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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Adoração como cumprimento da vontade de Deus

E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” Rm 12.2

“Todos sabemos que existem consequências para as ações que praticamos. O que fazemos pode desencadear uma série de acontecimentos que talvez perdurem até muito tempo após a nossa morte. Infelizmente, quando tomamos uma decisão, a maioria de nós pensa somente nas consequências imediatas. Este engano é cometido com frequência pelo fato de termos um período de vida relativamente curto. Abraão teve uma escolha a fazer. Sua decisão consistia em partir com a família e os pertences para terras desconhecidas ou permanecer exatamente onde estava. Ele precisava decidir entre a segurança do que possuía e a incerteza de viajar sob a direção de Deus. Tudo com que ele contava para prosseguir era a promessa de que Deus iria guiá-lo e abençoá-lo. Abraão dificilmente poderia imaginar quanto o futuro dependia de sua decisão, mas sua obediência afetou a história do mundo inteiro. A resolução firme de obedecer e seguir a Deus resultou no desenvolvimento da nação que seria usada por Deus ao visitar Ele próprio a terra. Quando Jesus Cristo veio ao mundo, a promessa de Deus foi cumprida; através de Abraão o mundo inteiro foi abençoado” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 1995. p.31).

INTRODUÇÃO
É a respeito de adorar a Deus, mesmo quando tudo parece errado, que falaremos hoje. Partindo da narrativa bíblica a respeito de Abraão e seu herdeiro Isaque, concentrar-nos-emos no esforço de demonstrar que cumprir a vontade de Deus é o único caminho para a verdadeira adoração.

Texto Bíblico: Gênesis 12.1-8

Fazer a vontade de Deus nunca deve ser avaliado como um fardo ou uma obrigação, mas como uma honraria, um convite para o crescimento espiritual, um movimento de adoração. Compreendida dessa forma, a adoração deixa de ser vista como parte de um processo ritualístico-cúltico para manifestar-se como opção existência, estilo de vida, como caminho de amadurecimento espiritual.

Quando uma pessoa resolve desenvolver uma vida de adoração e louvor a Deus, compreender a vontade do Pai torna-se o caminho mais fácil para atingir esse objetivo tão maravilhoso.

I. ABRAÃO: A PARTIR DE UM HOMEM, O CUMPRIMENTO DO PLANO DE DEUS PARA TODAS AS FAMÍLIAS DA TERRA

1. Para adorar não basta saber a vontade de Deus, é necessário cumpri-la.
A vida de Abrão, que começa a ser narrada pela Bíblia a partir dos 75 anos, pode ser descrita como um conjunto de desafios de fé. Sair da terra natal (Gn 12.1); ir para terras desérticas (13.9); lutar contra exércitos poderosos (14.15); ofertar a Deus quando não há certeza alguma sobre o futuro (14.20); esperar por um filho que demorou a chegar (15.4). Entretanto, o mais importante sobre estes e tantos outros atos relacionados a Abraão que pudéssemos contar, é o fato de que conhecer a vontade de Deus não teria gerado nenhum efeito na vida do patriarca, pois saber não é o bastante é necessário crer. Ou seja, conscientizar o coração de que a despeito de todos os impedimentos e aparentes impossibilidades, há um Deus bom que nos ajuda a cumprir seus maravilhosos planos. Nosso relacionamento com Deus não pode reduzir-se a um conjunto de pressupostos racionais; o Senhor nos convida para uma união de amor e transbordamento de felicidade.

2. E quando a vontade de Deus contraria nossa vontade?
Abraão, assim como vários de nós, foi alguém que viveu situações limites: cumprir a vontade de Deus, muitas vezes, é confrontar diretamente o desejo de nosso coração. O grande desafio é abandonar aquilo que desejamos e que vemos, por aquilo que Deus quer, e apenas esperar. Acreditar na justiça de Deus; deixar ir um filho amado (21.12); o sacrifício do filho mui amado (22.2). Em algumas destas situações a proposta divina parecia pior do que o contexto terreno já constituído. É por isso que andamos por fé, e não por vista (2Co 5.7), por que a fé lança-nos no centro do coração do Pai, já nossa vontade está limitada e reduzida pela aparência. Demonstra-se assim que aquele que adora o Pai, necessariamente, é aquele que cumpre a sua vontade. Alinhar nosso coração com o de Deus, é a única maneira de experimentar uma vida de louvor ao Criador.

