“Enquanto estou no mundo, sou a luz do
mundo” Jo 9.5
9.6,7 Isto não é típico da maneira
como Jesus operava milagres, de acordo com João. Mas Marcos registra dois
incidentes de cura miraculosa em que Jesus usou a saliva — para curar um homem
surdo e mudo e para curar um homem cego (Marcos 7.33; 8.23).
O relato de João, porém, fornece o único
registro de Jesus cuspindo na terra e formando lodo. Desde a antiguidade,
pensava-se que o cuspe ou saliva possuía algum poder medicinal. Mas os judeus
desconfiavam de qualquer pessoa que usasse saliva para curar, porque tal atitude
estava associada com artes mágicas. Vale a pena notar, porém, que o papel da
saliva de Jesus na cura era principalmente o de fazer lodo. Como já foi
salientado anteriormente ([...]), Jesus não usava objetos aleatórios sem um
propósito específico. Primeiro, Jesus usou o lodo para ajudar a desenvolver a
fé do homem (ele tinha que fazer o que Jesus lhe disse: ir e se lavar em um
certo tanque). Segundo, Jesus amassou o lodo com suas mãos a fim de colocá-lo
sobre os olhos do homem. Isto constituía ‘trabalho’ em um dia de sábado e iria
perturbar os fariseus. Jesus tinha muito que lhes ensinar sobre Deus e o seu
sábado” (Comentário do Novo Testamento. Aplicação Pessoal. Volume 1. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2009, p.544).
Ao dar vista ao cego, Jesus devolveu-lhe
também a dignidade, tirando-o da mendicância, e o libertou da opressão
religiosa.
O ritmo frenético imposto pela vida
moderna priva-nos de ver outras dimensões da realidade. Somos condicionados a
enxergar apenas àquilo que está imediatamente relacionado aos nossos afazeres.
Se por um lado este ritmo de vida certamente já é desgastante e prejudicial à
saúde, por outro, tal corre-corre torna-nos muitas vezes insensíveis diante das
necessidades das pessoas. Automatizados por tantas obrigações, acabamos
sobrecarregados e sem tempo para coisas simples. Quando encontramos textos como
o da lição de hoje, vemos um nítido contraste entre a postura de Jesus, Filho
de Deus, e muitos de nós cujas atribuições humanas servem como abismos que nos
separam da dura realidade de milhões de pessoas necessitadas. Que com o estudo
da lição de hoje possamos aprender com Jesus e assim passarmos a olhar para
além dos nossos interesses pessoais.
Texto Bíblico: João 9.1-9
INTRODUÇÃO
O sexto milagre relatado por João encontra-se em uma narrativa dividida em cinco partes (9.1-41), sempre seguindo a divisão do apóstolo do amor, que intercala sinais e palavra, ou seja, milagres seguidos por discursos de Jesus. O texto bíblico da presente lição traz apenas a primeira dessas cinco divisões e relata o milagre em si. No entanto, a continuidade da narrativa contém profundas lições, não apenas espirituais, mas também teológicas, que servem como formas de identificar as diferenças entre os princípios doutrinários da religiosidade judaica em relação ao Evangelho de Jesus Cristo cujo fim é levar à “cegueira” os que pensam ver e dar vista aos que são conscientes de que não “enxergam” (Jo 9.39).
I. A LUZ DO MUNDO
1. Jesus contempla o cego.
A observação de que “passando Jesus, viu um homem cego de nascença” (v.1), não é fortuita e nem mera praxe para introduzir o assunto. Trata-se de um detalhe importantíssimo, pois revela, como em outras ocasiões (Mt 5.1; Jo 5.5,6; 6.5), a atenção do Mestre para os excluídos, desprezados e esquecidos pela sociedade. Em meio a um cenário tumultuado, de grande concentração de pessoas e onde cada um busca apenas os seus próprios interesses, Jesus vê e contempla aqueles que não têm visibilidade alguma, ou quando são vistos, tal não ocorre de forma correta, como se poderá ver adiante.
