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quinta-feira, 11 de maio de 2017

A Ansiedade pela Vida

Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal” Mt 6.34

Desde sempre a humanidade tem pautado sua existência pela ansiedade e preocupação com o amanhã, porém, os filhos do Reino são ensinados a confiar no Senhor.

Vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida (6.25)
‘Andar cuidadoso’ é merimnao, estar ansioso, distraído pelos medos. Em um segundo sentido pode significar simplesmente preocupar-se. A vida é psuche, uma palavra que reflete o significado da hebraica nephish e chama a atenção para nossa natureza como seres que vivem no mundo material.
Como existimos em corpos, precisamos de comida, bebida e abrigo, para mantermos a vida biológica. Alguns se vêem como seres que têm apenas a vida biológica, e vêem a vida propriamente dita como nada mais do que uma luta para obter as coisas materiais. Um moderno adesivo de para-choques capta bem este ponto de vista: ‘Quem tem mais brinquedos, quando morre, ganha o jogo’.
Jesus não objeta o fato de que os seres humanos precisam de comida, roupas e abrigo. Mas Ele nos lembra que os seres humanos não são essencialmente biológicos por natureza. Nós temos uma participação na imagem de Deus, e o espiritual tem um significado mais fundamental para nós do que o material.
Quanto às nossas necessidades de psuche, temos o Pai que proverá por nós. Assim, nós, cidadãos do reino de Deus, estamos livres da preocupação com as necessidades mundanas, livres para dar prioridade ao espiritual” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, pp.32-33).

A ansiedade vai muito além de um sentimento ou estado psíquico, pois hoje já se sabe que ela é fonte de doenças não apenas emocionais, mas também físicas, sendo ela mesma, quando persistente e em um nível drástico, uma patologia conhecida como “transtorno de ansiedade”. A organização social favorece o desenvolvimento desse mal-estar físico e psíquico, levando as pessoas a manterem-se permanentemente ansiosas. O resultado desastroso dessa estratégia é que a sociedade termina pensando que tal estado de correria é “normal”. Técnicas comerciais levam a população a consumir, sem necessidade, tendo que por isso aumentar sua jornada de trabalho. Assim, forma-se uma “bola de neve”, pois as pessoas querem se sentir atuais, isto é, “na moda”, para serem aceitas e incluídas, endividando-se além de suas condições, tendo então que trabalhar mais do que o recomendável. Como resultado, muitos adoecem. Outras, ansiosas por causa da “ditadura da beleza” e do corpo perfeito, adotam “dietas desproporcionais” ou a ingestão de anabolizantes, recorrendo a artifícios para “ficar em forma”. Por outro lado, a ansiedade também é uma fonte de obesidade. As pessoas comem mais do que precisam para saciar de alguma forma sua ansiedade. O fato é que a ansiedade predispõe o ser humano à fácil dominação. Pesquisadores dizem que não é recomendável ir ao mercado quando se está com fome, pois a pessoa acaba comprando mais do precisa. Enfim, sob todos os aspectos, a ansiedade é nociva.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Uma distinção importante a se fazer é entre ansiedade e estresse. Segundo o psicólogo industrial, Frederick Sale, em sua obra Você & Deus no Trabalho (CPAD), a "dinâmica psicológica do estresse está bem entendida", pois o "processo tem início com um abalo emocional" fazendo com que você perceba "algo que lhe causa medo, pesar, culpa, ira, excitação, etc. (Experiências positivas intensas também podem ser estressantes.) Uma vez que o agente estressante é registrado pelo córtex cerebral (que é uma parte do cérebro), a sequência se desenvolve do seguinte modo:

• Outras partes do cérebro são despertadas;

• O hormônio pituitário desperta o restante do seu corpo;

• A atividade autônoma do sistema nervoso é aumentada;

• Sua taxa de metabolismo sofre um aumento;

• Seu consumo de oxigênio aumenta;

• Sua pressão sanguínea aumenta;

• Suas taxas de batimentos cardíacos e de respiração aumentam;

• Maior quantidade de sangue é bombeada aos seus músculos;

• A adrenalina é bombeada para sua corrente sanguínea;

• Seu fígado aumenta a secreção de colesterol;

• Sua atividade renal é aumentada;

• O teor de açúcar no seu sangue aumenta;

• Seus músculos se tornam tensos;

• As palmas de suas mãos começam a suar”.

O autor finaliza dizendo que fomos feitos “para funcionar deste modo”, e que o “estresse é, de fato, um mecanismo de sobrevivência” que nos “capacita a lidar com circunstâncias ameaçadoras que causem rupturas”. Se rapidamente reagirmos e, se tivermos sucesso para eliminar a fonte de estresse, “todos os sistemas do organismo voltarão à sua condição normal mais rápida e completamente” (pp.143-44). Portanto, se mantivermos a ansiedade, certamente viveremos permanentemente estressados, aumentando o risco de doenças e até mesmo o óbito.

