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terça-feira, 14 de abril de 2015

O Profeta do Novo Testamento

...em continuação ao Estudo O Ministério de Profeta; hoje abordaremos O Profeta do Novo Testamento.

Para saber sobre a postagem anterior, acesse: O Profeta do Antigo Testamento


O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO

1. A importância do termo “profeta” em o Novo Testamento.
Em o Novo Testamento, só há um livro profético — O Apocalipse. Nenhum personagem neotestamentário, além de João, o Evangelista, escreveu outro livro com esse caráter. Mas, ao longo de seus livros, encontramos referências a profetas, que tiveram papel relevante. Vamos refletir um pouco sobre eles.

Como já vimos, em Efésios 4.11 são mencionados cinco ministérios que exerciam papéis fundamentais na liderança da Igreja Antiga:
apóstoloprofetaevangelistapastor e doutor.
Não por acaso, o termo “profeta” aparece na segunda posição da lista apresentada em 1 Coríntios 12.28; Efésios 4.11. O profeta é identificado três vezes na epístola aos Efésios como alguém que acompanhava os apóstolos (2.20; 3.5; 4.11).


UM DOM MINISTERIAL
Em sua carta aos coríntios, o apóstolo Paulo fala da importância do corpo de Cristo, enfatizando que os crentes são “seus membros em particular” (1 Co 12.27). E o faz, depois de demonstrar a necessidade da unidade do corpo de Cristo, fazendo uma analogia com o corpo humano, mostrando que nenhum membro do corpo pode dispensar a função do outro. “Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo” (1 Co 12.18-20). Daí, porque nenhum dom ministerial é maior que o outro. A ordem dos dons, no texto, é questão de prioridade.

Com essa visão, da unidade do corpo de Cristo, que é a Igreja, o apóstolo apresenta uma lista de dupla referência. Primeiro, fala de homens a quem Ele põe na igreja, ao que tudo indica, numa ordem de prioridade. São “homens-dons”, por assim dizer. Nessa lista, os “profetas” aparecem em segundo lugar. Sem dúvida, não é por acaso, mas segundo o entendimento do Espírito Santo. Os profetas eram os homens usados por Deus para transmitir mensagens divinas para a comunidade dos que eram ganhos para Cristo. Eram mensagens sobrenaturais. Os doutores eram os que cuidavam do ensino ou do discipulado, estudando, interpretando e ensinando os fundamentos da fé cristã com profundidade.

Na segunda parte do texto, vemos Paulo apresentar uma lista de ministérios, indispensáveis à unidade, a edificação, ao fortalecimento e à própria administração da igreja local: “depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1 Co 12.28 b), e faz indagações que enfatizam o valor do uso dos dons de modo integrado e não fragmentado (1 Co 12.29-31). Se um dom fosse maior que o outro, não promoveria a unidade indispensável do corpo de Cristo.

Escrevendo aos Efésios, Paulo é mais didático ou explícito, em relação aos dons ministeriais. “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo ” (Ef 4.11-13 — grifos nossos). Observe que, à semelhança do texto de 1 Coríntios 12.28, os profetas vêm em segundo lugar. [1]

No Novo Testamento, a palavra comumente usada é prophétes, que aparece por cento e quarenta e nove vezes, que exemplificamos com Mt. 1:22; 2:5,16; Mc. 8:28; Lc. 1:70,76; 7:16; Jo 1:21,23; 3:18,21; Rm. 1:2; 11:3; I Co. 12:28,29; 14:29,32,37; Ef. 2:20; Tg. 5:10; I Pe. 1:10; 2 Pe. 2:16; 3:2; Ap. 10:7; 11:10. O substantivo prophetela, «profecia », é usado por dezenove vezes no Novo Testamento: Mt. 13:14; Rm. 12:6; I Co. 12:10; 13:2,8; 14:6,22; I Ts. 5:20; I Tm. 1:18; 4:14; 2 Pe. 1:20,21; Ap. 1:3; 11:6; 19:10; 22:7.10,18,19. Essas palavras derivam-se do grego pro, «antes.., «em favor de.., e phemi; «falar.., ou seja, «alguém que fala por outrem.., e, por extensão, «intérprete.., especialmente da vontade de Deus. Tais palavras gregas, naturalmente, estão por detrás do termo português «profeta... Apesar da ideia de predição do futuro fazer parte inerente do oficio profético, incluindo acontecimentos nacionais, comunais e individuais, o oficio profético envolvia as atividades de exortação, ensino, pastoreio e liderança espiritual em geral. Os profetas eram tidos como representantes de Deus, libertadores e intérpretes da mensagem divina. Eles serviam de elo vital na questão das revelações, bem como veículos do conhecimento espiritual. As revelações por eles recebidas, por ordem do Senhor em alguns casos tomaram-se concretas nos livros que escreveram. Esses livros, por sua vez, foram canonizados, com a passagem do tempo, sendo então aceitos como Escrituras Sagradas. [2]


