“E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?” Lc 6.46
Se por um lado a igreja evangélica brasileira caminhou, por muitas décadas, sob o peso de uma religiosidade que em nada se parecia com o Evangelho, por outro, adentramos em um tempo em que a falta de compromisso e a irreverência tomaram conta. Vivemos uma época em que, infelizmente, quase não se conhece a Bíblia. A despeito de tantas versões do Livro Sagrado, não há uma preocupação em conhecer mais da Palavra de Deus. Nunca se viu tanta literatura, mas ao mesmo tempo, tanta gente reproduzindo frases nas redes sociais, algumas até antibíblicas, como se fossem parte da Escritura. Antigamente ouvíamos falar em pessoas que eram apenas “crentes nominais”, pois nada tinham com a igreja. Atualmente, as igrejas são até frequentadas, mas cabe perguntar acerca da qualidade dos hinos, ou seja, de suas letras, o quanto são bíblicas ou apenas produto da imaginação formada pelo pragmatismo religioso. Os templos, alguns apinhados, por conta de pregadores famosos, parecem mais entreter que desafiar os crentes. A despeito de tudo isso, a advertência de Jesus Cristo continua atual e ainda há muitos servos do Senhor comprometidos com ela. Aos que levam uma vida sem qualquer respeito para com o Senhor, ainda que falando em nome dEle, ouvirão naquele dia que o Mestre não os conhece.
TEXTO BÍBLICO: Mateus 7.21-23
21 — Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22 — Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?
23 — E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.
INTRODUÇÃO
Em face da seriedade de tudo que anteriormente foi exposto, o Mestre agora sublinha a gravidade de se observar o que Ele disse e não apenas atentar, de maneira interesseira, para as capacitações espirituais disponíveis aos que se colocam a dar continuidade à missão iniciada pelo Senhor e confiada aos discípulos. Fazer estas e não observar aquela resultará em uma grande decepção e, finalmente, numa sentença terrível. A penúltima lição soa como uma séria advertência aos que atenderam ao chamado do Mestre, ou seja, todos os discípulos que se dispõe a fazer a obra de Deus, pois Cristo nos ensina que é preciso fazer a sua obra sem, contudo, deixar de cumprir a vontade do Pai. Jesus tinha autoridade para falar acerca desse assunto, visto que Ele dissera que não veio fazer a sua vontade própria, mas sim a daquEle que havia lhe enviado (Jo 6.38). É legítimo que façamos a obra, porém, ela deve ser realizada segundo a vontade do Pai (1Co 3.10,11).
I. NÃO BASTA PRONUNCIAR. É PRECISO RESPEITAR E FAZER A VONTADE DE DEUS
1. Não basta chamar a Deus de Pai ou Senhor.
Através de Malaquias, o último profeta literário do Antigo Testamento, Deus repreende os líderes do povo escolhido dizendo: “O filho honrará o pai, e o servo, ao seu senhor; e, se eu sou Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor? — diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome e dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?” (Ml 1.6). No questionamento, o Senhor deixa claro que de nada adianta dirigir-se a Ele chamando-o de Pai ou Senhor, mas não honrá-lo ou obedecê-lo como tal, pois isso é hipocrisia.
2. A pronúncia mecânica que em nada resultará.
Da mesma maneira que no Antigo Testamento o Senhor repreendeu aqueles que o chamavam de Senhor, mas não o honrava, o Mestre diz que nem todo aquele que lhe diz “Senhor, Senhor! Entrará no Reino dos céus” (v.21). Apesar de a confissão ser importante, ela só tem valor se vier acompanhada do reconhecimento que lhe corresponda. Do contrário, é mera pronúncia mecânica e nada mais.
