“Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende
bom ânimo, sou eu; não temais” Mt 14.27
Este é
um dos grandes ‘sinais’ narrados por João para que crêssemos que Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus, e para que crendo, tenhamos vida em Seu nome, cap.
20.31. Os judeus, considerando-O o grande Líder político, designado para salvar
a pátria, tinham o intuito de arrebatá-lo e proclamá-lo Rei. Jesus, porém, ao
andar sobre o mar, manifestou-se, não como um mero político em uma esfera
limitada, mas como o divino Criador com supremo poder sobre o universo. O mar
da Galileia, apesar de não ser mais que um lago, sofre grandes temporais.
Turistas testificam que se desencadeiam lá tempestades repentinas e tão
violentas que a superfície do lago parece como as águas fervendo de um
gigantesco caldeirão. Logo o barco chegou à terra para onde iam (v.21).
É uma figura expressiva e palpitante do Cristo atual:
1) Já subiu para orar noutro alto, Mt
14.23; Hb 7.26; 9.24.
2) O mar deste mundo é muito tempestuoso,
Lc 21.25-28.
3) A quarta vigília (Mt 14.25), Jesus está
para voltar, Rm 13.11-14.
4) Com a vinda de Jesus cessa o vento. Ele
não deixa a tempestade aumentar demasiado; antes de chegar ao extremo, Ele
aparecerá sobre as ondas mais elevadas, Lc 21.28.
5) Com a chegada de Jesus, o barco já
estava no porto, não se tinha desviado um metro da rota, durante o temporal. Com
a Sua chegada findarão todos os problemas e logo entraremos no porto onde
jamais baterão ventos nem tormenta” (BOYER, Orlando. Espada Cortante. Lucas,
João e Atos. Volume 2. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, pp.267,268).
O fato de Jesus andar sobre o mar consolidou
seu senhorio sobre a natureza, evidenciando sua divindade.
Grande parte do ministério do Senhor Jesus fora
desenvolvida às margens do mar da Galileia. Uma vez que na verdade se trata de
um grande lago de água doce, muitas pequenas cidades se formavam em seu entorno
por causa de suas águas.
Leitura Bíblica - João 6.16-21
INTRODUÇÃO
Seguindo seu propósito de demonstrar que Jesus
é o Cristo, o Ungido (Jo 20.30,31), João relata o “quinto sinal”. Cotejado com
as narrativas de dois dos Sinóticos — Mateus (14.23-36) e Marcos (6.45-56) — o
material joanino parece estar incompleto. Todavia, como já foi dito, cada
Evangelho possui suas peculiaridades e o de João não é diferente. Como poderá
ser visto, para os propósitos do quarto Evangelho, as informações constantes
nesta pequena porção bíblica são suficientes.
I. OS DISCÍPULOS E A PERSPECTIVA DO REINO
1. Jesus retira-se sozinho para o monte.
O
texto estudado anteriormente termina com duas informações, sendo que a ênfase
da lição passada recaiu apenas sobre a primeira delas. Neste tópico, a segunda
será mais bem explorada para se entender o contexto do quinto sinal. João diz
que Jesus “tornou a retirar-se, ele só, para o monte” (Jo 6.15). Não poucas
vezes o Mestre retirou-se para períodos a sós com o Pai (Mc 1.35; Lc 5.16;
6.12).
2. Os discípulos com o coração endurecido.
No
texto paralelo de Marcos para essa narrativa, o evangelista observa que os
discípulos “não tinham compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração
estava endurecido” (Mc 6.52). Acostumados à ideia de que um grande feito como
aquele deveria culminar com nada menos que o coroamento e a ascensão definitiva
do seu Mestre, os discípulos certamente ficaram decepcionados e, por isso
mesmo, com o coração “endurecido” pela atitude de Jesus.
3. “Jesus não tinha chegado perto deles”.