2 - O ofício do profeta neotestamentário.
Entendendo o Texto
“Principalmente o [dom] de profetizar” (1 Co 14.1- 5). A natureza exata do dom da profecia, como exercido na igreja do século I, é muito debatida. Alguns consideram que 13.8 (na versão ARA), “profecias... desaparecerão” significa que, depois de completados os escritos do Novo Testamento, revelações especiais dadas por meio de membros das congregações locais não seriam mais necessárias, e que, sendo assim, o “dom da profecia” original foi transformado em um dom de pregar a Palavra. Outros sustentam que é o dom da revelação. Não que a profecia substitua a Palavra de Deus, mas que, de certa maneira, ela suplementa a Escritura ao mesmo tempo em que se mantém subordinada a ela.

A visão de Paulo foi clara. “Profecia” é uma instrução emitida em linguagem clara e comum, para que todos possam entender, e que fortaleça os crentes. A despeito do que a profecia seja, em detalhes, ela fazia para a igreja a mesma coisa que uma mãe faz ao falar sobre Deus à criança enquanto a coloca na cama. Ela fazia para a igreja a mesma coisa que uma família faz ao ler um livro devocional e falar sobre o seu significado. Ela fazia para a igreja a mesma coisa que um professor da Escola Dominical faz ao explicar como uma passagem da Bíblia se aplica à nossa vida diária.

Você pode não pensar em si mesmo como um profeta. Mas pode ter um ministério de profeta — e recompensa — ao partilhar sua fé com sua família e amigos. [3]

Seu ministério no Novo Testamento não consistia em predizer o futuro, adivinhar o presente ou ficar fora de si. Não! De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, o profeta neotestamentário era dotado por Deus para receber e mediar diretamente a Palavra do Altíssimo. Apesar de ele algumas vezes predizer o futuro, conforme instrui-nos a Bíblia de Estudo Pentecostal, seu ofício consiste em proclamar e interpretar a Palavra de Deus, por vocação divina, com vistas à admoestação, exortação, ânimo, consolação e edificação da igreja (At 3.12-26; 1Co 14.3). “Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17)”. Por causa da mensagem de justiça que o profeta apresenta em tempos de apostasia e confusão espiritual, inclusive na igreja, não há outro jeito: ele fatalmente será rejeitado e perseguido por muitos.

A finalidade da profecia
O dom de profecia tornara-se o mais desejado da igreja em Corinto, provavelmente, como observa Faucett, pelas seguintes razões:
• A profecia visa a edificação da igreja, tema quase que central do capítulo 14 de 1 Coríntios, e não apenas a edificação do crente individual, como é o caso das línguas quando não interpretadas.
• A profecia serve para exortação.
• A profecia serve também para consolar.
• A profecia é um meio de transmitir revelações e doutrinas, quando vazadas na revelação plenária.
• A profecia faz soar o "toque" da mensagem cristã que leva o crente a preparar-se para a batalha espiritual.
• A profecia é uma voz clara num mundo de vozes confusas e desassociadas.
• A profecia é um canal de bênção, principalmente de ação de graças, do qual a comunidade inteira pode participar. Por conseguinte, assemelha-se às línguas e até lhes é superior, porque beneficia a todos, e não somente ao que fala.
• A profecia é um dom espiritual que abençoa os crentes em qualquer lugar onde Deus assim o queira.
• A profecia é uma maneira de ensinar os sentimentos espirituais à alma sincera e anelante pela presença de Deus.
• A profecia deve ser ministrada segundo a medida da fé. Em outras palavras, deve ser transmitida de acordo com as regras e padrões estabelecidos na Palavra de Deus.
• A profecia deve ser transmitida sob os cuidados da direção ministerial (1 Cr 25.2).
• A profecia é um alerta contra o pecado: "Não havendo profecia, o povo se corrompe" (Pv 29.18).