2. Jesus desmonta a errônea crença dos discípulos.
Ao perceber que o Mestre fita alguém de forma particular, os discípulos, certamente desconhecendo as reais intenções do Senhor, dirigem-lhe uma pergunta que reflete uma antiga e errônea crença que já existia naquela época: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (v.2). Em vez de enxergarem um ser humano carente de cuidados e atenção, o colégio apostólico aproveita para tomar o cego como ponto de partida para uma discussão teológica, típica da vaidade religiosa. Na verdade, a associação de sofrimento com pecado é algo bastante recorrente na Bíblia, podendo ser visto ainda no alvorecer de Israel (Êx 20.5). Mesmo tendo o Senhor Deus desconstruído tal pensamento, através de profetas como Ezequiel e Jeremias, por exemplo (Jr 31.29,30; Ez 18.1-32), nos dias do ministério de Jesus alguns setores da sociedade mantinham tal crença, ensejando a bela resposta do Mestre aos discípulos: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus” (v.3).
3. Jesus declara-se a luz do mundo.
Em consonância com o prólogo do quarto Evangelho, onde se encontra o texto que diz, do Filho de Deus, que Ele é “a luz verdadeira” (Jo 1.9), o Mestre, em demonstração de profundo compromisso com seu ministério e chamado, afirma então que está incumbido de realizar, enquanto é “dia”, as obras daquEle que o enviara, pois “a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (v.4). O Senhor falava da atenção que Ele deveria dispensar a pessoas como a do cego que, anônimo, encontrava-se na mendicância e sem esperança alguma. E tal trabalho, de iluminar — de todas as formas — deveria ser feito, pois enquanto estava no mundo, disse o Senhor, “sou a luz do mundo” (v.5). E onde é que a luz torna-se mais necessária? Evidentemente que é onde há trevas (Mt 4.16).
II. UMA CURA DIFERENTE
1. A saliva e o milagre.
Após declarar-se como a luz do mundo, num gesto como se estivesse com “pressa” (Ele havia dito que tinha de fazer as obras de Deus enquanto era dia, pois a noite vinha, “quando ninguém pode trabalhar”), Jesus imediatamente cuspiu no chão e, “com a saliva, fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego” (v.6). Esta não foi a única vez que o Mestre agiu dessa maneira. Em outras duas ocasiões, de forma inexplicável, Ele também fez uso da saliva para realizar milagres (Mc 7.33; 8.23).
2. O milagre contraria a lógica humana.
Por definição o milagre contraria a lógica humana. Não obstante, neste caso específico, “untar”, isto é, besuntar ou aplicar sobre o olho de alguém cego uma espessa camada de lama, parece não ser algo sensato, segundo o raciocínio lógico humano. Contudo, tal ato indica que os métodos divinos não precisam ser repetitivos ou iguais. O Senhor age da forma que lhe apraz e no momento que lhe convém (2Rs 4.32-37; 5.8-14).
3. A obediência e a cura.
Por mais inconcebível que possa parecer à mentalidade moderna, o cego obedeceu e foi ao tanque de Siloé lavar os seus olhos, voltando então completamente curado (v.7). É no mínimo curioso que o significado do nome Siloé seja justamente “o Enviado”. Contudo, a observação joanina figura no texto para destacar a pessoa de Jesus, que fora enviado pelo Pai para cumprir a missão de dar vista aos cegos (Jo 5.36-38; 8.16; 9.39). O texto não informa a distância que eles se encontravam do tanque e nem se alguém auxiliou o cego para que pudesse chegar até lá, todavia, diz apenas que ele “Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo” (v.7b). Há na Bíblia, outros exemplos de pessoas cuja cura aconteceu após obedecerem (2Rs 5.8-14; Is 38.21), mostrando uma íntima relação entre obediência e cura.
III. A INCREDULIDADE PERANTE A CURA
1. A dúvida.
Ao retornar ao convívio da sociedade e da vizinhança, o agora ex-cego ouviu as pessoas perguntarem: “Não é este aquele que estava assentado e mendigava?” (v.8b). A dúvida surge pelo fato de que a aparência do cego, ao locomover-se e transitar de forma autônoma, leva as pessoas a questionar, pois ele agora estava “diferente”. Não apenas isso, mas também o fato de ele agora não mais ficar na mendicância e ter sua dignidade restituída. Isso fez com que a dúvida se instaurasse. Era a mesma pessoa ou não?
