“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te
digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino
de Deus” Jo 3.5
O Processo da Salvação
Nesta lição, veremos o que Deus faz na vida
da pessoa que se arrependeu dos pecados e creu no Senhor Jesus: Justifica,
Regenera e Santifica.
Justificação
Cristo Jesus, o nosso Senhor, segundo a sua
própria justiça, Deus nos declarou justificados. Esse termo refere-se à nossa
mudança de situação diante de Deus. É o ato pelo qual o Altíssimo declara os
pecadores outrora acusados, culpados e condenados, agora livres e absolvidos
com base na definitiva e satisfatória obra salvífica de Jesus Cristo operada na
cruz. É uma das maravilhosas doutrinas da Salvação que precisa ser pregada,
afirmada e reafirmada nos púlpitos e nas classes de Escola Dominical das igrejas
locais.
Regeneração
O teólogo pentecostal Daniel Pecota diz que a
Regeneração “é o início do nosso crescimento no conhecimento de Deus, na nossa
experiência de Cristo e do Espírito e no nosso caráter moral”. Após o
arrependimento e a fé, Deus nos regenera por intermédio do seu Espírito Santo.
É o milagre da criação de uma nova natureza interior. É ação do Espírito
semelhante ao que profetizou o profeta Ezequiel: “E lhe darei um mesmo coração,
e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de
pedra e lhes darei um coração de carne” (Ez 11.19). Uma doutrina urgente que
deve ser pregada e ensinada. Uma das verdades que os pentecostais sempre
enfatizaram é a “mudança de vida” como prova da verdadeira conversão em Cristo.
Isso passa obrigatoriamente pelo milagre da Regeneração que leva-nos à
santificação.
Santificação
O teólogo pentecostal Timothy P. Jenney, no
capítulo “O Espírito Santo e a Santificação”, da obra Teologia
Sistemática: Perspectiva Pentecostal, editada pela CPAD, diz que “os escritores
do Novo Testamento empregam tão frequentemente a expressão ‘Espírito Santo’ por
reconhecerem a relevância do Espírito para a santificação do mundo” (p.406).
Nesse sentido, podemos conceituar “santificação” como “o processo mediante o qual
Deus está purificando o mundo e seus habitantes”. É uma obra continuada a
partir da regeneração, numa perspectiva instantânea, pois aplica à vida do
crente a obra feita por Jesus; e progressiva, pois a operação do Espírito é
permanente. Uma doutrina que deve ser vivida hoje!
O processo bíblico de salvação se dá por meio
da justificação, regeneração e santificação do ser humano.
Leitura Bíblica: João 3.1-7
INTRODUÇÃO
O processo de salvação na vida do crente se
dá em três aspectos: na justificação outorgada por Deus; na regeneração operada
pelo Espírito Santo; na santificação como consequência de uma vida com Cristo.
Todo esse processo é alcançado pela fé na crucificação, morte e ressurreição de
Cristo Jesus, nosso Senhor.
1. A natureza da Justificação.
A
justificação evoca a ideia de um tribunal jurídico em que pesam terríveis e
verdadeiras acusações contra nós, mas que por meio do sacrifício expiatório e
substitutivo de Cristo, se tornaram nulas (Rm 4.24,25). Assim, somos declarados
inocentes, pois nossa condenação foi substituída pela pena paga por Cristo na
cruz (2Co 5.21). É um ato gracioso e amoroso de Deus para nós, sem
interferência dos méritos humanos, cabendo ao homem somente crer mediante a fé
na obra que Jesus operou (Rm 5.1). Entretanto, cabe ressaltar que a fé é o meio
instrumental para nos unir a Cristo, o nosso justificador, e não a causa da
justificação. Logo, a justificação tem como consequência direta o perdão dos
pecados, a reconciliação do pecador com Deus, a segurança da salvação e a santificação
da vida.
2. A necessidade de Justificação.
A
necessidade da justificação é para que nos encontremos justos e santos diante
de Deus, a fim de que sejamos participantes das bênçãos da salvação e para que
o Diabo não acuse o crente dos pecados que Cristo perdoou (Rm 8.33,34). Nesse
sentido, a pessoa justificada está livre de condenação e é herdeira da vida
eterna, tendo como resultado prático a paz com Deus (Rm 5.1).
3. A impossibilidade da autojustificação.
Os
que reconhecem a necessidade de justificação são alcançados por ela. Para
ilustrar essa realidade espiritual, o Senhor Jesus ensinou sobre a justificação
apresentando a história de um fariseu que se justificava orgulhosamente por
evitar certos pecados, mas não alcançou a justificação; enquanto o publicano,
que reconhecia a sua miséria diante de Deus, teve os seus pecados perdoados e
sua vida justificada (Lc 18.9-14). Nesse aspecto, a justificação não se refere
ao esforço humano por pureza ou santidade, mas ao estado de retidão diante de
Deus por meio de Jesus, o justo, que morreu tomando sobre si todas as acusações
contra nós. Por isso, quando Deus nos olha, após nos tornarmos em nova criação,
ainda mesmo com os nossos defeitos e falhas, em Cristo, nos enxerga sem pecado
(1Co 6.11). Assim, o pecador é justificado pela graça de Deus somente, jamais
por méritos pessoais (Rm 3.21,26,28; 4.5; Gl 3.11).