Note que a profecia citada neste capítulo não é o ministério profético que o mesmo Paulo menciona em Efésios 4.11, evidentemente também chamado "dom". Mas é um "dom de governo", ligado diretamente à área ministerial. Enquanto que a profecia, ainda que ligada também ao ministério profético, é um "dom do Espírito Santo" outorgado à igreja para "edificação, exortação e consolação". Os profetas mencionados no Antigo Testamento eram pessoas revestidas do "ministério profético", e geralmente iniciavam a mensagem profética, dizendo: "Assim diz o Senhor" ou: "Veio a mim a palavra do Senhor".

No caso do dom de profecia, a mensagem parte sempre diretamente de Deus e é transmitida como se o próprio Deus estivesse falando. No exercício do ministério profético propriamente dito, dificilmente profetizavam dois ou mais profetas ao mesmo tempo e em um só lugar, como acontece com o dom de profecia. Paulo orienta: "Falem dois ou três pessoas, e os outros julguem. Mas se a outro [profeta], que estiver assentado, for revelado alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros... E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas" (1 Co 14.29-32).

O ministério profético e o dom de profecia encontram-se associados em ambos os Testamentos. Em Números 11.25,26, o Espírito de Deus repousou sobre setenta anciãos de Israel, concedendo-lhes uma espécie de dom de profecia. Eles profetizaram ali, e depois, nunca mais. Entretanto, "no arraial ficaram dois homens; o nome de um era Eldade, e o nome do outro, Medade; e repousou sobre eles o Espírito (porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram à tenda), e profetizavam". Eldade e Medade receberam o ministério profético, enquanto os setenta anciãos receberam apenas uma porção deste ministério, ou seja, o dom de profecia. A palavra hebraica para "profeta" é nabil, e foi usada pela primeira vez em Gênesis 20.7; depois, aparece mais de trezentas vezes no Antigo Testamento. No Novo Testamento, a palavra prophetes aparece 149 vezes. Sete dessas ocorrências, nas Escrituras, são aplicadas a figuras femininas, ou "profetisas": Miriã, Débora, Hulda, Noadias, a mulher do profeta Isaías, Ana e Jezabel (Êx 15.20; Jz 4.4; 2 Rs 22.12; Ne 6.14; Is 8.3; Lc 2.36; Ap 2.20).
Atos 20.8,9 também revela que Filipe, o evangelista, era pai de "quatro filhas donzelas que profetizavam".

Toda e qualquer profecia, seja plenária (2 Pe 1.19-21) ou uma revelação momentânea operada através do dom, diante de qualquer necessidade da igreja deve trazer em seu conteúdo "o testemunho de Jesus", que é o "espírito de profecia" (Ap 19.10). [4]


3. O objetivo do dom ministerial de profeta.
O DOM DE PROFETA NÃO É PARA TODOS
Examinando o contexto do capítulo 12 de 1 Coríntios, podemos verificar e concluir que os dons ministeriais não são para todos os crentes, na igreja local. Diz o texto: “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1 Co 12.18). Note-se que o texto diz que “a uns pôs Deus na igreja”. Isso mostra que Deus não pôs todos, mas “uns”.

Na lista de Paulo aos Efésios, vemos escrito: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.11,12). Quando o escritor diz “uns” e “outros” fica bem claro que tais dons não estão à disposição de todos os crentes. Diz a Bíblia de Estudo Pentecostal: “Como dom de ministério, a profecia é concedida a apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como ministros profetas’ (grifo nosso).
1) O aperfeiçoamento dos santos. 
A finalidade dos dons ministeriais é “o aperfeiçoamento dos santos” (1 Pe 1.15), ou seja, dos crentes fiéis, santificados e comprometidos com o Reino de Deus, “para a obra do ministério”. Há o ministério ordenado, regular, integrado pelos pastores, evangelistas, presbíteros, diáconos ou cooperadores, ordenados, consagrados ou separados para atender às necessidades da comunidade cristã. E há ministérios diversos, que não são realizados pelos ministros ou obreiros do corpo ministerial. Na música, no louvor, no ensino, nos serviços gerais, na segurança, na operação de equipamentos e outros, que, quando executados por pessoas que são chamadas por Deus, e assumem tais atividades, conscientes de que estão prestando um serviço à igreja, são verdadeiros ministérios.

2) Para a “obra do ministério”. 
O ministério se constitui dos diversos cargos e funções, necessárias ao desenvolvimento da vida eclesiástica; são os diversos serviços e atividades eclesiásticas e administrativas que norteiam a administração espiritual, humana e organizacional da igreja local. Essa obra requer orientação segura da parte de Deus.