2. A desconfiança.
Como tudo na vida, as opiniões se dividiram e muitas pessoas passaram a achar que se tratava de alguém parecido com o cego, isto é, não era ele (v.9). É incrível a capacidade humana em achar que tudo aquilo que não possui uma explicação lógica deve ser desacreditado. As pessoas achavam mais fácil pensar que estavam diante de um “sósia”, alguém muito parecido, do que do antigo cego que eles costumavam ver mendigando na região. Isso a despeito de o ex-cego dizer com sua própria boca que era ele mesmo.
3. A curiosidade.
Superados os estágios da dúvida e da desconfiança, depois de se certificarem de que se tratava realmente do cego em questão, as pessoas agora queriam saber como ele passara a enxergar (v.10). Tal não deve ter sido a surpresa delas ao ouvi-lo responder: “O homem chamado Jesus fez lodo, e untou-me os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te. Então, fui, e lavei-me, e vi” (v.11). À mentalidade incrédula, tal resposta é um insulto, pois ela nada explica. E como tais pessoas não creem em milagres, o fato inexplicável do agora ex-cego estar ali como um testemunho vivo, faz com que elas sintam-se curiosas não apenas a respeito do milagre, mas também do realizador do feito miraculoso (v.12). No entanto, Jesus que nada exigiu do cego para curá-lo, nem mesmo que este o seguisse, encontra-se em um local ignorado pelo ex-cego que se limita a responder aos inquiridores que não sabe onde o Mestre encontra-se.
CONCLUSÃO
A cura do cego evidencia a mentalidade prevalente de uma sociedade preconceituosa. Era mais fácil acreditar que se tratava de outra pessoa do que dobrar-se à realidade — Deus curara e restituíra uma pessoa de forma sobrenatural! Lamentavelmente, tal postura não ficou no passado, pois ainda hoje, até mesmo nos círculos religiosos, pessoas demonstram incredulidade diante de transformações radicais operadas pelo Senhor em alguém. Que tal atitude desapareça entre nós.
SUBSÍDIO
“Jesus viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? (9.1,2)
A cura milagrosa é uma evidência vívida das verdades que Jesus afirmou. Ele é a Luz do mundo, capaz de trazer a visão ao cego. Aqueles como o homem cego, cuja visão foi restaurada, reconhecem Jesus e caminham na luz. Mas aqueles que afirmam ver, porém não conseguem reconhecer a confirmação de Deus em relação aos Salvador nos seus milagres, provam que estão espiritualmente cegos, e morrerão nos seus próprios pecados.
Aqui também há algo especial para nós. Os discípulos, depois de verem o homem nascido cego, foram levados a fazer uma interessante pergunta teológica. A crença popular sugeria que a deficiência deste homem era devida ao pecado em sua vida. Mas, como ele nasceu cego, como poderia ter merecido esta punição? Ele foi punido por algum pecado dos seus pais? Ou quem sabe algum pecado que Deus sabia de antemão que o homem iria cometer? O que é importante aqui não é a resposta que Jesus deu — de que a cegueira não era punição por nenhum pecado, mas que servia como oportunidade para glorificar a Deus. O que é importante é o fato de que quando os discípulos viram o sofrimento — sua curiosidade, e não sua compaixão, foi despertada” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, pp.218,219).
O sexto milagre relatado por João encontra-se em uma narrativa dividida em cinco partes (9.1-41), sempre seguindo a divisão do apóstolo do amor, que intercala sinais e palavra, ou seja, milagres seguidos por discursos de Jesus. O texto bíblico da presente lição traz apenas a primeira dessas cinco divisões e relata o milagre em si. No entanto, a continuidade da narrativa contém profundas lições, não apenas espirituais, mas também teológicas, que servem como formas de identificar as diferenças entre os princípios doutrinários da religiosidade judaica em relação ao Evangelho de Jesus Cristo cujo fim é levar à “cegueira” os que pensam ver e dar vista aos que são conscientes de que não “enxergam” (Jo 9.39).
