-nos também a não imitarmos os gentios e hipócritas que, presumidos e soberbos, imaginam que, pelo seu muito falar, serão ouvidos (Mt 6.7).
Fechemo-nos em nosso quarto e, ali, qual santo dos santos, falemos com o Pai Celeste (Mt 6.5,6). Dessa maneira, poderemos entrar com ousadia e confiança no trono da graça (Hb 4.16). Pode haver incenso mais excelente do que a oração dos santos? Todas as nossas súplicas chegarão aos céus por intermédio do Espírito Santo, que intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26).
2. A oração como sacrifício ao Senhor.
O salmista, conhecendo perfeitamente a simbologia do incenso sagrado, assim orou ao Senhor: “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde” (Sl 141.2). Quando nos dedicamos integralmente ao Senhor, toda a nossa vida torna-se uma oferenda a Deus (Ef 5.2; Fp 2.17; 2 Tm 4.6).
3. A oração dos santos na Grande Tribulação.
No período da Grande Tribulação, logo após o arrebatamento da Igreja, haverá um número incontável de mártires provindos de todos os povos e nações (Ap 9.9-17). Apesar da perseguição que lhes moverá o Anticristo, eles atuarão como fiéis testemunhas de Jesus Cristo. As orações desses santos serão recebidas, em cima nos céus, como incenso de grande valor (Ap 5.8; 8.3). Ninguém pode deter o poder de um santo que, no oculto de seu quarto, roga a intervenção do Santo dos santos (Tg 5.16). Irmãos, orai sem cessar (1 Ts 5.17).
CONCLUSÃO
Como está a nossa vida de oração? Se já não arrumamos tempo para orar antes de iniciarmos a jornada diária, é hora de repensar nossas prioridades. Antes de tudo, reconsidere sua agenda. Nada pode estar acima das prioridades do Reino de Deus.
Oração, leitura da Palavra e reflexão piedosa.
Pode haver melhor composição para o incenso que, do altar de nossa alma, evole ao trono da graça?
Senhor, ajuda-nos.
2. A teologia da oração.
Nos parágrafos anteriores, pusemos-nos a descrever a oração, e não propriamente a defini-la. Como a teologia não pode nem deve prescindir de conceitos e exposições, buscaremos, agora, definir a oração. A partir desta definição, ser-nos-á possível ver a oração não mais como um dever enfadonho, mas como o maior deleite da alma.
A oração é o diálogo que o crente, capacitado pelos méritos de Jesus Cristo e por meio da ação intercessora do Espírito Santo, mantém com o Único e Verdadeiro Deus. Conquanto pareça monólogo, a oração é de fato um diálogo; comprovado e doce diálogo. Num salmo, por exemplo, temos a impressão de que a fala é apenas de Davi; a voz, a dicção e o estilo são indiscutivelmente dele. Todavia, nas entrelinhas do cântico, vemos o Senhor a responder-lhe por intermédio dessa mesma voz, dessa mesma dicção e desse mesmo estilo.
Trata-se, pois, de um monólogo dialogável. Outro exemplo do diálogo orante temo-lo na oração sacerdotal de Nosso Senhor. Na agonia da hora que se aproximava, Jesus desfaz-se em rogos e intercessões; somente Ele fala. Mas, se é diálogo, onde esta a voz de Deus? O Senhor, sendo a própria sabedoria, nem sempre se apressa a responder-nos. Às vezes, sua resposta é imediata; o momento requer urgência. Outras vezes, só vem a responder-nos após algumas gerações. O que lhe pedimos, hoje, será respondido, amanhã, aos nossos filhos e tataranetos.
Que a oração tem de ser espontânea, ninguém o nega. No entanto, ela requer racionalidade, método, palavras adequadas, constância, fé e piedade. Não há de ser um discurso aleatório, palavroso e vazio. Se é dirigida a Deus, demanda zelo e temor em sua composição. Eis porque, nas Sagradas Escrituras, o orar é visto como o antítipo mais perfeito do incenso. No fabrico deste, não basta jogar num frasco, ao acaso, as mais caras essências e substâncias. É necessário selecioná-las e dosá-las para que, dessa mesclagem, saia um aroma agradável não um cheiro sufocante. Sendo assim, como deve ser a nossa oração? Atentemos a algumas de suas partes.