3) A edificação do Corpo de Cristo. 
Os dons ministeriais também atendem à necessidade da “edificação do Corpo de Cristo”, que é a Igreja (invisível), que se torna visível, no conjunto de salvos, na igreja local. Os crentes salvos são considerados “edifício de Deus” (1 Co 3.9). A metáfora é bem adequada. Os salvos são considerados “pedras vivas”, na construção desse edifício espiritual. Diz o apóstolo Pedro: “vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1 Pe 2.5). Nessa edificação, o papel dos que têm o dom ministerial de profeta é de grande valia. [1]

PROFETAS.
Os profetas eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4).

(1) O ministério profético do AT ajuda-nos a compreender o do NT. A missão principal dos profetas do AT era transmitir a mensagem divina através do Espírito, para encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme os preceitos da antiga aliança. Às vezes eles também prediziam o futuro conforme o Espírito lhes revelava Cristo e os apóstolos são um exemplo do ideal do AT (At 3.22,23; 13.1,2).

(2) A função do profeta na igreja incluía o seguinte:
(a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3).

(b) Devia exercer o dom de profecia

(c) Às vezes, ele era vidente (cf. 1Cr 29.29), predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11).

(d) Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17). Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia.

(3) O caráter, a solicitude espiritual, o desejo e a capacidade do profeta incluem:
(a) zelo pela pureza da igreja (Jo 17.15-17; 1Co 6.9-11; Gl 5.22-25);

(b) profunda sensibilidade diante do mal e a capacidade de identificar e detestar a iniquidade (Rm 12.9; Hb 1.9);

(c) profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; 2Co 11.12-15);

(d) dependência contínua da Palavra de Deus para validar sua mensagem (Lc 4.17-19; 1Co 15.3,4; 2Tm 3.16; 1Pe 4.11);

(e) interesse pelo sucesso espiritual do reino de Deus e identificação com os sentimentos de Deus (cf. Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31).

(4) A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao julgamento da igreja, doutros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1Co 14.29-33; 1Jo 4.1).

(5) Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1Co 14.3; cf. Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3,12-22). Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de Deus, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis (1Co 14.3; 1Ts 5.19-21; Ap 3.20-22). [5]


Profecia
A profecia é uma manifestação do Espírito de Deus e não da mente do homem, e é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso: 1 Co 12.7.
Embora o dom da profecia nada tenha a ver com os poderes normais do raciocínio humano, pois é algo muito superior, isso não impede que qualquer crente possa exercitá-la: “Porque todos podereis profetizar, um após outro, para todos aprenderem e serem consolados”, 1 Co 14.31.

Ainda que nalguns casos o dom da profecia possa ser exercido simultaneamente com a pregação da Palavra, é evidente que esse dom é dotado de um elemento sobrenatural, não devendo, portanto, ser confundido com a simples habilidade de pregar o Evangelho.
Dada a importância desse dom em face dos demais dons espirituais, e dentro do contexto da doutrina pentecostal, necessário se faz uma análise cuidadosa, no sentido de conceituá-lo no seio da Igreja hoje.

O apóstolo Paulo adverte os crentes a procurar “com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (1 Co 14.1); isto por razões que ele mesmo enumera:
a. Porque “o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação... O que profetiza edifica a igreja”, 1 Co 14.3,4.
“Edificação”, “exortação” e “consolação” são os três elementos básicos da profecia, são a razão de ser e de existir desse dom. É evidente que isto contraria a crença tão popular entre nós, de que o principal elemento da profecia é o preditivo (predição do futuro). Certamente, que tanto o Antigo quanto o  Novo Testamento contêm numerosas profecias preditivas, muitas das quais já se cumpriram, e outras estão se cumprindo, e outras ainda se hão de cumprir, No entanto, no conteúdo geral das Escrituras, o elemento preditivo da profecia é relativamente o menor.

b. Porque ‘‘se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado. Os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós”, l Co 14.24,25.

Há algo mais que precisamos ter em mente quanto ao dom de profecia e o seu uso na Igreja hodiernamente:
a) O dom de profecia nunca deve exercer propósitos diretivos ou de governo sobre a Igreja. No Antigo Testamento, Israel era governado por reis e o culto era dirigido pelos sacerdotes, mas nunca por alguém que se tivesse distinguido por um ministério cem por cento profético. Os profetas eram apenas colaboradores na condução do povo. O mesmo aconteceu com a Igreja do Novo Testamento: o seu governo sempre esteve sob a responsabilidade dos presbíteros ou bispos, ou pastores, mas nunca sob a responsabilidade de profetas.
Escreveu o missionário Eurico Bergstén, que “quando alguém, por meio de profecia, penetra na direção da igreja, mostra que é dominado por influências estranhas. Abre-se, então, uma porta para a perturbação... Quando alguém se faz ‘oráculo de profeta’, para responder a perguntas e orientar os crentes, está usando indevidamente o dom de profecia... O dom de profecia não atinge, nesta dispensação, a faixa de consulta, pois tem uma outra finalidade: a edificação da Igreja”.