I. A LUZ DO MUNDO
1. Jesus contempla o cego.
A observação de que “passando Jesus, viu um homem cego de nascença” (v.1), não é fortuita e nem mera praxe para introduzir o assunto. Trata-se de um detalhe importantíssimo, pois revela, como em outras ocasiões (Mt 5.1; Jo 5.5,6; 6.5), a atenção do Mestre para os excluídos, desprezados e esquecidos pela sociedade. Em meio a um cenário tumultuado, de grande concentração de pessoas e onde cada um busca apenas os seus próprios interesses, Jesus vê e contempla aqueles que não têm visibilidade alguma, ou quando são vistos, tal não ocorre de forma correta, como se poderá ver adiante.
2. Jesus desmonta a errônea crença dos discípulos.
Ao perceber que o Mestre fita alguém de forma particular, os discípulos, certamente desconhecendo as reais intenções do Senhor, dirigem-lhe uma pergunta que reflete uma antiga e errônea crença que já existia naquela época: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (v.2). Em vez de enxergarem um ser humano carente de cuidados e atenção, o colégio apostólico aproveita para tomar o cego como ponto de partida para uma discussão teológica, típica da vaidade religiosa. Na verdade, a associação de sofrimento com pecado é algo bastante recorrente na Bíblia, podendo ser visto ainda no alvorecer de Israel (Êx 20.5). Mesmo tendo o Senhor Deus desconstruído tal pensamento, através de profetas como Ezequiel e Jeremias, por exemplo (Jr 31.29,30; Ez 18.1-32), nos dias do ministério de Jesus alguns setores da sociedade mantinham tal crença, ensejando a bela resposta do Mestre aos discípulos: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus” (v.3).
3. Jesus declara-se a luz do mundo.
Em consonância com o prólogo do quarto Evangelho, onde se encontra o texto que diz, do Filho de Deus, que Ele é “a luz verdadeira” (Jo 1.9), o Mestre, em demonstração de profundo compromisso com seu ministério e chamado, afirma então que está incumbido de realizar, enquanto é “dia”, as obras daquEle que o enviara, pois “a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (v.4). O Senhor falava da atenção que Ele deveria dispensar a pessoas como a do cego que, anônimo, encontrava-se na mendicância e sem esperança alguma. E tal trabalho, de iluminar — de todas as formas — deveria ser feito, pois enquanto estava no mundo, disse o Senhor, “sou a luz do mundo” (v.5). E onde é que a luz torna-se mais necessária? Evidentemente que é onde há trevas (Mt 4.16).
II. UMA CURA DIFERENTE
1. A saliva e o milagre.
Após declarar-se como a luz do mundo, num gesto como se estivesse com “pressa” (Ele havia dito que tinha de fazer as obras de Deus enquanto era dia, pois a noite vinha, “quando ninguém pode trabalhar”), Jesus imediatamente cuspiu no chão e, “com a saliva, fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego” (v.6). Esta não foi a única vez que o Mestre agiu dessa maneira. Em outras duas ocasiões, de forma inexplicável, Ele também fez uso da saliva para realizar milagres (Mc 7.33; 8.23).
2. O milagre contraria a lógica humana.
Por definição o milagre contraria a lógica humana. Não obstante, neste caso específico, “untar”, isto é, besuntar ou aplicar sobre o olho de alguém cego uma espessa camada de lama, parece não ser algo sensato, segundo o raciocínio lógico humano. Contudo, tal ato indica que os métodos divinos não precisam ser repetitivos ou iguais. O Senhor age da forma que lhe apraz e no momento que lhe convém (2Rs 4.32-37; 5.8-14).
3. A obediência e a cura.
Por mais inconcebível que possa parecer à mentalidade moderna, o cego obedeceu e foi ao tanque de Siloé lavar os seus olhos, voltando então completamente curado (v.7). É no mínimo curioso que o significado do nome Siloé seja justamente “o Enviado”. Contudo, a observação joanina figura no texto para destacar a pessoa de Jesus, que fora enviado pelo Pai para cumprir a missão de dar vista aos cegos (Jo 5.36-38; 8.16; 9.39). O texto não informa a distância que eles se encontravam do tanque e nem se alguém auxiliou o cego para que pudesse chegar até lá, todavia, diz apenas que ele “Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo” (v.7b). Há na Bíblia, outros exemplos de pessoas cuja cura aconteceu após obedecerem (2Rs 5.8-14; Is 38.21), mostrando uma íntima relação entre obediência e cura.