Antes de tudo, dirijamo-nos a Deus, exaltando-o como o Criador e Senhor de todas as coisas. Reconhecendo-o de forma mais teológica que litúrgica, descansemos; nossas petições serão respondidas de acordo com a sua vontade. Não oravam assim Davi e Paulo?
Em segundo lugar, agradeçamos-lhe já por todos os bens recebidos. Antes da petição, a gratidão piedosa. No simples ato de agradecer, já selamos os rogos. No Salmo 103, o cantor sagrado eleva-se, aos Céus, em ações de graças por todos os benefícios de Jeová.
Na estação seguinte, confessemos ao Pai Celeste os pecados, faltas e transgressões. Não os citemos por atacado; varejemo-los; que nenhum seja omitido. Até mesmo as iniquidades mais feias e vergonhosas devem mencionadas pelo nome; se não houver um nome, que o seja pelo apelido.
Se você pensa que já é chegado o momento das petições, engana-se. Contenha as ansiedades. Esqueça-se de suas necessidades e carências; elas, pela fé, já não existem. Concentre-se nas carências e necessidades dos outros; altruísmo santo e bíblico. Ore pelo que o ofendeu; abençoe-o. Rogue por seu inimigo; ofereça-lhe amizade; não se limite a um armistício. Interceda por aqueles que o ignoram; faça-os conhecidos diante de Deus. Não deixe de lembrar-se dos enfermos, atribulados e angustiados. E, para que ninguém seja excluído de suas intercessões, faça uma lista; escreva cada nome e leia-os diante de Deus.
Agora, sim, faça as suas petições. Liste-as. Seja específico; descreva-as. Mas, via de regra, quando intercedemos pelos outros, o Senhor Jesus supre, em glória, todas as nossas precisões. Não foi o que ocorreu a Jó quando orava por seus molestos amigos? Naquele momento, seu cativeiro foi prontamente removido.
No encerramento de sua oração, dê continuidade à sua vida orante. Seus joelhos já não se acham dobrados. Mesmo assim, mantenha-se prostrado diante do Pai. Saia de seu quarto, mas prossiga a entrar, a cada instante, na presença de Deus.
3. O orador e o orante.
Na parábola de Jesus sobre o fariseu e o publicano, que foram ao Santo Templo, em Jerusalém, para orar, distinguimos no primeiro, o orador; e, no segundo, o orante. Nessa singela, mas belíssima narrativa, somos constrangidos a reconhecer que, nalguns momentos, cruzamos os limites entre a oração e a oratória. Leiamos a parábola de Jesus:
Dois homens foram ao templo para orar: um era fariseu e o outro era publicano. O fariseu ficou em pé e orava de si para si mesmo, desta forma: Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado. (Lc 18.10-14, ARA)
Foquemos inicialmente a figura orgulhosa, altiva e arrogante do fariseu. Não obstante estar na Casa de Deus, não se humilha; exalta-se como objeto do próprio culto. É difícil ver, em suas palavras, um judeu religioso; em sua arenga, vê-se um orador grego, que, dispensando uma introdução, faz logo a conclusão; justifica-se a si mesmo enumerando aparentes boas obras. Na verdade, ele não ora; faz oratória. Supõe que, de sua tribunazinha, é capaz de convencer até Deus.
Já o publicano, não tendo argumentos e não possuindo introdução alguma, limita-se a pronunciar uma oração de apenas sete minguadas palavras: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador!”. Garante o Senhor que este, e não aquele, retirou-se da presença de Deus justificado.
Se o primeiro é orador, o segundo é orante. Aquele brilha na oratória; este rebrilha na confissão.
Tal não é a nossa postura nas orações públicas? Nos grandes encontros, nem sempre temos oportunidade de exibir a nossa oratória. Mas, às vezes, chamam-nos a orar. Então, que na oração nos ostentemos como oradores. E, assim, rebuscando palavras e joeirando termos, oramos não a Deus, mas aos que, ali, nos ouvem. Não raro, aproveitamos a oportunidade para deixar um recado político, para firmar um posicionamento convencional e para amedrontar algum desafeto. Mas se somos, de fato, orantes, não precisamos de oração, nem de oratória para chegar à presença de Deus. Bastam as nove palavras do publicado, para que alcancemos o favor divino. Nossa prece, então, qual incenso precioso, chegará sem demora ao trono divino; manifestação da graça.