3. Praticando a vontade de Deus.
No complemento ao ensino de que pronunciar “Senhor” mecanicamente não será capaz de proporcionar à pessoa sua entrada no Reino dos céus, o Mestre diz que tal está reservado somente àquele que faz a vontade do Pai. O que Ele estava ensinando é que chamá-lo de Senhor, mas não fazer a vontade de seu Pai, isto é, obedecer o que anteriormente foi exposto como justiça do Reino, não tem valor algum (Mt 5.20-6.34). Confessando Jesus como nosso Senhor e fazendo a vontade do Pai nos tornamos discípulos de forma integral e coerente (Mt 21.28-32).
Confessar Jesus Cristo, em espírito e em verdade, não é apenas fazer uma pronúncia mecânica, antes, significa fazer a vontade de Deus.
II. ADQUIRINDO STATUS COM A OBRA DE DEUS E RECEBENDO UMA DURA SENTENÇA
1. A alegria de ver as maravilhas de Deus.
Conforme vimos na lição anterior, Deus mesmo permite que determinados sinais aconteçam sem que, no entanto, o tal realizador tenha compromisso algum com Ele (Dt 13.1-5). A Palavra de Deus diz que a “manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (1Co 12.7), sendo assim, é preciso entender que tal utilidade é aferida pelo próprio Espírito, e não por nós mesmos. Ao enviar os setenta discípulos para fazer a obra de Deus, o Mestre notou que eles voltaram regozijando e cheios de alegria (Lc 10.1-17). Tal felicidade é legítima, pois realmente é maravilhoso ver Deus realizar prodígios por intermédio de nossas vidas.
2. O perigo do status.
Conquanto seja algo maravilhoso realizar a obra de Deus, é preciso ter muito cuidado para não querer usurpar a glória que pertence somente a Deus (Is 42.8). É fato que todos aqueles que realizam a obra do Senhor sejam notados e distinguidos. Porém, é preciso maturidade e lucidez para reconhecer-se apenas como canal e não portador do poder de Deus (At 3.11-16). Na visão materialista, ser canal de Deus gera tanto status que já houve quem quisesse comprar tais dons (At 8.17-24).
3. Uma dura sentença aos que fizeram a obra de Deus sem compromisso com o Senhor.
O Mestre diz que “naquele Dia” (v.22), isto é, no momento do juízo, os que aqui realizaram a obra de Deus sem compromisso com Ele, sem fazer a vontade do Pai, desfrutando apenas do status proporcionado por aqueles a quem o Espírito usa, não compreenderão por que estão sendo condenados mesmo depois de profetizar, expulsar demônios e fazer muitas outras maravilhas. A sentença será dura. O Mestre demonstra não os conhecer, pois pela condenação, percebe-se que tais pessoas apenas usufruíram, de forma desonrosa, e para praticar coisas erradas, do poder que lhes fora conferido por Deus (v.23).
Será muito triste descobrir-se, no dia do juízo, como alguém desconhecido por Jesus.
III. UMA ADVERTÊNCIA PARA O SACERDÓCIO ATUAL
1. A Grande Comissão.
A incumbência do Senhor aos seus discípulos, de que continuassem e dessem prosseguimento ao que Ele começou, é conhecida como a “Grande Comissão” (Mt 28.19-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21). Além da pregação e do discipulado, ela envolve a operação de milagres da parte do Espírito de Deus (Lc 10.19).
2. A verdadeira alegria dos discípulos.
Ao enviar os setenta, os milagres aconteceram, e os discípulos voltaram felizes por isso (Lc 10.1-17). Ciente do perigo que tal “alegria” pode trazer se extrapolar o nível tolerado, o Mestre relembra-os: “Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus” (Lc 10.20). Esta deve ser a verdadeira alegria de todo discípulo.
3. O sacerdócio atual.
Na atualidade, a igreja toda, pelo fato de ela ser formada pelos discípulos do Mestre, é chamada a realizar a obra de Deus. O apóstolo Pedro diz que nós, que não éramos povo, agora somos e temos tal incumbência, isto é, somos “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). Portanto, cuidemos para que a obra de Deus seja realizada, mas que igualmente pratiquemos a vontade de Deus, para que não venhamos a ouvir a dura sentença, mas, diferentemente, o bem-vindo amoroso do Mestre: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.34b).