b) Devido a possíveis abusos quanto ao uso do dom da profecia, este dom está sujeito a análise e a consequente julgamento. Recomenda o apóstolo Paulo: “...falem dois ou três profetas, e os outros julguem”, 1 Co 14.29.
Paulo arremata suas advertências quanto ao dom de profecia, dizendo: “Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor”, 1 Co 14.37.

O dom de profecia não deve ser desprezado (1 Tm 4.14), mas despertado (2 Tm 2.16), a fim de que a Igreja seja enriquecida: 1 Co 1.57. [6]

O Profeta é chamado por Deus a levar a igreja de Cristo a uma plena maturidade cristã, pois como um organismo vivo, a Igreja, o Corpo de Cristo, deve desenvolver-se para a edificação em amor (v.16). Para que tal seja uma realidade, os profetas do Senhor devem desempenhar suas funções, capacitados e dirigidos pelo Espírito Santo.


Aqui eu Aprendi!
Recebi uma pergunta sobre o assunto "profecia", entendo que a resposta concedida poderá ajudar mais leitores e, mais uma vez agradeço pela participação da irmã em Cristo Lourdes Lima; e que os irmãos participantes deste blog possam receber do SENHOR a orientação divina.

1. A profecia é um dos dons verbais colocados à disposição dos santos com o propósito de exortar, edificar e consolar a igreja.
2. A profecia é concedida ao crente pelo ESPÍRITO SANTO, de forma direta e imediata, a fim de trazer à luz a verdade divina.
3. O crente que profetiza tem de saber perfeitamente quando está indo além do que lhe foi dado, e deve estar consciente de sua responsabilidade de entregar somente o que DEUS lhe autorizou.
4. É necessário que o “profeta” servo de DEUS esteja totalmente sob o controle do ESPÍRITO de DEUS e não da Carne.
5. O crente que profetiza tem de saber que toda a profecia vai passar por um “crivo”. Toda verdade concedida pelo ESPÍRITO SANTO é coerente e não se contradiz. Temos a orientação Bíblica que nos revela: "Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo." 1 João 4:1.

O Apostolo Paulo, inclusive, ao orientar a igreja de Corinto sobre o zelo e a busca dos Dons, sugere que principalmente se busque o dom da Profecia (ICo 14.1), mas infelizmente tem pessoas que abusam e começam a usar Deus e não deixar que Deus as usem!
Nós Cristãos temos que conhecer muito bem o local onde congregamos, como é o ambiente, os ensinamentos, as posições hierárquicas, o respeito mutuo, a conduta cristã, a mordomia cristã, a humildade, o Amor... Temos a orientação de "Examinai tudo. Retende o bem." 1 Tessalonicenses 5:21.

Sabemos também que, há profecias que são para a Igreja (num todo) e há profecias que são em particular (pessoal), isso o “profeta” tem que estar “na fiação do céu” para não causar escândalos, falta de ética e desrespeito. O respeito, a integridade e a ética devem prevalecer.
Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas (1Co 14.32)

Deus não é de confusão e nem faz confusão! Nosso Deus é um Deus de Paz!
Sendo assim, espero ter-lhe ajudado, tendo em nossos corações que, a maior Profecia é a Palavra de Deus!

Abraço fraterno
Pastor Ismael 


Fontes:
[1]Elinaldo Renovato. Dons Espirituais e MinisteriaisServindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Ed.CPAD.
[2]CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia da Bíblia Teologia e Filosofia. Vol.5. Ed.Hagnos.
[3]Lawrence O. Richards. Comentário Devocional da Bíblia. Editora CPAD.
[4]SEVERINO Pedro da Silva. A Existência e a Pessoa do Espírito Santo. O Espírito Santo é um Ser real que age e vive entre nós. Ed.CPAD.
[5]STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal. Antigo e Novo Testamento. RJ.Ed.CPAD, 1995.
[6]Raimundo F. de Oliveira. A Doutrina Pentecostal Hoje. Editora CPAD.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD
Bíblia Defesa da Fé
Estudando a lição da EBD-Estuda a Licao ebd
Revista Ensinador Cristão - CPAD

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