“Não durmamos, pois, como os demais, mas
vigiemos e sejamos sóbrios” 1Ts 5.6
Que instante abençoado! Nos dias do Antigo
Testamento, Deus determinara que se fizessem duas trombetas de prata, que
seriam usadas tanto para reunir o povo como para alertá-lo para a partida (Nm
10.1-7). Naquele dia tocará do céu a trombeta de Deus, como sinal de que
devemos partir daqui, deste mundo, e reunir-nos em glória celestial! Essa
trombeta de Deus não faz parte de nenhuma das sete trombetas do juízo, que
serão tocadas no tempo dos três ‘ais’ (Ap 8.13; 11.15). Ela é uma trombeta de
bênção, cujo som convocará a Noiva de Jesus para a festa eterna no céu.
“Os mortos ressuscitarão primeiro”
Aqui chegamos a um dos maiores milagres do
universo — a ressurreição. Para os materialistas e ateus, a ressurreição é uma
fantasia. Não creem por não encontrarem explicação para tal maravilha. Porém, a
salvação não se baseia, efetivamente, na compreensão do homem natural, mas na
fé. E por meio da fé compreendemos essas verdades gloriosas. A ressurreição
significa que o homem morto tornará a existir e a viver fisicamente por meio de
uma nova união entre o espírito e o corpo que foram separados no momento da
morte. Para os que morreram em Cristo esse milagre se realizará no dia da vinda
de Jesus (BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. 13ª Edições. RJ:
CPAD, 2013. pp.320,321).
Deus é responsável pela criação e consumação
de todas as coisas em Cristo Jesus.
A escatologia discutida por Paulo em 1
Tessalonicenses tem suas peculiaridades, mesmo se comparada com a abordagem que
o apóstolo promove em 2 Tessalonicenses. O pragmatismo atual que envolve a fé
cristã de muitas pessoas é o único objeto de busca para alguns indivíduos A
aridez da questão (com suas imagens apocalípticas, figuras fantásticas e
eventos extraordinários) tende, em alguns casos, a tornar o debate escatológico
distante do interesse dos jovens. Apesar destes desafios lembre-se: Você é a
pessoa que Deus usará para abençoar esse grupo de jovens. O Senhor é contigo!
Texto Bíblico - 1 Tessalonicenses 4.13-18;
5.1-6
INTRODUÇÃO
Para a maior parte dos intérpretes, o debate
a respeito das últimas coisas é uma temática tão importante na relação de Paulo
com os tessalonicenses que pode, inclusive, servir de chave de leitura para uma
compreensão integrada das duas epístolas. Mais importante do que determo-nos em
intermináveis discussões sobre nuances ou detalhes escatológicos que resvalam
deste texto de 1 Tessalonicenses, será refletir a respeito do contexto geral
que fomenta tal discussão.
O amoroso cuidado pastoral de Paulo leva-o a
explicar aos crentes em Tessalônica algumas verdades espirituais primárias, mas
que estes, por imaturidade ou por falta de um ensino mais sistemático, ainda
não haviam assimilado.
De forma análoga, é de extrema importância
questionarmo-nos sobre a imperativa exigência de discussão deste tema na
sociedade contemporânea. Em tempos de conhecimento instantâneo, transformações
sociais diárias e economia extremamente volátil, ainda faz sentido falar de
eternidade?
I. OS TRÊS OBJETIVOS DOS ESCLARECIMENTOS
ESCATOLÓGICOS
O receio de Paulo para com os tessalonicenses era o de que a
falta de uma compreensão mais profunda dos pilares da fé — dentre os quais
estava, por exemplo, a crença na ressurreição de Jesus — levasse este grupo de
novos irmãos a uma fé ignorante, e por isso mesmo, adoecida. Não somos chamados
para permanecer em níveis elementares da fé (Hb 5.13,14); a metáfora bíblica
diz-nos que a história de nossa fé é semelhante à corrida de um maratonista
(1Co 9.24; 2Tm 4.7), por isso, é necessário sabedoria para não “morrer no meio
do caminho”, mas antes, completarmos a carreira. Como um atencioso mestre, o
apóstolo refletirá com seus amigos a respeito das questões básicas, mas
imprescindíveis para o estabelecimento de uma vida cristã saudável, livre das
fábulas e mitos das tradições religiosas.
2. Impedir qualquer entristecimento
desnecessário.
A imaturidade da fé dos tessalonicenses poderia desembocar
num problema maior: abandono da fé (Gl 1.6-9). A compreensão errônea de
princípios bíblicos sempre tem repercussões negativas, comunitárias e pessoais.