O
texto joanino diz que no período da tarde os discípulos desceram para o mar
(v.16). Eles então embarcaram “em direção a Cafarnaum; e era já escuro, e ainda
Jesus não tinha chegado perto deles” (v.17). Esse tempo que Jesus se deteve em
oração talvez tenha sido oportuno para que os discípulos refletissem melhor e,
quem sabe, entendessem a diferença entre a perspectiva humana e a do Reino.
Ponto Importante
Ao permitir que, em alguns momentos, fiquemos
sozinhos, Deus certamente dá-nos grandes lições espirituais.
1. A situação do mar.
Os discípulos haviam
descido para o mar e já era noite quando zarparam rumo a Cafarnaum. Devido à
topografia da região, cercada por montes, onde está situado o “mar” da
Galileia, trata-se na verdade de um imenso lago de água doce cuja superfície
encontra-se 210 metros abaixo do nível do mar. Ventos originados no mar
Mediterrâneo sopram pelo vale do grande lago, fazendo com que as águas deste se
agitem tornando-se perigosas (Mc 4.35-41). É exatamente isso que o texto
informa ao dizer que “o mar se levantou, porque um grande vento assoprava”
(v.18).
2. O progresso da viagem.
Os discípulos
haviam remado por muitas horas, praticamente a noite inteira, e não conseguiram
navegar mais que cinco ou seis quilômetros, pois o grande vento que assoprava
não permitira o progresso da viagem (vv.18,19). Isso aconteceu a despeito de
alguns deles serem pescadores e, consequentemente, experientes na arte da
navegação.
3. Jesus anda sobre o mar.
Foi em meio a
este momento difícil que os discípulos avistaram algo inusitado, que os fez
temer mais ainda: uma pessoa andando sobre o mar (v.19). Se dentro de um barco
a situação era desesperadora, o que dizer daquela experiência? Felizmente, não
se tratava de nada do imaginário que povoava o folclore judaico (Mt 14.25,26;
Mc 6.48,49), mas era o Mestre que, de forma sobrenatural e milagrosa, andava
sobre as águas tempestuosas e revoltas do mar da Galileia.
Ponto Importante
O inusitado pode não ser necessariamente o que
imaginamos, por isso, é importante estar atento para novas experiências.
1. Na resposta, a afirmação do nome de Deus.
Reconhecendo
o pavor que tomara conta dos discípulos, o Mestre identifica-se desde onde
está, dizendo a eles que não temessem. Contudo, os melhores comentaristas são
unânimes em dizer que o texto vai muito além de uma resposta que visava apenas
um reconhecimento superficial; antes, ao afirmar “Sou eu” (v.20), Jesus alude a
um dos mais conhecidos nomes divinos do Antigo Testamento (Êx 3.14; Is
43.10,11,25).
2. A divindade do Senhor.
Com a resposta
do Senhor aos discípulos, identificando-se com Deus, somado ao fato de Ele
estar andando sobre as águas, ao colégio apostólico, bem como aos leitores de
João, não resta nenhuma dúvida: Jesus é Deus, pois somente o Criador, desde o
Antigo Testamento, tem tal poder (Jó 9.8; Sl 77.19).
3. Do assombro à esperança.
Do primeiro
momento em que estavam endurecidos, e posteriormente espantados, os discípulos
passaram então à esperança, pois receberam o Mestre, diz João, “de boa mente”,
conseguindo chegar, em segurança, à outra margem, para o local onde tinham por
destino (v.21).
Ponto Importante
Em meio às dificuldades Deus pode revelar
grandes coisas, basta apenas prestar a atenção.
CONCLUSÃO
O grande ensinamento desta lição é justamente o
fato de Jesus ter “deixado” seus discípulos por um período de tempo, permitindo
que estes refletissem e enfrentassem as dificuldades de uma viagem corriqueira.
Isso fez com que eles experimentassem a verdade de que se o Senhor estiver no
barco tudo vai bem.
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 3º Trimestre de 2018 - Título: Milagres de Jesus — A fé realizando o impossível - César Moisés Carvalho
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