II. A SIMBOLOGIA DO INCENSO
Explicaremos, aqui, por que o incenso é tomado, na Bíblia Sagrada, como o símbolo máximo da oração. Veremos que, nas oferendas a Deus prescritas no Levítico, há uma belíssima teologia ascendente. Do holocausto, o primeiro dos sacrifícios, ao incenso do altar de ouro, a oferta derradeira e mais bela do Tabernáculo Santo, tudo quanto é apresentado ao Senhor sobe, porque Ele se acha assentado no alto e sublime trono. Mas encontra-se, também, na humildade e contrição do adorador fiel e sincero.
1. Homem, o ser que olha para cima.
A palavra “homem”, em grego, possui uma etimologia rica e significativa: aquele que olha para cima. Pelo menos é o que ensinam alguns filólogos. O termo anthropos, em si, já é um compêndio teológico. Tendo em vista essa predisposição da alma humana, o crente hebreu, em seu culto ao Senhor, buscava sempre uma oferta, seja animal seja vegetal, que, no altar sagrado, evolasse ao céu.
Tal descrição quadra-se muito bem ao holocausto e ao incenso; quando queimados, sobem; chegam às narinas divinas como aroma suave. Acredito que, de ambos, o incenso, como adiante veremos, é o mais representativo. Em primeiro lugar, porque só pode ser apresentado pelo adorador que já adorou no altar do holocausto; já redimido, tem condições agora de aproximar-se do altar de ouro.
2. Incenso, oração e prece.
A palavra latina “incenso” provém do vocábulo latino incensum, que, por sua vez, origina-se do verbo incendere, queimar. Ela descreve as substâncias queimadas em sacrifício.
Quimicamente, o incenso é o resultado de um composto de materiais aromáticos. Ao fogo, esses bióticos liberam fumaça perfumada. Os elementos do incenso são assim designados, porquanto são extraídos de seres vivos: as plantas.
A composição do incenso levítico, embora siga um processo comum, era destinada a um uso incomum: adorar a Deus. Ninguém, a não ser os ministros do altar, podiam usá-la; era algo sacratíssimo.
3. O uso religioso do incenso.
Acredita-se que o incenso começou a ser usado, para fins religiosos, no Egito dos Faraós. Importando preciosas resinas da Arábia, os sacerdotes de Heliópolis preparavam variados e finos incensos, para venerar os deuses e deusas que, prepotentes e vaidosos, requeriam adorações cada vez mais sofisticadas; tolas pretensões. O incenso era utilizado também nos templos gregos e romanos. Até na imemorial China tal prática era observada.
As igrejas católica e ortodoxa, cada uma com o seu próprio ritual, utiliza largamente o incenso em suas liturgias. Elas justificam tal prática, citando, fora de seu devido contexto, algumas passagens isoladas do Antigo Testamento. Hoje, porém, já não precisamos do incenso em nossa liturgia; o cerimonialismo da aliança passada cumpriu-se cabalmente na nova. Por que judaizar a Igreja de Cristo?
4. A imagem do incenso.
A imagem do incenso, como evolando devoções e serviços a Deus, provém de algumas passagens do Antigo Testamento. Veja esta oração do salmista: “Apresente-se a minha oração como incenso diante de ti...” (Sl 141.2). Noutras palavras, almejava ele que as suas preces, qual precioso incenso, subissem à presença do Senhor. E, juntamente com suas orações, sua alma ascenderia ao trono da graça.
No Antigo Testamento, a oferenda mais excelente que se podia oferecer ao Senhor, depois do holocausto, era o incenso. Ali, no limiar do lugar Santíssimo, o sacerdote entrava para, com temor e tremor, adorar ao Senhor com um incenso preparado exclusivamente àquela ocasião. Hoje, o sacrifício mais sublime que podemos oferecer ao Senhor são as orações, súplicas e ações de graças.
Por esse motivo, o Senhor Jesus recomenda-nos a entrar em nosso quarto, fechar a porta, e, no segredo de nossos aposentos, oferecer-lhe orações, lágrimas e louvores.
III. A OFERTA DE INCENSO
Para se oferecer o incenso ao Senhor, três coisas eram necessárias: o lugar, o altar e a cerimônia. Apenas o sumo sacerdote estava autorizado a conduzir esse ato de adoração.
1. O Lugar Santo.
No Lugar Santo, ficavam três mobílias: o candelabro, à esquerda de quem entrava; a mesa dos pães da proposição, à direita; e, no limiar, entre o Lugar Santo e o Santíssimo, bem em frente ao véu que os separava, estava o altar do incenso (Êx 26.35). É bom considerarmos que, embora o altar de incenso estivesse no Lugar Santo, era considerado parte da mobília do Santo dos Santos juntamente com a arca da aliança (Hb 9.1-10).
