“Fiel é o que vos chama, o qual também o fará” 1Ts
5.24
Não é incomum para Paulo pedir oração por si ou por
seus companheiros (Rm 15.30-32; 2Co 1.11; Ef 6.19,20; 2Ts 3.1). Esse não é um
pedido superficial; o apóstolo conhece o poder da oração e o valor de mencionar
os companheiros cristãos no aspecto de uma parceria ministerial. É uma honra
alguém lhe pedir oração, porque esta atitude demonstra confiança em sua pessoa.
Paulo orou muito por esses crentes e continuava a fazê-lo; porém admitia a
necessidade de ter outros crentes que o apoiassem. Paulo era sempre grato pelo
apoio recebido, quer se tratasse de oração, ajuda financeira, ou voluntária. O
pedido de oração ‘formou um vínculo de intercessão mútua’ com os cristãos
tessalonicenses. O pedido de Paulo faz parte de sua intenção de promover a
solidariedade e a união entre os crentes: ‘saudai a todos os irmãos com ósculo
santo’ (v.26; cf. Rm 16.16; 1Co 16.20; 2Co 13.12). A cultura dita os costumes
nessas práticas casuais; portanto seriamos negligentes se acusássemos uma
igreja de ser antibíblica por não ter o costume do ‘ósculo santo’” (ARRINGTON,
French. L. e STRONSTAD, Roger (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo
Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004. p.1407).
O Senhor tem feito coisas grandes e tremendas em
nosso favor.
Texto Bíblico - 1 Tessalonicenses 5.23-28; 2
Tessalonicenses 3.16-18
INTRODUÇÃO
Paulo dedica a parte final das Epístolas aos
Tessalonicenses para o cuidado pastoral com aquela comunidade local.
Lembremo-nos que o apóstolo não era um simples pregador itinerante, que
casualmente passou por aquela região; ele reconhecia-se como líder daqueles
irmãos, responsável pelo bom desenvolvimento espiritual daquele grupo.
É por isso que suas palavras finais transbordam de
ternura, carinho e atenção. Não há uma tônica de reprovação, não se percebe ao
final das epístolas frustração pastoral.
1. Torna-nos santos (1Ts 5.23).
Não há nenhuma parte de nosso ser que Deus não
deseje tratar e restaurar. Tudo o que há em nós: espírito, alma e corpo, a
maneira com que foram maculados pelo pecado através da Queda de Adão, está em
processo de restabelecimento por meio da obra redentora de Cristo. Como o texto
deixa muito claro, a obra da salvação é uma realização exclusiva de Deus.
Todavia, a manutenção deste estado em nossas vidas passa pela opção de romper
com o mundo de pecado e aproximar-se diariamente de Cristo. Como um jovem pode,
nesses dias tão difíceis, permanecer santo diante do Senhor? Somente por meio
de uma vida centrada na Palavra de Deus (Sl 119.9). Essa então deve ser uma
vida de renúncia aos prazeres do mundo, apego ao amor incondicional a Deus, e
esforço contínuo em seguir o projeto do Pai para nossas vidas.
2. Dá-nos abundantemente sua graça.
Muito mais do que um simples chavão religioso, “a
graça seja convosco” (1Ts 5.28), é uma oração contínua de Paulo não apenas
pelos cristãos em Tessalônica, mas por todos aqueles com quem ele conviveu
ministerialmente. Se bem pensarmos, do que mais necessitamos senão,
prioritariamente, da graça (2Co 12.9)? A suficiência de Cristo em nossa vida
passa pela compreensão da revelação da graça dEle em nossa história (2Co 1.12).
Diante de tudo o que o Senhor tem feito por nós, fica difícil compreendermos a
manifestação do Pai em nossa vida mediante a sua graça. Lembremo-nos, já fomos
libertos do pecado para vivermos por meio do milagre restaurador da graça (Rm
6.14).