A realização da obra de Deus é uma obrigação dos discípulos. Mas devemos fazê-la com temor e cuidado.
CONCLUSÃO
A advertência do Mestre aos seus discípulos é oportuna, pois muitos iniciam bem, mas acabam se desvirtuando durante o trajeto. Continuemos a fazer a obra de Deus, sem descuidar com a necessidade de fazer a vontade do Pai, visto que, ao final, é isso que contará.
SUBSÍDIO
“Falsa Profissão de Fé (7.21-23)
Enquanto a advertência anterior estava particularmente voltada aos líderes religiosos, esta trata do grupo de membros dentro da Igreja. O verdadeiro teste do discipulado é a obediência. Nem mesmo a pregação e a operação de milagres em Nome de Jesus Cristo prova que uma pessoa é aceita diante de Deus. O termo demônio, diabolos (‘Diabo’) é sempre singular no grego. A palavra aqui é plural, daimonia, ‘demônios’. A penalidade para a desobediência é a separação de Deus” (CHILDERS, Charles L.; EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood (Eds.) Comentário Bíblico Beacon: Mateus a Lucas. Volume 6. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.69).
“7.22 Muitos me dirão naquele dia
Nos versículos 22,23, Jesus declara enfaticamente que ‘muitos’ que profetizam, pregam ou realizam milagres em seu nome estão enganados, pensando que são servos de Deus quando, na realidade, Ele não os conhece. Para não ser enganado nos últimos dias, o dirigente de igreja, ou qualquer outro discípulo, deve apegar-se totalmente à verdade e à justiça reveladas na Palavra de Deus [...], e não considerar o ‘sucesso ministerial’ como padrão de avaliação no seu relacionamento com Cristo” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, pp.1399-400).
Se por um lado a igreja evangélica brasileira caminhou, por muitas décadas, sob o peso de uma religiosidade que em nada se parecia com o Evangelho, por outro, adentramos em um tempo em que a falta de compromisso e a irreverência tomaram conta. Vivemos uma época em que, infelizmente, quase não se conhece a Bíblia. A despeito de tantas versões do Livro Sagrado, não há uma preocupação em conhecer mais da Palavra de Deus. Nunca se viu tanta literatura, mas ao mesmo tempo, tanta gente reproduzindo frases nas redes sociais, algumas até antibíblicas, como se fossem parte da Escritura. Antigamente ouvíamos falar em pessoas que eram apenas “crentes nominais”, pois nada tinham com a igreja. Atualmente, as igrejas são até frequentadas, mas cabe perguntar acerca da qualidade dos hinos, ou seja, de suas letras, o quanto são bíblicas ou apenas produto da imaginação formada pelo pragmatismo religioso. Os templos, alguns apinhados, por conta de pregadores famosos, parecem mais entreter que desafiar os crentes. A despeito de tudo isso, a advertência de Jesus Cristo continua atual e ainda há muitos servos do Senhor comprometidos com ela. Aos que levam uma vida sem qualquer respeito para com o Senhor, ainda que falando em nome dEle, ouvirão naquele dia que o Mestre não os conhece.
TEXTO BÍBLICO: Mateus 7.21-23
21 — Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22 — Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?
23 — E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.
INTRODUÇÃO
Em face da seriedade de tudo que anteriormente foi exposto, o Mestre agora sublinha a gravidade de se observar o que Ele disse e não apenas atentar, de maneira interesseira, para as capacitações espirituais disponíveis aos que se colocam a dar continuidade à missão iniciada pelo Senhor e confiada aos discípulos. Fazer estas e não observar aquela resultará em uma grande decepção e, finalmente, numa sentença terrível. A penúltima lição soa como uma séria advertência aos que atenderam ao chamado do Mestre, ou seja, todos os discípulos que se dispõe a fazer a obra de Deus, pois Cristo nos ensina que é preciso fazer a sua obra sem, contudo, deixar de cumprir a vontade do Pai. Jesus tinha autoridade para falar acerca desse assunto, visto que Ele dissera que não veio fazer a sua vontade própria, mas sim a daquEle que havia lhe enviado (Jo 6.38). É legítimo que façamos a obra, porém, ela deve ser realizada segundo a vontade do Pai (1Co 3.10,11).