Percebemos pelo texto que o apóstolo apressou-se em responder as indagações dos
irmãos para que assim se evitasse um esfriamento da fé daqueles irmãos. E isto
é bastante perigoso, especialmente quando ocorre entre novos convertidos que,
muitas vezes, não têm ainda suas convicções bem firmadas. Deixar de enfrentar
tristezas de modo absoluto parece impossível, no entanto, existem determinados
problemas e angústias que podemos fugir, e este era o caso entre aqueles novos
irmãos.
3. Encher os tessalonicenses de esperança e
consolo.
Algo inquietava os crentes de Tessalônica, tirava-lhes o sono e a
harmonia interna da comunidade. Ao falar a respeito de questões pertinentes
àquele contexto social, Paulo demonstra seu cuidado pastoral, que se manifesta
no zelo pelo crescimento espiritual daquela Igreja. Do que adianta um sermão
bem estruturado se o seu conteúdo não é compreendido pelo público? Qual a
relevância de uma profunda discussão sobre elementos secundários da doutrina
cristã se o essencial ainda não foi assimilado pela comunidade? Mais uma vez
aprendemos com Paulo um importante princípio cristão: o importante em um sermão
não é demonstrar o quanto se tem de conhecimento, e sim, falar com clareza e
pertinência aquilo que produz crescimento às pessoas. Produzir esperança e
consolo (1Ts 4.13,18), ou como o apóstolo fala em contexto semelhante —
consolar, exortar e edificar (1Co 14.3) — este deve ser o cerne de toda
pregação.
Pense!
Não podemos desprezar o estudo sistemático da
Palavra de Deus.
Ponto Importante
Para o cristão, compreender os fundamentos
básicos da fé significa sobrevivência espiritual.
II. VERDADES RELACIONADAS À VINDA DO SENHOR
Temos plena convicção que aqueles que morreram em Cristo serão
triunfalmente ressuscitados para satisfação e alegria eterna, pois assim como
aconteceu com Jesus de Nazaré também acontecerá com todos aqueles que nEle
creem (1Ts 4.14). Por isso, não há espaço para nenhuma crença aniquilacionista.
Não só haverá vida após a morte, como a ressurreição dos santos será para
felicidade e paz. O poder da maldade é parcial e transitório, a glória de
Cristo é eterna e absoluta.
2. A certeza da vinda do Senhor exige
vigilância.
Não é porque temos a certeza do retorno de Jesus para nos
buscar, e com isso a convicção de nosso estado de eterna alegria com o Pai, que
devemos viver de modo negligente (1Ts 5.4-6). Pelo contrário, tal revelação
exige de nós comprometimento absoluto com o Reino de Deus. Não é possível
vivermos com o coração dividido entre dois tipos de desejos contrários, ou com
a alma cindida tentando servir ao Senhor e às trevas; é necessária a tomada de
decisão. Aqueles que não conhecem a Cristo temem o fim de todas as coisas,
apavoram-se ao pensar sobre o dia glorioso do Senhor. Estes, porém são os que
desperdiçam suas vidas no pecado e por isso temem apresentarem-se diante do
Criador. Nosso sentimento deve ser exatamente o inverso, ansiar o retorno de
Jesus (Ap 22.20), com a convicção de que nos encontraremos com Deus; este será
o melhor momento de nossas vidas. Por isso, vigiai! (Lc 21.36)
3. Este será um ato reivindicatório de Deus.
A
palavra usada no versículo 17 para descrever a ação promovida por Cristo com
relação aos que estiverem vivos quando de sua vinda literalmente significa
“tomar com força”, “arrebatar com rapidez”, “reivindicar para si”. Deste modo,
nosso encontro com o Senhor será resultado de uma decisão exclusiva de Deus,
que, por ter autoridade e poder para isso, arrancará — sem qualquer preocupação
com explicações a terceiros — aqueles que lhe pertencem. Somos possessão do
Senhor, estamos neste mundo como peregrinos e forasteiros, aguardando apenas o
exato momento de nosso regresso à morada eterna. Mais uma vez ratifica-se que
nossa salvação não é um ato cuja origem deriva de nós, é na verdade um ato
gracioso do Pai.
Pense!
A ressurreição é uma crença tão central para
o Cristianismo que, como afirmou Paulo, se este fato não for verdadeiro nada
mais terá sentido para nós.