3. Permanece para sempre convosco (2Ts 3.16).
Tudo o que realizamos prospera quando seguimos
pacientemente as orientações do Eterno para nossa vida (Sl 1.3). Não há
qualquer dúvida sobre o segredo da força que cotidianamente manifestamos na
luta contra a maldade; ela vem da alegria que o Senhor transmite ao nosso
coração (Ne 8.10). A promessa de Jesus antes de voltar ressuscitado ao Pai foi
que estaria conosco, todos os dias, até o cumprimento literal da vontade de
Deus sobre todas as coisas (Mt 28.20). Este é mais um desses poderosos milagres
que o Senhor realiza em nosso favor: apesar de frágeis pecadores, Ele nos ama
incondicionalmente. É claro que o amor de Deus tem como fundamento, não algum
tipo de bondade que exale de nós, mas as ricas misericórdias do Criador (Tt
3.5). Que bênção sobrenatural, o Deus Todo-Poderoso que se alegra em andar
conosco, necessitados pecadores.
Pense!
A obra que o Senhor deseja realizar em nós não
implica em uma mudança e transformação de apenas algumas áreas em detrimento de
outras. O desejo de Deus é que todo o nosso ser — espírito, alma e corpo —
sejam libertos da escravidão do pecado e reposicionados para uma vida só para
Deus.
Ponto Importante
A misericórdia de Deus liberada sobre nossa vida
não é uma autorização para pecarmos deliberadamente. Que a iniquidade seja
sempre um erro, uma queda, em nossa história, nunca um desejo obstinado que se
instale em nosso ser.
1. Orar uns pelos outros (1Ts 5.25).
Paulo termina suas epístolas aos tessalonicenses não
apenas anunciando o que Deus faz continuamente por nós, mas também aquilo que
obstinadamente devemos fazer por nossos irmãos. Em primeiro lugar, devemos
manter uma vida de oração dedicada aos outros. Às vezes, parece que oramos
tanto apenas por nossas causas e desejos, que nos esquecemos que uma parte da
cura que Deus deseja trazer aos nossos corações passa por uma vida de oração
coletiva, intercessão, de clamor comunitário (Tg 5.16). Chega de falar uns dos
outros, reclamar uns dos outros; é hora de verdadeiramente dedicarmo-nos a uma
experiência de oração viva, segundo a qual sejamos testemunhas oculares das
transformações de Deus — as quais sempre serão muito maiores em nós, e nosso
ser, do que nos outros. Quando oramos com quebrantamento, somos sempre os
primeiros a experimentar as mudanças em nós mesmos.
2. Colaborar para a construção de um ambiente de
acolhimento e amor.
O texto de 1 Tessalonicenses 5.26, registra um
elemento cultural das sociedades do oriente que, para muitos de nós ocidentais
contemporâneos (cheios de noções comportamentais bem diferentes), soa no mínimo
estranho. Na verdade, podemos compreender este texto de duas maneiras muito
simples: a primeira seria o entendimento de que o beijo era uma tradição
cultural disseminada naquele meio, e que Paulo fez menção da mesma. A outra
opção é interpretar as palavras paulinas apenas como uma despedida educada,
assim como em nossos dias, após uma boa conversa com um amigos despedimos
dizendo: “Um beijo para todo mundo”. Independente da opção interpretativa,
ambas levam a uma conclusão: É nosso dever ser acolhedores e fraternos, nunca
competitivos e brigões.
3. Fazer notórias as verdades de Deus (1Ts 5.27;
2Ts 3.17).
O desejo do apóstolo era que todas as pessoas
tivessem acesso às informações, ensinos e orientações que estavam naquelas
epístolas. Os textos eram públicos e deveriam ser lidos em coletividade, pois a
finalidade era a edificação comunitária. Nosso papel é este, à semelhança de
Paulo, tornar as profundas verdades do Reino o mais simples possível. Se
tivermos a oportunidade de estudar mais um pouco (e isto é típico desta geração
de jovens) não devemos fazer disso um instrumento de exaltação, mas um dom para
serviço na causa do Mestre. Fujamos das intermináveis querelas
pseudoteológicas, que no mais das vezes apenas envenenam a alma tanto de quem
as debate quanto de quem as escuta (Tt 3.9). Concentremo-nos em anunciar as
riquezas e maravilhas do Evangelho.
Pense!
A maldade de nossa sociedade tem prejudicado nossas
relações interpessoais, inclusive dentro da Igreja. É necessário que nossa
mente seja restaurada à imagem de Cristo, para que possamos pensar diferente,
de maneira mais pura e tenhamos relacionamentos mais saudáveis.
Ponto Importante
Na maioria das vezes, quando oramos por outros,
especialmente quando estamos em situações de conflito, somos tendenciosos a
orar clamando por mudança na vida dos outros, mas e se o propósito de Deus em
toda essa situação for transformar algo em nós?