2. O altar do incenso.
Feito de madeira de acácia, o altar de incenso era revestido de ouro, sendo estas as suas medidas: um côvado de comprimento, um de largura e dois de altura (Êx 30.1-10; 37.25-28). Os seus ornatos compunham-se de quatro chifres, bordas, quatro argolas e dois varais; tudo revestido de fino ouro.
3. A composição do incenso.
O incenso destinado ao altar de ouro não podia ser usado indistintamente; era de uso exclusivo do Senhor (Êx 30.38). Esta era a sua composição: estoraque, ônica e gálbano (Êx 30.34-36). A receita do perfume não constituía nenhum segredo. Todavia, se alguém o reproduzisse para uso profano, seria punido severamente.
4. A cerimônia.
O incenso só podia ser queimado com as brasas do altar de bronze (Lv 16.12). Isso significa que a base da adoração cristã é a redenção no sangue de Jesus Cristo. E, já de posse do fogo sagrado, o sacerdote aproximava-se do altar de ouro para queimar o incenso no altar de ouro. E, dessa forma, a nuvem do incenso cobria o propiciatório, mostrando à Casa de Israel o favor divino (Lv 16.13).
IV. A ORAÇÃO DOS SANTOS, SUAVE E PRECIOSO INCENSO
A oração dos santos, qual incenso precioso, é inimitável em seus efeitos. Ninguém, a não ser que conte com a ajuda do Espírito Santo, pode elevá-la ao trono divino.
1. A receita para uma oração perfeita.
O Senhor Jesus, no Sermão da Montanha, entregou a seus discípulos os ingredientes de uma oração perfeita (Mt 6.9-13). Ele exorta-nos também a não imitarmos os gentios e hipócritas que, presumidos e soberbos, imaginam que, pelo seu muito falar, serão ouvidos (Mt 6.7).
Fechemo-nos em nosso quarto e, ali, qual santo dos santos, falemos com o Pai Celeste (Mt 6.5,6). Dessa maneira, poderemos entrar com ousadia e confiança no trono da graça (Hb 4.16). Pode haver incenso mais excelente do que a oração dos santos? Todas as nossas súplicas chegarão aos céus por intermédio do Espírito Santo, que intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26).
2. A oração como sacrifício ao Senhor.
O salmista, conhecendo perfeitamente a simbologia do incenso sagrado, assim orou ao Senhor: “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde” (Sl 141.2). Quando nos dedicamos integralmente ao Senhor, toda a nossa vida torna-se uma oferenda a Deus (Ef 5.2; Fp 2.17; 2 Tm 4.6).
3. A oração dos santos na Grande Tribulação.
No período da Grande Tribulação, logo após o arrebatamento da Igreja, haverá um número incontável de mártires provindos de todos os povos e nações (Ap 9.9-17). Apesar da perseguição que lhes moverá o Anticristo, eles atuarão como fiéis testemunhas de Jesus Cristo. As orações desses santos serão recebidas, em cima nos céus, como incenso de grande valor (Ap 5.8; 8.3). Ninguém pode deter o poder de um santo que, no oculto de seu quarto, roga a intervenção do Santo dos santos (Tg 5.16). Irmãos, orai sem cessar (1 Ts 5.17).
CONCLUSÃO
Como está a nossa vida de oração? Se já não arrumamos tempo para orar antes de iniciarmos a jornada diária, é hora de repensar nossas prioridades. Antes de tudo, reconsidere sua agenda. Nada pode estar acima das prioridades do Reino de Deus.
Oração, leitura da Palavra e reflexão piedosa.
Pode haver melhor composição para o incenso que, do altar de nossa alma, evole ao trono da graça?
Senhor, ajuda-nos.
Fonte:
Livro de Apoio – Adoração, Santidade e Serviço - Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico - Claudionor de Andrade
Lições Bíblicas 3º Trim.2018 - Adoração, Santidade e Serviço - Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico - Comentarista: Claudionor de Andrade
Livro de Apoio – Adoração, Santidade e Serviço - Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico - Claudionor de Andrade
Lições Bíblicas 3º Trim.2018 - Adoração, Santidade e Serviço - Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico - Comentarista: Claudionor de Andrade
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