TEXTO BÍBLICO:  Mateus 6.19-34

INTRODUÇÃO

Em continuidade ao célebre Sermão do Monte, o Mestre passa agora a expor a justiça do Reino, portanto, a que deve prevalecer para os seus discípulos (6.19-7.27). Nessa primeira seção de ensino, Jesus aborda pontos básicos do dia a dia que dizem respeito não apenas ao seu núcleo apostólico, mas a todos os discípulos que, em todos os tempos e lugares, aceitarem o chamado para seguir a Cristo, devem orientar suas vidas de acordo com o que aqui está exposto (vv.19-34). Mesmo porque, para quem ora e se expressa com a oração do Pai-Nosso, nada diferente pode ser esperado.

I. TESOUROS TERRESTRES X TESOUROS CELESTES: EM QUAL DELES ESTÁ O NOSSO CORAÇÃO?

1. O desestímulo ao acúmulo de tesouros terrestres.
Em uma sociedade cujo valor maior está em “ter” cada vez mais e assim conquistar prestígio, Jesus ensina justamente o contrário (Lc 12.15). Exaurir-se em uma busca frenética para acumular bens terrestres não é uma forma saudável para viver, pois a fragilidade de tais bens (“traça”, “ferrugem” e “ladrões”), demonstra claramente tal verdade (v.19).

2. O incentivo ao acúmulo de tesouros celestes.
O estilo de vida do discípulo não é outro, senão o do Mestre (Lc 6.40). Jesus disse que a sua “comida” era cumprir a vontade do seu Pai e assim realizar o que Ele veio executar (Jo 4.31-34). É importante lembrar que tal obra é abrangente (Lc 4.18,19). O Mestre a destinou aos seus seguidores para que dessem continuidade e a levassem adiante (Lc 10.19,20; Mt 28.19,20; Jo 20.19-23; etc.). Assim, ser “rico para com Deus” (Lc 12.21) significa orientar-se pelos valores e justiça do Reino onde o bem é realizado, ou seja, “acumulado”, gerando tesouros celestes que serão revelados no fim como galardão (Mt 6.20 cf. Mt 25.31-46; Lc 12.22-34; 1Co 3.13-15).

3. O “lugar” do coração.
A contraposição, ou antítese, entre os dois “lugares” de acúmulo (Terra e Céu), se dá por causa do “coração” (v.21). Os desejos, a vontade, as emoções e o intelecto, enfim, todo o nosso ser, estará voltado para o que nos for mais caro e importante, ou seja, o nosso “tesouro”. Se o nosso “tesouro” estiver nas coisas transitórias e efêmeras da vida, estaremos então perdidos, pois elas perecem facilmente, fazendo com que percamos a esperança (Lc 12.13-21; 1Co 15.19). Todavia, se a nossa confiança estiver em Deus e em seu Reino, nosso tesouro estará em lugar seguro, devendo perdurar por toda a nossa existência terrena e até na eternidade (Lc 12.33,34).

Se o nosso coração está naquilo que nos é mais importante, torna-se obrigatório fazermos uma autoavaliação diária a fim de verificar onde o estamos “colocando”.

II. A MALÍCIA E A PUREZA DOS OLHOS

1. O olho como lâmpada do corpo.
A visão é um dos sentidos mais utilizados, por isso, os olhos são apontados pelo Mestre como fonte de saúde para todo o corpo (v.22a). Tanto os “olhos” quanto o “corpo” aqui não devem ser entendidos simplesmente de forma literal (vide “olhos do entendimento” em Efésios 1.18). Na verdade, o sentido das expressões é bem mais profundo, pois os olhos podem ser bons ou maus, puros ou impuros, sadios ou doentes, isto é, dependem da visão de mundo de quem olha (Mt 20.15). O “corpo”, por sua vez, não se trata unicamente da matéria, mas refere-se à totalidade do ser; logo, a existência e a condução da vida dependem da qualidade da visão de mundo da pessoa (Lc 11.34-36).

2. Olhos bons, corpo iluminado.
Pelo fato de esta instrução estar sucedendo o assunto referente aos tesouros, certamente a saúde dos olhos está relacionada à perspectiva de vida de quem “olha” (v.22). Assim, se os valores da pessoa estão nos tesouros que se guardam para a eternidade (v.20), certamente ela será abençoada, ou seja, o seu “corpo” terá luminosidade real e verdadeira (Pv 22.9).

3. Olhos maus, corpo tenebroso.
Contrariamente, se a visão de mundo da pessoa for mesquinha e tacanha, ela verá com maus olhos toda atitude de benevolência e generosidade (Mt 20.8-15; Jo 12.4-6). Se a lâmpada do corpo, ou seja, se o que era para ser luz vê todas as coisas por um prisma materialista e, portanto, negativo, a “luz” que deveria haver nessa pessoa são trevas. Tais trevas se tornarão mais densas, posto que tal pessoa tende a tornar-se cada vez mais dependente das circunstâncias e condição social, tornando-se sempre mais obscurecida pelos valores terrenais (Lc 12.13-21).

Se o curso de nossa vida depende da saúde da nossa maneira de enxergar a realidade, é imprescindível que cada um cuide com muito carinho de sua visão de mundo (Rm 12.2).