1. Agradecendo a Deus pelo fim de um período
turbulento?
A despedida de Paulo dos tessalonicenses como vimos
acima, foi carinhosa e cheia de votos de felicidade. Alguns líderes não veem a
hora do ano, do trimestre, do congresso terminar para depois entregarem seus
cargos, pois infelizmente os liderados não cooperam, e ainda fazem muitas
críticas. Que tipo de liderado é você? Cooperador ou maledicente? Você teria
coragem de liderar o ministério de jovens, o conjunto musical, a classe da
Escola Dominical de sua igreja? Se você fosse um líder você desejaria um grupo
de liderados exatamente como você é hoje? Estas perguntas não devem ser
respondidas em público, elas são na verdade um convite a reflexão interior,
pessoal, individual. Façamos apenas mais uma pergunta: e se Paulo fosse o líder
do grupo no qual você está envolvido, como ele se despediria?
2. Exausto emocional e espiritualmente?
O índice de líderes adoecidos nas comunidades
locais é altíssimo. Estafa, estresse, ansiedade, estas são algumas das mazelas
que dedicados servos de Deus têm adquirido em virtude da sobrecarga de trabalho
a que se submetem. O que você tem feito para auxiliar seu líder? De que maneira
sua participação como liderado tem sido uma bênção para quem lidera? Todos
podem ser melhores, mas você também não!? Seu líder é daqueles que “carregam o
piano” sozinho e ainda tem que escutar comentários como: “Não ficou bom!”,
“Qualquer um faria melhor!”, “Coisa de amador!”? Auxilie seus líderes, pois aquilo
que fazemos para o Reino de Deus tem um valor eterno. Líderes também precisam
de amigos e apoiadores, pois ninguém consegue fazer a obra de Deus sozinho.
3. Em lágrimas de gratidão por tudo aquilo que você
tornou-se.
Que os nossos sentimentos, sejam semelhantes aos de
Paulo: haja gratidão e alegria (Rm 16.6,12; 1Co 16.10; Fp 4.3). Para tanto
reconheçamos que nosso trabalho nunca é inútil ou insignificante quando o
fazemos para a glória do Senhor (1Co 15.58). A verdadeira alegria de um líder,
não é pelas coisas que faz, mas pelo legado que deixa na vida das pessoas. O
testemunho de acompanhar pessoas feridas na alma e desacreditadas da fé, e
vê-las restauradas e louvando a Deus é algo fantástico. Quanto vale o preço de
uma vida restaurada pelo poder de Deus? Quanto se pode pagar por um sonho
ministerial que se torna realidade? O que se pode dar em troca da vida de um
jovem alicerçada na presença do Criador? Em todos os casos a resposta é a
mesma; NADA! Cristo seja sempre tudo em nós.
Pense!
O trabalho na igreja local é muito árduo, e na
maioria das vezes sem nenhum tipo de reconhecimento. Não sejamos do grupo dos
que criticam e nada fazem. Coloquemo-nos como aqueles que estão dispostos,
sempre, a fazer o melhor para o Reino dos Céus. Trabalhemos não para os homens,
mas para o Deus que nos vocacionou.
Ponto Importante
Que sejamos abençoadores do Reino de Deus; ativos
servos, conscientes de nossa vocação para o serviço do Mestre. Abandonemos a
imaturidade cristã e que o nosso coração seja alinhado com o coração do Pai.
CONCLUSÃO
O melhor jeito de despedir-se de um grupo é
deixando muita vontade de não ir embora. Líderes e liderados precisam
reconhecer seus papéis no Reino dos Céus e trabalhar, cotidianamente, para que
cada um cumpra suas responsabilidades e acreditemos que o Senhor é que fará por
nós aquilo que somos incapazes de realizar. Que nossas despedidas sejam sempre
alegres, e cheias de boas recordações. Façamos algo pelo Reino.
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 2º Trimestre de 2018 - Título: A Igreja do Arrebatamento — O padrão dos Tessalonicenses para estes últimos dias - Comentarista: Thiago Brazil
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 2º Trimestre de 2018 - Título: A Igreja do Arrebatamento — O padrão dos Tessalonicenses para estes últimos dias - Comentarista: Thiago Brazil
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