I. NÃO BASTA PRONUNCIAR. É PRECISO RESPEITAR E FAZER A VONTADE DE DEUS
1. Não basta chamar a Deus de Pai ou Senhor.
Através de Malaquias, o último profeta literário do Antigo Testamento, Deus repreende os líderes do povo escolhido dizendo: “O filho honrará o pai, e o servo, ao seu senhor; e, se eu sou Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor? — diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome e dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?” (Ml 1.6). No questionamento, o Senhor deixa claro que de nada adianta dirigir-se a Ele chamando-o de Pai ou Senhor, mas não honrá-lo ou obedecê-lo como tal, pois isso é hipocrisia.
2. A pronúncia mecânica que em nada resultará.
Da mesma maneira que no Antigo Testamento o Senhor repreendeu aqueles que o chamavam de Senhor, mas não o honrava, o Mestre diz que nem todo aquele que lhe diz “Senhor, Senhor! Entrará no Reino dos céus” (v.21). Apesar de a confissão ser importante, ela só tem valor se vier acompanhada do reconhecimento que lhe corresponda. Do contrário, é mera pronúncia mecânica e nada mais.
3. Praticando a vontade de Deus.
No complemento ao ensino de que pronunciar “Senhor” mecanicamente não será capaz de proporcionar à pessoa sua entrada no Reino dos céus, o Mestre diz que tal está reservado somente àquele que faz a vontade do Pai. O que Ele estava ensinando é que chamá-lo de Senhor, mas não fazer a vontade de seu Pai, isto é, obedecer o que anteriormente foi exposto como justiça do Reino, não tem valor algum (Mt 5.20-6.34). Confessando Jesus como nosso Senhor e fazendo a vontade do Pai nos tornamos discípulos de forma integral e coerente (Mt 21.28-32).
Confessar Jesus Cristo, em espírito e em verdade, não é apenas fazer uma pronúncia mecânica, antes, significa fazer a vontade de Deus.
II. ADQUIRINDO STATUS COM A OBRA DE DEUS E RECEBENDO UMA DURA SENTENÇA
1. A alegria de ver as maravilhas de Deus.
Conforme vimos na lição anterior, Deus mesmo permite que determinados sinais aconteçam sem que, no entanto, o tal realizador tenha compromisso algum com Ele (Dt 13.1-5). A Palavra de Deus diz que a “manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (1Co 12.7), sendo assim, é preciso entender que tal utilidade é aferida pelo próprio Espírito, e não por nós mesmos. Ao enviar os setenta discípulos para fazer a obra de Deus, o Mestre notou que eles voltaram regozijando e cheios de alegria (Lc 10.1-17). Tal felicidade é legítima, pois realmente é maravilhoso ver Deus realizar prodígios por intermédio de nossas vidas.
2. O perigo do status.
Conquanto seja algo maravilhoso realizar a obra de Deus, é preciso ter muito cuidado para não querer usurpar a glória que pertence somente a Deus (Is 42.8). É fato que todos aqueles que realizam a obra do Senhor sejam notados e distinguidos. Porém, é preciso maturidade e lucidez para reconhecer-se apenas como canal e não portador do poder de Deus (At 3.11-16). Na visão materialista, ser canal de Deus gera tanto status que já houve quem quisesse comprar tais dons (At 8.17-24).