III. A INCREDULIDADE PERANTE A CURA
1. A dúvida.
Ao retornar ao convívio da sociedade e da vizinhança, o agora ex-cego ouviu as pessoas perguntarem: “Não é este aquele que estava assentado e mendigava?” (v.8b). A dúvida surge pelo fato de que a aparência do cego, ao locomover-se e transitar de forma autônoma, leva as pessoas a questionar, pois ele agora estava “diferente”. Não apenas isso, mas também o fato de ele agora não mais ficar na mendicância e ter sua dignidade restituída. Isso fez com que a dúvida se instaurasse. Era a mesma pessoa ou não?
2. A desconfiança.
Como tudo na vida, as opiniões se dividiram e muitas pessoas passaram a achar que se tratava de alguém parecido com o cego, isto é, não era ele (v.9). É incrível a capacidade humana em achar que tudo aquilo que não possui uma explicação lógica deve ser desacreditado. As pessoas achavam mais fácil pensar que estavam diante de um “sósia”, alguém muito parecido, do que do antigo cego que eles costumavam ver mendigando na região. Isso a despeito de o ex-cego dizer com sua própria boca que era ele mesmo.
3. A curiosidade.
Superados os estágios da dúvida e da desconfiança, depois de se certificarem de que se tratava realmente do cego em questão, as pessoas agora queriam saber como ele passara a enxergar (v.10). Tal não deve ter sido a surpresa delas ao ouvi-lo responder: “O homem chamado Jesus fez lodo, e untou-me os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te. Então, fui, e lavei-me, e vi” (v.11). À mentalidade incrédula, tal resposta é um insulto, pois ela nada explica. E como tais pessoas não creem em milagres, o fato inexplicável do agora ex-cego estar ali como um testemunho vivo, faz com que elas sintam-se curiosas não apenas a respeito do milagre, mas também do realizador do feito miraculoso (v.12). No entanto, Jesus que nada exigiu do cego para curá-lo, nem mesmo que este o seguisse, encontra-se em um local ignorado pelo ex-cego que se limita a responder aos inquiridores que não sabe onde o Mestre encontra-se.
CONCLUSÃO
A cura do cego evidencia a mentalidade prevalente de uma sociedade preconceituosa. Era mais fácil acreditar que se tratava de outra pessoa do que dobrar-se à realidade — Deus curara e restituíra uma pessoa de forma sobrenatural! Lamentavelmente, tal postura não ficou no passado, pois ainda hoje, até mesmo nos círculos religiosos, pessoas demonstram incredulidade diante de transformações radicais operadas pelo Senhor em alguém. Que tal atitude desapareça entre nós.
SUBSÍDIO
“Jesus viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? (9.1,2)
A cura milagrosa é uma evidência vívida das verdades que Jesus afirmou. Ele é a Luz do mundo, capaz de trazer a visão ao cego. Aqueles como o homem cego, cuja visão foi restaurada, reconhecem Jesus e caminham na luz. Mas aqueles que afirmam ver, porém não conseguem reconhecer a confirmação de Deus em relação aos Salvador nos seus milagres, provam que estão espiritualmente cegos, e morrerão nos seus próprios pecados.
Aqui também há algo especial para nós. Os discípulos, depois de verem o homem nascido cego, foram levados a fazer uma interessante pergunta teológica. A crença popular sugeria que a deficiência deste homem era devida ao pecado em sua vida. Mas, como ele nasceu cego, como poderia ter merecido esta punição? Ele foi punido por algum pecado dos seus pais? Ou quem sabe algum pecado que Deus sabia de antemão que o homem iria cometer? O que é importante aqui não é a resposta que Jesus deu — de que a cegueira não era punição por nenhum pecado, mas que servia como oportunidade para glorificar a Deus. O que é importante é o fato de que quando os discípulos viram o sofrimento — sua curiosidade, e não sua compaixão, foi despertada” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, pp.218,219).
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 3º Trimestre de 2018 - Título: Milagres de Jesus — A fé realizando o impossível - César Moisés Carvalho
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