III. OS DOIS SENHORES, A ANSIEDADE PELA VIDA E O DIA DE AMANHÃ

1. Os dois senhores.
O versículo 24 é contundente e aparece também em Lucas 16.13. O ensino que abre essa parte é iniciado com um “por isso”, indicando a orientação prática do Mestre a respeito de se ter uma visão de mundo cujos valores estão nos tesouros celestes. Não está sendo considerada a questão do trabalho que deve ser atendido como fonte de sustento. O que o Mestre está dizendo é que uma vida que se orienta de forma praticamente idolátrica em relação aos bens, ou à sua aquisição, não pode pretender servir a Deus, visto que o Criador não aceita tal divisão (Mt 19.16-30).

2. A ansiedade pela vida.
Nos versículos 25 a 33, o Mestre explicita o seu ensino a respeito do estilo de vida e também da justiça para os discípulos. Através de vários exemplos, Jesus trata da “natural” ansiedade pela vida, contrapondo as preocupações adquiridas socialmente com a existência dada por Deus graciosamente (Lc 12.22-32). Assim, Ele mostra que a vida é mais valiosa que o alimento e o corpo, mais valioso que a roupa (v.25). As aves têm suas necessidades supridas pelo Criador e nós, pela nossa fragilidade social (seres humanos precisam construir sua realidade, pois não a recebe “naturalmente” como os demais seres vivos), somos mais importantes que elas (v.26). As preocupações não podem aumentar a nossa estatura ou prolongar os nossos dias de vida, que dirá resolver os problemas inerentes ao existir. Por isso, a inquietação pelo vestuário é desaconselhada, pois as flores do campo são mais belas em sua singeleza do que jamais foi Salomão em toda a sua grandeza (vv.28-30). Assim, o discípulo que está a serviço do Mestre não deve estar ansioso por nada deste mundo, pois o Criador sabe das necessidades do ser humano (vv.31,32). A recomendação a esse respeito é buscar viver a justiça do Reino de Deus, e também promovê-la, pois essas coisas básicas (comida, vestuário), certamente haverão de ser supridas (v.33). Não se deve viver nessa busca frenética, pois assim se comportam os que não conhecem a Deus (v.32).

3. O dia de amanhã. “Sofrer por antecipação”.
Esse ditado popular resume a ideia censurada por Jesus no versículo 34. Não cabe ao discípulo sofrer o dia de amanhã, pois ao filho do Reino é ensinado que o dia de amanhã deve ser vivido quando tiver se tornado presente (v.34). Isso não significa que não devemos planejar e pensar o futuro, vivendo uma vida irresponsável, mas é preciso confiar plenamente no Senhor e submeter-se à sua vontade (Tg 4.13-17 cf. Lc 14.25-33).

Buscar o Reino de Deus e a sua justiça é colocar em prática o estilo de vida ensinado por Jesus.

CONCLUSÃO

A mensagem do Mestre nessa primeira seção em que se tratou das coisas básicas do ser humano é uma só: A orientação da vida. O discípulo não deve orientá-la da mesma forma que os pagãos, ou seja, dos que não conhecem a Deus (v.32), visto que aqueles que atenderam ao chamado de Cristo, devem confiar nEle, ao passo que os outros confiam em si.


SUBSÍDIO
Não podeis servir a Deus e às riquezas (6.24, versão RA)
Nós sabemos o que significa servir a Deus. Mas como pode uma pessoa servir ao Dinheiro? A palavra grega para ‘servir’, douleuein, enfatiza a sujeição da vontade. Ela tem a mesma raiz que a palavra ‘escravo’.
Podemos parafrasear este versículo do seguinte modo: ‘Ninguém pode ser escravo do dinheiro e ainda servir a Deus’.
Jesus está afirmando uma profunda verdade espiritual e psicológica. Podemos ser capazes de compartimentar nossos pensamentos, de modo que o trabalho, o lar, a diversão e a igreja sejam mantidos separadamente. No fundo, no entanto, elas serão um valor que orienta a maneira como cada escolha é avaliada. Para alguns, este valor é a popularidade, e tais pessoas farão qualquer coisa para obter a aprovação da multidão. Para muitos, o valor básico é a riqueza, e cada escolha é, em última análise, avaliada pelo resultado econômico final. Jesus nos diz que o valor orientador do reino é a vontade de Deus, e Deus deve ter prioridade em nossas vidas. Se não decidirmos servir a Deus, e fazer com que agradar a Ele seja a coisa mais importante das nossas vidas, certamente seremos escravizados a alguma coisa que não tem nenhum valor.
Somente o serviço a Deus é que traz as riquezas eternas” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, pp.32-33).

Leia também:  Quem seria o deus Mamom? 

Fonte: Lições Bíblicas CPAD Jovens - 2º trim.2017 - O Sermão do Monte - A Justiça sob a ótica de Jesus - Comentarista César Moisés Carvalho 

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2 comentários:

  1. Amém! Bem profundo e detalhado esse estudo. Agradeço por compartilha-lo conosco.. Paz
    Deyse LSP

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    Respostas
    1. Sempre muito bom ter seu comentário por aqui querida irmã em Cristo Deyse.

      abraço fraterno

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