3. Uma dura sentença aos que fizeram a obra de Deus sem compromisso com o Senhor.
O Mestre diz que “naquele Dia” (v.22), isto é, no momento do juízo, os que aqui realizaram a obra de Deus sem compromisso com Ele, sem fazer a vontade do Pai, desfrutando apenas do status proporcionado por aqueles a quem o Espírito usa, não compreenderão por que estão sendo condenados mesmo depois de profetizar, expulsar demônios e fazer muitas outras maravilhas. A sentença será dura. O Mestre demonstra não os conhecer, pois pela condenação, percebe-se que tais pessoas apenas usufruíram, de forma desonrosa, e para praticar coisas erradas, do poder que lhes fora conferido por Deus (v.23).
Será muito triste descobrir-se, no dia do juízo, como alguém desconhecido por Jesus.
III. UMA ADVERTÊNCIA PARA O SACERDÓCIO ATUAL
1. A Grande Comissão.
A incumbência do Senhor aos seus discípulos, de que continuassem e dessem prosseguimento ao que Ele começou, é conhecida como a “Grande Comissão” (Mt 28.19-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21). Além da pregação e do discipulado, ela envolve a operação de milagres da parte do Espírito de Deus (Lc 10.19).
2. A verdadeira alegria dos discípulos.
Ao enviar os setenta, os milagres aconteceram, e os discípulos voltaram felizes por isso (Lc 10.1-17). Ciente do perigo que tal “alegria” pode trazer se extrapolar o nível tolerado, o Mestre relembra-os: “Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus” (Lc 10.20). Esta deve ser a verdadeira alegria de todo discípulo.
3. O sacerdócio atual.
Na atualidade, a igreja toda, pelo fato de ela ser formada pelos discípulos do Mestre, é chamada a realizar a obra de Deus. O apóstolo Pedro diz que nós, que não éramos povo, agora somos e temos tal incumbência, isto é, somos “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). Portanto, cuidemos para que a obra de Deus seja realizada, mas que igualmente pratiquemos a vontade de Deus, para que não venhamos a ouvir a dura sentença, mas, diferentemente, o bem-vindo amoroso do Mestre: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.34b).
A realização da obra de Deus é uma obrigação dos discípulos. Mas devemos fazê-la com temor e cuidado.
CONCLUSÃO
A advertência do Mestre aos seus discípulos é oportuna, pois muitos iniciam bem, mas acabam se desvirtuando durante o trajeto. Continuemos a fazer a obra de Deus, sem descuidar com a necessidade de fazer a vontade do Pai, visto que, ao final, é isso que contará.
SUBSÍDIO
“Falsa Profissão de Fé (7.21-23)
Enquanto a advertência anterior estava particularmente voltada aos líderes religiosos, esta trata do grupo de membros dentro da Igreja. O verdadeiro teste do discipulado é a obediência. Nem mesmo a pregação e a operação de milagres em Nome de Jesus Cristo prova que uma pessoa é aceita diante de Deus. O termo demônio, diabolos (‘Diabo’) é sempre singular no grego. A palavra aqui é plural, daimonia, ‘demônios’. A penalidade para a desobediência é a separação de Deus” (CHILDERS, Charles L.; EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood (Eds.) Comentário Bíblico Beacon: Mateus a Lucas. Volume 6. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.69).
“7.22 Muitos me dirão naquele dia
Nos versículos 22,23, Jesus declara enfaticamente que ‘muitos’ que profetizam, pregam ou realizam milagres em seu nome estão enganados, pensando que são servos de Deus quando, na realidade, Ele não os conhece. Para não ser enganado nos últimos dias, o dirigente de igreja, ou qualquer outro discípulo, deve apegar-se totalmente à verdade e à justiça reveladas na Palavra de Deus [...], e não considerar o ‘sucesso ministerial’ como padrão de avaliação no seu relacionamento com Cristo” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, pp.1399-400).
Fonte: Lições Bíblicas CPAD Jovens - 2º trim.2017 - O Sermão do Monte - A Justiça sob a ótica de Jesus - Comentarista César Moisés Carvalho
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