3. O fim da vida daquele que cumpre a vontade de Deus.
O relato do momento final da vida de Abraão é animador (25.8-11). Os momentos maus não dominaram sua vida e sua velhice foi definida como boa (v.8a). Seus dias não foram abreviados, nem consumidos, mas fartos (v.8b). Seus filhos estavam junto a ele (v.9), e tanto Ismael quanto Isaque tiveram vidas abençoadas (21.13,20; 25.11). Não poderia ser de outro modo, Abraão abriu mão de seu roteiro particular de vida para experimentar a “boa, perfeita e agradável” vontade de Deus para ele. O Senhor foi adorado na vida de Abraão muito mais pelo que o patriarca fez do que pelo que disse. Não foram as orações longas ou louvores afinados de Abraão que alegraram ao Senhor, e sim, sua renúncia, sua obediência e sua esperança de que em Deus estaria sempre o melhor. Por isso, Paulo pode declarar que desde o Antigo Testamento há um homem que nos inspira a confiar nas promessas de Deus, nosso pai Abraão (Rm 4.16).

A vontade de Deus na época de Abraão era manifesta por meio de revelações, sonhos, visões. Hoje, a Bíblia Sagrada é o caminho por excelência da revelação de Deus!

Ao longo da história, dos capítulos 12 - 25, Abrão ouve a palavra de Deus, crê e a obedece. Ele obedece quando o Senhor lhe diz para deixar a casa do pai em Harã (12.1,4). Ele creu na promessa do Senhor de que lhe daria descendência, de que a abençoaria e de que a multiplicaria muito, mesmo sendo Abraão já de idade avançada (12.2; 15.1-6; 17.2,6; 18.10; 21.2-5). Ele creu na promessa do Senhor de que lhe daria uma terra (13.15; 15.18-21; 17.8). E obedeceu à ordem de circuncidar a si mesmo e a sia descendência como confirmação da aliança (17.10,23). Contudo, no capítulo 22, observamos a fé de Abraão de forma mais clara quando diz a Isaque que Deus providenciaria o sacrifício (22.8), não temos motivo para crer que Abraão soubesse que, no fim, o Senhor providenciaria o carneiro (22.13). O seu filho fez apenas uma pergunta não-teológica: "Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?" Ao que tudo indica, Abraão pensava que Deus providenciaria o sacrifício, e este era Isaque. Abraão planejava dar a vida de seu único filho a Deus como lhe fora ordenado. (DEVER, Mark. A Mensagem do Antigo Testamento 1.ed.RJ;CPAD,2008, p.83)

II. ISAQUE: QUEM ESPERA A VONTADE DE DEUS RECEBE A MELHOR PARTE

1. Isaque, filho da promessa, vivo pela promessa.
A história de Isaque é toda envolta em milagres e manifestações da vontade de Deus. Sua chegada foi anunciada décadas antes de seu nascimento (15.4). Contudo, um dos momentos mais críticos para entendermos o plano de Deus para Isaque foi quando seu pai foi a Moriá. Sem saber até instantes antes do sacrifício o que aconteceria (22.7), lá no cume do monte Isaque rendeu-se à vontade de Deus. Esta obediência de Isaque pode ser inferida pelos seguintes fatos: Abraão já um idoso centenário, Isaque um adolescente na flor de seu vigor; se o texto diz-nos que Abraão esteve a ponto de sacrificá-lo (22.10), fica claro que, assim como seu pai, Isaque também cria que a vontade de Deus jamais seria frustrada, mesmo quando tudo aparentemente apontava o contrário.

2. Aceitando a vontade de Deus em todas as áreas da vida.
Para algumas pessoas, acatar a vontade de Deus quanto ao ministério a ser exercido na Igreja ou aos dons espirituais é fácil, porém para a maioria não é assim. Mas, e quanto nossa vida profissional, acadêmica e até sentimental, Deus tem interesse nela? É claro que o Senhor está interessado em abençoar-nos também nessas áreas, pois Deus deseja nossa felicidade em todos os aspectos de nossa existência. Isaque é um exemplo disto.