Pela fé em Cristo e mediante a sua graça
somos justificados por Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A Justificação
“Assim como a regeneração leva a efeito uma
mudança em nossa natureza, a justificação modifica a nossa situação diante de
Deus. O termo ‘justificação’ refere-se ao ato mediante o qual, com base na obra
infinitamente justa e satisfatória de Cristo na cruz, Deus declara os pecadores
condenados livres de toda a culpa do pecado e de suas consequências eternas,
declarando-os plenamente justos aos seus olhos. O Deus que detesta ‘o que
justifica o ímpio’ (Pv 15.17) mantém sua própria justiça ao justificá-lo, porque
Cristo já pagou a penalidade integral do pecado (Rm 3.21-26). Constamos,
portanto, diante de Deus como plenamente absolvidos.
Para descrever a ação de Deus a
justificar-nos, os termos empregados pelo Antigo Testamento (heb. tsaddiq:
Êx 23.7; Dt 25.1; 1Rs 8.32; Pv 17.15) e pelo Novo Testamento (gr. dikaioõ:
Mt 12.37; Rm 3.20; 8.33,34) sugerem um contexto judicial e forense. Não
devemos, no entanto, considerá-la uma ficção jurídica, como se estivéssemos
justos sem no entanto sê-lo. Por estarmos nEle (Ef 1.4,7,11), Jesus Cristo
tornou-se a nossa justiça (1Co 1.30). Deus credita ou contabiliza (gr. logizomaí)
sua justiça em nosso favor. Ela é imputada a nós” (HORTON, Stanley M. Teologia
Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.372).
O Processo da Salvação
“A obra do Espírito não cessa quando a pessoa
reconhece sua culpa diante de Deus, mas vai crescendo a cada etapa subsequente.
[...] No momento da conversão, nascemos de novo, desta vez o nascimento no
Espírito. Ao mesmo tempo, o Espírito nos batiza no corpo de Jesus Cristo, que é
a Igreja. Instantaneamente, somos lavados, santificados e justificados, e tudo
isto mediante o poder do Espírito”. Leia mais em Teologia Sistemática: uma
perspectiva pentecostal, editado por Stanley Horton, CPAD, pp.424,25.
II. REGENERADOS PELO ESPÍRITO SANTO
1. A natureza da Regeneração.
Regeneração
é a ação divina de criar um novo homem, dando-lhe um novo coração,
transformando-o em nova criação (2Cr 5.17), tornando-o filho de Deus (Jo
1.12,13) e fazendo-o passar da morte para a vida (Jo 5.24). Aqui, é importante
distinguir regeneração da conversão. Esta é a resposta humana à regeneração no
processo de salvação, que é voltar-se inteiramente para Deus; enquanto aquela é
um milagre operado por Deus na natureza humana, um fenômeno incompreensível à
mente natural (Jo 3.3,7). Logo, Deus é o operador dessa transformação, fazendo
com que a pessoa, outrora apática para as coisas divinas, agora se encontre em
plena vitalidade para com as coisas espirituais (Rm 8.28-30; Tt 3.5).
2. A necessidade de Regeneração.
Para
fazermos parte do Reino de Deus é preciso nos tornar nova criatura e nascermos
do Espírito (Jo 3.5) que opera a vivificação em nós, pois Ele é o agente da
regeneração. O Espírito Santo faz brotar entusiasmo espiritual e vida abundante
(Jo 7.38), onde outrora havia morte, ofensa e pecado (Ef 2.1). É o agir do
Espírito pela Palavra que faz germinar vida no coração do salvo (Tg 1.18).
3. Consequências da Regeneração.
É
possível verificar se somos regenerados por meio de algumas mudanças que passam
a fazer parte do nosso viver: o amor intenso a Deus (1Jo 4.19; 5.1); o amor
pelos irmãos (1Jo 3.14); a rejeição das coisas mundanas (1Jo 2.15,16); o amor à
Palavra de Deus (Sl 119.103; 1Pe 2.2); o amor pelas almas perdidas (Rm 9.1-3);
o desejo de estar em comunhão com Deus e adorá-lo (Sl 42.1,2; 63.1; Ef
5.19,20); a vitória sobre o pecado, a carnalidade e as práticas contrárias ao
Evangelho (1Jo 5.18; Gl 5.16; 2Co 5.17); o conhecimento da vontade de Deus (1Co
2.12); o testemunho interior do Espírito Santo atestando nossa filiação ao Pai
(Rm 8.16); o intenso interesse de praticar a justiça (1Jo 2.29). Claro que não
somos perfeitos e que muitas vezes nos depararemos com a impossibilidade de
manifestar essas mudanças o tempo todo, mas substancialmente elas estão
presentes na regeneração da pessoa.