Ponto Importante
A discussão de questões sobre o fim de todas
as coisas produz medo e temor em muitos. Os justos não devem temer nada,
aqueles que estão ainda no pecado há tempo para arrependimento.
III. OS JOVENS DE HOJE PRECISAM PENSAR SOBRE
AS ÚLTIMAS COISAS?
Assim
como Paulo exorta à jovem igreja de Tessalônica a vigiar e estar atenta quanto
aos acontecimentos que precedem a vinda do Senhor (1Ts 5.6); a juventude de
nossos dias também precisa ser sacudida com esta verdade que para alguns é
inconveniente: tudo vai passar! Sim, é necessário demonstrar aos jovens desta
geração que a força deles passa, assim como sua beleza, e que a própria
juventude é “vaidade”, ou seja, efêmera, passageira (Ec 11.10). A ilusão da
juventude eterna — que se propaga em nossa sociedade por meio da cultura das
cirurgias estéticas e de um estilo de vida completamente irresponsável —
precisa ser desfeita. As pessoas precisam reconhecer a presença de Deus em cada
fase da vida, e assim, experimentar o melhor do Senhor sempre. Não há mais
tempo a perder.
2. Superando o imediatismo.
O anúncio da
vinda iminente do Senhor como um processo lento, aos nossos olhos, mas
irreversível na história, a declaração do fim de todas as coisas e a
comunicação do estabelecimento do Reino Eterno do Pai, são formas de
estabelecer padrões temporais bem diferentes daqueles que a sociedade vive
hoje. Em tempos de comunicações on line, de comidas fast-food e
de relacionamentos líquidos (que de tão provisórios poderiam ser até mesmo
chamados de gaseificos), falar de valores eternos parece uma piada, mas é sobre
isso que nossos contemporâneos precisam ouvir. O imediatismo do cotidiano
precisa se render ao plano de Deus que, a seu tempo, estabelece seus propósitos
e desígnios (Lc 21.19; 2Pe 3.8). A pregação sobre as últimas coisas tem o poder
de despertar o ouvinte para um modelo de temporalidade que se concentra no
estabelecimento correto de um processo, e não, apenas, em um resultado
prematuramente obtido.
3. Anunciando que há um Senhor na história da
humanidade.
A urgência da pregação escatológica está intimamente associada
à constante necessidade de declararmos a este mundo que não vivemos num
turbilhão de caos, e sim, que há um Deus que de maneira amorosa traçou as
linhas mestras da história humana. Anunciar o fim implica dizer que há um
Senhor no universo o qual, sendo responsável pela criação de todas as coisas,
também estabeleceu um fim para elas. Por meio de seu cuidado, o Pai tem gestado
na história o resultado de seu plano eterno, mesmo diante das oposições das
trevas e da fragilidade humana, de tal modo que o fim, que já deve ser
anunciado, aponta para o estabelecimento integral do Reino de Deus. Desta
maneira, apregoar o fim é, também, apontar para a causa última do universo:
Deus (Sl 74.12-17).
CONCLUSÃO
A vinda de Jesus deve ser um fato presente no
horizonte existencial de cada cristão. Não somos chamados para permanecer aqui
eternamente, antes, nossa pátria é do alto, nossa saudade é por aquilo que
ainda não vimos. Somente por meio de uma fé genuína conseguimos permanecer
íntegros quanto à disposição de nosso coração de acreditar que o arrebatamento
é uma realidade.
“A precedência dos ressuscitados.
‘Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos
para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor
descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e
os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro’ (1Ts 4.15,16). É a
precedência honrosa que Deus concederá aos ‘que morreram em Cristo’. Serão
arrebatados primeiro, ainda que num ‘abrir e fechar de olhos’. Na ressurreição,
o corpo dos salvos, ainda que transformados em pó, carbonizados ou comidos por
peixes ou feras, serão trazidos à existência pelo poder de Deus, pela energia
criadora de sua palavra: ‘[.] a saber, Deus, o qual vivifica os mortos e chama
as coisas que não são como se já fossem’ (Rm 4.17). A ressurreição dos salvos
para serem arrebatados é a vitória sobre a morte, ‘o último inimigo’ a ser
aniquilado (1Co 15.26). A segunda ressurreição será para os ímpios, após o
Milênio (Ap 20.5)” (LIMA, Elinaldo Renovato. O Final de Todas as Coisas. Esperança
e glória para os salvos. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015. p.55).
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 2º Trimestre de 2018 - Título: A Igreja do Arrebatamento — O padrão dos Tessalonicenses para estes últimos dias - Comentarista: Thiago Brazil
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