3. Cumprir a vontade de Deus não é fácil.
A vida também não foi simples para Isaque. Ele enfrentou a dor da infertilidade de sua esposa (25.21) e peregrinou em terras desconhecidas (26.1-6); correu riscos de morte (26.7-11); viu conflitos familiares estabelecerem-se dentro de sua casa (27.1-46). É importante apresentar estes embates enfrentados por Isaque para demonstrar que o cumprimento da vontade de Deus, e com isto uma vida de adoração, não nos torna imunes a dores, sofrimentos, medos; permite-nos, entretanto, que tenhamos a convicção de que o universo não é um caos, e que os acontecimentos do mundo submetem-se à soberania de Cristo. Se crermos e obedecermos, como já tem prometido o Senhor, experimentaremos o melhor de Deus para nós (Is 1.19).

Os exemplos de Isaque e Abraão demonstram-nos que não há idade mínima ou máxima para submeter-se à vontade de Deus.

III. COMO POSSO SABER SE ESTOU FAZENDO A VONTADE DE DEUS E, POR ISSO, ADORANDO-O

1. A parábola dos dois filhos (Mt 21.28-32).
Esta parábola resume bem a crítica de Jesus contra certos líderes de sua época. Também fala da necessidade de acolhermos pessoas desprezadas e excluídas. Interessa-nos, porém, a imagem literária que Jesus constrói para denunciar os hipócritas que fingiam adoração e aqueles que verdadeiramente buscavam ao Pai. Tudo concentra-se no cumprimento ou descumprimento da vontade de Deus. Jesus fala que existe um enorme grupo de pessoas que exteriormente parecem boas, cerimonialmente cumprem as regras, mas que tudo, na verdade, é só da boca para fora, pois não há arrependimento nem submissão alegre à vontade de Deus (v.30). Há, contudo, um grupo que assumidamente erra, flagrantemente desrespeita ao Pai, esses porém arrependem-se e obedecem ao Pai (v.29). Na verdade esse último grupo vive sem máscaras, é completamente sincero, na verdade não queriam ir e obedecer, não escondem esse sentimento, mas constrangidos pelo amor do Pai, vão.

2. Muito mais que palavras (Mt 7.21).
Adorar a Deus, louvar seu santo nome, é muito mais que um conjunto de palavras mágicas que fazem a divindade “funcionar” a nosso favor. O Criador do universo não é um caricatural gênio da lâmpada mágica. Adorar é algo que emerge da alma, que revela a nossa interioridade.

3. Qual a motivação da sua vida? (Jo 4.34).
O que motiva você a seguir quando tudo dá errado? Quando as expectativas se frustram, os supostos amigos te abandonam, até mesmo a confiança em si falha? O Mestre deixou bem explícito qual era o alimento de seu ser: o imenso desejo de ser agente do Reino de Deus neste mundo. Não espere aplausos, tapinhas nas costas, pois nem sempre fazer a vontade de Deus significa necessariamente ser reconhecido pelas pessoas que nos cercam. Entretanto, mais importa obedecer a Deus do que aos homens.

Saber o que nos alimenta, isto é, qual o combustível de nossa existência é algo imprescindível para discernirmos as intenções de nossos corações — os quais são muito tendenciosos à cobiça vã e ao erro. Que seja o Reino, a vontade e o amor de Deus a força que nos impulsiona a viver.

CONCLUSÃO
Adoração e vontade de Deus são dois conceitos importantíssimos para o desenvolvimento da vida cristã. Dissociá-los é, na verdade, descaracterizá-los; só há adoração onde existe um coração nascido de novo que crucificou o eu e entregou o trono do desejo ao Criador do universo. Sabedores que somos destas verdades, busquemos intensamente a concretização da vontade de Deus em nossas vidas.

Será que nossa experiência evangélica contemporânea tem colaborado para formar pessoas que, confessando seus pecados e maldades, buscam fazer a vontade de Deus?

Fonte:
Revista Lições Bíblicas Jovens 4º Trim/2016 - Em Espírito e em Verdade - A essência da Adoração Cristã - CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal
Aqui eu Aprendi!

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