O Espírito Santo opera, naquele que cre em
Jesus Cristo, a regeneração.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Regeneração
“A regeneração é a ação decisiva e
instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria de novo a natureza
interior. O substantivo grego (palingenesia) traduzido por ‘regeneração’
aparece apenas duas vezes no Novo Testamento. Mateus 19.28 emprega-o com referência
aos tempos do fim. Somente em Tito 3.5 refere-se a renovação espiritual do
indivíduo. Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de Israel, a
Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que acontece. O
Senhor ‘tirará da sua carne o coração de pedra e lhes dará um coração de carne’
(Ez 11.19). Deus diz: ‘Espalharei água pura sobre vós, e ficareis
purificados... E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito
novo... E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus
estatutos’ (Ez 36.25-27). Deus colocará a sua lei ‘no seu interior e a
escreverá no seu coração’ (Jr 31.33). Ele ‘circundará o teu coração... para
amares ao Senhor’ (Dt 30.6)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática:Uma
perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.369,370).
III. SANTIFICADOS EM CRISTO
1. Uma consequência da salvação.
A
santificação é o processo pelo qual o crente se afasta (separa) do pecado para
viver uma vida inteiramente consagrada a Deus, desenvolvendo nele a imagem de
Cristo (Rm 8.29). É um processo de cooperação entre o crente e o Espírito Santo
que se inicia no momento da justificação do salvo, isto é, Deus vê o crente
como santo, ainda que a santidade dele precise ser aperfeiçoada (Ef 4.12). No
processo de conversão, a santificação é outorgada ao cristão porque Deus o vê
santo, separado e amado por Ele, o nosso Pai (Cl 3.12). Nesse sentido estamos
firmados em Cristo e os pecados não têm mais lugar em nossas vidas (1Jo 3.6).
2. Um esforço pessoal.
As Escrituras
revelam que devemos almejar e priorizar a santificação (Hb 12.14), pois a nossa
natureza pecaminosa insiste em resistir a esse processo (Rm 7.14,21). Deus
anela pela santificação dos seus filhos, não por capricho divino, mas porque o
pecado nos fere de morte e o nosso Pai de amor não quer ver os seus filhos
feridos, mortos no pecado, pois isso contraria sua natureza amorosa. Assim,
para sarar a ferida do pecado, Ele enviou o seu filho para nos libertar do
pecado a fim de vivermos uma vida santa.
3. O desafio de sermos santos.
Às vezes
achamos que podemos ser continuamente bons e santos (1Jo 1.10). Na verdade, a
nossa meta deve ser essa, mas não podemos deixar de reconhecer que somos
simultaneamente justos e pecadores, ou seja, em Cristo, Deus nos vê
absolutamente santos; no entanto, em relação à nossa natureza inclinada ao
pecado, nossa santificação sofre revezes (Rm 7.15). Por isso é exigido um
esforço pessoal e dependência contínua do Espírito Santo para sermos santos.
Pela fé somos santificados em Jesus Cristo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Santificação
A santificação precisa ser distinguida da
justificação. Na justificação, Deus atribui ao crente, no momento em que recebe
a Cristo, a própria justiça de Cristo, e a partir de então vê esta pessoa como
se ela tivesse morrido, sido sepultada e ressuscitada em novidade de vida em
Cristo (Rm 6.6-10). É uma mudança que ocorre ‘de uma vez por todas’ na condição
legal ou judicial da pessoa de Deus. A santificação, em contraste, é um
processo progressivo que ocorre na vida do pecador regenerado, momento a
momento. Na santificação ocorre uma cura substancial da separação que havia
ocorrido entre Deus e o homem, entre o homem e os seus companheiros, entre o
homem e si mesmo, entre o homem e a natureza” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1762).
CONCLUSÃO
Convêm que os crentes, como pessoas
justificadas, regeneradas e santificadas, demonstrem ao mundo perdido, por meio
das consequências positivas que esse processo de salvação traz sobre nossa
vida, que somente Jesus pode salvar e transformar o pecador.
Fonte:
Livro de Apoio - 4º Trim/17 – A Obra da Salvação - Claiton Ivan Pommerening
Lições Bíblicas Adultos 4º trimestre/17 - A Obra da Salvação — Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida – Comentarista: Claiton Ivan Pommerening
Lições Bíblicas Adultos 4º trimestre/17 - A Obra da Salvação — Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida – Comentarista: Claiton Ivan Pommerening
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